As forças de segurança do regime da
Síria mataram nesta quarta-feira (6) pelo menos mais 100 pessoas, entre elas crianças e mulheres, na região de Hama, no centro do país em crise, segundo o Conselho Nacional Sírio, principal força da oposição.
"Temos uma centena de mortos nos povoados de Al Kubeir e Maarzaf, entre eles umas 20 mulheres e 20 crianças", disse Mohamed Sermini, porta-voz do conselho, que acusou as forças e milícias do regime do presidente Bashar al Assad pelo massacre.
Militantes afirmaram que as vítimas foram mortas com armas de fogo e armas brancas, e que casas foram queimadas.
Sermini pediu que os observadores da ONU, que estão no país para tentar impor uma trégua teoricamente em vigor desde 12 de abril, se dirijam ao local.
Consultado pela France Presse, o diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman, também falou de um "massacre". Ele citou 87 mortos, mas ressaltou que o registro não era definitivo. Ele confirmou a morte de mulheres e crianças.
Crianças seguram cartaz com desenho do presidente sírio Bashar al Assad cortando um corpo e onde se lê em árabe "Muito obrigado", durante protesto na cidade de Kfar Nubul (Foto: AFP)
Segundo ele, o massacre ocorreu após bombardeios contra as duas aldeias onde milicianos penetraram em seguida, matando os moradores a tiros e com armas brancas.
Outro massacre
As mortes denunciadas pela oposição ocorrem dias após o massacre de 108 civis, entre eles 50 crianças, em Hula, em 25 de maio, que provocou um aumento do tom da comunidade internacional na condenação ao contestado regime de Assad.
Uma autoridade da ONU tinha afirmado que havia "fortes suspeitas" sobre o envolvimento dos "shabbiha", milicianos pró-regime, nesta matança, que desencadeou reações de condenação de diversos países.
O presidente Assad enfrenta desde março do ano passado uma onda de protestos que se transformou em uma revolta, reprimida duramente pelas forças da ordem.
A situação humanitária do país é grave. A oposição fala em mais de 13 mil mortos, em sua maioria civis.
O governo argumenta que está defendendo o país de "terroristas estrangeiros" que tentam desestabilizar o regime.
O presidente Assad negou no domingo qualquer ligação do governo com o massacre de Hula.