Grupos de vários municípios pernambucanos se apresentaram na Praça Papa João XXIII, para encanto do público
Cleide Alves
Do Jornal do Commercio
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A terra dos maracatus mostrou seu maior espetáculo nesta segunda-feira de Carnaval (21), com o barulhento e colorido desfile de cablocos de lança, caboclos de pena, reis, rainhas, damas do passo, baianas e catirinas. Nazaré da Mata, distante 65 quilômetros do Recife, levou 36 grupos de maracatus rurais, também chamados de baque solto, para a principal praça da cidade, Papa João XXIII.
A brincadeira começou cedo, com a preparação do cortejo. Era a hora de pintar o rosto, vestir as golas bordadas de lantejoulas, aprumar a cabeleira e balançar os chocalhos nas ruas. Por volta das 8h30, o Maracatu Sonho de Criança, formado apenas por meninos e meninas, já estava se exibindo na praça, para a plateia.
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Desfile dos maracatus de baque solto na cidade de Nazaré da Mata, norte de PE.
Cuíca, tarol, zabumba, ganzá, trombone, saxofone e corneta, além dos chocalhos debaixo da roupa dos lanceiros, num ritmo prá lá de acelerado, dão o tom do maracatu rural. Uma fest visual para ser admirada. Festivo e guerreiro, o maracatu de baque solto surgiu na Zona da Mata de Pernambuco, no fim do século 19.
No começo, os grupos eram formados por lavradores e cortadores de cana-de-açúcar. Homens se vestiam de baianas. Hoje, trabalhadores da cidade também ajudam a manter viva essa tradição secular e as mulheres entraram na dança. O Maracatu Coração Nazareno, que se apresentou neste início de tarde, é composto só de mulheres.
O encontro de maracatus desta segunda-feira reuniu os grupos Cambinda Brasileira de Nazaré - o mais antigo de Pernambuco, criado em 1918 no Engenho Cumbi -, Estrela Dourada (Buenos Aires), Cambindinha (Araçoiaba), Estrela de Ouro (Aliança), Pavão Dourado (Tracunhaém), Beija Flor (Ferreiros), Carneiro Manso (Glória de Goitá) e Águia Dourada (Nazaré), entre outros.
"É muito bonito, mas falta estrutura na cidade. Não tem arquibancada para a pessoa sentar. Podiam botar arquibancada e cobrar acesso. Mordomia tem preço. Também faltam pousadas para a pessoa ficar hospedada em Nazaré da Mata", alerta o folião carioca Flávio Antônio Costa. Está dado o recado.
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