sábado, 15 de outubro de 2011

Campina Grande recebe Festival de Comédia neste fim de semana

'Pastoril Profano - Um Verão Circense' é a atração deste domingo (Foto: Divulgação)
'Pastoril Profano - Um Verão Circense' é a atração
deste domingo (Foto: Divulgação)

A cidade de Campina Grande, a 139 km de João Pessoa, vai receber um Festival de Comédia neste fim de semana. Durante esses três dias, o Teatro Municipal Severino Cabral será palco de três espetáculos apresentados pela Cia. Paraibana de Comédia que prometem riso, humor, irreverência, deboche e muita interatividade com a plateia. Os ingressos já estão à venda na assessoria administrativa do teatro aos preços de R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).
Nesta sexta-feira (14), será encenada a peça “Branca de Calvão e as Sete Nevinhas”, comédia baseada no conto de fadas Branca de Neve e Os Sete Anões. Branca tem uma madrasta ruim e malvada chamada Dragolina que manda matá-la por inveja de sua beleza. Branca das Neves da Silva trabalha numa carvoaria na região norte da cidade por isso ela vive suja, daí ser conhecida por Branca de Calvão. Quando ela descobre o plano da sua madrasta, foge para a floresta e lá ela encontra seu refúgio, a casa das Sete Nevinhas, anãs que são funcionárias públicas de uma mina de pedras preciosas de um político corrupto.

No sábado (15), o espetáculo apresentado será As Coroas. A peça conta a história de três irmãs encalhadas, entre balzaquianas e cinquentonas, que moram juntas com a mãe, viúva, desde que nasceram. Maria da Paz, Maria da Luz e Maria das Dores sonham com o casamento e buscam, cada uma à sua maneira, os homens de suas vidas. Curiosamente, todas as tentativas de engatilhar um namoro dão errado, e só dona Socorro a mãe das coroas, saberá a resposta para uma questão tão delicada.

No domingo (16), o festival irá apresentar o espetáculo “Pastoril Profano – Um verão Circense”. Esta versão se passa no circo e conta a história de seu Arlindo Sorriso, o palhaço dengoso, que resolve fazer um pastoril diferente, com dançarinas novas e outras performances e abre inscrições para toda a cidade, não querendo as antigas pastoras. Com isso, cria-se uma revolta das antigas que revolvem marcar um plano para pegar o palhaço Dengoso.

Fonte: g1.globo.com  Por Blog Professor Edgar Bom Jardim - PE

Maior campo de refugiados do mundo faz 20 anos em crise humanitária

Construído em 1991 para abrigar 90 mil pessoas, Dadaab tem hoje 380 mil.

Há 20 anos, a rotina se repete: eles chegam sem nada além da roupa do corpo, exaustos das caminhadas de semanas, às vezes meses, famintos em busca de abrigo. Os portões de Dadaab, o maior campo de refugiados do mundo, no Quênia, nunca se fecham - e o complexo, projetado para abrigar 90 mil moradores, está lotado. Nos últimos meses, superlotado: a pior seca no Chifre da África em 60 anos está levando diariamente ao menos 800 pessoas a bater nas portas de Dadaab. O G1 esteve no campo entre os dias 1º e 3 de agosto e mostra numa série de reportagens a estrutura, o dia a dia e as dificuldades de quem vive de forma permanente numa casa temporária.
Passar pela porta de entrada do complexo é uma vitória. Quem conseguiu chegar aqui sobreviveu à saída de sua terra natal, a dias de caminhada sob um calor de 40ºC, passou por estupradores e animais selvagens, enfrentou a fome e a sede. Os recém-chegados são cadastrados, avaliados por um médico e recebem uma cesta básica suficiente para até 21 dias – podendo ser renovada. Depois, a dificuldade é achar um teto: desde 2008, quando o campo foi declarado lotado, não há mais distribuição oficial de barracas. Cada um faz uma casa com o que encontra, de gravetos a sacos plásticos.
Dadaab foi construído em 1991, quando estourou a guerra civil na vizinha Somália, após a queda do ditador Mohamed Siad Barre. A Organização das Nações Unidas (ONU), com a aprovação do governo do Quênia, montou na região fronteiriça (onde já viviam quenianos de origem somali) um complexo de três campos: Ifo, Dagahaley e Hagadera – cada um capaz de abrigar até 30 mil pessoas. A previsão era que o campo servisse de acampamento temporário para aqueles que fugiam, e que eles pudessem voltar para suas casas assim que o conflito terminasse. Mas, 20 anos depois, nada mudou.

"A solução é providenciar a paz na Somália, e o Quênia sozinho não consegue a paz na Somália! Então precisamos ter estratégias deliberadas e comprometidas sobre como levar esse assunto para a ONU, talvez até para o Conselho de Segurança. Porque o número de pessoas é muito grande. Não sei por quanto tempo podemos tomar conta dessas pessoas", explica o encarregado do Departamento de Assuntos de Refugiados do governo queniano, Badu Katelo.

As dificuldades para alimentar e ajudar os somalis na própria Somália são muitas. Desde 1991, o país está dividido por comandos tribais que lutam pelo poder. O principal deles é o al-Shabaab, que quer impor um regime islâmico no país. Ligado à rede al-Qaeda, o grupo controla a parte sul da Somália, onde, por sua determinação, poucas agências humanitárias trabalham.
As entidades que coordenam o campo recebem ajuda do mundo todo. Para esta crise atual, por exemplo, um apelo internacional foi feito em julho, e até o dia 3 de agosto, ao menos US$ 24 milhões foram arrecadados de países europeus, dos EUA e do setor privado.

Depósito de pessoas
Mas ainda falta muita coisa em Dadaab: esgoto, água encanada, pavimentação, luz, dignidade e reconhecimento. O governo queniano não dá cidadania aos refugiados e eles não podem deixar o campo sem permissão – dada, em 2010, para apenas 2% dos moradores.
"O primeiro motivo para Dadaab ter se tornado o maior campo do mundo é que o conflito na Somália dura duas décadas", explica o professor Dulo Nyaoro, do Departamento de Estudos para Refugiados da Universidade Moi, no Quênia. "Mas há também o fato de que um campo só pode ser temporário se a comunidade internacional procurar soluções duradouras para o problema somali. [...] É uma enorme população cuja vida foi 'suspensa'. Eles não podem tomar decisões para si mesmos, não podem usar suas habilidades e nem participar na economia de seus países de origem", diz o professor.

Fonte:g1.globo.com Por Blog Professor Edgar Bom Jardim - PE

Kirchner vence eleição no primeiro turno, segundo pesquisa

BUENOS AIRES — A presidente argentina, Cristina Kirchner, será reeleita no primeiro turno com 53% dos votos nas eleições de 23 de outubro, revela uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira.
Kirchner, candidata da Frente para a Vitória (peronismo), conta exatamente com 53,1% das intenções de voto, com ampla vantagem sobre o governador socialista da província de Santa Fé, Hermes Binner, que tem 16,6%, segundo a pesquisa Giacobbe e Associados.
Na terceira posição está o governador da província de San Luis, Alberto Rodríguez Saa (peronismo opositor), com 10,2%, seguido pelo líder radical Ricardo Alfonsín, filho do ex-presidente Raúl Alfonsín, com 9,1%.
O quinto e último colocado na pesquisa é o ex-presidente Eduardo Duhalde, com 7,9%.
Cristina Kirchner precisa de 45% dos votos ou de 40% e 10 pontos de vantagem sobre o segundo colocado para se reeleger no primeiro turno.

Fonte: AFP Por Blog Professor Edgar Bom Jardim -PE

Virada, incançavel e em todo lugar

Sexta - 14/10/11 |Teatro| "Sua Incelença, Ricardo III", do grupo Clowns de Shakespeare, encantou Parque Dona Lindu. Foto - Daniela Nader
Foto: viradamulticultural.


Desde ontem, e até amanhã, uma maratona de atividades artísticas continua no Recife com a Virada Multicultural. Nas artes cênicas, a agenda está apertada, com peças que vão do teatro tradicional ao experimental, obras já consagradas e outras inéditas na cidade. Este ano, integrado à programação da Virada está o Festival de Circo do Brasil, que conta com espetáculos nacionais e estran­gei­ros. Entre os destaques estão as mon­tagens “Por Que A Gente É As­sim? Ou Por Que A Gente É Assado”, do Grupo Bagaceira (CE), e a obra em construção “Do Concreto Ao Man­gue, Aquilo Que O Meu Olhar Guar­dou Para Você”, do Magiluth (PE).

Desde que foi anunciada, a grade de espetáculos da Virada Multicultural tem sido motivo de gozo e angús­tia para os amantes das artes. Isso por­que as opções são muitas (e boas), mas a impossibilidade de ver tu­do que se quer é uma realidade. Por sorte, algumas das atrações se apresentam também no domingo. Na tentativa de auxiliar nessa difícil tarefa, a Folha de Pernambuco aponta algumas atrações que valem uma conferida.

Hoje, às 9h, a Pas de Deux executa uma performance de dança no saguão do Teatro Santa Isabel. Para as crianças, a diversão começa bem cedo. Às 10h30, no Teatro Apolo, a trupe italiana Teatro Necessário apresenta o ótimo “Clown In Concert”. Às 21h, também no Apolo, eles encenam “Nueva Barieria Carlone”. No Teatro Dona Lindu, às 18h, a Banda Mirim (SP), apresenta “Felizardo”, musical que mistura teatro e circo, em uma ode à infância e à alegria.

Na rua da Moeda, às 19h30, o Gru­po Bagaceira (CE) apresenta “Por Que A Gente É Assim? Ou Por Que A Gente É Assado”. No Hermino Borba Filho, às 22h, o Grupo Magiluth encena “Do Concreto Ao Mangue...”, espetáculo ainda em fase de experimentação.


Domingo
D’O Poste Soluções Luminosas (PE), sobe ao palco do Teatro Hermilo Borba Filho, às 18h, o premiado “Cordel do Amor Sem Fim”. No Ibura, Odília Nunes mostra seu “Decripolou Totepou”, às 16h. A programação completa da Virada pode ser conferida em www.viradamulti­cultu­ral.rec.br.

Fonte: folhape.com   Por Blog Professor Edgar Bom Jardim - PE

Ex-gari vira professor da rede pública e sonha ser mestre em universidade

João Ailton, 33 anos, dá aulas de português em escola pública de Diadema.
Ele resume o Dia do professor em uma frase: 'Ensinar é gratificante'.

João Ailton dá aulas de português em escola de Diadema desde 2004 (Foto: Arquivo pessoal) (Foto: Vanessa Fajardo/G1)
João Ailton dá aulas de português em escola de Diadema desde 2004 (Foto: Arquivo pessoal)

O menino que aos 12 anos ensinou o tio semianalfabeto a escrever o nome para preencher uma ficha de emprego já mostrava o talento para ensinar. Seguiu a intuição, entrou na faculdade de letras e para pagá-la aos 22 anos trabalhou como gari, varrendo as ruas de Diadema, no ABC, por mais de um ano. João Ailton de Oliveira Santos, de 33 anos, atua na rede pública do Estado de São Paulo e compõe o corpo docente da Escola Estadual José Fernando Abbud, em Diadema.

Neste sábado (15), Dia do Professor, diz que valeu a pena o esforço, que ensinar é gratificante, mas espera que a carreira seja mais valorizada. "Gosto de ser professor, é sensacional. Mas a profissão está um pouco difícil com salas superlotadas, falta de equipamento e salários baixos. O que compensa é o carinho dos alunos", diz.

João Ailton em sala de aula, em escola estadual de Diadema (Foto: Arquivo pessoal)
João Ailton em sala de aula, em escola estadual de
Diadema (Foto: Arquivo pessoal)

Santos dá aulas de português em turmas da quinta série, sétima série e do primeiro ano do ensino médio. Prefere os alunos dos anos iniciais por achar que eles se dedicam e demonstram mais afeto. Recentemente foi aprovado no concurso público da rede municipal de São Paulo e no próximo ano, se for convocado, pretende conciliar os dois empregos, em São Paulo e em Diadema, com um mestrado. A meta é lecionar em universidades.
'Trabalhador fantasma'
O emprego como gari foi sugestão de seu pai que conhecia o gerente da empresa. Santos não teve dúvidas em aceitar, passou por uma entrevista e logo foi para o batente. O salário era de cerca de R$ 400 mensais, o suficiente para pagar a mensalidade.
"Nos primeiros dias foi um choque porque era um trabalho pesado e braçal que nunca tinha feito. Trabalhava um domingo sim e outro não. Era a pior parte porque neste dia fazíamos a coleta das feiras."

"Gari é um trabalhador fantasma, alguém invisível. A pessoa está do seu lado, joga um papel no chão e nem olha para você"
- João Ailton de Oliveira Santos, professor

À noite, na faculdade só os amigos mais próximos sabiam do ofício de Santos. "Não falava muito porque sabia que haveria discriminação. Gari é um trabalhador fantasma, alguém invisível. A pessoa está do seu lado, joga um papel no chão e nem olha para você."
Santos não se envergonha da experiência e diz que nesta época aprendeu a ser perseverante, como um professor tem de ser. "A rotina era cansativa, mas não pensava em desistir. Sempre tive incentivo dos meus pais mas sabia que valia a pena batalhar por um objetivo." O professor lembra que os colegas garis diziam que ele aguentaria no máximo dois meses de trabalho e que depois de superar a expectativa e conseguir se manter no cargo, virou exemplo.
O professor só deixou as vassouras quando conseguiu um estágio em um colégio no Jabaquara, Zona Sul de São Paulo, onde estudou. De estagiário, passou a professor eventual - que cobre faltas dos docentes titulares - até ser aprovado em um concurso, em 2004, e seguir para a escola José Fernando Abbud, onde está até hoje.

Fonte: g1.globo.com  Por Blog Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Nossas Homenagens aos Professores do Brasil e do Mundo - Paulo Freire Vive !

"Verdades da Profissão de Professor
Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho.
A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda".
Paulo Freire



"Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas para transformá-lo; se não é possível mudá-lo sem um certo sonho ou projeto de mundo, devo usar toda possibilidade que tenha para não apenas falar de minha utopia, mas participar de práticas com ela coerentes".
Paulo Freire




"Mudar é dificil mas é possível"
Paulo Freire

Bossa Nova

Oficialmente a bossa nova começou num dia de agosto de 1958 quando chegou nas lojas de discos brasileiras o 78 rotações de número 14.360 do selo Odeon do cantor João Gilberto com as músicas Chega de Saudade (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) e Bim Bom (do próprio cantor). Unanimemente reconhecido como papa do estilo, João tinha acompanhado ao violão um pouco antes a cantora Elizeth Cardoso em duas faixas do também inaugural Canção do Amor Demais (LP exclusivamente dedicado às canções da iniciante dupla Tom & Vinicius) com a célebre batida, sincopada no tempo fraco pelos bateristas. Para desembocar na revolução harmônica sintetizada na voz & violão do baiano nascido em Juazeiro, muitos acordes dissonantes (ironizados na canção manifesto Desafinado, de Tom e Newton Mendonça) foram disparados.

A avassaladora influência da cultura americana do Pós-Guerra combinada à influência do impressionismo erudito (Debussy, Ravel) e um inconformismo com o formato musical dos dós de peito acompanhados por regional disseminaram descontentes inovadores como os violonistas Garoto, Valzinho, Laurindo de Almeida, Luís Bonfá, o (então) acordeonista João Donato e principalmente o pianista e compositor Johnny Alf. Alguns deles (mais cantoras como Nora Ney e Doris Monteiro) reuniam-se em fã-clubes caseiros como os que tributavam Dick Farney & Frank Sinatra, Dick Haymes & Lucio Alves para cultuar seus mitos e ensaiar as mudanças.

Ao próprio Farney seria atribuído outro marco inaugural, a gravação camerística (com arranjo de Radamés Gnattali, também modernista) do samba canção Copacabana (João de Barro/ Alberto Ribeiro) em 1946. Seu rival Lúcio Alves integrava o Namorados da Lua, um dos muitos grupos vocais — como os pioneiros Os Cariocas — que sob influência dos congêneres americanos espalhavam arrojadas combinações harmônicas pela MPB pós-samba canção já em fase de modernização por autores como Dorival Caymmi (Marina, Nem Eu) e Tito Madi (Cansei de Ilusões, Não Diga Não). O tripé da nova bossa moldada por João assentava suas bases na densidade musical do compositor Antonio Carlos Jobim (ex-aluno do dodecafonista alemão Koellreuter), autor em meados dos 50 da inovadora Sinfonia do Rio de Janeiro (arranjos do mesmo Gnattali) e da provocante Teresa da Praia (ambas com Billy Blanco) e no brilhantismo poético do experiente diplomata Vinicius de Moraes (parceria iniciada na peça deste, Orfeu da Conceição, em 1956).

Sambalanço
Paralelamente à ascensão da bossa, escalava as paradas o sambalanço, que sem chegar a constituir-se num movimento, injetou mais teleco-teco (como se dizia na época) no velho ritmo gestado na casa das tias baianas no centro do Rio no começo do século. Alguns fornecedores e expoentes do setor: Elza Soares, Miltinho (egresso do grupo vocal Os Namorados), Ed Lincoln (que tocava na boate Plaza, outro reduto da inaugural da bossa), Djalma Ferreira, Orlan Divo, Silvio Cesar, Luís Bandeira (autor de "Apito no samba"), Pedrinho Rodrigues, Luis Reis, Haroldo Barbosa, Luis Antonio, Jadir de Castro e João Roberto Kelly.

Mas a bossa era acima de tudo um movimento da emergência urbana do país na fase desenvolvimentista da presidência de Juscelino Kubitschek (1955-60) e concentrou-se no Rio em apartamentos da zona sul como o da futura cantora Nara Leão. Ela sediava em Copacabana encontros de jovens autores e músicos como Carlos Lyra, Roberto Menescal, Ronaldo Bôscoli, Sérgio Ricardo e Chico Feitosa, entre outros. Os shows do grupo começaram no ambito universitário (foi o primeiro movimento musical brasileiro a sair das faculdades) e agregaram inúmeros outros inovadores. De Durval Ferreira (Sambop, Batida Diferente) à precursora Silvia Telles (a quem alguns atribuem mais um marco inaugural, Foi a Noite, de Tom e Newton Mendonça, em 1957), Leny Andrade e as primeiras formações instrumentais da nova tendência lideradas por gente como Oscar Castro Neves (e seus irmãos músicos), Sérgio Mendes, Luis Carlos Vinhas, J.T. Meirelles, além do instrumental/vocal Tamba Trio (Luis Eça, Bebeto, Hélcio Milito) que ao lado do Bossa 3 (Vinhas, Tião Netto, Edison Machado) daria início a uma febre de conjuntos de piano, baixo e bateria. Foi um momento de efervescência instrumental com o aparecimento de músicos novos como Paulo Moura, Tenório Junior, Dom Um Romão, Milton Banana, Edson Maciel, Raul de Souza e a ascensão de maestro arranjadores como Moacyr Santos e Eumir Deodato.

O sucesso nos palcos universitários não tirou o intimismo do movimento que concentraria novas forças em pocket shows nos minúsculos bares do chamado Beco das Garrafas (nomeado a partir dos projetéis atirados pelos vizinhos contra o barulho) em Copacabana. De lá sairiam, paradoxalmente, artistas de uma fase mais extrovertida da bossa como Elis Regina (coreografada pelo bailarino americano Lennie Dale, que também cantava), Wilson Simonal e Jorge Ben (atual Jor).

Filial paulistana
A cidade de São Paulo, que já acolhera os exilados cariocas Johnny Alf, Claudette Soares e Alaíde Costa lastreou uma filial do movimento com trios instrumentais como o Zimbo, Sambalanço (de onde sairiam Cesar Camargo Mariano e Airto Moreira), Jongo, Bossa Jazz, Manfredo Fest (pianista que acabaria radicado nos EUA), o cantor Agostinho dos Santos, as cantoras Maysa, Elsa Laranjeira e Ana Lúcia, a compositora Vera Brasil (Tema do Boneco de Palha), o violonista Paulinho Nogueira, os compositores Walter Santos e Geraldo Vandré (que lançaria o protesto Menino das Laranjas do futuro parceiro Théo de Barros) e o organista Walter Wanderley entre outros.

Junto com a cisão estética, que limitaria a duração da fase ortodoxa da bossa ao período 1958-1965, uma repartição política quebraria o movimento já reforçado por uma geração intermediária formada por Marcos Valle, Dori Caymmi, Edu Lobo, Francis Hime e Joyce. O Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes estimulava uma visão popular e nacionalista da cultura brasileira que levou à autocrítica de um dos pilares da bossa, Carlos Lyra, em Influência do Jazz ("pobre samba meu/ foi se misturando/ se modernizando/ e se perdeu") além de uma aproximação com os compositores de morro como Zé Ketti, com quem ele compôs o Samba da Legalidade (referindo-se à tentativa de impedir a posse de João Goulart, vice do presidente renunciante, Jânio Quadros).

Dessa corrente, a que se filiaria a Nara Leão do disco de estréia onde promovia sambistas como Cartola, Elton Medeiros e Nelson Cavaquinho e o ás do baião e xote nordestinos João do Vale, autor de Carcará, eram ainda outros parceiros de Lyra como Nelson Lins e Barros, Geraldo Vandré (Aruanda) além de Sérgio Ricardo (Zelão). Na mesma direção de releitura (com as harmonias da bossa) das raízes étnicas, Vinicius de Moraes e o violonista Baden Powell comporiam a série de afro-sambas (Berimbau, Canto de Ossanha). Ironicamente, o mesmo Vinicius, parceiro de Tom Jobim no maior clássico do movimento, Garota de Ipanema — que gravada em 1963 por João Gilberto, sua mulher Astrud, o saxofonista do cool jazz Stan Getz e Tom Jobim nos EUA expandiria o estilo pelo planeta — iria compor com Edu Lobo o marco do fim da bossa. Arrastão, da dupla, cantada por Elis Regina, no I Festival da Música Popular Brasileira, da TV Excelsior, em 1965, iniciaria a rotulada MPB. O reinado difuso do conglomerado de tendências abarcado por esta sigla duraria até 1982 quando deu-se a erupção do BRock, a partir da explosão do grupo Blitz.

Estética perene
O fim cronológico da bossa não significou sua extinção estética. O jazz que a influenciou recebeu o troco a partir do sucesso estrondoso da versão instrumental de Desafinado pela dupla Stan Getz (sax) e Charlie Byrd (guitarra), em 1962. No mesmo ano um elenco de músicos brasileiros tomaria o palco do Carnegie Hall, em Nova Iorque e a partir daí vários estabeleceriam bases por lá como Oscar Castro Neves, Sérgio Mendes, Luis Bonfá e Eumir Deodato. Algumas das principais músicas do movimento foram regravadas por ases como Ella Fitzgerald, Miles Davis, Sarah Vaughan, Herbie Mann, Charlie Byrd, Oscar Peterson, Bill Evans, Coleman Hawkins, Cannonball Adderley, Gerry Mulligan e inúmeros outros. E com o aparecimento de novas gerações de jazzistas, vários dos chamados young lions, mostraram-se reverentes ao estilo. Antes, em 1967, o barítono intimista Frank Sinatra, voz guia dos primeiros vagidos da bossa (além de Chet Baker e do minimalista do acordeon Joe Mooney) reconheceria a afinidade num reverente dueto em disco com Tom Jobim. Isso sem contar os franco-atiradores que aproveitaram o modismo para vender falsas bossas ao público americano como Eddie Gourmé (Blame It On The Bossa Nova), Ruby & The Romantics (Our Day Will Come) e até um irreconhecivel Elvis Presley na rumba Bossa Nova Baby.

Duas décadas depois, a bossa ainda influenciaria uma corrente pós-punk inglesa, através do beije sound ou new bossa de grupos como Style Council, Matt Bianco (da cantora Basia, que dedicaria uma música a Astrud Gilberto) e Everything But the Girl. A tendência teria reflexo no BRock de Lobão a Cazuza (Faz Parte do Meu Show). Mais adiante, as pistas dançantes do acid jazz e o ramal eletrônico drum‘n’bass reabilitariam o groove da bossa, redescobrindo — e repaginando — de João Donato e Marcos Valle a Joyce e Edu Lobo.


Músicas

Chega de Saudade (Tom Jobim/ Vinicius de Moraes) – João Gilberto
Samba de uma Nota Só (Tom Jobim/ Newton Mendonça) – Nara Leão
Desafinado (Tom Jobim/ Newton Mendonça) – João Gilberto
Garota de Ipanema (Tom Jobim/ Vinicius de Moraes/ Norman Gimbel) – João e Astrud Gilberto, Stan Getz & Tom Jobim
O Barquinho (Roberto Menescal/ Ronaldo Bôscoli) – Maysa
Influência do Jazz (Carlos Lyra) – Carlos Lyra
Manhã de Carnaval (Luis Bonfá/ Antonio Maria) – Agostinho dos Santos, Luis Bonfá e Quarteto de Oscar Castro Neves no Carnegie Hall
Batida Diferente (Durval Ferreira/ Mauricio Einhorn) – Tamba Trio
Minha Namorada (Carlos Lyra/ Vinicius de Moraes) – Os Cariocas
Berimbau (Baden Powell/ Vinicius de Moraes) – Baden Powell
Lobo Bobo (Carlos Lyra/ Ronaldo Bôscoli) – Wilson Simonal
Corcovado (Quiet Nights of Quiet Stars) (Tom Jobim/ Gene Lees) – Tom Jobim e Frank Sinatra
Insensatez (Tom Jobim/ Vinicius de Moraes) – Tom Jobim
Dindi (Tom Jobim/ Aloysio de Oliveira) – Sylvia Telles
Ela É Carioca (Tom Jobim/ Vinicius de Moraes) – Sérgio Mendes e Sexteto Bossa Rio
Nanã (Moacyr Santos) – Moacyr Santos
Balanço Zona Sul ( Tito Madi) – Zimbo Trio
Zelão (Sérgio Ricardo) –Sérgio Ricardo
Sonho de Maria (Marcos e Paulo Sérgio Valle) – Tamba Trio
Samba do Avião (Tom Jobim) – Eumir Deodato
Amazonas (João Donato e Lysias Ênio) – João Donato
Mas Que Nada (Jorge Ben) – Jorge Ben
Tárik de Souza

Fonte: cliquemusic.uol.com Por Blog Professor Edgar Bom Jardim - PE

Jovem Guarda

Roberto Carlos, Wanderléia e Erasmo Carlos: uns dos mais conhecidos artistas da Jovem Guarda.


A partir da década de 1950, o cenário cultural brasileiro passou a vivenciar tempos de impressionante efervescência. Em virtude da popularização dos meios de comunicação e do contato com manifestações de outros países, a juventude brasileira experimentava novas formas de expressão que os inseria enquanto agentes ativos de sua cultura. No campo musical, o rock’n’roll caía no gosto de vários jovens que se identificavam com as músicas e a letras de Elvis Presley, Chuck Berry, Beatles e Rolling Stones.

Essa nova sonoridade experimentada motivou diversos jovens a reproduzirem esse novo gênero com letras ambientadas em cenários urbanos brasileiros. Novos cantores e bandas apareciam na cena musical da época, como os reis do “iê, iê, iê” embalados pelo som das guitarras elétricas e do ritmo ditado pelas baterias. Nesse mesmo período, a TV se torna o grande espaço de popularização de artistas como Roberto Carlos, Wanderléia, Erasmo Carlos, Sérgio Reis, Os Vips, Golden Boys, Jerry Adriani e Ronnie Von.

O aparecimento desses artistas acabou instituindo o movimento da “Jovem Guarda”, nome originalmente retirado do programa televiso da Record criado em 1965. Um dos fatores que possibilitaram a ascensão destes novos grupos e cantores na TV foi o espaço deixado pelos clubes de futebol, que haviam proibido a transmissão televisiva de suas partidas. Não por acaso, a entrada pela TV favorecia o uso do visual moderno e das performances agitadas entre aqueles que se apresentavam nos programas do período.

Em suas letras, os cenários harmoniosos e as paixões adolescentes eram recorrentes no canto daqueles novos artistas. As situações cotidianas representadas por meio dessas canções eram geralmente dotadas de um clima descontraído e por situações de natureza cômica. A euforia de um beijo roubado, o passeio de carro pela cidade ou a ida ao cinema se tornavam pano de fundo de situações ficcionais que povoavam o imaginário dos fãs daqueles jovens ídolos.

Apesar da fama alcançada, a Jovem Guarda também foi alvo das críticas dos que compreendiam a inserção do rock e o uso das temáticas românticas como uma total falta de compromisso para com os problemas vividos no país. Essa parcela de jovens e artistas avessa ao “iê, iê, iê” estava preocupada em utilizar a arte como instrumento eficaz para se discutir os problemas vividos no país. Muitas vezes, os membros da Jovem Guarda eram desvalorizados pelo tom “alienante” de suas canções.

Essa disputa ocorrida entre os “engajados” e o pessoal da Jovem Guarda chegou a estabelecer uma disputa de audiência nos meios de comunicação da época. Nesse mesmo período, um outro programa de televisão chamado “O Fino da Bossa”, apresentado pelos cantores Jair Rodrigues e Elis Regina, fazia diversas críticas contra as opções estéticas e temáticas dos cantores da Jovem Guarda.

De fato, essa disputa demonstrava a grande efervescência cultural do cenário musical brasileiro durante a década de 1960. Com o passar do tempo e o amadurecimento do público fiel à Jovem Guarda, muitos de seus artistas se aventuraram em outros campos da música. Essa situação pode ser vista através da carreira de Roberto Carlos, que nas décadas seguintes se transformaria em um dos maiores representantes da música romântica no Brasil.

Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

Fonte: brasilescola.com  Por Blog Professor Edgar Bom Jardim - PE

Jovem Guarda

A História da TV 60 anos (jovem guarda)

Video por 197968235

Globo Repórter, 30 anos da Jovem Guarda. 1995

Vídeo por rubinhonova

Nossas Homenagens aos Professores do Brasil e do Mundo - Reflexões de Paulo Freire

Paulo Freire 

Vídeo por catiatve

Video sobre el epnsamiento de Paulo Freire

Nossas Homenagens aos Professores do Brasil e do Mundo - Paulo Freire: Ultima Entrevista

Paulo Freire 

Vídeo: por cbuson

Paulo Freire Ultima Entrevista 2° parte

Vídeo: por cbuson

Divulgação Blog Professor Edgar Bom Jardim-PE