domingo, 12 de agosto de 2018

O movimento das microcasas pode ajudar a resolver a crise habitacional nos EUA?

microcasaDireito de imagemTINYDWELLINGCO/DIVULGAÇÃO
Image captionAs chamadas microcasas, popularizadas nos Estados Unidos a partir da crise econômica de 2008, continuam ganhando visibilidade em várias cidades americanas
De empreendimentos de luxo a abrigos para sem-teto, as chamadas microcasas, popularizadas nos EUA a partir da crise econômica de 2008, continuam ganhando visibilidade em várias cidades americanas. Mas os adeptos desse estilo de moradia, geralmente definido como residências de até 46 m², costumam esbarrar em alguns problemas comuns.
Como várias prefeituras proíbem moradias muito pequenas, alguns optam por microcasas sobre rodas, que são consideradas veículos recreativos ou residências móveis (como trailers). Mas mesmo esse tipo de unidade é alvo de restrições legais em muitas cidades, o que torna difícil encontrar um lugar para instalar a casa. Além disso, as condições de financiamento para essa categoria são similares às oferecidas para veículos, com prazos e taxas menos vantajosos do que os disponíveis para residências tradicionais.
Foi com esse cenário em mente que os idealizadores de uma comunidade de microcasas na cidade texana de Austin decidiram oferecer contratos que garantem o direito de utilização do terreno onde a residência será instalada por um período de 99 anos. Em comparação, a maioria dos empreendimentos do tipo oferece contratos de curto prazo, em torno de um ano.
"A principal diferença é a natureza permanente do nosso empreendimento. É importante que as pessoas possam criar raízes, planejar o futuro", disse à BBC News Brasil o responsável pelo projeto, James Stinson, CEO da empresa Tiny Dwelling Co.
Modelo de casa pequenaDireito de imagemTINYDWELLINGCO/DIVULGAÇÃO
Image captionSão conhecidas como "microcasas" as residências com menos de 46 m²
"Com o contrato de longo prazo, os proprietários conseguem melhores condições de financiamento para as casas. O prazo maior (para pagar) ajuda a reduzir custos mensais."
Os futuros moradores da comunidade, chamada Constellation ATX, poderão escolher entre 82 lotes com mensalidades de 725 dólares (cerca de R$ 2,7 mil) a 1.025 dólares (cerca de R$ 3,8 mil), dependendo da localização e do tamanho do terreno. Só serão aceitas casas de fabricantes pré-aprovados, entre eles Kasita e I. M. Home, com preço em torno de 140 mil dólares (cerca de R$ 520 mil).
Segundo Stinson, os valores ficam abaixo do que um proprietário gastaria para comprar um terreno e construir uma casa. "Em Austin, um lote básico custa em torno de 250 mil dólares. Isso sem contar gastos com infraestrutura e todo o planejamento necessário para a construção", afirma.
"Com o contrato de longo prazo, os custos ficam semelhantes aos de aluguel, mas em vez disso você tem o direito de uso do terreno por 99 anos, e é transferível. Pode vender a casa e ter lucro, o que não ocorre no caso de aluguel."

Modelos

Os nove modelos de casas disponíveis variam de 37 m² a 65 m², talvez maiores do que a imagem que o termo microcasa evoca, mas ainda assim bem menores do que o tamanho médio das residências americanas, que fica em torno de 245 m².
Todas vêm equipadas com eletricidade, água quente, wifi, lavadora e secadora de roupas. Algumas têm máquina de lavar louça e garagem.
Stinson ressalta que "truques" como pé direito alto, janelas grandes e uso de armários para criar diferentes cômodos e espaços de armazenamento escondidos fazem o espaço parecer maior.
Casa vista de foraDireito de imagemTINYDWELLINGCO/DIVULGAÇÃO
Image captionAlguns truques arquitetônicos ajudam a tornar as pequenas casas mais confortáveis, como pé-direito alto
"Apesar do preço mais baixo, a ideia não é de austeridade, e sim ter uma casa pequena com talvez até mais comodidade do que uma residência tradicional", diz Stinson.
A área inclui piscina, clube e cozinha comunitária e fica perto de cafés e restaurantes, ao contrário da maioria dos empreendimentos do tipo, que, devido a restrições legais, costumam ser localizados em áreas remotas e sem opções de entretenimento.
Stinson salienta que um dos focos do projeto é incentivar o senso de comunidade entre os moradores, que devem chegar em 2019 e são, em sua maioria, jovens profissionais. "Muitos viajam bastante por conta do emprego, não estão em Austin o tempo todo. Alguns dizem ser atraídos pela diferença de preço, dizem que com o dinheiro economizado podem viajar mais ou se aposentar mais cedo", diz.

Projetos

Microcasas costumam atrair desde pessoas que querem aderir a um estilo de vida menos consumista até aqueles que pretendem evitar as dívidas e altos custos de uma residência tradicional, em um momento em que muitas cidades americanas enfrentam escassez de moradia com preços acessíveis.
Segundo relatório da Universidade de Harvard publicado neste ano, em quase um terço dos lares americanos os moradores gastam mais de 30% de sua renda em moradia. Em 11 milhões de lares os moradores gastam mais de metade da renda em aluguel.
Diante da crise habitacional, microcasas despontam como alternativa em várias cidades. Em Nova York, há oferta de microapartamentos de luxo a partir de 24m2. No Arizona, está em desenvolvimento uma comunidade de microcasas exclusiva para professores que, de outra maneira, não teriam como pagar por moradia perto da escola. Em Portland, no Estado de Oregon, há um hotel composto por microcasas, para quem quer experimentar esse estilo de moradia.
planta da microcasaDireito de imagemTINYDWELLINGCO/DIVULGAÇÃO
Image captionEsse tipo de residência existe em cidades como Chicago, Baltimore e Nashville
Cidades como Chicago, Baltimore, Providence, Nashville, Madison e muitas outras abrigam projetos de microcasas destinadas a trabalhadores de baixa renda ou sem-teto. Ao contrário dos empreendimentos de luxo, essas unidades geralmente são menores e mais básicas, muitas vezes com uso compartilhado de chuveiros, cozinha, lavanderia e outras comodidades nas áreas comuns.
"Vários acampamentos de sem-teto evoluíram para comunidades de microcasas, não necessariamente porque os moradores preferem microcasas, mas porque em muitas cidades esse tipo de comunidade é mais aceita e tolerada (do que acampamentos)", disse à BBC Brasil o arquiteto Roland Graf, professor da Escola de Arte e Design da Universidade de Michigan.

Solução

Alguns críticos questionam se microcasas podem realmente ser uma solução duradoura para a crise habitacional e não apenas servir como moradia temporária.
Entre as limitações está o fato de que os moradores costumam ser jovens solteiros ou casais sem filhos, e há dúvidas se esse modelo é viável para famílias maiores.
Para Graf, há basicamente três tipos de usuários: "os sem-teto, as pessoas que querem economizar e os hipsters com muito dinheiro, que simplesmente querem demonstrar suas habilidades em design e arquitetura construindo microcasas em áreas remotas".
microcasa por dentroDireito de imagemTINYDWELLINGCO/DIVULGAÇÃO
Image captionElas são populares entre 'sem-tetos', hipsters e pessoas que querem economizar para investir em algo específico
Graf ressalta que faz parte da cultura americana morar em casas enormes, e pode ser difícil convencer uma família de classe média a viver em 65 m2.
"Acho uma boa ideia reduzir o tamanho das residências, não apenas para torná-las mais acessíveis, mas também para reduzir o impacto ambiental", observa.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Cristo (José Pimentel) é internado na UTI

Foto: Wellington Dantas/Divulgação (Foto: Wellington Dantas/Divulgação)
Foto: Wellington Dantas/Divulgação
O ator pernambucano José Pimentel, 84, famoso por interpretar Jesus na Paixão de Cristo do Recife, está internado desde a última quarta-feira, na UTI do Hospital Esperança. Segundo informações, o artista passa por tratamento de um enfisema pulmonar.

Em nota, a família afirmou que as visitas estão restritas apenas à familiares e amigos próximos.

Confira a nota na íntegra:

A família do ator e diretor José Pimentel comunica à sociedade pernambucana e à imprensa que ele encontra-se internado no Hospital Esperança Recife para tratamento de um enfisema pulmonar.

José Pimentel tem 84 anos e há 21 dirige e atua na Paixão de Cristo do Recife, tendo sido substituído no papel título de Jesus este ano. 

Pimentel é precursor dos dramas da Paixão de Cristo em Pernambuco, tendo sido fundador da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém há 52 anos.

Ele está na UTI, aos cuidados dos médicos especialistas Henrique Guido e Roberto Borges, que já há muitos anos acompanham a família. As visitas ao paciente estão restritas aos familiares e amigos mais próximos. Os familiares de Pimentel pedem, a todos, orações para o seu restabelecimento.

Assina a nota a filha do diretor, Lilian Pimentel.
Com informações do Diario de Pernambuico
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Geopolítica:O que são as armas hipersônicas, alvo de disputa entre EUA, Rússia e China para desenvolvê-las primeiro

ArmaDireito de imagemUS AIR FORCE
Image captionOs EUA foram os primeiros a cogitar o desenvolvimento de armas hipersônicas, seguidos pela Rússia e, depois, pela China
Elas parecem ter saído de uma cena de Star Wars. E, de fato, se deslocam a "velocidades interestelares".
A velocidade é tão alta que pode quebra a barreira do som e, também, de qualquer sistema de defesa existente.
São as chamadas armas hipersônicas - antiga ambição armamentista da Guerra Fria -, que vieram à tona novamente nos últimos dias.
China anunciou nesta semana que testou pela primeira vez com sucesso o Xingkong-2 ("Céu Estrelado-2" em tradução livre), uma aeronave hipersônica não tripulada que viajou, segundo o governo chinês, a 7.344 quilômetros por hora.
Ou seja, seis vezes mais rápida que a velocidade do som, capaz de dar uma volta completa na linha do Equador em menos de duas horas.
Mas eles não são os primeiros.
Rússia comunicou, no mês passado, que seus MiG-31 que patrulham o Mar Cáspio estavam armados desde abril com um novo míssil hipersônico, o Kinjal.
O Ministério da Defesa russo também afirmou que, em breve, estaria pronto o Avangard, um sistema de mísseis que poderia percorrer distâncias intercontinentais a uma velocidade hipersônica de 24.140 quilômetros por hora.
A Força Aérea dos Estados Unidos, por sua vez, anunciou em 2015 a meta de desenvolver uma arma hipersônica até 2023, e mostrou vários avanços nesse sentido. Mas diante do crescente progresso de Pequim e Moscou, Washington começa a manifestar preocupação com os progressos do outro lado do Pacífico.
Recentemente, a Agência de Defesa contra Mísseis dos EUA solicitou US$ 120 milhões de orçamento para 2019, destinados a desenvolver sistemas de proteção contra mísseis hipersônicos.
Para se ter uma ideia, em 2016, o departamento solicitara US$ 75 milhões para a mesma finalidade.
"Washington tem até agora um sistema antimíssil que ainda não sabe se funcionará efetivamente diante de um ataque real, mas não tem nenhum mecanismo para se defender contra esses novos dispositivos", explica à BBC News Mundo, serviço da BBC em espanhol, George Nacouzi, especialista em armas hipersônicas da Rand Corporation, centro de estudos que oferece consultoria para as Forças Armadas americanas.
Mas em que consistem as armas hipersônicas e por que despertam tanta preocupação?

O que são armas hipersônicas

Por definição, as armas hipersônicas são aquelas que ultrapassam a velocidade do som em seu voo, segundo explica James Acton, codiretor do Programa de Política Nuclear do Carnegie Endowment for International Peace, centro de estudos com sede em Washington.
Ou seja, 1.237 quilômetros por hora (a uma temperatura de 20ºC).
"Teoricamente, elas podem ultrapassar cinco, 10, 20 vezes ou mais a velocidade do som", diz o especialista.
ArmaDireito de imagemUS AIR FORCE
Image captionOs mísseis de cruzeiro hipersônicos possuem um sistema de propulsão que quebra a barreira do som várias vezes
Nacouzi lembra, por sua vez, que existem dois tipos de armas hipersônicas:
  • Veículos planadores hipersônicos (HGV, na sigla em inglês), que são enviados ao espaço, alcançam altas altitudes e, em seguida, retornam com trajetórias sem curso definido em direção ao alvo.
  • Mísseis de cruzeiro hipersônicos (HCM, na sigla em inglês), um tipo de projétil que conta com um sistema de propulsão que quebra a barreira do som várias vezes.
Ambos podem viajar a velocidades superiores a 6.115 quilômetros por hora.
Segundo Acton, a fabricação desse tipo de armamento é uma aspiração desde a Guerra Fria, mas seu desenvolvimento enfrenta vários desafios tecnológicos.
AviãoDireito de imagemUS AIR FORCE
Image captionOs veículos hipersônicos nem sempre são armas, também podem ser qualquer tipo de aeronave cuja velocidade ultrapasse a barreira do som
"Depende do tipo de arma hipersônica, mas no caso da primeira (HGV), uma das principais limitações é a temperatura. Elas atingem temperaturas muito elevadas na atmosfera e podem derreter. Então, o desenvolvimento de materiais resistentes e o controle do calor seriam dois elementos a serem levados em conta", destaca.
"No segundo caso (HCM), o problema é o motor, ou seja, como fazer com que sejam rápidos o suficiente e mantenham essa velocidade durante longas distâncias sem o motor explodir", acrescenta.
Nacouzi observa que o maior desafio estratégico destes dispositivos é que, até agora, as armas existentes possuem uma trajetória de voo previsível.
"As armas hipersônicas, entretanto, apresentam trajetórias de voo imprevisíveis e se deslocam a velocidades ou altitudes variáveis, por isso é muito difícil se defender delas. Então, nem os Estados Unidos nem qualquer outro país têm sistemas de defesa eficazes contra um ataque desse tipo", explica.
A boa notícia é que, de acordo com o especialista, essa ainda é uma possibilidade remota, uma vez que apenas três países estão fazendo progressos significativos no seu desenvolvimento.
A má, acrescenta, é que sua implementação está dando lugar a uma nova "corrida armamentista" para alcançá-la.

A nova corrida

Acton também concorda que os três países estão disputando uma "corrida" para ver quem domina esse tipo de armamento primeiro.
"Eles estão desenvolvendo as tecnologias, defendem seu desenvolvimento, investem grandes somas de dinheiro, e parte da justificativa é a produção desse tipo arma por parte de outros países. Por isso que há definitivamente uma nova corrida armamentista", analisa.
AeronaveDireito de imagemUS AIR FORCE
Image captionOs EUA apresentaram, em 2010, o Boeing X-51, um míssil de cruzeiro hipersônico
Segundo ele, se a China está mais interessada em foguetes, a Rússia parece ter se concentrado em planadores, embora Moscou tenha anunciado que, no próximo ano, pode começar a produzir seu míssil intercontinental de longo alcance.
Nacouzi ressalta que, no caso dos Estados Unidos, os especialistas estão trabalhando nessa área há mais de 30 anos, mas, até onde se sabe, não desenvolveram nenhuma tecnologia, seja pelo custo ou por outros motivos.
No entanto, o secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, disse em abril, antes de uma audiência do Comitê de Serviços Armados do Senado, que as armas hipersônicas e sistemas de defesa contra as mesmas eram "prioridade número um" para a pesquisa e desenvolvimento militar do país.
"A evidência disponível sugere que os Estados Unidos continuam a liderar essas tecnologias", diz Acton.

A nova ameaça nuclear

O físico considera, porém, que o maior desafio não está apenas no desenvolvimento desse tipo de armamento, mas em outros elementos que podem se originar dele.
"Essas armas ainda não foram produzidas em larga escala. Mas, para mim, a maior consequência disso seria se, por um lado, a Rússia ou a China implementassem sistemas de longo alcance com capacidade nuclear", avalia.
Vídeo divulgado por Putin mostra mísseis se dirigindo em direção à TerraDireito de imagemEPA
Image captionOs veículos planadores hipersônicos alcançam altas altitudes e, em seguida, entram novamente na atmosfera com trajetórias erráticas até o alvo
Segundo o especialista, ambos os países parecem estar dispostos a equipar suas armas hipersônicas com ogivas atômicas, enquanto os Estados Unidos procuram associá-las a armas convencionais.
E a diferença, diz Action, é que as armas nucleares hipersônicas não requerem a precisão demandada pelos armamentos convencionais: a destruição pode ser a mesma, sem a necessidade de atingir um alvo identificado.
"Se elas vão ser usadas com capacidade nuclear ou não, o fato é que os Estados Unidos nunca foram ameaçados por armas convencionais chinesas e sua vulnerabilidade às armas convencionais russas tem sido muito limitada. E com essas armas, carregando ogivas nucleares ou não, o perigo é muito maior do ponto de vista de segurança", acrescenta.
Com todas essas cartas na mesa, os especialistas não têm dúvida de que as armas hipersônicas serão um fator-chave em potenciais ameaças ou guerras no futuro.
Fonte:BBC

Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Debate na Band: assista ao 1º confronto entre os presidenciáveis



Professor Edgar Bom Jardim - PE

Recorde de mortes violentas em 2017


Apenas em 2017, o Brasil registrou 63.880 mortes violentas, omaior número de homicídios da história recente do país. Os dados indicam que foram assassinadas 175 pessoas por dia, registrando elevação de 2,9% em comparação a 2016. A taxa é de 30,8 mortes para cada 100 mil habitantes.

Os dados fazem parte do 12º Anuário de Segurança Pública divulgado nesta quinta-feira (9), em São Paulo, durante o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O Rio Grande do Norte (68) registrou a maior taxa de mortes violentas por 100 mil habitantes, seguido por Acre (63,9) e Ceará (59,1).

As menores taxas estão em São Paulo (10,7), seguida de Santa Catarina (16,5) e Distrito Federal (18,2). De acordo com o levantamento, o número de homicídios dolosos cresceu 2,1%, ao atingir os 55.900. As lesões corporais seguidas de morte totalizaram 955, com crescimento de 12,3%. Já os latrocínios caíram 8,2% e foram 2.460

Violência policial
O número de policiais mortos reduziu 4,9%, chegando a 367. Na contramão, o número de pessoas mortas em intervenções policiais registrou aumento de 20%, com 5.144 casos em 2017.

Violência contra a mulher
Os indicadores mostram ainda que os estupros aumentaram 8,4%, chegando a 60.018. Os casos de feminicídio totalizaram 1.133. Em 2017 foram registrados 221.238 casos de violência doméstica, uma média de 606 por dia. Também houve crescimento no número de mulheres vítimas de homicídio (6,1%), chegando a 4.539.

Armas de fogo
No ano passado, foram apreendidas 119.484 armas de fogo. Dessas, 94,9% não eram cadastradas no sistema da Polícia Federal (Sinarm). Entre as armas legais apreendidas, 13.782 tinham sido perdidas, extraviadas ou roubadas – o que equivale a 11,5% das armas apreendidas no período.

Desaparecimentos

Os dados do estudo contabilizam 82.684 registros de pessoas desaparecidas apenas em 2017.

População carcerária
De acordo com o anuário, a população carcerária brasileira era de 729.463 pessoas em 
2016 - 689.947 no sistema penitenciário e 39.516 sob custódia das polícias. O estudo mostra ainda o déficit no sistema prisional que contava com 367.217 vagas, o que resulta em duas pessoas presas para cada vaga.
Com informações de Folha de Pernambuco/Ag. Brasil
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Hoje tem Debate Presidente na Band


A Band esteve ao lado do Governo Temer. Qual será a posição da emissora até o final das eleições 2018? Continuará defendendo as ações do governo federal? 
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Sociedade:Não se compra o afeto, nem se corta o corpo


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Nos avessos do mundo, a vida corre, sem muita definição e com incertezas. Há estrelas apaixonadas, no firmamento, que conseguem firmar seus brilhos. Há travessias cheias de pântanos que assustam as crianças perdidas.Não pense que existe algo estático. O mundo pede movimento, mesmo quando o cansaço derruba o corpo. Talvez, a morte evite balanços. Nada é garantia de nada. A sociedade quer vender tudo, mas esquece que as falsificações não consolidam todos os espaços. A desconfiança ajuda a não se defender das calúnias e ler os significados da intuição.
Se tudo é mercadoria, temos que escapar, escutar a rebeldia e se negar aos chamados da servidão voluntária. O afeto não deve ser uma mercadoria. Ele não tem dia marcado,  multiplica sentimentos. O capitalismo não sossega, enquanto não fragmentar cada pedaço do mundo. Não desista. Há vestígios, memórias, mitos. Nem tudo está completo e a imaginação não se apagou. Não corte seu corpo com raiva do inimigo, nem considere no espelho a imagem mais nítida. A ciência venho, também, para confundir. Trouxe razões feiticeiras.
Desenhe seu sonhos, porque não é proibido sonhar As regras enchem o mundo de burocracia, porém a indefinição deixa lugares de invenção. O abraço não deve ser frio, como cumprimento acidental. O corpo exige calor, para se livrar dos estranhamentos  vistantes da vida. Os descuidos são constantes, a lucidez sempre volta e as paixões estão nas esquinas do coração. Quem nega que no corpo se fixam afetos ou se desmancham ousadias? Portanto , escreve-se para impedir a  falecimento do mundo, salvar as estrelas, debater com os medos.
A história é a presença. Contempla o tempo, sem anular as perguntas. É um engano destratar o movimento, congelar a depressão para oprimir o ânimo. Saltar o momento transcende as mortes anunciadas. Por isso, a história se vai, planeja o impossível, desafia a lei da gravidade. Freud observou as neuroses, as infantilizações, as dificuldades de dividir o afeto. Converse com ele. A ligação com o outro, não abandona as dúvidas. O sentir tenta superar as tecnologias positivas, exaltadas como salvação. Seu corpo possui vias de sangue e não alimenta chips. Não se despedace. A astúcia de Ulissses
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Estupidez: Mourão liga índio à 'indolência' e negro à 'malandragem'



Candidato à Vice-Presidência da República na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), o general da reserva Hamilton Mourão disse ontem que o Brasil herdou a cultura de privilégios dos ibéricos, a indolência dos indígenas e a malandragem dos africanos. A declaração foi feita em um evento em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, quando Mourão falava sobre as condições de subdesenvolvimento do País e da América Latina. 

"E o nosso Brasil? Já citei nosso porte estratégico. Mas tem uma dificuldade para transformar isso em poder. Ainda existe o famoso ‘complexo de vira-lata’ aqui no nosso país, infelizmente" disse Mourão. "Essa herança do privilégio é uma herança ibérica. Temos uma certa herança da indolência, que vem da cultura indígena. Eu sou indígena. Meu pai é amazonense. E a malandragem. Nada contra, mas a malandragem é oriunda do africano. Então, esse é o nosso cadinho cultural." 

Mourão participou de almoço da Câmara de Indústria e Comércio da cidade na primeira agenda de campanha dele como vice na chapa de Bolsonaro. A declaração foi antecipada pelo site da revista Veja e confirmada pelo jornal "O Estado de S. Paulo".

No evento, o general também afirmou ser favorável à democracia e voltou a dizer que "intervenção militar não é varinha mágica", apesar de tê-la defendido no passado. Em setembro passado, Mourão chegou a falar na possibilidade de intervenção militar caso as instituições do País não resolvam a crise política, "retirando da vida pública esses elementos envolvidos em todos os ilícitos". Anteontem, no evento que referendou seu nome para a vice de Bolsonaro, ele admitiu que não foi "feliz na forma como disse isso" e que isso deu "margem para outras interpretações". 

O general da reserva negou que seu comentário tenha sido racista. "Quiseram colocar que o Bolsonaro é racista, agora querem colocar em mim. Não sou racista, muito pelo contrário. Tenho orgulho da nossa raça brasileira", afirmou. "O que eu fiz foi nada mais nada menos que mostrar que nós, brasileiros, somos uma amálgama de três raças, a junção do branco europeu com o indígena que habitava as Américas e os negros africanos que foram trazidos para cá", disse. 

Ele disse ter criticado também os portugueses: "Eu falei que a herança de privilégios é ibérica, do português que gosta de ter privilégios". 

Repercussão


A fala do general foi criticada por presidenciáveis. O candidato do PSOL, Guilherme Boulos, afirmou que Bolsonaro e Mourão "se merecem". "Quando o preconceito se junta com a estupidez o resultado é esse", criticou nas redes sociais. A candidata da Rede, Marina Silva, também avaliou o comentário como preconceituoso. "Extremismo e racismo são uma combinação perigosa. Não podemos tolerar racismo numa corrida presidencial." 

Já Bolsonaro se desvencilhou da declaração de seu vice. "Ele que explique para vocês, se é que ele falou. Eu não tenho nada a ver com isso", disse. Sobre a crítica de Marina, Mourão disse que respeita a concorrente. "Gostaria de sentar e conversar com a Marina, porque aí talvez ela entendesse quem eu sou e não tecesse comentários sem conhecer a pessoa. Eu tenho muito respeito por ela, que teve uma origem difícil e por seu mérito ocupa uma posição de destaque no cenário nacional." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. 
Com informações do Diario de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE