segunda-feira, 28 de maio de 2018

Como se produz a menstruação e por que algumas mulheres sentem mais dor que outras


O ciclo menstrual é um fenômeno tão natural quanto respirar ou digerir, e acontece uma vez por mês com mais da metade da população mundial.
Apesar disso, ao longo da história, inúmeros preconceitos, crenças e estigmas negativos foram gerados em torno da menstruação.
Um estudo do Unicef de 2015 mostrou que uma em cada três meninas do sul da Ásia não conhecia nada sobre a menstruação antes de ficar menstruada pela primeira vez, enquanto 48% das meninas do Irã e 10% das meninas na Índia acreditavam que a menstruação era uma doença.
A consequência principal dessa situação é que ainda hoje milhões de mulheres sofrem de vergonha e isolamento quando estão menstruadas.
É por isso que todo dia 28 de maio se celebra mundialmente o Dia Internacional da Higiene Menstrual, uma iniciativa da ONG alemã Wash United (Water, Sanitation and Hygiene, em inglês), com o objetivo de quebrar o silêncio em torno do tema.
Mas como se dá exatamente esse processo biológico?

O que é o ciclo menstrual

O primeiro passo para romper esse tabu é entender o que acontece no corpo da mulher a partir da puberdade - entre os 10 e os 14 anos- e até os 45-50 anos.
Biologicamente, o ciclo menstrual é o processo de expulsão de um óvulo não fecundado, que se conclui com uma hemorragia, também chamada de menstruação.
A duração do ciclo menstrual costuma ser de 28 dias e se divide em duas fases de duração similar, separadas entre si pela ovulação.
Adolescente con absorventeDireito de imagemISTOCK
Image captionBiologicamente, o ciclo menstrual é o processo de expulsão de um óvulo não fecundado

Quando começa?

A primeira fase, conhecida como fase folicular, dura uma ou duas semanas.
Durante esse período, um óvulo - célula femininas de reprodução-, cresce e amadurece dentro de um ovário.
Ao mesmo tempo, os ovários produzem hormônios que favorecem o desenvolvimento da camada que reveste o útero, chamada de endométrio.
Ao longo dos dias, o endométrio engrossa e fica rico em vasos sanguíneos, preparando-se para receber o óvulo no momento em que for liberado pelo ovário.
Quando o óvulo amadurece, no 14º dia do ciclo, aproximadamente, ele se separa do ovário - no processo de ovulação - e sai pela trompa de falópio até o útero.
Se o óvulo foi fecundado por um espermatozóide, ele será implantado no endométrio - e assim começará o processo da gravidez.
Se, por outro lado, não houver fecundação, o óvulo morre dois ou três dias depois de ter saído do ovário, sendo expulso na fase seguinte.
Mulher vendo um calendárioDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionEstima-se que aproximadamente um terço das mulheres sofram com dores muito intensas durante a menstruação.

Por que as mulheres sangram?

No período que vai do dia 14 ao 28, conhecido como a fase lútea, o endométrio aumenta seu espessura ainda mais, e aumentam o número e o tamanho dos vasos sanguíneos que o nutrem. Até o dia 25 do ciclo, a produção de hormônios por parte dos ovários começa a diminuir.
O útero fica incapaz de manter por si só o sustento de sua camada interna, já bastante grossa e cheia de vasos sanguíneos.
É então que ocorre a hemorragia, que dura de três a sete dias e é composta por células do endométrio e pelo sangue em suas pequenas artérias e veias.
Assim se produz o fluxo menstrual - e o começo de um novo ciclo.

Por que algumas mulheres sentem dor?

É comum que muitas mulheres sofram de mal-estar durante a menstruação, embora sua intensidade varie de pessoa para pessoa.
Estima-se que aproximadamente um terço das mulheres sofram dores muito intensas durante a menstruação.
As cólicas, dor de cabeça ou dores nas costas, sensação de náusea ou mal-estar geral são os sintomas mais comuns e costumam durar cerca de 24 horas.
Embora não haja nenhuma teoria que explique de forma exaustiva quais são as causas da dismenorreia, é possível identificar dois tipos distintos de cólica.
Mujer con dolorDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionA dismenorreia secundária causa dores mais intenesas e podem esconder alteraçõe no corpo

Cólica mais comum

O tipo mais comum de dor menstrual é a dismenorreia primária, outro nome para cólica menstrual. Sua causa principal é o excesso de prostaglandinas no útero, substâncias químicas que fazem os músculos uterinos se contraírem e relaxarem, provocando cólica, para expulsar o endométrio durante a menstruação.
A dor pode começar um ou dois dias antes do ciclo menstrual e, normalmente costuma durar poucos dias, embora em algumas mulheres possa se alongar por mais tempo.

Cólica mais intensa

Já a dismenorreia secundária causa dores mais intensas. Suas causas podem ser explicadas por alterações como a endometriose, os miomas uterinos, os cistos de ovário e infecções, entre outros.
Esse tipo de dismenorreia comumente começa mais tarde na vida e tem caráter hereditário.
BBC.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 27 de maio de 2018

200 milhões de brasileiros querem a renúncia de Michel Temer, Rodrigo Maia e Eunício Oliveira.




Ameaçado pelo povo o presidente Michel Temer anuncia redução de preço do diesel em R$0,46.  
A governabilidade do Brasil é um grande negócio. Foi essa a intenção do grupo que destituiu o governo da presidente Dilma para tomar posse do Planalto. Todo governo foi contaminado pela corrupção. A imoralidade pública é a consequência da ramificação da corrupção. O grande capital nacional aliado ao capital estrangeiro prostituiu a moralidade dos homens públicos e atingiu todos os segmentos da sociedade. Quem manda no país é o capital que compra leis, decisões governamentais, as riquezas. As grandes corporações internacionais ditam as regras de toda sociedade. O país fica cada vez mais enfraquecido, reduzido em nome do liberalismo econômico, do estado mínimo. 

Temer e toda sua equipe, aliados são benevolentes, verdadeiros homens de negócio. A polícia federal investiga os milhões, bilhões que circulam nas malas. O capitalismo globalizante controla também o chamado "Quarto Poder, a Grande Mídia". Mídia e corporações necessitam um do outro. É preciso fazer a cabeça das massas, é preciso convencer que a reforma da previdência, a flexibilização dos direitos dos trabalhadores vai tornar o país mais moderno, desenvolvido, competitivo. Há tolos que acreditam nessa triste realidade que estamos vivenciando. O resultado é uma tragédia, mais de 20 milhões de brasileiros sem emprego, sem esperança de conquistar um posto de trabalho. 

As universidades sofreram cortes em seus orçamentos, cortes também na saúde, educação, segurança pública, corte de verbas para ciência e tecnologia, corte nos investimentos em estrutura e logística. Redução dos investimentos no campo da agricultura familiar.  Aumento da fome, miséria, mortes dos cidadãos. Estados não conseguem pagar seus funcionários, manter os serviços essenciais. Desindustrialização, invasão das empresas estrangeiras no mercado nacional, fechamento de fabricas, lojas, o fim do emprego. Fim do programa farmácia básica para os  pobres. Privatização dos bancos públicos, privatização da floresta amazônica.

Os bancos comemoram os lucros,  seguradoras atentas trabalhando nos bastidores para fisgar a previdência social. Um negócio lucrativo, de boas perspectivas para os capitalistas e miséria para o trabalhador que ira contribuir para o lucro dos negociantes e nunca terão direito ao benefício da aposentadoria. Justiça lenta, falha, tendenciosa, parlamento sem credibilidade, eleitores que são mercadoria no dia da eleição. 

Aumento excessivo da energia, impostos, combustíveis, transportes públicos. Corrupção generalizada toma conta do corpo. Cresce a intolerância, a falta de esperança, campo fértil para os fantasmas do autoritarismo, dos regimes militares. povo sem educação, baixa escolarização busca um salvador da pátria. Ingenuidades, hipocrisias, pobres de direita, coxinhas versos mortadelas. Cadê a reflexão, a filosofia, sociologia, os direitos humanos? Cadê a cultura? A escola não contempla a dialética, a escola sem partido ameaça, coloca a lei da mordaça. A igreja se cala. O rebanho fiel ao dízimo compra vassouras sagradas no cartão de crédito. 

Caminhoneiros promovem protestos grandiosos. A greve será geral? Trabalhadores sem escolaridade pedem intervenção militar para protestar contra Temer. O remédio é perigoso para acabar com o câncer. A ORDEM é o autoritarismo, o PROGRESSO é para o privado. Governo rejeitado por mais de 90% da população brasileira. O ex-presidente Luís Inácio Lula, o líder da outra banda está na carceragem da Polícia Federal. Seus defensores querem sua liberdade. O povão pode reconduzi-lo ao governo do país.

O povo brasileiro se manifesta nas redes sociais, começa um novo movimento pedindo a renúncia do presidente Temer, do presidente da Câmara Federal e do Senado. Será que dessa vez o Fora Temer vai acontecer? Militares da ativa e da reserva se mexem. É hora de Temer renunciar do grande negócio que só resulta em prejuízos para o Brasil e para o povo brasileiro. Cadê a igreja, cadê o Supremo Tribunal e os poucos políticos de bem para encaminhar a sonhada saída de Temer do governo central? 


As medidas anunciadas nesta noite de domingo poderão minimizar a situação dos caminhoneiros, no entanto , não vai aliviar a insatisfação do povo brasileiro. 

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Caminhoneiros encaram Rede Globo, "grande mídia" e Temer


Durante todo dia deste domingo, 27 de maio de 2018,  uma guerra  de informações vem sendo travada entre caminhoneiros contra a grande mídia nacional. "Rede Globo, Rede Record, Sbt, outras emissoras  querem paralisar,  desmoralizar o movimento, diz André Janones e Chorão, que se intitulam também organizadores do Fora Temer, coordenado em São Paulo por Wilson Paiva. Segundo Janones, o movimento é composto por agricultores, médicos, caminhoneiros, empresários, advogados. "A nossa luta é para retira da carga dos combustíveis... A luta dos caminhoneiros é uma luta do povo brasileiro para baixar o imposto do gás, energia, água, lutamos  por mais  saúde, educação", disse Jorge Honorato.  'Hoje, a Rede Globo, vai fazer uma reportagem no Fantástico, para criminalizar o movimento com o presidente Temer.  "Não se deixe  a globo  te manipular,  o povo brasileiro não pode ser engano, aqui tem homem trabalhador" 

" Quero parabenizar o Exército Brasileiro, que passou por nossa manifestação e viu tá tudo organizado, tudo certo,  aqui não tem baderneiro; Vocês da Polícia Rodoviária Federal e todas as Forças de Segurança, aqui(Goiás), são tudo nota 10. A polícia saber diferenciar gente trabalhadora  gente boa, de quem vive saqueando o nosso país."... "Nós vamos derrubar esse governo ilegítimo (Temer) e a Rede Globo"; Nós não aceitamos cooperativa, sindicato no movimento sem conversar com a classe trabalhadora", Disse Chorão. "Vamos pra rua hoje em São Paulo e em várias capitais do Brasil...Não arredem o pé"! 
"Temer você chegou de forma ilegítima ao poder, você tá roubando nosso  dinheiro, nosso pais... Vocês de Brasília, roubam o dinheiro da saúde, da educação, das estradas, tem  gente que tá morrendo nas filas dos hospitais, sem atendimento, sem operação, sem exame, atendimento. Vocês tem dinheiro para mordomias e pra educação, saúde, para o homem trabalhador norte, nordeste, vocês acabaram com tudo, não é a greve, não é a paralisação dos caminhoneiros, isso não é de hoje", afirmam caminhoneiros...
Durante toda programação deste domingo a Rede Globo , Record, Band exibem matérias, entradas ao vivo na programação. A emissora de maior audiência vem sofrendo muitas críticas da população nas redes sociais. "A  Globo esqueceu da série Carga Pesada "

https://www.facebook.com/AndreJanones/videos/1888744807843723/?q=andr%C3%A9%20janones
https://www.facebook.com/wilsonpaivauti/videos/vb.731287436996788/1579353335523523/?type=2&theater


Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 25 de maio de 2018

O povo brasileiro não aguenta mais Temer


O presidente da República, Michel Temer, realizou nesta sexta-feira (25) pronunciamento sobre a greve dos caminhoneiros que atinge todo o Brasil.
O governo federal autorizou o uso de forças federais de segurança para liberar as rodovias bloqueadas pelos caminhoneiros caso as estradas não sejam desbloqueadas pelo movimento. O anúncio foi feito há pouco pelo presidente Michel Temer, em pronunciamento no Palácio do Planalto. A decisão foi tomada após reunião no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que contou com a participação de ministros e do presidente.
Temer é o presidente da República mais odiado da história, Nas redes sociais milhões de brasileiros demonstra a insatisfação da população. O povão vem perdendo a paciência com osa governantes.Temer é o presidente mais impopular , o mais odiado de toda história. 

Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 24 de maio de 2018

‘Estoquem comida, abasteçam seus carros’: notícias falsas alimentam pânico em meio à greve de caminhoneiros



Consumidores em supermercado, em foto de arquivoDireito de imagemTANIA REGO/AG BRASIL
Image captionConsumidores em supermercado, em foto de arquivo; já há áudios falsos de WhatsApp sugerindo 'corrida' às compras por causa da greve de caminhoneiros

Os quatro dias consecutivos de greve de caminhoneiros não apenas dominaram a pauta do governo em Brasília, mas também provocaram uma corrida aos postos de gasolina e temores de desabastecimento em supermercados.
A crise é terreno fértil, ainda, para boataria e notícias falsas difundidas por redes sociais e aplicativos de mensagens. No WhatsApp, gravações de áudio que circulam em grupos já sugerem às pessoas que "se previnam".
"Olá, pessoal, aqui quem fala é o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros do Brasil. Quero falar para vocês se prevenirem, avisem suas famílias, vão no mercado, comprem comida, abasteçam seus carros, se previnam. Vai trancar tudo. (...) A guerra está começando. Greve já", diz uma gravação que tem circulado pelo aplicativo de mensagens.
Trata-se de uma notícia falsa: não existe um "Sindicato dos Caminhoneiros do Brasil" e, embora a greve de fato afete momentaneamente a distribuição de combustível e produtos, não há, segundo especialistas ouvidos pela BBC Brasil, a menor necessidade de estocar alimentos para o longo prazo, como para semanas ou para mais de um mês.
"É impensável pensar num prazo desses no Brasil", diz Maurício Lima, sócio-diretor da consultoria Ilos, especializada em logística e distribuição. Segundo ele, o fornecimento em grandes cidades como São Paulo tende a se normalizar muito rapidamente depois da greve.
Hoje, a distribuição de alimentos nas cidades funciona com as próprias empresas de varejo tendo seus centros de distribuição regionais, que fazem a entrega para as lojas com frequência diária ou semanal.
"O estoque não fica mais na loja. Então, uma falta de combustível pode gerar uma certa escassez momentânea, mas assim que a greve acabar, o retorno dos produtos às gôndolas também é imediato, porque não depende da indústria. O estoque já está lá", explica Lima.
O fornecimento de perecíveis é um pouco mais afetado e pode gerar alguns prejuízos, mas nada que prejudique a distribuição no longo prazo e justifique a montagem de um estoque em casa.

Fila em posto de combustível em Brasília nesta quinta-feiraDireito de imagemMARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
Image captionFila em posto de combustível em Brasília nesta quinta-feira; efeito manada em momentos críticos pode intensificar a escassez

E uma corrida a supermercados e postos de gasolina acaba, inadvertidamente, piorando a situação dos próprios consumidores: infla os preços e piora a escassez, segundo Otto Nogami, professor de economia do Insper.
"As pessoas têm uma capacidade de se contagiar muito fácil e muito grande, gerando uma ansiedade e um medo que não correspondem ao problema real", diz ele.

'Profecia autorrealizável'

"É uma profecia autorrealizável. Se todo mundo quiser fazer uma estoque em casa com medo de falta de produtos, vai provocar uma escassez que normalmente não haveria", afirma Lima.
Se muitas pessoas correm a um supermercado ao mesmo tempo, é maior a chance de um desabastecimento realmente acontecer, assim como a corrida desenfreada a um banco por temor de ele quebrar pode fazer com que o banco de fato quebre, porque não haverá dinheiro suficiente para suprir a demanda "surpresa".
É o que economistas chamam de "a tragédia dos comuns". Nas circunstâncias em que todos compartilhamos dos mesmos recursos, pessoas agindo racionalmente em interesse próprio acabam tendo um comportamento coletivo irracional e que prejudica a todos - esgotando os recursos comuns.
"A ameaça de um furacão nos EUA também leva as pessoas a correrem aos supermercados. Chamamos isso de 'prova social'", diz à BBC Brasil o economista Robson Gonçalves, coordenador do curso de Neurobusiness da FGV-SP.
"Se você passar na rua e vir todo o mundo olhando para o céu, fará o mesmo, com medo de perder algo. Se todo mundo no seu trabalho participar do bolão da loteria, você participará também, com medo de ficar de fora. É um comportamento comum em momentos críticos."
Esse "medo de ficar de fora" também é um dos fenômenos que explicam as bolhas econômicas: muitas pessoas embarcam em uma tendência de compra de ações sem avaliar os riscos, só porque os colegas então comprando, o que acaba gerando uma supervalorização de um ativo que não tem tanto valor e causando a bolha.

Greve de caminhoneiros na fronteira Brasil-Uruguai nesta quarta-feiraDireito de imagemMARCELO PINTO/APLATEIA
Image captionGreve de caminhoneiros tem prejudicado o abastecimento de insumos

É o mesmo movimento que explica a queda de 14% nas ações da Petrobras de quarta para quinta-feira, segundo Otto Nogami, do Insper.
"Não haveria razão para um queda tão significativa. À medida que a Petrobras admite que vai reduzir os preços e fica a impressão de que o governo vai interferir na estatal, algumas pessoas são levadas a vender os papéis. Quando várias pessoas começam a seguir essa tendência, há um efeito cascata", diz Nogami.

Prejuízo

Além disso, reações de consumo impulsivas e irracionais podem por vezes beneficiar mais o vendedor do que o comprador.
"Quando você vai comprar uma passagem aérea na internet e lê que 'só há mais duas passagens disponíveis para esse voo', desperta em si um processo de medo e defesa (que a faz comprar)", prossegue Gonçalves.
Esse é outro ponto a se pensar antes de correr a postos e mercados: vendedores com frequência se aproveitam disso para vender mais e mais caro, sabendo que a demanda irracional pagará o que for pedido.
Ao estocar um produto em alta de preços nesse momento de pânico, o consumidor pode pagar mais caro por algo que dali a alguns dias já teria uma distribuição regularizada e um preço normal.
Ações irracionais e seus impactos no comportamento socioeconômico das pessoas são há tempos estudadas pelos economistas e psicólogos.

Redução no abastecimento da Ceasa do Rio de JaneiroDireito de imagemTOMAZ SILVA/AG BRASIL
Image captionRedução no abastecimento da Ceasa do Rio de Janeiro por causa da greve; consumidores podem aproveitar o momento para refletir sobre suas prioridades

O psicólogo israelo-americano Daniel Kahneman, por exemplo, ganhou o prêmio Nobel de Economia de 2002 por seus estudos mostrando que tomamos decisões com base em um processamento limitado das informações disponíveis, por conta de vieses cognitivos, incluindo nosso interesse próprio, confiança excessiva ou experiências prévias, além da incapacidade do cérebro em lidar com múltiplas variáveis ao mesmo tempo.

Como reagir?

Mas, então, como responder de modo mais eficiente a crises como a greve atual?
Pessoas que tenham urgência para viajar ou precisem de um determinado insumo podem não ter como escapar de determinadas filas nos postos ou preços elevados.
Mas, ao público geral, a recomendação de Gonçalves, da FGV-SP, é justamente racionalizar em momentos críticos - e priorizar. Ao enfrentar uma escassez momentânea, pensar em quais produtos essenciais podem acabar em sua casa no curto prazo, mas evitando fazer estoques desnecessários.
"Com falta eventual de determinado produto, buscar um substituto", diz Nogami, do Insper.
"Em um mundo com excesso de opções de consumo, não estamos mais acostumados a priorizar", diz Gonçalves. "Mas podemos aproveitar momentos como este para refletir: o que é realmente prioridade e quais as consequências de nossas escolhas? O foco nessas horas vai ajudar a tornar as decisões mais racionais."
Mauricio Lima afirma que, mesmo que a greve continue, as empresas serão forçadas a buscar uma solução. "Nem que seja pressionando por um acordo entre os grevistas e o governo."
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Corrupção?Advogado de Trump 'foi pago pela Ucrânia' para viabilizar reunião entre os presidentes americano e ucraniano

Poroshenko cumprimenta TrumpDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionPoroshenko se encontrou com Trump na Casa Branca em junho de 2017.
O advogado pessoal de Donald Trump, Michael Cohen, recebeu secretamente um pagamento de ao menos US$ 400 mil (R$ 1,45 milhão) para viabilizar uma reunião entre o presidente da Ucrânia e o presidente americano, segundo fontes em Kiev próximas aos envolvidos no caso.
O pagamento foi feito por intermediários que agiam em nome do líder ucraniano, Petro Poroshenko, segundo estas fontes, ainda que Cohen não estivesse registrado como um representante da Ucrânia, como exige a lei americana.
A reunião ocorreu na Casa Branca em junho passado. Pouco depois do presidente ucraniano voltar para casa, a agência anticorrupção de seu país interrompeu uma investigação sobre o ex-coordenador de campanha de Trump, Paul Manafort.
Um oficial de inteligência do alto escalão do governo de Poroshenko descreveu o que ocorreu antes da visita à Casa Branca.
Cohen foi envolvido na questão, ele disse, porque os lobistas ucranianos registrados e a embaixada do país em Washington não conseguiriam para Poroshenko muito mais do que um breve encontro em que os dois presidentes poderiam ser fotografados juntos. O líder ucraniano precisava de mais. Ele desejava uma ocasião que poderia ser descrita como uma reunião, com maior duração.
O oficial diz que Poroshenko decidiu, então, estabelecer um canal secundário de comunicação com Trump. Essa missão foi conferida a um ex-assessor, que pediu ajuda a um parlamentar ucraniano leal ao governo.
O parlamentar usou contatos pessoais em uma organização de caridade do Estado de Nova York, a Port of Washington Chabad, o que acabou levando ao contato com Michael Cohen.
Não há qualquer indício de que Trump sabia do pagamento feito a seu advogado.
Michael Cohen deixa tribunal em Nova YorkDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionMichael Cohen (ao centro) é alvo de uma investigação criminal nos Estados Unidos.

Tráfico de influência

Uma segunda fonte em Kiev deu os mesmos detalhes, mas divergiu quanto ao valor pago, afirmando que seria de US$ 600 mil (R$ 2,17 milhão).
Michael Avenatti, um advogado americano que teve acesso a detalhes das finanças de Cohen, corroborou essa versão. Ele representa uma atriz pornô, Stormy Daniels, em um processo contra Trump.
Avenatti disse que relatórios de movimentação suspeita sobre a atividade bancária de Cohen, enviados pelo banco do advogado de Trump ao Tesouro americano, mostram que ele recebeu dinheiro de "fontes ucranianas".
Contatados pela BBC, Cohen e dois ucranianos que teriam viabilizado o canal secundário de contato com Trump negaram as alegações.
O oficial de inteligência em Kiev também disse que Cohen foi auxiliado por Feliz Sater, um ex-mafioso condenado pela Justiça que já foi sócio de Trump. O advogado de Sater negou as acusações. O presidente ucraniano se recusou a comentar.

Encontro marcado

Assim como foi amplamente noticiado em junho passado, Poroshenko ainda não sabia quanto tempo teria com Trump ao voar para Washington.
A programação da Casa Branca apenas indicava que o ucraniano o faria uma rápida visita ao Salão Oval em um intervalo das reuniões do presidente americano com sua equipe.
Isso foi organizado por meio de canais oficiais. O valor pago a Cohen foi para que Poroshenko tivesse a oportunidade de ter mais do que alguns poucos minutos com Trump, suficientes apenas para uma troca de cumprimentos e algumas palavras triviais.
As negociações continuaram até as primeiras horas do dia marcado para a visita. O lado ucraniano estava insatisfeito, disse o oficial, porque Cohen havia recebido "centenas de milhares" de dólares deles para algo que ele aparentemente não conseguiria concretizar.
Até o último momento, o líder ucraniano não tinha certeza se ele conseguiria evitar o que via como uma humilhação. "O círculo mais próximo de Poroshenko estava chocado por quão sujo era todo esse combinado [com Cohen]."
Poroshenko estava desperado para se encontrar com Trump devido ao impacto causado por informações sobre a campanha presidencial americana.
Em agosto de 2016, o jornal The New York Times publicou um documento que mostrava que o gerente de campanha de Trump, Manafort, havia recebido milhões de dólares de fontes pró-Rússia na Ucrânia.
Era uma página do chamado "livro negro" do Partido das Regiões, um partido pró-Rússia que contratou os serviços de Manafort quando ele tinha uma consultoria política na Ucrânia.
A página aparentemente vinha do Bureau Nacional Anticorrupção da Ucrânia, que estava investigando o coordenador de campanha. Após a divulgação das informações, ele renunciou ao cargo.
Paul ManafortDireito de imagemREUTERS
Image captionApós encontro entre presidentes, investigação na Ucrânia sobre Paul Manafort foi encerrada.

Interferências

Diversas fontes na Ucrânia disseram que Poroshenko autorizou o vazamento do documento, acreditando que a vitória de Hillary Clinton era algo certo.
Se for esse o caso, foi um erro desastroso - a Ucrânia havia apoiado a candidata que acabou derrotada na eleição. Independentemente de como ocorreu o vazamento, isso prejudicou Trump, mas não o impediu de vencer a disputa.
A Ucrânia estava (e ainda está) em guerra com a Rússia e separatistas apoiados pelos russos. O país não podia se dar ao luxo de ter um presidente americano inimigo.
Então, Poroshenko parecia estar aliviado ao se encontrar com Trump no Salão Oval.
Ele se vangloriava de ter se encontrado com o novo presidente dos Estados Unidos antes do presidente russo, Vladimir Putin. Ele se referiu ao encontro como uma "visita substancial". Ele realizou uma coletiva de imprensa triunfante em frente à Casa Branca.
Uma semana depois de Poroshenko voltar a Kiev, o Bureau Nacional Anticorrupção anunciou que não estava mais investigando Manafort.
Na época, uma autoridade me explicou que Manafort não havia assinado o "livro negro" reconhecendo o pagamento do dinheiro. E, de qualquer forma, disse, Manafort era americano, e a lei só permite que o bureau investigue ucranianos.
A Ucrânia não encerrou a investigação sobre Manafort por completo. O caso foi enviado para o Ministério Público, mas não avançou.
Na semana passada, em Kiev, o promotor à frente do caso, Serhiy Horbatyuk, disse à BBC: "Nunca houve uma ordem direta para parar de investigar Manafort, mas, pela forma como a investigação progrediu, ficou claro que nossos superiores estavam tentando criar obstáculos."
Petro PoroshenkoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionPoroshenko celebrou bastante sua reunião com Trump.

'Cortesia'

Nenhuma de nossas fontes disse que Trump usou a reunião no Salão Oval para pedir a Poroshenko que desse fim à investigação. Mas, se houve um canal secundário de comunicação entre os dois lados, teria Cohen usado isso para dizer aos ucranianos o que se esperava deles?
Talvez ele não precisasse fazer isso. Uma fonte em Kiev disse que Poroshenko deu a Trump "um presente" - garantir que a Ucrânia não encontraria mais evidências que contribuíssem com a investigação que buscava saber se a campanha do presidente americano havia atuado de forma conivente com a Rússia para influenciar o resultado da eleição.
Poroshenko sabia que fazer o contrário, disse outra fonte, "seria como cuspir no rosto de Trump".
Um relatório de um integrante da comunidade de inteligência de um país ocidental diz que a equipe de Poroshenko acredita que eles estabeleceram um "pacto de não agressão" com Trump.
Com base em fontes de inteligência "sênior e bem posicionadas" em Kiev, o relatório aponta a seguinte sequência de eventos:
"Assim que Trump foi eleito, diz o relatório, a Ucrânica parou de investigar Manafort 'proativamente'.
Um contato com o governo americano foi removido do Bureau Nacional Anticorrupção para um cargo de assessor sênior do governo.
O relatório afirma que Poroshenko voltou de Washington e, em agosto ou setembro de 2017, decidiu encerrar completamente a cooperação com agências americanas que investigavam Manafort. Ele não deu a ordem para implementar essa decisão até novembro de 2017.
O governo americano tomou conhecimento da ordem após visitas programadas por um assessor sênior de Poroshenko a [Robert] Mueller e ao diretor da CIA em novembro e dezembro serem canceladas.
O relatório diz que foi fechado um 'acordo' entre Poroshenko e Trump de que a Ucrânia concordava em importar carvão dos Estados Unidos e assinou um contrato de US$ 1 bilhão de compra de trens americanos a diesel.
A Ucrânia tem sua própria fabricante de locomotivas e suas próprias minas de carvão. Esses acordos só podem ser interpretados como uma compra de apoio americano por Poroshenko, diz o documento.
Em março, o governo Trump anunciou uma venda de 210 itens de artilharia anti-mísseis para a Ucrânia."

Negócios inéditos

Mesmo durante o governo Obama, os Estados Unidos não venderam armas para a Ucrânia. Uma figura conhecida em Kiev, hoje aposentada de seu cargo no governo, disse à reportagem que não gostava do que havia ocorrido com a investigação sobre Manafort, mas que, no entanto, a Ucrânia estava batalhando por sua sobrevivência. "Defendo o cumprimento da lei, mas sou um patriota", disse.
Ele afirmou que se manteve em contato com seus ex-subordinados e que ouviu muitos detalhes sobre o "canal secundário de comunicação de Cohen".
Michael Cohen em elevador na Trump TowerDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionMichael Cohen visitou o então recém-eleito presidente americano na Trump Tower em 2016 .
A mesma fonte disse que, se os ucranianos acreditassem que um acordo corrupto havia sido feito quanto a Manafort, "isso poderia destruir o apoio à América".
O serviço doméstico de inteligência, o SBU, fez seu próprio relatório secreto sobre Manafort e apontou que não houve apenas um, mas três "livros negros" e que milhões de dólares a mais do que veio a público foram pagos a Manafort, que nega ter feito algo de errado.
Essa informação foi dada por um policial de alto escalão que teve acesso ao documento. Ele diz que isso não foi passado aos americanos.
* Com reportagem de Suzanne Kianpour

Professor Edgar Bom Jardim - PE