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domingo, 27 de maio de 2018

Caminhoneiros encaram Rede Globo, "grande mídia" e Temer


Durante todo dia deste domingo, 27 de maio de 2018,  uma guerra  de informações vem sendo travada entre caminhoneiros contra a grande mídia nacional. "Rede Globo, Rede Record, Sbt, outras emissoras  querem paralisar,  desmoralizar o movimento, diz André Janones e Chorão, que se intitulam também organizadores do Fora Temer, coordenado em São Paulo por Wilson Paiva. Segundo Janones, o movimento é composto por agricultores, médicos, caminhoneiros, empresários, advogados. "A nossa luta é para retira da carga dos combustíveis... A luta dos caminhoneiros é uma luta do povo brasileiro para baixar o imposto do gás, energia, água, lutamos  por mais  saúde, educação", disse Jorge Honorato.  'Hoje, a Rede Globo, vai fazer uma reportagem no Fantástico, para criminalizar o movimento com o presidente Temer.  "Não se deixe  a globo  te manipular,  o povo brasileiro não pode ser engano, aqui tem homem trabalhador" 

" Quero parabenizar o Exército Brasileiro, que passou por nossa manifestação e viu tá tudo organizado, tudo certo,  aqui não tem baderneiro; Vocês da Polícia Rodoviária Federal e todas as Forças de Segurança, aqui(Goiás), são tudo nota 10. A polícia saber diferenciar gente trabalhadora  gente boa, de quem vive saqueando o nosso país."... "Nós vamos derrubar esse governo ilegítimo (Temer) e a Rede Globo"; Nós não aceitamos cooperativa, sindicato no movimento sem conversar com a classe trabalhadora", Disse Chorão. "Vamos pra rua hoje em São Paulo e em várias capitais do Brasil...Não arredem o pé"! 
"Temer você chegou de forma ilegítima ao poder, você tá roubando nosso  dinheiro, nosso pais... Vocês de Brasília, roubam o dinheiro da saúde, da educação, das estradas, tem  gente que tá morrendo nas filas dos hospitais, sem atendimento, sem operação, sem exame, atendimento. Vocês tem dinheiro para mordomias e pra educação, saúde, para o homem trabalhador norte, nordeste, vocês acabaram com tudo, não é a greve, não é a paralisação dos caminhoneiros, isso não é de hoje", afirmam caminhoneiros...
Durante toda programação deste domingo a Rede Globo , Record, Band exibem matérias, entradas ao vivo na programação. A emissora de maior audiência vem sofrendo muitas críticas da população nas redes sociais. "A  Globo esqueceu da série Carga Pesada "

https://www.facebook.com/AndreJanones/videos/1888744807843723/?q=andr%C3%A9%20janones
https://www.facebook.com/wilsonpaivauti/videos/vb.731287436996788/1579353335523523/?type=2&theater


Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 25 de maio de 2018

O povo brasileiro não aguenta mais Temer


O presidente da República, Michel Temer, realizou nesta sexta-feira (25) pronunciamento sobre a greve dos caminhoneiros que atinge todo o Brasil.
O governo federal autorizou o uso de forças federais de segurança para liberar as rodovias bloqueadas pelos caminhoneiros caso as estradas não sejam desbloqueadas pelo movimento. O anúncio foi feito há pouco pelo presidente Michel Temer, em pronunciamento no Palácio do Planalto. A decisão foi tomada após reunião no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que contou com a participação de ministros e do presidente.
Temer é o presidente da República mais odiado da história, Nas redes sociais milhões de brasileiros demonstra a insatisfação da população. O povão vem perdendo a paciência com osa governantes.Temer é o presidente mais impopular , o mais odiado de toda história. 

Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 22 de maio de 2018

O candidato oficial de TEMER é tudo para os bancos e desemprego, fome, gás de cozinha caro para o povo


Michel Temer e o MDB lançaram nesta terça-feira 22 a pré-candidatura presidencial de Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda. Nos discursos da dupla e no documento que é uma espécie de rascunho da plataforma eleitoral de Meirelles, desenha-se uma campanha baseada na ideia de que é preciso manter a atual política econômica para o País seguir progredindo, em vez de regredir.
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Convencer o eleitorado de que o rumo está certo será um baita desafio para os emedebistas. Há muita gente com motivo para achar que a vida piorou depois da política econômica de Meirelles.
Nos dois anos do governo Temer, o Brasil ganhou 2,3 milhões de desempregados. Eram 11,4 milhões em maio de 2016, agora são 13,7 milhões, segundo o IBGE. O número de cidadãos que desistiu de procurar trabalho, por achar inútil, o chamado desalento, também subiu. De 3,2 milhões no segundo trimestre de 2016 passou a 4,6 milhões no primeiro de 2018, 1,4 milhões a mais.
Os próximos seis meses, tempo restante para o fim do mandato de Temer, não reservam algo lá muito melhor, na percepção dos eleitores. Na última pesquisa CNT/MDA, de 14 de maio, os que acham que a situação do emprego no País vai melhorar caíram para 21% (eram 28% em março). Para 43%, ficará como está (eram 37% em março). Para 31%, vai piorar (índice igual ao de antes).
Entre os brasileiros que conseguiram ter alguma fonte de renda trabalhando em 2017, entrou menos dinheiro no bolso do que em 2016. De um ano a outro, o rendimento médio caiu de 2,223 mil para 2,178 mil mensais, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE.
Com base nessa PNAD Contínua, uma consultoria do “mercado”, a LCA, calculou que 1,5 milhão de brasileiros voltaram para a pobreza extrema de 2016 para 2017. Os miseráveis somavam 14,8 milhões no fim do ano passado, graças, segundo a consultoria, a um crescimento econômico modesto, de 1%, e da geração de empregos precários, sem carteira assinada.
O número de trabalhadores com carteira assinada no fim de primeiro trimestre de 2018 foi o mais baixo registrado nas estatísticas do IBGE. Um total de 32,9 milhões, 493 mil a menos do que no mesmo período de 2017.
Ao filiar-se ao MDB em 3 de abril, Meirelles reconhecia que o mundo real, o da vida dos cidadãos, era um problema para sua ambição eleitoral. “A sensação de bem-estar social ainda não está estabelecida na sociedade”, afirmava.
Naquele mesmo dia, o senador Renan Calheiros dizia à reportagem não entender a entrada do ex-ministro no partido. “Ele não acrescenta nada ao MDB, aprofundou a recessão e o desemprego.”
Não à toa, outro senador do partido, Roberto Requião, mandou, em 16 de maio, um email a 30 mil delegados emedebistas com a proposta de ser ele o candidato a presidente. Na economia, Requião pensa o contrário de Meirelles.
Com esse movimento, diz um interlocutor de Requião, o senador quer tentar matar a candidatura de Meirelles na sigla e afastar o MDB de uma eventual união com Geraldo Alckmin, do PSDB. Se possível, obter até, quem sabe, uma aproximação com o PT, de quem Requião toparia ser vice.
Contra esse plano, que Calheiros apoia e algumas lideranças nordestinas do MDB também, Temer ameaçou: divergências serão resolvidas na Convenção Nacional do partido que oficializará uma posição sobre a eleição presidencial. Quem não apoiar Meirelles na eleição, que saia do partido.
E por que, apesar da vida real do eleitorado e das resistências de setores do MDB, Meirelles acredita ter chances? Pesquisas qualitativas, comentou ele ao lançar sua pré-candidatura.
Segundo o ex-ministro, entrevistados que não o conhecem reagem bem quando apresentados a seu CV. Nesta apresentação, Meirelles lembra que trabalhou no governo Lula, do qual foi presidente do Banco Central.
No discurso desta terça-feira 22, ele disse que “desde 2003, o País mudou”, alusão ao início da gestão do petista. É bem provável que, se sua candidatura emplacar, Meirelles leve para a campanha na TV imagens dele ao lado de Lula.
Entre os pré-candidatos da direita ou da centro-direita, Meirelles é quem tem a menor rejeição, conforme a pesquisa CNT/MDA. Seu índice era de 48%. Temer, que parece enfim ter abandonado o sonho da reeleição, tinha 87%. Marina Silva (Rede), 56%. Alckmin e Rodrigo Maia (DEM), 55%. Jair Bolsonaro (PSL) 52%.
Abaixo dos 50%, como Meirelles, só os presidenciáveis de esquerda ou centro-esquerda, o que sugere uma eleição a ser realizada com um sentimento de “mudança” por parte do eleitorado. Lula, Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT) tinham 46%.
Na ausência de um candidato presidencial do tipo outsider, como Joaquim Barbosa, do PSB, ou o apresentador global Luciano Huck, Meirelles tentará posar como alguém suprapartidário, capaz de servir tanto ao governo do PT quanto ao de Temer.
Como a disputa parece embolada e provavelmente irão para o segundo turno candidatos com baixa votação no primeiro, algo entre 15% e 20%, será que golpe de marketing dará certo?
Com informação de Carta Capital
Foto: O Globo
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 11 de maio de 2018

‘Último prego no caixão de Geisel’, diz coordenador da Comissão da Verdade sobre memorando da CIA


O diplomata Paulo Sergio PinheiroDireito de imagemWILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL
Image caption'Estrago maior nós já tínhamos feito na Comissão Nacional da Verdade', diz Pinheiro
"É realmente um estrago extraordinário. Mas estrago maior nós já tínhamos feito na Comissão Nacional da Verdade, sem querer parecer pretensioso."
É assim que o diplomata Paulo Sergio Pinheiro, ex-secretário de Estado de Direitos Humanos (no governo de Fernando Henrique Cardoso) e atual presidente da Comissão de Investigação sobre a Síria na ONU, classifica a revelação de um memorando secreto da CIA, que aponta que o general Ernesto Geisel sabia e autorizava a execução sumária de opositores durante a ditadura militar.
Para o ex-coordenador da Comissão Nacional da Verdade, o documento funcionaria como uma "bala de prata", um "último prego no caixão de Geisel", que confirma as conclusões do grupo de trabalho, que investigou violações de direitos humanos na ditadura, entre 2012 e 2014.
"Claro que foi um feito jornalístico importantíssimo, não vou diminuir isso, absolutamente. Mas quem estabeleceu a cadeia de comando estando diretamente no gabinete do presidente e do ministério da Guerra fomos nós", afirma. "Ali está perfeitamente demonstrado que não era abuso, não era excesso, mas era uma ação coordenada por parte do presidente da República. O presidente era informado de tudo."
Revelado pelo professor Matias Spektor, da Fundação Getulio Vargas (FGV), o memorando de 11 de abril de 1974 era assinado por William Egan Colby, então diretor da CIA, e narrava uma reunião no Centro de Inteligência do Exército entre Geisel, João Batista Figueiredo (então chefe do Serviço Nacional de Informações), e dois generais.
Destinado a Henry Kissinger, então secretário de Estado dos EUA, o documento reproduz fala do general Milton Tavares de Souza, que cita o assassinato de 104 pessoas consideradas "subversivas perigosas" pelo Estado brasileiro em 1973.
Ernesto Geisel em foto de 1976Direito de imagemGETTY IMAGES
Image captionErnesto Geisel em foto de 1976; memorando da CIA revelado aponta que o general sabia e autorizava a execução sumária de opositores durante a ditadura militar
"Em 1º de abril, o presidente Geisel disse ao general Figueiredo que a política deveria continuar, mas que deve-se tomar muito cuidado para se assegurar que apenas subversivos perigosos sejam executados", diz o documento, que aponta que todas as execuções deveriam ter o consentimento do general Figueiredo, que ocupou a cadeira de Geisel de 1979 a 1985.
Leia os principais trechos da entrevista:
BBC Brasil - O memorando da CIA que aponta que Geisel sabia da execução de 104 pessoas pelo Estado na ditadura surpreende o senhor?
Paulo Sergio Pinheiro - Não é surpresa para mim essa fala do general Geisel. Porque se você pegar o depoimento que ele deu para o Centro de Pesquisa e Documentação da FGV do Rio, antes de morrer, verá que ele aprova a tortura. Pensava-se que ele fosse contra, havia expectativas sobre ele. O outro ponto é que, se você pegar o relatório da CNV, não há essa declaração específica, mas nós colocamos Geisel junto a todos os outros generais como responsáveis (pelas torturas e execuções). Para você ter uma ideia, todos os grandes chefes do DOI-Codi (centro de repressão do Exército) eram lotados no gabinete do ministro da Guerra. Nós atribuímos responsabilidades em três graus, e no primeiro grau estão os generais.
Agora, é formidável, um documento autêntico pelos detalhes e personagens, uma falta de compostura total. Eles dizem: 'matem só os subversivos, hein?', 'quero ser avisado', 'consulta o Figueiredo'. É realmente um estrago extraordinário. Mas estrago maior nós já tínhamos feito na Comissão Nacional da Verdade, sem querer parecer pretensioso.
BBC Brasil - A Comissão da Verdade havia identificado este documento específico? Teve acesso a esta série de memorandos e telegramas?
Pinheiro - Não, não me lembro. Amanhã vamos ter uma conversa, não existe mais a Comissão, mas amanhã vamos nos encontrar para comentar. Destes documentos, especificamente, eu não me lembro. Recebemos alguns documentos que não estavam classificados e foram todos usados.
BBC Brasil - Para o professor Matias Spektor, que trouxe o documento à tona, esta seria "a evidência mais direta do envolvimento da cúpula do regime (Médici, Geisel e Figueiredo) com a política de assassinatos". O senhor concorda?
Pinheiro - Não é. Absolutamente. Tudo o que nós corrigimos de práticas, por exemplo da guerrilha do Araguaia, é detalhadíssimo. Acho que é um documento importante para liquidar a imagem do general, o Geisel. Claro que foi um feito jornalístico importantíssimo, não vou diminuir isso, absolutamente. Mas quem estabeleceu a cadeia de comando estando diretamente no gabinete do presidente e do ministério da Guerra fomos nós. Se você for lá no relatório, verá que tivemos condições de estabelecer as cadeias de comando, que foi algo dificílimo. Ali está perfeitamente demonstrado que não era abuso, não era excesso, mas era uma ação coordenada por parte do presidente da República. O presidente era informado de tudo.
Vou te contar uma história. Eu trabalhei no arquivo do presidente Arthur Bernardes (presidente brasileiro entre 1922 e 1926). Você acredita que o Arthur Bernardes recebia as transcrições dos telefonemas dos membros da oposição? Era muito fácil censurar porque tudo era por telefonia. Então, se isso ocorreu na Primeira República, na ditadura, evidentemente, foi com muito mais ênfase. O Arthur Bernardes não mandava matar, mas coordenava toda a repressão diretamente, por escuta e tudo isso.
Tudo isso já estava totalmente esclarecido. Agora, evidentemente, uma bala de prata como essa é importante.
Pasta com papéisDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionPara diplomata, memorando revelado ratifica resultados da Comissão da Verdade
BBC Brasil - A revelação gerou críticas sobre possíveis falhas no trabalho investigativo da CNV.
Pinheiro - Isso é de uma estupidez sesquipedal. Há uma frase na abertura de Tristes Trópicos, do Claude Levi-Strauss, que eu até coloquei na minha tese de doutorado, em que ele diz: "É uma pena que eu vou lamentar por não ter visto o que eu poderia ter visto neste momento". Quer dizer, quem vem depois descobre sempre uma porção de coisas.
BBC Brasil - Nas redes, houve quem chegasse a falar na necessidade de formação de uma nova Comissão da Verdade…
Pinheiro - Se quiserem formar uma nova Comissão da Verdade, podem formar. Agora é uma alegação absolutamente estúpida essa de 'Ah, não descobriram esta folhinha, então todo o trabalho é uma porcaria'. Nem leram os volumes.
Como não sou o único responsável, acho que o relatório, comparado às 42 comissões da verdade que conheço no mundo, está perfeitamente na mesma categoria. As pessoas precisam ler o relatório antes de dizer bobagem.
BBC Brasil - Como a revelação afeta a imagem histórica do ex-presidente Geisel?
Pinheiro - É o último prego do caixão. Na verdade, todos os atentados que foram cometidos no governo Geisel estão terrivelmente fundamentados e a Comissão da Verdade estabeleceu que ele estava informado sobre tudo o que acontecia. Nenhuma missão decisiva de eliminação podia ser feita sem o aval dele. Este documento somente vem a corroborar isso. Agora, como está causando um enorme barulho, é bom porque liquida de vez essa cultura melíflua, ou simpática ao governo.
Isso não é uma mancha em um currículo maravilhoso. Isso é só uma pequeníssima confirmação do que a Comissão da Verdade já tinha estabelecido.
BBC Brasil - Como descreveria o interesse e a participação dos EUA na ditadura militar brasileira?
Pinheiro - Está estabelecido e bem documentado pelos historiadores o envolvimento (dos EUA) em 1964. Eles mandaram Vernon Walters, que era um exibicionista. Falava português com menos sotaque que eu. Era um gentleman, uma figura muito curiosa, e participou da conspiração de 1964, muito antes de (o golpe) ter sido realizado.
Depois, eu acho que a CIA seguir o Brasil é uma coisa normal. Continua seguindo até hoje. Se você pegar o WikiLeaks, as minhas declarações estão sendo gravadas neste momento. Nenhuma novidade. Mas não foram os EUA que comandaram o governo brasileiro depois de 1964. Havia uma proximidade, lembra-se do Juracy Magalhães (primeiro embaixador brasileiro em Washington depois de 1964) dizendo que "O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil"?
Mas você se dá conta que, logo depois, no próprio governo Geisel, havia uma política externa independente, que era na linha do Santiago Dantas (Ministro das Relações Exteriores de Jango). O Brasil foi o primeiro país, logo depois da União Soviética, a reconhecer Angola. Foi o primeiro. A situação é mais complexa.
Militares e pedestres em calçadão da praia de IpanemaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionPara Pinheiro, intervenção federal na segurança do Rio é 'demagógica'
BBC Brasil - Como vê o legado da CNV, quase quatro anos depois do seu encerramento?
Pinheiro - Desastre mesmo é este governo ter jogado no lixo o relatório da Comissão da Verdade. O último ato da presidenta Dilma Rousseff foi criar um "follow up" para o seguimento das recomendações do relatório. E este governo não fez absolutamente nada, nem vai fazer. Ele nem se manifestou.
Na medida em que tem uma política de deixar dar voz novamente aos militares, este governo é responsável por se ter abandonado tudo o que se descobriu na Comissão.
BBC Brasil - Como vê a presença de militares no gabinete de Temer e a convocação de militares para intervirem na segurança pública do Rio?
Pinheiro - Isso é de uma excrescência. Pela primeira vez, desde 1985, ocorreram duas coisas no Brasil. Uma: os homicídios praticados por soldados contra civis voltaram à competência da Justiça militar. Algo que tinha sido derrubado no governo de Fernando Henrique. Outra: o comandante do Exército, que primeiro teve aquele sonho de que não queria uma Comissão da Verdade, resolveu fazer um tuíte sobre impunidade na véspera do julgamento do habeas corpus (do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva).
Comandante do Exército não é para falar, ele falou e não aconteceu nada. E a cereja do bolo é essa intervenção federal demagógica no Rio de Janeiro, onde também pela primeira vez, desde 1985, o secretário de segurança é um general do Exército. Há um retrocesso em dar voz aos militares e evidentemente este governo não vai reagir a este documento, nem à Comissão da Verdade.
Segundo os documentos recém-divulgados, logo após o golpe de 1964, o embaixador americano no Rio de Janeiro, Abraham Lincoln Gordon, dizia a superiores no Departamento de Estado americano que a ordem democrática seria restabelecida em breve. Ele justificava o golpe dizendo que a deposição de Jango evitou um derramamento de sangue no Brasil. Anos depois, as trocas de mensagens passaram a expressar desconforto nos EUA em relação a torturas, execuções e violações de direitos humanos, que tornavam difícil o apoio ao regime brasileiro perante a comunidade internacional.
BBC Brasil - Os EUA realmente achavam que a democracia seria reestabelecida? Os americanos foram inocentes em relação aos generais?
Pinheiro - Acho que sim. O caso brasileiro não é o único. O (Henry) Kissinger (secretário de Estado dos EUA entre 1973 e 1977) está envolvido em sangue no golpe contra Salvador Allende, no Chile.
Os paranóicos têm inimigos reais. Mas o Brasil é importante demais para ser dominado pelos Estados Unidos. Eu conheci o embaixador Gordon na época, não era um (Jair) Bolsonaro, absolutamente. Era um professor universitário que virou embaixador. Políticos e embaixadores mudam de perspectiva.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 8 de maio de 2018

Movimento quer ajudar a unir Joaquim e Marina

Se você é a favor da união de Marina Silva e Joaquim Barbosa, assine a petição de apoio e acesse ao site do movimento Marina-Joaquim. Vamos fazer isso chegar até os partidos políticos! Por um Brasil JUSTO e SUSTENTÁVEL.
ASSINE AQUI: https://chn.ge/2HQJOzU
ENTENDA O MOVIMENTO: http://www.marinaejoaquim2018.com.br
Marina e Joaquim, Joaquim e Marina, 2018 a 2026
Por um Brasil Justo e Sustentável

Somos cidadãos e cidadãs que não desistiram do Brasil e que acreditamos que existe uma saída efetiva para esta crise. O ponto de partida para a nossa superação está escrito em nossa constituição: todo poder emana do povo.
Do povo não apenas deve emanar o poder de eleger nossos representantes, mas também de apontar quem serão os candidatos, e as novas maneiras pelas quais desejamos que a política seja manifesta na prática.
Nós queremos exercer nosso poder convocando a sociedade brasileira a sonhar com uma candidatura presidencial que apontará não apenas um novo caminho para o país, como também uma nova maneira de caminhar. E, se hoje os partidos estão de costas para a sociedade, estamos aqui para que nos olhem de frente e reconheçam o horizonte para o qual queremos nos destinar. Lá existe terra fértil para todos nós.
O horizonte é um Brasil justo, democrático e sustentável. E a forma de caminhar é superando a cultura que nos fragmenta, na qual os candidatos atuam isoladamente e os partidos servem apenas como trampolim para seus projetos pessoais, para inaugurarmos uma outra maneira de atuar: em conjunto.
O primeiro passo desta longa caminhada é a união de nossos líderes. E quem entre nós está preparado para esta missão?
Joaquim Barbosa e Marina Silva são, sem sombra de dúvidas, os dois melhores nomes hoje disponíveis para darmos este passo. Íntegros, responsáveis, com suas vidas dedicadas a servir ao bem comum, e experientes para compreender a dimensão de nosso desafio e desvendar os caminhos para superá-lo, exemplos da coragem necessária pra mudarmos o Brasil.
Isoladamente, Marina e Joaquim terão enormes dificuldades para vencer as eleições e para governar o país. Porque não somarem suas forças desde já, e construirem um projeto sólido para o futuro?
O Brasil está cindido e precisa unir-se novamente. Não podemos nos arriscar a eleger um presidente que aprofunde a cisão que nos paraliza. Nós brasileiros precisamos voltar a sonhar, a ter esperança, e é a partir do exemplo de nossos líderes que reconquistaremos nosso futuro. Precisamos de líderes que superem as barreiras que nos separam.
É tempo de rompermos definitivamente com a casa grande e com a senzala. Juntos, Joaquim e Marina serão eleitoralmente imbatíveis, promoverão uma revolução nos costumes da política tradicional e reunirão as principais virtudes necessárias para restaurar a dignidade desta nação.
Nossa proposta é que a dupla Marina e Joaquim seja eleita com um consistente projeto de 8 anos, no qual haverá um revezamento no papel formal de presidente nas candidaturas de 2018 e 2022. Neste modelo de liderança compartilhada o/a vice-presidente exercerá uma função nova, tão relevante quanto a do presidente; e os principais ministros serão anunciados como parte da chapa presidencial antes das eleições, de maneira que nós eleitores poderemos endossar o conjunto que irá governar o país.
Defendemos ainda que este projeto seja construído em torno de 5 pilares, que resumem as mudanças inegavelmente necessárias para que nosso país saia deste buraco:
1. A intensificação do combate à corrupção que irá devolver aos brasileiros a confiança na integridade de seus representantes e abrirá espaço para que uma nova geração de líderes possa surgir na política do país.
2. A construção de um projeto de futuro com eixo na sustentabilidade social, econômica e ambiental, que irá restaurar a capacidade dos Brasileiros sonharem com um futuro próspero no qual as desigualdades sejam drasticamente reduzidas e as riquezas brasileiras sejam valorizadas e melhor distribuídas.
3. A reforma politica que inclui o fim da reeleição para presidente, o fim do foro privilegiado, e o fim do monopólio dos partidos sobre a política com a inclusão de candidaturas cívicas, e a possibilidade de investigação e de impedimento de membros do judiciários vinculados a grupos criminosos.
4. Uma revisão do pacto federativo conjugado a uma reforma das finanças públicas do país que irá eliminar privilégios injustos e fortalecer a gestão local dos recursos públicos.
5. Uma reforma corajosa e vigorosa da Educação, com ênfase na primeira infância, desenvolvimento profissional e valorização dos professores e política de juventude.
Sabemos que os partidos de ambos os candidatos, e os próprios Joaquim e Marina, pessoalmente poderão resistir a esta ideia, inicialmente. No entanto, nós temos a certeza de que este é o melhor caminho para o país, o mais seguro e efetivo. Tudo o que precisamos é que muitas pessoas apoiem e acreditem neste caminho até que se torne impossível negá-lo.
Por isso, aqui estamos, juntos afirmando: Marina e Joaquim, Joaquim e Marina, 2018 a 2026 - por um Brasil Justo e Sustentável!
Fonte: https://www.change.org/
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Brasil tem 6,9 milhões de famílias sem casa e 6 milhões de imóveis vazios, diz urbanista

Famílias que ocupavam o prédio no Flamengo, zona sul do Rio, deixam a Cinelândia e ocupam agora a Praça da Cruz Vermelha, no centro da cidade em abril de 2015Direito de imagemTOMAZ SILVA/AGÊNCIA BRASIL
Image captionEdésio Fernandes: 'É importante que a lei determine onde o pobre vai viver'
O desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, que pegou fogo e foi ao chão no centro de São Paulo, não apenas escancarou o problema do déficit habitacional no Brasil como jogou luz sobre a situação dos imóveis vazios que, mesmo sem condições adequadas, atraem milhares de pessoas em busca de teto.
O país tem, pelo menos, 6,9 milhões de famílias sem casa para morar. Tem também cerca de 6,05 milhões de imóveis desocupados há décadas.
Esse descompasso, que já havia sido indicado pelo Censo de 2010, tem motivado uma onda de ocupações e invasões em uma escala jamais vista no país, diz o urbanista Edésio Fernandes, professor de direito urbanístico e ambiental da UCL (University College London).
"A diferença das ocupações tradicionais está no volume. Não se sabe quantas pessoas vivem dessa forma, sem falar das práticas precárias de aluguel e o surgimento dos cortiços, sobretudo nas áreas centrais, agravado pelo crescimento da população de rua", diz Fernandes, pontuando que as novas ocupações são maiores que muitos municípios brasileiros em termos populacionais.
O professor cita como exemplo dessa nova onda a ocupação batizada de Izidora, em Belo Horizonte. Formada por três vilas interligadas (Esperança, Rosa Leão e Vitória), Izidora reúne 30 mil pessoas numa área de cerca de 900 hectares ocupada a partir de 2013. Fernandes cita também a ocupação Povo Sem Medo, de São Bernardo, que em uma semana já tinha reunido 6 mil pessoas no ano passado.
Edésio Fernandes, professor de direito urbanístico e ambiental, membro da Development Planning Unit - University College London -Direito de imagemCYNTHIA VANZELLA/DIVULGAÇÃO BRAZIL FORUM
Image captionO professor Edésio Fernandes afirma que famílias com renda de 0 a 3 salários mínimos representam 93% do déficit habitacional do Brasil
Fernandes diz que o problema é a falta de leis para definir onde os mais pobres vão morar. "Não há planejamento e pensamento sobre onde vão viver os pobres. (...) Os centros de cidades estão perdendo população, mas o lugar dos pobres é cada vez mais a periferia", afirma o professor, que é membro da Development Planning Unit da UCL.
Para resolver esse problema, diz Fernandes, a solução não passa apenas por facilitar a aquisição de propriedades para quem tem baixa renda. Ele defende uma mescla de políticas públicas, que incluem também propriedades coletivas, moradias subsidiadas e auxílio-aluguel como medidas necessárias para acabar com o déficit habitacional, que é maior entre famílias que têm renda entre zero e três salários mínimos - cerca de 93% dos 6,9 milhões de famílias sem teto têm renda de até R$ 2,8 mil.

Cotas sociais e raciais para moradia

Joice Berth, arquiteta e urbanista especializada em direito à cidade com recorte em gênero e raça, assessora parlamentar em Londres - maio de 2018Direito de imagemCYNTHIA VANZELLA/DIVULGAÇÃO BRAZIL FORUM
Image caption'Em nenhum momento estamos pensando em política urbana a partir da questão racial', diz a arquiteta e urbanista Joice Berth
É por isso que a arquiteta e urbanista Joice Berth defende reservar cotas habitacionais em espaços com mais infraestrutura para negros.
"A gente precisa desfazer o modelo de casa grande e senzala", afirma Berth, dizendo que bairros como Pinheiros e Itaim Bibi, em São Paulo, são bairros mais brancos e com maior renda "onde a negritude não pode estar".
A arquiteta pontua que "brancos e pretos pobres se parecem, mas não são iguais". Por isso, ela defende cotas não apenas em programas de aquisição de imóveis em conjuntos habitacionais, mas também uma política que garanta acesso direto à terra aos negros.
Edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo do PaissanduDireito de imagemRICARDOSAPO©/CREATIVE COMMONS
Image captionPara o arquiteto francês Philippe Rizzotti, o edifício Wilton Paes de Almeida, que pegou fogo na capital paulista, era um 'dos marcos da arquitetura'
Ela também acredita que está na hora de radicalizar as pautas. "Até porque com o advento das cotas (na educação) temos pessoas com novo olhar", observa.
Em relação às ocupações, Berth diz que a solução pode passar por reformar esses imóveis e manter os moradores que lá estão.
O professor Edésio Fernandes, no entanto, observa que o "Brasil não tem tradição nem know how" para transformar imóveis comerciais em residenciais, e isso pode encarecer e dificultar essa conversão. "Faltam tradição e tecnologia", salienta.

Perversidade

Fernandes observa ainda que programas como o Minha Casa Minha Vida (MCMV) deixaram a desejar. Na avaliação dele, além de não atender com prioridade a população com renda mais baixa, o MCMV oferece imóveis de baixa qualidade construtiva e ambiental.
O professor lembra, no entanto, que o Brasil não é o único país a enfrentar dificuldades para manter uma política habitacional de qualidade. Fernandes cita o incêndio consumiu Grenfell Tower, prédio de 127 apartamentos para pessoas de baixa renda em Londres, que usou material de baixa qualidade e inflamável em uma reforma antes da tragédia que matou 71 pessoas.
Grenfell Tower parcialmente queimada, junho de 2017Direito de imagemEPA/FACUNDO ARRIZABALAGA
Image captionEm Londres, incêndio consumiu Grenfell Tower, prédio de 127 apartamentos para pessoas de baixa renda, reformado com material de baixa qualidade e inflamável
Ele também compara o incêndio da torre britânica com o do prédio do centro de São Paulo. "Os dois incêndios revelam muito mais do que a falência de um modelo e de uma política, revelam a perversidade dessa forma de se fazer cidade e moradia", afirma.
A falência, acredita Fernandes, também se estende ao sistema de representação política e reflete a falta de mobilização da sociedade para demandar seus direitos.
"Sobretudo, é a falência da nossa história de não confrontar a estrutura fundiária, segregada e privatista", diz.
Fernandes e Berth conversaram com a BBC e defenderam mudanças na política habitacional brasileira no sábado, durante palestra no Brazil Forum UK, evento organizado por estudantes brasileiros no Reino Unido.

Professor Edgar Bom Jardim - PE