domingo, 23 de maio de 2021

Náutico derrota Sport e fica com o título do Pernambucano


Kieza comemora gol marcado no clássicoPode comemorar, torcedor alvirrubro, o título do Campeonato Pernambucano 2021 é seu. Depois do empate em 1x1 no tempo regulamentar, nos Aflitos, neste domingo, (23), o Náutico levou a melhor nos pênaltis sobre o Sport e quebrou um tabu de 53 anos. Desde 1968 o time da Rosa e Silva não passava pelo rival em uma final de Estadual. Foi o 23º título do certame levantado pelo time vermelho e branco. O quarto do técnico Hélio dos Anjos, que já havia conseguido o feito em três ocasiões, exatamente com o Leão. 

O jogo

Como era de se esperar, nenhum time mostrou superioridade durante o clássico. Principalmente na etapa inicial. Do início ao fim do primeiro tempo, o encontro foi de raras oportunidades para ambos os lados. Diferente do último jogo, o Sport não pôde contar desde o início com Thiago Lopes, com um desconforto no tendão. Por isso, mesmo longe da forma ideal, Thiago Neves foi titular, e o Leão entrou em campo com três volantes. Entretanto, a escalação pouco surtiu efeito. O técnico Umberto Louzer ainda perdeu Everaldo nos minutos iniciais e teve que acionar Toró. Completo, o Náutico foi o primeiro a chegar com perigo. Após cobrança de escanteio, aos 18 minutos, Maílson saiu mal, e Kieza bateu para o gol. Bem posicionado, Maidana afastou o perigo sobre a linha. 

Mesmo sofrendo ofensivamente, a resposta do Sport veio no minuto seguinte. Depois da boa troca de passes no setor ofensivo, Zé Welison recebeu na intermediária e finalizou para defesa tranquila de Alex Alves. A partir do lance, o jogo nos 45 minutos inicias ficou pegado, sem grandes oportunidades para os dois lados. Aos 37, Vinícius até tentou de fora da área, mas a bola foi sem força à direção de Maílson.

Sob a chuva que caiu no final da tarde na capital pernambucana, o Náutico tentou fazer valer o mando de campo e se impôs ao rival nos minutos iniciais da etapa complementar. Porém, sem muita eficácia, o Timbu pouco assustou a meta adversária. O Sport, por sua vez, apostava nas escapadas pelos lados, mas também pouco produzia. 

A partida só voltou a ganhar emoção a partir dos 25. E mais uma vez com o Alvirrubro, que buscava mais as ações ofensivas. Em boa trama pela direita, Hereda cruzou e Kieza subiu livre para cabecear. Caprichosamente, a bola carimbou o travessão de Maílson. No rebote, Jean Carlos bateu de primeira com a perna direita. Mas, quando se preparava para sair para comemorar, apareceu Maidana, mais uma vez, para afastar o perigo sobre a linha e impedir a abertura do placar. Aos 32 minutos, porém, o fogo amigo botou tudo a perder.

Na saída de bola rubro-negra, Marcão foi tentar virar o jogo, mas a bola acabou parando nos pés de Kieza. Livre de marcação, o camisa 9 correu em direção à área e bateu firme para fazer seu décimo gol no Estadual e fazer 1x0. Precisando do empate para levar o jogo para os pênaltis, o Sport, mesmo sem jogar bem conseguiu chegar à igualdade. Aos 41, Toró recebeu nas costas da marcação e cabeceou para o meio. Livre de marcação, Mikael se jogou na pelota para deixar tudo igual. 

Nas penalidades máximas, ficou com a taça quem procurou sempre o gol durante os dois jogos. Jean Carlos, Hereda, Vinícius, Geovanny e Kieza convertaram as cobranças para o Timbu, viram Marquinhos desperdiçar para o Leão, e fizeram 5x3 para os donos da casa. 

Ficha do jogo

Náutico 1 (5)
Alex Alves; Hereda, Wagner Leonardo, Camutanga (Ronaldo Alves) e Bryan; Djavan (Matheus Trindade), Rhaldney (Marciel) e Jean Carlos; Erick (Giovanny), Vinícius e Kieza. Técnico: Hélio dos Anjos.

Sport 1 (3)
Maílson; Patric, Maidana, Adryelson e Sander; Marcão Tréllez), Júnior Tavares, Zé Welison (Thiago Lopes) e Thiago Neves (Mikael); Neílton (Marquinhos) e Everaldo (Toró). Técnico: Umberto Louzer.

Estádio: Aflitos (Recife/PE)
Árbitro: Rodolfo Toski (FIFA/PR)
Assistentes: Marcelo Van Gasse (FIFA/SP) e Guilherme Camilo (FIFA/MG)
VAR: Carlos Braga (CBF/RJ)
Gols: Kieza, aos 32' do 2T (NAU); Mikael, aos 41' do 2T (SPT)
Cartões amarelos: Rhaldney, Bryan, Erick, Jean Carlos (NAU); Maidana, Tréllez, Adryelson, Marquinhos (SPT)


Ninguém do elenco do Náutico era nascido em 1968. Nem mesmo o presidente do clube, Edno Melo. O técnico Hélio dos Anjos era apenas um jovem de 10 anos. E boa parte da torcida também não existia na última vez em que o Timbu havia derrotado o Sport em uma final. Um passado não vivido, mas com um trauma herdado. Sempre presente quando os alvirrubros encontravam o rival em uma decisão. De derrota em derrota, um jejum de mais de meio século foi criado. Hoje, o tabu foi quebrado. A contagem regressiva para o encerramento da amarga escrita chegou ao fim em 2021.

Mais do que o 23º título do Campeonato Pernambucano, este ano ficará marcado pelo fim de um ciclo frustrante para o Náutico. Desde a conquista do hexacampeonato, no final da década de 60, o Timbu não vencia o Sport em uma decisão. De lá para cá, a equipe perdeu todas as finais para o Leão. O placar de confrontos valendo título, que em 1968 estava em 6x2 para os alvirrubros, passou a ser 12x6 para os rubro-negros até 2020.

O Sport vinha de uma sequência de 10 títulos consecutivos diante do Náutico, nos estaduais de 1955, 1961, 1975, 1977, 1981, 1988, 1991, 1992, 1994, 2010, 2014 e 2019. O Timbu, além deste ano, também superou o rival em 1951, 1954, 1963, 1965, 1966 e 1968 (ano do hexacampeonaro estadual). Após 53 anos, o clube da Rosa e Silva vou a levar a melhor perante o Leão. A sétima na história das finais dos Clássicos dos Clássicos.

Vencer nos Aflitos também acabou com o jejum do Náutico de mais de 40 anos sem levantar uma taça dentro de casa. A última vez fora em 1974, perante o Santa Cruz, vencendo o Tricolor por 1x0. Até então, após esse período, o Timbu tinha somente mais uma decisão no Eládio de Barros Carvalho. Foi no ano seguinte, em 1975, sofrendo um revés para o Sport. As demais vezes que os alvirrubros foram campões aconteceram no Arruda (1984, 1985, 1989, 2001, 2002 e 2004) e Arena de Pernambuco (2018). 

Essa foi a terceira quebra de jejum do Náutico nos últimos anos. A primeira, em 2018, acabou com o período de quase uma década e meia sem títulos estaduais. Ao derrotar o Central na final, o Timbu voltou a levantar a taça do Pernambucano - a última vez fora em 2004. No ano seguinte, com o troféu da Série C do Campeonato Brasileiro, os alvirrubros comemoraram a primeira conquista nacional na história centenária.

Com informações de folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

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