quinta-feira, 29 de abril de 2021

30% das cidades brasileiras ficaram sem vacina para 2ª dose nesta semana, aponta pesquisa



Pessoa sendo vacinada

CRÉDITO,REUTERS

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Falta de vacinas afeta milhares de cidades do país, diz CNM

Uma pesquisa da Confederação Nacional de Municípios (CNM) mostra que quase um terço das cidades brasileiras ficaram sem a segunda dose da vacina contra a covid-19 nesta semana.

No levantamento, foram consultados 2.824 municípios - mais que a metade do total -, entre 26 e 29 de abril, e 30,8% deles disseram que não tinham doses para a segunda aplicação.

As Prefeituras também foram questionadas se ficaram sem vacinas para a aplicação da primeira dose.

Dos 2.820 municípios que responderam, quase um quarto (23,9%) afirmaram que sim, e 76,1% disseram que não enfrentaram problemas.

Os números são quase iguais ao do levantamento da semana anterior, quando 23,8% das prefeituras informaram ter ficado sem vacina para a primeira dose.


No entanto, como na pesquisa atual foram ouvidas 724 cidades a mais, o número absoluto de cidades onde faltou vacina para a primeira aplicação é maior.

Na pesquisa anterior, não foi investigada a falta de doses para a segunda aplicação.

A questão foi incluída no levantamento semanal da CNM sobre os problemas enfrentados pelos municípios na pandemia com a multiplicação de relatos da paralisação da campanha de imunização porque os estoques da CoronaVac haviam acabado.

Problema afeta todo o país

Denilson Magalhãoes, consultor da área técnica de saúde da CNM, explica que a falta de vacina afetou cidades de todos os portes, Brasil afora. "Está bem distribuído, afeta todo o país, todo o tipo de cidade", diz Magalhães.

No entanto, ele afirma ser possível observar que a falta de vacina para a segunda dose foi mais crítica nas regiões Sudeste, com 21% das cidades afetadas, e, especialmente, na região Sul, com 47%.

"No Rio Grande do Sul, faltou vacina para a segunda dose em 451 dos 497 municípios consultados", diz Magalhães.

Já a falta de vacina para a primeira dose foi maior na região Norte, com 29% das cidades informando ter enfrentado esse problema.

"As cidades tinham recebido uma orientação do governo federal de que não tinha necessidade de fazer reserva de doses para a segunda aplicação. Acabou se vacinando muito, e agora começou a faltar porque a demanda foi grande e teve atrasos de produção", diz Magalhães.

"Estamos reforçando com as cidades a necessidade de guardar doses para garantir a vacinação de toda a população."

Marcelo Queiroga

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Ministério vai mudar regime de entregas para locais em dificuldades

Ministério fará mudanças

Na segunda-feira (26/4), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse durante uma audiência pública no Senado que há "dificuldade" com a entrega da segunda dose da CoronaVac.

O CNM fez uma reunião com o Ministério da Saúde na última terça-feira (28/04) para resolver a questão.

Ficou acordado que o governo federal vai enviar diariamente vacinas para os municípios que enfrentam problemas, de forma emergencial, até a situação normalizar. Essas doses serão descontadas da remessa semanal prevista para essas cidades.

A pasta também anunciou a distribuição de 104,8 mil doses da CoronaVac aos Estados a partir de quinta-feira (29/04).

O Ministério da Saúde divulgou um comunicado para reforçar que a segunda dose da vacina contra covid-19 deve ser tomada mesmo fora do prazo normal, para completar a imunização.

A maioria das vacinas contra a covid-19 testadas e já aprovadas necessitam de duas doses para conferir uma taxa de proteção aceitável. Isso vale para a CoronaVac e o imunizante da AstraZeneca, que são usados atualmente na campanha brasileira.

  • Rafael Barifouse
  • Da BBC News Brasil em São Paulo
Professor Edgar Bom Jardim - PE

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