quinta-feira, 28 de maio de 2020

A solidão esquisita e solta



As surpresas não se vão. O planeta terra vive momentos inusitados. Há frustrações imensas e interrupções nos planos e projetos programados. Não se trata se algo ligado a um canto do mundo. Tudo se revirou de forma rápida. Não se sabe como refazer a convivência, as especulações ficam sombrias. Mas há sempre uma brecha, mesmo que os delírios tragam dores e fechem as portas de certas esperanças.

É um ensaio de solidão esquisito. Não existem regras claras, o tempo passa com repetições permanentes. Há sonhos para distrair, brincadeiras repentinas, intrigas familiares e cansaço espantoso. O vírus perturba e as pessoas querem respostas. No entanto, continuam as polêmicas. As religiões proclamam castigos e esquecem o desgaste que acontece nas suas buscas de poder. A mistura de intenções fragiliza, a desconfiança anda solta.

A solidão se expande com o medo da morte. É estranho que apareçam figuras que queiram retomar os fascistas num espaço de dores e falta de perspectivas. Penso, procuro pular cercas, mas sinto que as turbulências acompanham as culturas. A desigualdade persegue e a ciência observa que há limites. Portanto, as saídas são discutidas com ressentimentos e promessas de reforçar atitudes agressivas.

Algumas ruas vazias não expressam o compromisso de diminuir os perigos. A coletividade não se articula, não compreende que é preciso a solidariedade. Subestimou-se. Agora, surge um desencanto, as instituições se despedaçam. Como recomeçar? A solidão é esquisita porque cheia da acasos e alguns a ironizam com ares de perversão afirmados. É impossível negar a tristeza. A história tem suas travessuras e traz pesadelos que adormecem o desejo de fugir do tédio.

Por Paulo Rezende

Professor Edgar Bom Jardim - PE

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