Se a história anuncia que o tempo não tem paradigma fixo, não é bom se desfazer das aventuras da memória. Pertenço a quem? Sou de que época? Quem me puniu com as alegorias do pecado original? Procuro pertencer a algum tempo ou mesmo sentir que o outro me faz olhar as histórias como ponto de identidade. Mas a multiplicidade se espalha. Posso afirma que Descartes encantou a racionalidades e que Freud trouxe reflexões inesperadas e atordoantes. Você pertence às geometrias de Descartes ou desafia os dogmas religiosos com ironia?
São andanças que não fogem de perguntas. Não eleja a quietude como a vestimenta do cotidiano. Cada dia significa uma explosão e não uma animação do progresso.Marx denunciou, Nietzsche sacudiu os valores, Hitler delirou com a possibilidade do horror. Portanto, achar que tudo se resolve com uma escolha é muito simples. Atravessamos ruas perigosas, mas montamos quarentenas nos quartos escuros de moradias abandonadas.
A quantidade assusta, pois mostra que as divergências não cessam. Quem estimula uma homogeneidade fica tonto, se desengana, acredita que a história termina como juízo final. Conte cada história sem ansiedade. Amanhã é um talvez e as notícias parecem não ter compromisso com a verdade. Tudo é mesmo confuso. A loucura não é o despertencimento. A loucura é uma travessia que não se fixa num ponto final e desconfia de deuses parasitas e distraídos.
Não se nomeie. Imagine que nasceu e não pediu para permanecer num mundo que se estende, porém é invadido pelo anônimo sem cerimônias programadas. A história não é destino, nem os anjos se interessam pelos pecadores ingratos. Há muitas respostas feitas para deixar a vida se enfeitar e evitar que o grito da carnaval seja o anúncio maior de felicidade. A escrita afirma que a palavra traz um azul que dialoga com os quadros de Magritte, O surrealismo muda e se agita o comum. Livre-se da agonia e das certezas seculares.
Por Paulo Rezende
Professor Edgar Bom Jardim - PE
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