domingo, 10 de novembro de 2019

O tempo pede a coragem



Há muitos esconderijos. A transparência é um mito mal arrumado para impressionar os ingênuos. Busque ouvir o ritmo do tempo, observe os silêncios e provoque dissonâncias. Saímos e entramos em labirintos, mas a profecia final nunca é anunciada.Há sempre a incerteza. A coragem não está em todos lugares. Os covardes se aproveitam dos esconderijos e fazem manobras com seus acessos aos poderes possíveis. O diálogo se torna, quase impossível, quando o medo se expande e as ansiedades inventam imaginações perdidas.
Escutar o tempo exige atenção. Não fique preso ao instante. O passado é vasto, não está morto, inquieta-se com as sombras e não deixa de fustigar as calmarias do presente. Imagine que há história, que a violência assassina sonhos, porém que há resistências e a sociedade também cria sua fugas e não recua. A leitura do tempo nos mostra ambiguidades. É importante não se enganar com a forças das utopias.Elas também vivem pesadelos, são sufocadas por controles.
A coragem provoca e questiona. Sem ela, a mudez marca a história, jamais falaríamos de Prometeu e os poetas adoeceriam. Não se agonie se as multidões escolham a passividade. O ritmo do tempo ganha mudanças quando tudo se desenhava estranho. Não dá para cantar racionalidades como aberturas para desfazer os tantos desgovernos que nos atingem. Há sentimentos trêmulos, paixões abandonadas, desistências de romper com as tradições, líderes vacilantes.
Acomodar-se é esquecer que a história necessita que o tempo não acanhe a imaginação. Tudo é possível. Talvez, haja uma apocalipse com data marcada, planejada e demônios se preparem para o golpe fatal. São especulações. Quem cuida de colocar o relógio para construir sua travessia? A coragem distrai os que gostam de calendários definidos e pouco olham para os circos de antigamente. Vivem o aqui e o agora. Há quem se veja sempre pálido. Nutre sua imagem na derrota. Anula-se no desencanto.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

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