segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Jair: os estragos da crueldade


Todo cargo possui seus rituais. Não há sociedade sem regras. Alguns obedecem, outros se tornam rebeldes. O mundo não tem sossego. Não adianta querer enquadrá-lo e esperar a invenção do paraíso. Não é à toa que aparecem os escândalos, as violências, os desmanches. Jair é uma figura merecedora de atenção. Talvez, seja portador de uma neurose crônica. Faz parte do batalhão das ofensas. Usa as palavras como facas afiadas. Fere, deixa pessoas chocadas, desconhece o limite. Há quem ria das suas agressividades. Ataca os jornalistas e solta ferocidades incríveis, se coloca como um brasileiro impoluto.
Exalta a tortura com entusiasmo. Parece o senhor das ditaduras e o administrador das psicopatias mais exóticas. Estende suas afirmativas pelas redes sociais, desfaz pactos, ilude os que o consideram messias. Compõe a regência de uma plateia de víboras rastejantes, de pastores ditos poderosos e de políticos venenosos. Ninguém sabe a dimensão das suas agonias. Suas profecias perversas ampliam espaço na imprensa e seduzem os carentes de senhores agressivos. Jair sempre atua, forma um repertório, mobiliza protestos, festeja sua própria incompetência. Confunde.
Ficam dúvidas. Será que há uma estratégia política para agradar certos grupos ou Jair é mesmo surtado ou não consegue sofisticar sua fala?Desconhece a delicadeza. Ataca damas, elogia Pinochet, desqualifica o meio ambiente. Mas é parceiro de negócios tenebrosos, protege milicianos e admira Trump. Ganha manchetes. Mantém-se em evidência. Alguns o chamam de fascista, se sentem indignados. Jair nos pune com sua obscuridade, diminuiu sua aceitação, resiste aos argumentos mais lúcidos e promete se reeleger. Portanto , não faltam ambições e companhias para seus planos. Bajular é a ordem de quem quer vitrine sem limites.
Diante de tantas perplexidades, muitos não compreendem o que se passa. É dureza. O capitalismo se reorganiza. Jair representa interesses. O estrago de suas palavras alveja inocentes e garante lugares para os cultuadores da grana. Os dissabores inquietam quem clama por ética e observa as instituições se arruinado. A tempestade anuncia ruínas, porém Jair se encontra com desculpas familiares e se situa numa trincheira bélica frequente. Não está só. Pode trazer perturbações profundas e quebrar vidros escuros.É preciso entrar nessa possível loucura e decifrar suas armadilhas. O fôlego de Jair se mostra imenso. Dispara como se jogasse num parque de diversões. Seu narcismo é singular e delirante.
Por Paulo Rezende

Professor Edgar Bom Jardim - PE

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