terça-feira, 13 de agosto de 2019

Lia de Itamaracá receberá título de Doutor Honoris Causa da UFPE

Lia de Itamaracá é cantora, compositora, dançarina, brincante e cirandeira. Foto: Camila Pifano/Esp. DP.
Lia de Itamaracá é cantora, compositora, dançarina, brincante e cirandeira. Foto: Camila Pifano/Esp. DP.
O Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), aprovou por unanimidade, nessa sexta-feira (9), a concessão do título de Doutor Honoris Causa a Maria Madalena Correia do Nascimento, a cirandeira Lia de Itamaracá. Ela recebeu a notícia nesse domingo (11). O título será entregue em data a ser marcada.


A proposta foi encaminhada ao Consuni pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc) da UFPE, que a aprovou previamente, em atendimento ao requerimento coletivo de docentes lotados nos Centros de Artes e Comunicação (CAC), de Ciências Jurídicas (CCJ), Biociências (CB), Acadêmico de Vitória (CAV), Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), Ciências da Saúde (CCS) e Ciências Médicas (CCM).

A proposta está baseada no artigo 96 do Estatuto da UFPE. O artigo terceiro destaca que "o título de Doutor Honoris Causa será concedido, da mesma forma disciplinada no parágrafo anterior, a personalidade eminente que tenha contribuído para o progresso da Universidade, da região ou do país ou que se distinguiu pela sua atuação em favor das ciências, das letras, das artes ou da cultura em geral."

Lia de Itamaracá é cantora, compositora, dançarina, brincante, cirandeira e patrimônio vivo da cultura pernambucana. “Ela colocou a democrática ciranda, uma dança circular, dançada ao som das ondas da Ilha de Itamaracá, no roteiro turístico e cultural do Estado de Pernambuco e do Brasil sendo reconhecida internacionalmente”, diz a proposta aprovada.

Em 2004, Lia recebeu da Presidência da República o grau de comendadora da Ordem do Mérito Cultural, ao lado de artistas como Caetano Veloso, Mauricio de Sousa, Márcia Haydée e Odete Lara. Em 2005, o Governo do Estado a reconheceu como “Patrimônio Vivo de Pernambuco”, sendo uma das primeiras pessoas a receber o título, ao lado de Mestre Salustiano e Ana das Carrancas. 

A artista também recebeu várias homenagens e honrarias em sua carreira, teve sua vida contada em livro e na tela do cinema. Até o compositor Capiba registrou em versos “esta ciranda não é minha só, é de todos nós, é de todos nós” na música Minha ciranda.

“Sua obra contribui de modo decisivo para a formação da identidade cultural da região e para o seu cotidiano trabalho de atualização, tornando-a acessível aos vários segmentos e faixas etárias. Lia é uma embaixadora da ciranda e a sua arte ensina aos povos o ato de dar as mãos e de coexistir, compartilhando uma mesma música e uma mesma dança. Em seus 75 anos de existência, nos ensina que ‘esta ciranda quem me deu foi Lia que mora na Ilha de Itamaracá’ e nos inspira a pensar a educação de forma diferente, em um mundo desigual que insiste em ignorar a diversidade”, enfatiza a proposta aprovada pela UFPE.
Com informação do Diario de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

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