Uma série de tragédias vem dominando o cenário de 2019. Tudo muito pesado: Brumadinho, tempestade no Rio, intrigas políticas vazias. Há uma mostra cruel da desigualdade que nos acompanha. A gravidade é indiscutível. No entanto, o sensacionalismo ganha espaço, emociona, passa. Tudo é frágil e fugaz. Os lamentos revelam sinceridades, desesperos, falta de cuidado, desgovernos. A sociedade padece de contradições que ferem e intimidam. Elas se alastram, se repetem, denunciam monopólios. Não se trata de divertimento para estimular imagens coloridas. O desgaste nos coloca no fundo do poço,desanima.
O incêndio no CT do Flamengo assustou e acelerou o peso negativo de um ano desconcertante. Mortes de jovens que buscavam um lugar no mundo tão repleto de precariedades. Os milhões atraem e são repentinos. Correr o risco significa abandonar a vida familiar e tentar ir para a magia dos euros, voar no sonho, fabricar suspenses. O entusiasmo está claro e possui suas razões, porém há descaminhos. Como os empresários se aproveitam dos talentos que surgem? As escritas da imprensa esportiva analisam esse mercado de exploração? Há modelos, delírios, sacrifícios: Quem os estimula?
Há riquezas, visivelmente, concentradas. Nem todos chegam ao cume do sucesso. Muitos se escondem em times inexpressivos. São poucos os que materializam suas ambições. O mercado é obscuro, traz menções de lavagem de dinheiro, sacrifica e brinca com espertezas. Circulam patrocínios, festas gigantescas, charmes inesperados. Newmar tornou-se um ídolo. Esnoba, não se acanha com as críticas. A polêmica inquieta, pois a sociedade ,cheia de carência, convive com misérias profundas. No caso, a fuga lotérica enebria e gera celebrações perigosas.Os meninos e as meninas do Brasil estão cercados por dificuldades. Apostam. Os escorregões desenganam e os que devem ser punidos se afastam com cinismo de suas responsabilidades. Desculpam-se com máscaras prontas,
O futebol já foi um espetáculo mais solto, hoje obedece a um esquema de fortes interesses e corrupções lamentáveis. Os investimentos produzem disputas, o Brasil perde seus talentos, entra no leilão. Nada é feito com amadorismo ou ingenuidade. É importante levantar questões, não ficar no prazer das jogadas ensaiadas. As mortes provocam dores e a situação é de limites ferozes. A sociedade está na lama. Seus territórios minados pela pobreza. Parece que alguém ver o suicídio na janela do seu barraco e não se dá conta que as saídas são, muitas vezes, armadilhas. Não se liga no passado, e deixa a memória se arruinar. O drama se espalha, avassalador.
Por Paulo Rezende - A astúcia de Ulisses
Professor Edgar Bom Jardim - PE
0 >-->Escreva seu comentários >-->:
Postar um comentário
Amigos (as) poste seus comentarios no Blog