quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

A história constrói o inesperado


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Os mistérios que cercam nossa vida nos incomodam. É uma afirmação talvez absoluta e pouco crítica. Há quem não se ligue nas dúvidas e sorria diante das questões. Os que acreditam ,numa vida eternam possuem outra respiração. Há sempre o que dizer, pois a história não se esgota. O diferente aparece, uns observam outros preferem se esconder. A massificação invade a cultura contemporânea com a ajuda dos meios de comunicação. A mesmice banaliza e idiotiza. No entanto, as surpresas são frequentes. Há quem esperte, sinta as dificuldade e pule do seu abismo. as teorias não dão conta de tantas acrobacia. Os saberes dialogam com ânimo diante de lacunas. Frustram-se, buscam movimento, empolgam acadêmicos, mas a sociedade não se cansa de visualizar ambiguidades.
Quando viajamos pela literatura há um certo deslumbramento. Convivemos com a imaginação. Não esqueçam Italo Calvino, Paz, Kafka, Baudelaire… Muitos se adiantam, formulam profecias, anunciam desastres e almejam realizar sonhos. O peso da incompletude traz possibilidades de não se fixar numa vida medíocre. A cultura é invenção, temos que soltar as amarras das neuroses cotidianas. Porém, é preciso não desconhecer as fragilidades, A razão não é senhora da verdade e a história não foge das permanências.Narciso ficou perplexo com sua beleza. É um mito. Será que não podemos encontrá-lo no comício de políticos salvadores da pátria? Quem será?
Os historiadores procuram acervos, sacodem a poeira, consultam pronunciamentos, cartas, discursos oficiais, provocam polêmicas. Os recursos tecnológicos abalaram certezas, no entanto abriram espaço para interpretações inusitados. As experiências se modificam. Existiram Marx e Freud. Foucault consegue atrair debates fundamentais. Lacan desmontou reflexões, antes, consolidadas. Muitos abalos convivendo com manipulações profundas. Alegrias e tristezas, violências e afetividades, ambições e desgovernos. O mundo não tem uma forma definida e a história não é escrava do juízo final. Voltamos ao passado, notamos semelhanças. Festejamos as descobertas, lamentamos as ruínas. A sensibilidade anda  pela história desfiando quem celebra o lugar comum.
É preciso fôlego e cuidado com as idolatrias. As ciências prometem longas existências. Há quem se solte nas magias e se sinta um deus de carne e osso. A história é o território do inesperado Quem para é atropelado. Surgirão novas teorias, fases niilistas assumiram controles, ameaças de genocídios são constantes. Não uma fórmula para encerrar a aventura humana. As portas estão abertas, contudo os desmantelos não se foram. Luzes e sombras dançam nas atmosferas. Há instantes de sentimentos admiráveis e outros de armadilhas lamacentas. Escrever desenha geometrias para compreender as curvas dos mistérios. É um divertimento ou uma alucinação? As relações respondem carências e espantam dores profundas. No entanto, elas possuem o vírus da ambiguidade. O inacabado nos abraça e atiça o imaginário. A astúcia de Ulisses.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

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