sábado, 26 de janeiro de 2019

Quem compra a vida e não mede a dor?


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Aceitar as fragilidades é desafio. Queremos fixar memórias cheias de glória. Criam-se discursos que não dispensam as mentiras e buscam inventar ilusões. Desde as lendas do paraíso que a história não é, apenas, travessia linear, mas fugas de dificuldades crescentes. A capacidade de trabalhar, de formular sociedade com ordens estabelecidas não cessam de formar as lacunas. No entanto, não se ousa compreendê-las. É mais fácil mostrar heroísmos, esconder limites. A ficção nos atrai, os mitos existem e são poderosos. Portanto, a dor é negada, o narcismo se expande com o ruído dos cartões de crédito. Ter é um mandamento. A posição privilegiada deslumbra, embriaga, futiliza.
Se Freud analisou tantas pulsões, atos falhos, infantilizações, outros procuram argumentos salvadores e mergulham nos mares da vaidade. Permanecem os que manobram com as fraquezas, trazendo a vida para as idas e vindas dos consumos. O cerco é grande, pois não há como se desfazer de tantos desenganos. A guerra não se explicita, apenas, no culto às armas. Observe o jogo da imprensa, o interesse em ficar na vitrine, as colunas sociais, a venda de produtos inúteis, a cabeça baixa enfeitiçada pelo zap. A marca da novidade é festejada, a precariedade fica perdida nos labirintos.  Édipo não deixou seu reino e Zeus se encontra nos quartos palacianos. Quem usa a palavra que desmonta? Apolo fechou sua moradia iluminada pelos excessos, saudoso das criatividades das sombras dançantes.
A pequisa histórica busca esclarecimentos. Surgem as interpretações. Os acervos se multiplicam com a expansão dos feitos culturais. Os historiadores perguntam, dialogam, exibem saberes. As dúvidas não são eliminadas. Porém, há quem sossegue e aposte nas saídas individuais. A economia traz debates e os liberais estão na crista da onda. Derrubam passados, reclamam das irresponsabilidades de governos ideológicas. A mistura se faz com objetivos de gera tumultos. A guerra dos conceitos é uma ameaça. Muitos a subestimam. Já vi conceitos arrepiantes. Os ataques ao comunismo são confusos, revelam má intenção, contudo possuem seus seguidores. Quem assume a responsabilidade de repensar o mundo? Muitos preferem às telas e não os olhos dos outros. Banalizam-se.
É interessante como capitalismo se veste de todas as cores. Veja a China, explorando, sepultando seus antigos ideais. Será que Mao estremece com sua alma repleta de pecados ou ele abriu espaços para que a China entrasse numa contemporaneidade obscura? Tudo virou um amontoado de disputas. A lógica do capitalismo prevalece. Os historiadores tentam outros caminhos. Por que tantas ambiguidade? As fontes não decifram certos mistérios. Deus está morto? O mal estar é permanente? A grana agrada aos desejos humanos de forma definitiva? Estuda-se a subjetividade, consulta-se Sarte, Deleuze, Lacan, Certeau e os argumentos inquietos não conseguem ultrapassar as angústias. Há limites.Eles passam e retornam. A cultura devasta?  Quem a sente se incomoda com as suas feridas?
A astúcia de Ulisses
Professor Edgar Bom Jardim - PE

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