Ensinar sem educar é uma falta de sensibilidade cruel. Não adianta acumular datas. descrever batalhas e entrar nas fofocas de figuras ditas ilustres. É preciso que a história se amplie e toque na vida. As palavras se aproximam dos momentos da cada um, quando fugimos dos efeitos didáticos e conquistamos o mundo da reflexão. Há quem se entregue aos dados do progresso, sem observar as bombas e os genocídios. A dialética do esclarecimento afirma concepções de mundo, trazem inquietações. Ficar na apatia é a frustração escondida. O ensino está alem das páginas dos livros, exige que se toque nas emoções e se desloque o olhar fixo.
Muitos professores se fecham na carga horária. Não imaginam o peso de um conhecimento meramente estatístico. Não há neutralidade, o compromisso nos move, as diferenças se expandem e criam as lutas políticas. O absurdo de se defender a escola sem partido é brutal. Observem o histerismo dos que inventam o socialismo na Venezuela. Os desastres, do nível intelectual de alguns, levam à mediocridades. A família Bolsonaro faz estragos. Não sossegue, porque há quem defenda o socialismo sem nunca analisar um texto de Marx. Dinamitam o saber, para ocupar vitrines do ódio. Riscam os campos de concentração e disfarçam a ação das polícias secretas.
Não esqueça que memória e história dialogam com ânimo ativo. Quem não se estica se desperdiça. Ressuscitar lembranças confusas é tática presente entre os políticos. Mostram desenvolturas que assassinam desejo de mudar a sociedade. Já escutaram as declarações de Olavo? São torpedos treinados para atravessar as intenções saudáveis. Alguns se limitam a tentativas de consagrar a pedagogia militarista. A moda é a continência. Exaltam nações que espalharam crueldades, construíram travessias racistas. Não é fácil engolir mentiras absurdas, admirar discursos fabricados para dominar o mundo. Os especialistas aprendem a distribuir suspenses vazios. A mídia estreita a inteligência e celebra mercadorias e outros justificam-se na embriaguez exaltada.
O ser humano não nasceu para fundar paraísos. Tudo possui uma fragilidade. Imagina uma harmonia social, um período histórico sem renascimentos. Por que as religiões se juntam com a política? Quando educação realça a crítica abandona esquemas onde a palavra característica justifica tudo. Deixar de olhar as idas e vindas das relações sociais anula os conflitos e registra ilusões. Quem se motiva com a história seguindo a linearidade e zombando da multiplicidade? Não é sem razão que a privatização é sempre uma ameaça. Minimizar a complexidade da cultura é também um aventura na significativa. O desgaste é grande, quando o sucesso se consagra com a obtenção do título. Para quê?
Por Paulo Rezende/ A astúcia de UlissesProfessor Edgar Bom Jardim - PE
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