segunda-feira, 19 de novembro de 2018

A solidão e a beleza: as respostas do mundo


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Admitir a solidão parece ser uma aventura que nem todos conseguem enfrentar. Vivê-la pode causar transtornos e caminhos para depressão. Mas muitos artistas negam os ruídos e se entregam ao silêncio. Nada é absoluto, mas não custa escutar a voz na sua intimidade maior. Assim pensava Rilke. Ele não queria mudanças no mundo. Procurava se livrar das inquietações, para navegar na palavra. Desejava o trabalho da poesia. Não exaltava a beleza como Oscar Wilde. Trilhava um conservadorismo em nome de se conhecer.
A solidão não abate as fronteiras com o resto do mundo. Há os outros e eles não fogem dos contatos. Não imagine uma escuridão sem vultos. Dentro de você moram muitos demônios estranhos, porém os anjos não se afastaram. Tudo é espaço para desenhar a vida. Talvez, ela se repita, ou seja ensaios de mudanças inúteis. Os vazio acontecem e puxam horas de recolhimento. Se há salvação, ela necessitar de compreender as possibilidades da ambiguidade. Nem todas as portas estão abertas. Nem sempre, a imagem no espelho é a definitiva.
Picasso desafiou as formas e as cores. Era compulsivo. Mas tinha sua entradas fechada, para recompor energias. O que dizer de Gabriel García  solto na escrita de Cem anos de solidão? O artista tem sua lucidez, não só delírio. Quem cogita de se desfazer de todas as medidas? Macondo convivia com Gabriel, ele alcançava a transcendência do sonho, sem negar que o vivido estava presente na fantasia mais alucinada. O belo deslumbra e assusta. na festa do pragmatismo, a arte é atacada pelo mercado. Há quem corra e se perca no labirinto de encruzilhadas medonhas.
A ousadia vence a mediocridade. Quem llê Octavio Paz observa que a solidão possui muitas vozes e que a beleza não é apenas um lugar sem regras, porém nos leva a quebrar o que parecia eterno. As diferenças movem a história, nem imagino uma sociedade com as mesmas cores do passado. Quando as continuidades se fixam, alguém grita e sai de um pesadelo infernizante. Na solidão, o mundo também se mostra. Talvez, existam muitas gramáticas inesperadas. O encontro se faz quando a solidão se aproximar do outro e se reconhece na distância. De olhos abertos, o belo se revela, nunca em todos os seus detalhes, porém atravessa o muro que engessava do desespero.
Paulo Rezende. A astúcia de Ulissses

Professor Edgar Bom Jardim - PE

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