sábado, 12 de maio de 2018

A paixão se mete pela vida


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As coisas estão embaralhadas. Não há clareza, tudo caminha para uma escuridão avassaladora. O sentimento, porém, não morre. Mesmo com todas as enganações da sociedade de consumo podemos observar certos encantamentos. Não há vida sem ilusão. Acredite que Kant era uma sonhador e Nietzsche procurava uma princesa. A loucura gosta da fantasia.A cultura sacode tudo no ar. As invenções humanas surpreendem seus próprios inventores. Por isso, uma ameaça de caos nos cerca brincando no esconderijo, curtindo ruídos tecnológicos.
A paixão tem muitos trapézios. O perigo é jogá-la na rede das mercadoras. As vitrines são feitas para atordoar. Compra ou não compra? Será que, um dia, tudo não terá preço? O mundo globalizado requer paixões estranha? Já pensou no último modelo do celular? E naquela curso sobre os filmes de Gláuber Rocha? A industrialização agitou sociedades antes rurais e acomodadas. Nem sempre a inquietude traz alegria, O desejo pode fechar o riso e se não for atendido. Você não sabe se o destino cortou seu coração ou você está em crise com a moda dos shoppings.
Não se preocupe. Nem toda paixão está no reino das ruas comerciais. Que tal olhar a beleza das obras de Picasso ou ouvir Elis Regina cantando? E ficar seduzido pelo charme de outra, pelo ritmo de um corpo, por uma lua firme? Mas nada como a paixão que se transforma em amor. É uma aventura sedutora  se envolver com certas fragilidades. A paixão ferve ou esfria acidentalmente. Faça uma consulta a sua psicanalista sobre os males de quem se apressa. O amor é paciente e cuidadoso. Navega como uma onda preguiçosa, conversando com a sereias.
Bauman alerta para o individualismo, para um mundo que receita o efêmero. As sexualidades se moldam às carências de uma época, Imagine os afetos vividos no começo do século XX? Houve mudanças radicais? As palavras ganharam outros significado. As lembranças de Rosa Luxemburgo se misturam om a política. As lembranças de Lou Salomé com a convivência intelectual. Nada de especial, pois lutavam por causas diferentes. Numa sociedade massificada, as complexidade são muitas. Quem é Mandona/ Quem é Marina Lima? Quem é Faustão? Onde mora o feminino? Café ou cerveja? Cocaína ou bolo de noiva? O autor ou o texto?
As paixões possuem químicas ardorosas. Não existe paixão silenciosa. Quando faltam corpos tensos, surgem poemas que falam de flores. Há, atualmente, síndromes que mostram labirintos da alma angustiada. Não é à toa que as drogas ganham espaço. A cultura promove máquinas, cantam virtualidades, estragam ousadias sinceras. Portanto, a paixão de Adão e Eva é, apenas, uma história distraída. E a paixão que não se transforma em amor? Os cristais também se quebram e existem  partidas que nos levam para o nunca mais. Não peço que concorde comigo. São escritos, porém os desenhos das letras apaixonam. A astúcia de Ulisses. Por Paulo Rezende.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

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