Um poderoso terremoto de magnitude 7,1 abalou a região central do México na terça-feira, às 13h14 do horário local (15h14 em Brasília), deixando um rastro de destruição e mais de 200 mortos.
Da BBC
O Serviço Geológico dos Estados Unidos localizou o epicentro do terremoto a 51 km de profundidade nos arredores da cidade de Axochiapan.
Coincidindo com o 32º aniversário do devastador terremoto de 1985, que causou milhares de mortes no país, o sismo de terça-feira levou pânico aos 20 milhões de habitantes da capital mexicana.
O terremoto veio menos de duas semanas depois de o sudoeste do México ser sacudido por outro tremor, de magnitude 8,1, que deixou pelo menos 100 mortos.
Mas por que o México é tão propenso a sofrer tantos e tão fortes movimentos sísmicos ?
A resposta está em sua localização geográfica.
Círculo de fogo
O país encontra-se no Círculo de Fogo do Pacífico, uma grande área em formato de ferradura com alta atividade sísmica e que liga a América e a Ásia.
"90% de todos os terremotos no mundo e 80% dos maiores terremotos ocorrem no Círculo de Fogo do Pacífico", destaca Hernando Taveras, diretor do departamento de sismologia do Instituto de Geofísica do Peru (IGP).
Além do México, esta região - também conhecida como Anel de Fogo - inclui, no lado da costa Pacífica do continente americano, Equador, Chile, Estados Unidos, Peru, Bolívia, Equador, Colômbia, Panamá, Costa Rica, Nicarágua, El Salvador, Honduras, Guatemala e parte do Canadá.
Na altura das Ilhas Aleutas, no norte do Oceano Pacífico, entre o Alasca e a península de Kamchatka, na Rússia, fica a curva superior da ferradura, que então dobra para a esquerda, incluindo a costa e ilhas da Rússia, Japão, Taiwan, Filipinas, Indonésia, chegando a Papua-Nova Guiné e Nova Zelândia.
O leito do Oceano Pacífico repousa sobre várias placas tectônicas e "o fato de a atividade sísmica ser intensa no Círculo de Fogo se deve à convergência destas e a sua fricção, o que faz com que a tensão seja liberada", explica Taveras. O México, especificamente, tem abaixo de seu território três das principais placas tectônicas do planeta: Cocos, Norte-Americana e do Pacífico.
Também no Anel de Fogo estão mais de 75% dos vulcões ativos e inativos no mundo, com 452 crateras.
O México também tem um histórico de atividade vulcânica. Os vulcões Popocatépetl e Ixtaccíhuatl, por exemplo, a sul da Cidade do México, ocasionalmente expelem gases que podem ser claramente vistos da capital. Em 1994 e 2000, o Popocatépetl ficou ativo e forçou a evacuação de vilas e cidades nos seus arredores.
Em meio ao caos e gritos desesperados, um homem de camiseta azul caminha com dificuldade até um posto médico. Dois soldados o ajudam a se manter de pé. Muito pálido, balbucia seu nome, Leonardo, e diz que precisa regressar, que não pode se afastar do lugar onde está seu filho.
A 30 metros dali, encontra-se o que sobrou da escola Enrique Rebsamen, praticamente destruída pelo tremor de magnitude 7.1 na tarde de terça-feira, o segundo forte terremoto a atingir o México em setembro.
O desabamento, que afetou a saída de emergência da escola, ocorreu justamente quando pais e responsáveis retiravam as crianças do local durante os tremores.
Enquanto equipes de resgate procuram desesperadamente por sobreviventes, contam também os mortos: 26 crianças e dois adultos. Onze pessoas foram resgatadas.
O correspondente da BBC Mundo na Cidade do México, Alberto Nájar, visitou a escola e testemunhou o desespero de socorristas e pais de crianças.
Nájar relatou que pelo menos cinco alunos foram retiradas dos escombros e levadas a um hospital. Não há informações ainda sobre o estado de saúde dessas crianças.
Cerca de 30 pessoas estão sendo consideradas desaparecidas. É possível, no entanto, que muitas tenham sido retiradas da escola, que fica no sul da Cidade do México, antes do desabamento.
O tremor atingiu o México no aniversário do devastador terremoto de 1985 que matou cerca de 10 mil pessoas.
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Nesta quarta, as autoridades mexicanas contabilizaram pelo menos 216 mortos no país e esse número ainda pode aumentar. Pelo menos 27 prédios desabaram.
O tremor foi registrado às 13h14 no horário local (15h14 em Brasília) com epicentro nos arredores da cidade de Axochiapan, no Estado de Morelos, distante 120 km da capital mexicana. A capital do México, com mais de 20 milhões de habitantes, é uma das mais densamente povoadas do mundo, o que ajuda a explicar o grande número de vítimas.
O terremoto ocorreu duas horas depois de mexicanos terem feito uma simulação de como se proteger contra tremores. Quando o alarme soou, muitos não reagiram pensando se tratar de uma repetição do exercício anterior e não uma trágica coicidência com o histórico terremoto de 1985.
Situado sobre três placas tectônicas, o México é propenso a tremores. No início deste mês, um terremoto de magnitude 8,1 atingiu o sul do país e deixou mais de 90 mortos.
Na terça, após o terremoto, quase 2 milhões de pessoas na capital ficaram sem eletricidade e as linhas telefônicas entraram em colapso.
O prefeito da Cidade do México, Miguel Angel Mancera, informou que pelo menos 44 edifícios na capital mexicana sofreram grandes danos.
Professor Edgar Bom Jardim - PE
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