sábado, 27 de maio de 2017

O tempo desfigurado

Vejo o tempo coberto de cinzas, sem fixar datas , nem profecias.
Notícias correm registrando mortes anônimas e desesperos universais,
mas o espetáculo continua, registrando escândalos e artifícios enganadores.
Há um desencanto que esconde o fim do sagrado e
a profanação de todas as verdades e de todas as tradições.
As ordens desfeitas teimam em  desaceitar o instituinte,
procuram silêncio nos fascismos contemporâneos e sofisticados.
Quem mede as lutas com a coragem registra o transtorno
das hipocrisias que não cessam de firmar emboscadas.
A leveza se foi no tapete mágico que se livrou do inferno,
a história conta o que não houve e coloniza a possível rebeldia.
Ulisses desiste de ouvir o canto das sereias e navega sem rumo definido,
sinto que a aventura desbotou as cores e o paraíso desabita a imaginação.
Por Antônio Rezende
Professor Edgar Bom Jardim - PE

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