quarta-feira, 10 de maio de 2017

Com depoimento de Lula, clima de guerra invade Curitiba



Manifestantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) estão acampados aos fundos da Rodoferroviária no bairro Capanema, em Curitiba (PR)
Manifestantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) estão acampados aos fundos da Rodoferroviária no bairro Capanema, em Curitiba (PR)Foto: Paulo Lisboa/Brasil Photo Press/Folhapress
O dia do primeiro encontro cara a cara entre o ex-presidente Lula e o juiz Sergio Moro chegou [esta quarta, 10] e, com ele, Curitiba foi tomada por um verdadeiro clima de guerra. Desde a terça (9), vários ônibus do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) começaram a chegar no acampamento montado ao lado da rodoviária da capital paranaense, para acompanhar de perto o depoimento do petista sobre supostas vantagens ilícitas recebidas pela empreiteira OAS. Por sua vez, a Polícia Militar do Estado deu início à proteção do entorno do prédio da Justiça Federal, palco do interrogatório.

O acampamento do MST fica em uma área da União e sua montagem foi negociada com autoridades locais, já que a Prefeitura de Curitiba proibiu que as estruturas sejam levantadas em área do município. "Essa audiência pode ser amplamente manipulada para fins políticos daqueles que não querem dar o direito de o Lula ser candidato", disse o líder do movimento, João Pedro Stédile, que aguarda a chegada de cerca de 100 ônibus no local.

Assim como a ex-presidente Dilma, Lula deverá chegar à cidade a poucas horas do interrogatório, marcado para as 14h. De acordo com o deputado Carlos Zarattini (SP), a ideia é que os parlamentares do partido acompanhem o petista até onde for possível, por conta das barreiras impostas pelas autoridades de segurança na região do fórum. "Curitiba não é propriedade dos coxinhas", afirmou o ex-ministro Gilberto Carvalho (PT).

Cerca de dez dos manifestantes pró-Lava Jato que estavam acampados em frente ao prédio Justiça Federal e precisaram sair do local por decisão judicial se mudaram provisoriamente para o gramado ao lado do museu Oscar Niemeyer. Com bandeiras do Brasil e camisetas com a cara de Moro, eles ficaram no local até as 20h, quando começou uma vigília em um dos bloqueios que vão isolar a área em volta do prédio.

Batalha judicial
Lula é acusado de receber propina da OAS por meio de reforma de um triplex no Guarujá. Na terça (9), o juiz federal Nivaldo Brunoni, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), negou o pedido de habeas corpus impetrado pelos advogados de Lula e decidiu manter a data do depoimento do ex-presidente. As atividades do Instituto Lula foram suspensas por ordem judicial.

Advogados do ex-presidente entraram com três pedidos de habeas corpus contra decisões do TRF-4:  No primeiro, alegam que o processo deve ser suspenso até que haja decisão definitiva sobre se o juiz Moro deve ou não continuar à frente do processo. No segundo, pedem a suspensão da ação até que a defesa tenha acesso a uma série de documentos requeridos à Petrobras – e também 90 dias pra analisar material depois do recebimento. O terceiro recurso é para que a defesa possa gravar a audiência com Moro em imagem e áudio de forma autônoma e sem necessidade de autorização judicial.

Segurança
O secretário estadual de Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita, disse que foram apreendidos facões e foices em um ônibus do MST. Segundo ele, "a polícia está pronta para dar o apoio que for necessário, para garantir uma manifestação pacífica e democrática”. Mas, ainda ontem, uma página do Facebook, intitulada “Polícia do Paraná”, divulgou um vídeo com a chegada da tropa de choque à cidade e a frase: “As boas vindas ao pessoal do MST e da CUT!”.
Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

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