terça-feira, 3 de novembro de 2015

Conhecimento e afetividade: mundos

Por Antônio Rezende.
A cultura veio para diminuir nossas faltas ou lacunas. É um lugar da imaginação, mas não consolida certezas. Sinto, muita vezes, que posso inventar coisas. Isso passa pela cabeça de quase todos. Ninguém perde a sensação de que há incertezas perenes desde os tempos de Adão e Eva. Conhecer, desvendar, mostrar possibilidades. Conhecer revela também dificuldades. A travessia é imensa, nela moram desertos e abismos. Não temos a cartografia do mundo, nem por isso desistimos de buscar utopias e levantar a poeira da afetividade. As ações humanas são inúmeras. Existem definições, sentidos? No entanto, falamos sem cessar de felicidades.
Não é fugindo do sério que afirmo que apostamos em profecias. Na velocidade que a tecnologia se estende, a reflexão se fragmenta. Há saberes múltiplos. Uma pergunta: o que aprendemos como eles que transforma nossa vida? Tocamos na quietude? Será estamos submissos, ainda, aos racionalismos modernos? A facilidade de perguntar não é acompanhada pela facilidade de responder. Portanto, a máscara do jogo é poderosa, a lágrima esconde as manobras do inconsciente e as história seguem como  aventuras que perseguem infinitos.Não há como fechar todas as portas
Bauman menciona a modernidade líquida e traz debates. Sabe que muitos estão presos aos preconceitos tradicionais. Os valores estão misturados, daí  as escolhas sofrerem a invasão das instabilidades. Os afetos se  interligam, colam proximidades, socializam espelhos. É o desejo máximo, cercado de hesitações. Mas a sociedade se divide, fabrica comportamentos e hipocrisias. A heterogeneidade se move e sentimos o gosto do exílio, corremos de caminhos que pareciam quietos. Não vou negar: cada um tem um jeito de contar sua história.
Desconheço a origem, nem tenho forças para me abraçar com o fim. As criaturas que passeiam no mundo querem salvações e fixam-se em dogmas. Flutuam entre infernos e paraísos. Cobrem-se de orações milagrosas. O outro nunca nos trará um sossego definitivo. A fragmentação lapida pedaços de materiais descartáveis. Há a ansiedade do luxo e do lixo, por isso tudo é passageiro, as modas dominam. Tropeçamos nos enganos. Não descobrimos como as afetividades se entrelaçam com o saberes. Estamos no reino astucioso das competições. Os afetos celebram datas marcadas intensamente comerciais. Na saída, encontro muitas entradas.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

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