sexta-feira, 18 de setembro de 2015

O poder cotidiano da mídia


Quem desconhece que a cultura tem seus limites com certeza se encontra atordoado. É possível se inventar sonhos e até imaginar um mundo sem inquietações vingativas. Os paraísos existem para aliviar o cansaço da velocidade dos desejos. Mas o canto da ilusões não engana a todos. Serve para enfraquecer as tensões. A sociedade se multiplica, porém exige que haja ordens. Quem se incomoda monta suas rebeldias e desafia como Prometeu. Há diferenças que não são banidas e trazem sinais, muitas vezes, enigmáticos.
Somos formados por pedagogias que se renovam. A escola nos ensina ou apenas nos controla? Buscar as medidas do equilíbrio faz parte da história. Elas nunca foram encontradas, nem nas teoria mais ousadas. Existem especulações. Sartre afirmou que o inferno são outros, Descartes queria esclarecer suas dúvidas, Foucault fez denúncias complexas e ativas sobre os rigores da disciplina. Cada época vive construindo sociabilidades, contudo não há como desfazer as fragmentações. Por isso as crises expressam experiências descontínuas que não apagam suas ameaças.
Caminhamos como Sísifo. Os pesos se misturas com efêmeras sensações de leveza. A política e a ética se estranham, para satisfazer as corporações com suas desses lucrativos. Na sociedade do espetáculo, o divertimento invade os protestos, transforma tragédias em imagens apáticas. Criam-se distanciamentos com a fabricação de jogos imaginários. A cultura se alimenta de banalizações, no entanto os conflitos não deixam de ferir e registraram suportes para as relações de poder.
Como tudo tem seu preço, a verdade se localiza no vazio de relativismos lúdicos. Há a foto que é estampada na primeira página para provocar emoções. Será que há espaço para se testemunhar democracia ou o mercado possui o controle das nossas aventuras? As histórias de hoje se amarram em vestígios das histórias de ontem, acende memórias que se dissipam com facilidade. Indignações desatam nós que voltam com uma rapidez inesperada. O movimento do lembrar e do esquecer nos confunde, os sofrimentos parecem ficções que reforçam culpas e anulam ações de mudanças.
Se o nosso cotidiano está envolvido por condenações,  há fugas, mentiras, espelhos, esconderijos, brincadeiras que se balançam para que percamos as formas das coisas. É difícil dar nome ao que sentimos quando o comércio dos pecados desenha a geometria das trilhas. Tudo se dissolve em crenças que pregam paz, mas se movem com o sangue dos conflitos. O baile das máscaras anima orações e ritma as iras dos deuses. As sentenças justificam violências, os cinismos se conectam com diplomacias, as nações são apenas moradias artificiais de desesperos ousados.
Fonte:astuciadeulisses
Professor Edgar Bom Jardim - PE

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