terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

O dúbio caminho do sucesso

Paulo Ezende.
Não fica perdido o apelo que ouvimos, pequenos, de que trilhemos o caminho do sucesso. É preciso ser gigante para enfrentar as competições que nos cercam, dizem os donos de sabedorias. O capitalismo pede movimento de grana ágil e astúcia para sair de labirintos. É uma regra: busque se promover e se mostrar capaz. Já ouvi, muitas vezes, que vale a sutileza manhosa nas manobras da vida. A corrida é grande e a velocidade não tem limites. A fama atrai, fabrica discursos, inventa ambições desmedidas. O eco das escolhas mal feitas destrói existências, desenha demônios nos negócios. Os ruídos contraditórios confundem e acendem debates.
Nem tudo garante a subida da ladeira. As quedas acontecem, é importante não se achar imbatível. As surpresas ampliam seus espaços. A sociedade estimula concorrências, brinca com as imagens, lança no mercado maldições e abonos. Difícil é esclarecer e festejar transparências. Na política, as frustrações visitam lugares que pareciam inexpugnáveis e as descrenças aumentam aceleradamente. Há controles, mas o jogo é forte com máscaras nunca destruídas. Ninguém está livre de um voo desfigurado, de uma denúncia repentina. Como afastar a dubiedade num mundo tão complexo e tenso?
A bolsa de valores fotografa instabilidades. Os milhões se evaporam ou a riqueza se espalha envolvida pela esperteza.Há quem conheça as idas e vindas das manipulações e aposte nas profecias do mercado. É confuso entrar no circo, onde os acrobatas escondem habilidades e deixam o público desconfiado. Contar as histórias das ações é um risco. As verdades têm pernas curtas e as incertezas não fogem. Quem consegue sintetizar o tamanho das imagens das felicidades? Os espelhos não estão gastos?A moda traz fanatismos. Espera-se que os deuses desfilem, sem o peso do pecado original.
Quando os fracassos surgem, muita gente some e descobre que as vacilações diminuem o fôlego. Não se pode negar que se  industrializam comportamentos e modelos. Os exemplos são amplos e discutíveis. Sarney viveu a política com uma eternidade de faraó; Anderson Silva tropeça na própria sorte ou enganação dos esquemas; Xuxa se foi da Globo depois de séculos; as religiões usam propagandas para firmar a fé dos seus adeptos. As estradas curvas garantem que a vida passa e o perigo sempre está próximo. O sucesso é uma armadilha, desde a história de Adão e Eva.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

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