As formas de agir politicamente vão se modificando. Não cessam as inquietações, apesar de todos os mecanismos de manipulação usados para manter a ordem. Não se fala em grandes revoluções, mas as insatisfações estão sempre crescendo. Há um pragmatismo que envolve a todos. Quem protesta busca melhoria de vida, reclama dos salários, quer uma cidade sem tanta violência e com atrativos. As sociedades acompanham o mundo da tecnologia, se empolgam com as novas mercadorias, vivenciam desejos rápidos. Tudo é sinal de agitação, de ansiedade, de expectativa.
As redes sociais mostram que as comunicações são urgentes. Os boatos circulam com força, causam transtornos, porém há também necessidade de redefinir projetos e denunciar desgovernos. Nem tudo ocupa o reino da ficção. Os partidos não conseguem viabilizar seus planejamentos. Ficam tomados pelo imediato. Não refletem, apenas disputam cargos, inventam promessas, sentem-se desacreditados. Os tempos exigem respostas e duvidam de certas utopias do passado. Há navegações e mares desconhecido e turbulentos.
A velocidade, então, é símbolo marcante. Os divertimentos envolvem patrocínios gigantescos e anúncios sedutores. A política se mistura com carnavais, futebol, artes, com objetivo de ganhar espaços. As redes sociais são ágeis e atraem parte da população. Uma mudança que abala tradições. Nada acontece sem provocar instabilidades. Não estamos nos territórios das certezas. As soluções se constroem cercadas de desconfianças. Assim segue a história.
Muitas possibilidades, muitos caminhos, muitas teorias. Freud ficaria perplexo se vivesse no século XXI. Será que ainda podemos compreender as extensões do complexo de Édipo? As famílias não estimulam comportamentos solitários ou zelam pela segurança sem se ligar no afeto? Como conciliar tantas reviravoltas com sentimentos que se vestem ainda com as roupas do romantismo? Apesar da pressa o presente não deixa de olhar para o passado e a memória configura identidades.
As rebeldias moram em múltiplos lugares. Estão nas ruas, se reúnem nas praças, se encontram nas mensagens do facebook, desorganizam os shoppings. As convivências assinalam contrapontos. Se há protestos, há também celebrações de eventos, declarações amorosas, acusações privadas, oportunismos elitistas. As revelações podem esconder armadilhas. Os negócios parecem com verdades importantes. Há fugas, coragens, desesperos. O ontem envelhece com facilidade. O que será da sociedade no futuro? Pergunta sem eco e inútil.
A história não se fecha em determinações e sentidos. O imaginário é precioso. As crenças permanecem, como também muitos se abraçam com transcendências. Não há nitidez e as escolhas confusas levam a abismos. As redes sociais curtem reviravoltas, mas reproduzem, algumas vezes, preconceitos e autoritarismos. Observar que a história não anula as permanências faz parte da crítica. É fundamental ouvir os silêncios do tempo. As idas e vindas possuem curvas, labirintos, gramáticas míticas. Há vazio nas urgências. Elas não fogem das contradições. Por Antônio Rezende
Professor Edgar Bom Jardim - PE
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