segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Refugiados da Síria na Jordânia


O campo Zaatari abriga os mais de 230 mil refugiados que cruzaram a fronteira, a maioria ilegalmente. Pelo menos 60 mil são crianças.


O número de refugiados da guerra na Síria chegou a dois milhões. Os correspondentes Rodrigo Alvarez e Jeremy Portnoi visitaram Zaatari, um campo de refugiados do tamanho de uma cidade.
Depois de receber autorização, passar por duas barreiras policiais, e finalmente entrar no maior dos campos de refugiados da Síria, você logo descobre que, apesar de transitarem livremente lá dentro, os refugiados não podem sair. Vivem cercados, como se estivessem em uma prisão.
E, de certa forma, é isso mesmo. Eles só chegaram ao campo porque enfrentaram dias de caminhada para fugir da guerra civil na Síria e, quando cruzaram a fronteira, a maioria ilegalmente, foram detidos pelo exército da Jordânia e levados para o local.
Só pode sair quem tiver alguém na Jordânia que ofereça garantias financeiras, ou quem quiser voltar para a Síria.
O campo Zaatari fica perto da cidade jordaniana de Al-Mafraq, a 15 quilômetros da Síria, muito perto de Deera, onde os primeiros combates começaram, há mais de dois anos.
A vida no campo depende da água oferecida pelo governo da Jordânia, e da comida distribuída de graça pelo Programa Mundial de Alimentos da ONU. Depois que recebem os alimentos, a tarefa é levar para as tendas. Alguns caminhõezinhos fazem a distribuição. São muitas tendas e o campo é muito grande. São mais de 230 mil pessoas, e aí é uma disputa por espaço no caminhão.
Depois de dois dias, você não tem mais dúvida de que a cidade é dos meninos e das meninas. Entre os dois milhões de pessoas que fugiram da Síria, mais de um milhão são crianças. E só nesse campo, são pelo menos 60 mil.
A maioria passa os dias brincando pelo campo. E como eles gostam de uma câmera. Quando a gente gravava, não teve um momento em que não aparecesse um menino posando, querendo aparecer na fotografia.
Entre os milhares de meninos, encontramos o pequeno Ahmed, de 13 anos. Ele impressiona pelo inglês fluente e pelo discurso, contra o ditador sírio Bashar al-Assad. "Ele mata mulheres, crianças, ele mata todas as pessoas", diz Ahmed.
Enquanto a guerra civil se prolonga muito além do que qualquer um imaginava, e vira cada vez mais um problema mundial, o campo Zaatari vai ficando cada vez mais parecido com uma cidade.
Loja de verduras, casa de câmbio, comércio de roupas… tem quase tudo. O que anda em falta, ultimamente, é a esperança de um dia voltar para casa. G1
Professor Edgar Bom Jardim - PE

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