A passagem de um navio que transportava um queimador - peça gigantesca que será instalada na plataforma P-62 do Estaleiro Atlântico Sul, no Porto de Suape, Litoral Sul de Pernambuco, provocou boatos de uma suposta queda de aeronave que parou a cidade de Goiana, na Mata Norte de Pernambuco, nesta quarta-feira (24). O fato mobilizou órgãos de segurança do Estado, a Aeronáutica e a Marinha, que fizeram uma megaoperação de buscas para encontrar possíveis sobreviventes. O Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta 3) chegou a notificar a ocorrência, mas o Comando Aéreo de Brasília informou que a possível queda continua apenas sob investigação.
Até as 21h, o Corpo de Bombeiros, a Capitania dos Portos, o Cindacta 3 e a Polícia Militar não se pronunciaram a respeito do ocorrido. No fim da tarde, sete viaturas dos bombeiros chegaram a ser enviadas para a cidade. Um helicóptero da Polícia Rodoviária Federal e uma equipe da Marinha fizeram buscas na área. O comandante do Corpo de Bombeiros, Carlos Casanova, disse que um helicóptero da Secretaria de Defesa Social sobrevoou a costa e não encontrou destroços. Centenas de curiosos se aglomeram na orla do município para acompanhar a operação, que entrou pela noite de hoje.
A informação sobre a passagem do navio com a peça gigantesca para o Estaleiro Atlântico Sul foi confirmada pela assessoria de imprensa do Porto de Suape por volta das 22h de hoje. A expectativa é que a embarcação atraque nesta quinta (25).
Morador da cidade, o blogueiro Álvaro Mello acredita que o navio foi confundido com a aeronave e disse ter feito fotos do objeto. "Estava em casa, quando duas crianças chegaram lá dizendo que tinha caído um avião no mar, aí saí correndo, com a máquina. Tirei uma foto, por volta das 17h, depois dei o zoom e vi que não se tratava de um avião, mas de uma plataforma, e espalhei a notícia, pois tinha muita gente aqui dizendo que tinha visto um avião cair", relatou.
Uma imagem parecida com a de Álvaro, só que de uma perspectiva mais longe da costa, circulou nas redes sociais mais cedo, aumentando os boatos de um possível acidente aéreo. O pescador Joel Uchôa estava no mar à tarde e afirmou ter visto a mesma plataforma da foto de Álvaro ser rebocada no mar. "Eu estava pescando, quando vi a plataforma sendo levada, na direção Sul. Aí, quando voltei pra terra, umas 18h, as pessoas estavam dizendo que tinha caído um avião, mas desmenti, dizendo que era a plataforma apenas", contou.
O empresário Gilvânio Macêdo chegou a ir à marina da cidade para emprestar a lancha dele aos bombeiros. "Quando soube do avião, saí para ver e tirei foto, só que estava muito longe. Fui com os bombeiros até a marina, cheguei a escutar pelo rádio que o Cindacta tinha confirmado ao comandante deles que se tratava de um avião, mas depois a operação foi abortada, nem pegaram a minha lancha, porque o mar estava muito mexido e não confirmaram nada", explicou.
O estudante Ramones Luna estava jogando futebol na praia quando viu a suposta plataforma. "Ela apareceu do nada, e todo mundo começou a suspeitar que era um avião, que estava vendo a asa dele, e depois o negócio foi embora do nada também. Não ouvi barulho nenhum como alguns dizem. Só depois que vi a foto de Álvaro que acreditei que não era um avião", comentou. Já a dona de casa Licila Santos estava em casa como soube dos rumores. "Teve gente da lanchonete e o cara da borracharia que disse ter visto e ouvido um avião cair no mar, mas acho que não é verdade. Fiquei aqui o dia todinho só observando a confusão", disse.
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