sábado, 27 de julho de 2013

Desfile de sucessos no Festival de Inverno de Garanhuns

Fagner, Eddie e Daniela Mercury foram as principais atrações da sexta.

Praça Guadalajara ficou lotada na penúltima noite do evento.

Com informações do G1 

Daniela Mercury, Fagner e Karina Buhr (Foto: Manoel Filho / G1)Daniela Mercury, Fagner e Karina Buhr, convidada da banda  Eddie, foram as principais atrações da Praça Guadalajara, maior palco do Festival de Inverno de Garanhuns, na noite desta sexta (Foto: Manoel Filho / G1)
O público que foi à Praça Guadalajara no penúltimo dia do Festival de Inverno de Garanhuns, nesta sexta-feira (26), assistiu a um desfile de sucessos, em diversos shows distintos. No principal evento cultural da cidade, o cearense Fagner começou sua apresentação, por volta das 23h30, com "A morte do vaqueiro", emendando com "Romance no deserto" e "Cebola cortada". "Eternas ondas", de Zé Ramalho, contou com belo solo de sax do maestro Spok. Na sequência, "Fanatismo", poema da portuguesa Florbela Espanca musicado pelo próprio cantor.
Fagner (Foto: Manoel Filho / G1)Fagner cantou e lembrou Dominguinhos, na terra natal do
sanfoneiro pernambucano (Foto: Manoel Filho / G1)
Na cidade-natal de Dominguinhos, Fagner lembrou a frutífera parceira cantando "Quem me levará sou eu", composta pelo sanfoneiro, que morreu esta semana. "Eu estou triste, a música brasileira está de luto. Eu perdi um grande amigo, vocês perderam um grande conterrâneo e a música nordestina perdeu sua maior referência, que era Dominguinhos. Foi Luiz Gonzaga que o chamou para animar mais lá em cima", brincou. 
O repertório enveredou pelo romantismo que marca a carreira de Fagner. Com direito a coro do público e muitos casais dançando, a sequência teve "Espumas ao vento", "Revelação", "Deslizes" e "Borbulhas de amor". Quem quis dançar ainda mais agarradinho teve oportunidade com "Jardim dos animais", "Lembrança de um beijo" e "Último pau-de-arara", músicas cujos arranjos colocaram a sanfona em maior destaque. "Pedras que cantam", parceria de Fagner com Dominguinhos, encerrou a sequência.
O bis começou com Fagner sozinho ao violão, cantando "Noturno". No refrão - "ah, coração alado..." - o coro do público apareceu de novo. A banda voltou para as duas derradeiras canções, completando cerca de uma hora de show: "Deixa viver" e "Cartaz", e a plateia correspondeu, cantando e dançando até o fim.
Banda Eddie (Foto: Manoel Filho / G1)Com convidados, banda Eddie festejou 10 anos do disco
Original Olinda Style (Foto: Manoel Filho / G1)
Olinda em Garanhuns
Por volta da 1h15, a banda Eddie subiu ao palco com seus convidados - as cantoras Isaar de França e Karina Buhr e o cantor Erasto Vasconcelos. O show mostrado em Garanhuns faz parte da turnê em que o grupo festeja os dez anos de lançamento do disco "Original Olinda Style". Além dos músicos que compõem a banda, a Eddie se apresentou com um naipe de metais - trombone, tuba e saxofone - formado por instrumentistas da orquestra Henrique Dias, de Olinda, sob o comando do maestro Ivan do Espírito Santo.
Assim como no show de Fagner, foi um sucesso atrás do outro. "Eu sou Eddie", "Na beira do rio" e "Guia de Olinda", de Erasto, abriram a apresentação. Isaar assumiu o microfone para cantar "Desterro", de Reginaldo Rossi, que ela já tinha gravado quando integrava a banda Cumadre Fulozinha.
"O amargo", "Pode me chamar" e "O baile Betinha" deram continuidade ao show, que foi compacto, para não atrasar a grade da noite e dar a oportunidade ao público de ver uma grande diversidade de artistas. Na sequência final da apresentação, a Eddie mostrou "Eu ia", "Bairro Novo / Casa Caiada", "Vida boa" e "Não vou embora" - e na despedida do show, a banda deixou o palco sob o pedido de bis do público.
Daniela Mercury (Foto: Manoel Filho / G1)Daniela Mercury demorou para entrar no palco, mas ganhou
o público quando chegou (Foto: Manoel Filho / G1)
A Bahia é aqui
O encerramento da noite ficou por conta de Daniela Mercury, que conversou com o G1 no backstage. "Fico feliz em influenciar a carreira de tanta gente, após anos de trabalho. Teve gente que já disse para mim que fui inspiração, como Mariana Aydar, Ivete Sangalo, Claudinha Leitte, Saulo Fernandes. Mas eu também procuro me reinventar, bebendo na fonte dos mais jovens. Adoro, por exemplo, Karina Buhr, por isso ainda me sinto fresca", disse.
Apesar da demora para entrar no palco, quando chegou ela fez todo mundo cantar e dançar com "Samba da minha terra", "Preta", "Sorriso negro" - esta de Dona Ivone Lara - e "O mais belo dos belos". Antes de começar "Ilê pérola negra", Daniela comentou sobre os protestos populares que tomam conta do Brasil desde junho passado.
"Essa democracia definitivamente amadureceu. Quero me solidarizar com a turma do Passe Livre em Salvador, que está mobilizada na Câmara Municipal, para conseguir a redução da tarifa. Lá em Salvador, é muito caro para quem precisa usar os transportes públicos. O direito de ir e vir é fundamental, e isso é só o começo. Parabéns a todos, vamos juntos continuar, não esmoreçam", convocou.
A baiana relembrou um antigo sucesso, "Você não entende nada", de Caetano Veloso, e depois voltou a falar do momento por que passa o Brasil. A cantora contou que foi lançada nesta sexta, na Cidade do Cabo, África do Sul, a campanha das Nações Unidas para promover a igualdade de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT).  Citando a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, Daniela afirmou que "a gente está bem atrasado em aceitar a diversidade, as pessoas do jeito que elas são. Acho que a turma que quiser apoiar [a campanha] será muito bem-vinda", ao que foi muito aplaudida. Em abril deste ano, Daniela Mercury tornou público seu relacionamento com a jornalista Malu Verçosa.
Daniela Mercury e o filho, Gabriel Póvoas (Foto: Manoel Filho / G1)Com o filho, Gabriel Póvoas, ela cantou "À primeira vista", de
Chico César (Foto: Manoel Filho / G1)
Na sequência, a plateia da Praça Guadalajara pôde curtir "Nobre vagabundo", "Quero a felicidade" e "Rapunzel". "Andarilho encantado", em homenagem ao trio elétrico, e "Chão da praça", encerraram a sequência mais agitada da apresentação. Com "Minas com Bahia", ela começou a preparar o público para o dueto que fez com o produtor Gabriel Póvoas, seu filho. A escolhida foi "À primeira vista", de Chico César, de quem também cantou "Pensar em você".
Depois de apresentar o filho, Daniela foi saudada pelos parabéns da plateia - a cantora já tinha dito que faz aniversário no próximo domingo (28) e agradeceu a homenagem chamando a pernambucana Kiara Ribeiro para dividir o microfone na hora de "Dia branco", do também pernambucano Geraldo Azevedo. Kiara já tinha se apresentado, mais cedo, no mesmo palco.
Em um momento em que a política tomou conta novamente, mas agora sob a forma de música, Daniela cantou "Tempo perdido", da Legião Urbana, e "Como nossos pais", de Belchior, imortalizada na voz de Elis Regina. No pout-pourri antes do final do show, "Eu nasci há dez mil anos atrás" e "Sociedade alternativa", clássicos de Raul Seixas, e trechos de Titãs ("O que"), Roberto Carlos ("Se você pensa") e Chico Science ("A cidade").
Para encerrar com o mesmo astral com que conduziu todo o show, Daniela cantou "Mas que nada", "Ilê Ayê" e "Eu só quero um xodó" - lembrando Dominguinhos em ritmo de samba e declarando seu amor pelo sanfoneiro pernambucano, na casa dele. Outro pout-pourri, com "Águas de março", "Saudosa maloca", "Nossa gente/Avisa lá", "Faraó, divindade do Egito" e "Protesto Olodum", antecedeu as derradeiras músicas do show: "O canto da cidade", o Hino Nacional e "Maimbê Dandá" fecharam a energética apresentação da baiana, que espantou para bem longe o frio da serra pernambucana
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