segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Maracatus fazem a festa em Nazaré da Mata



Encontro de Maracatus Rurais acontece nesta segunda (11) na cidade.
Ao todo, 35 grupos realizam apresentações na Praça dos Lanceiros.

Do G1 PE

Caboclo de lança é tradição nas ruas de Nazaré da Mata (Foto: Luka Santos/G1)Caboclo de lança é tradição nas ruas de Nazaré da Mata (Foto: Luka Santos/G1)
Nazaré da Mata é considerada a terra dos maracatus rurais e seus caboclos de lança. A cidade, que fica a 65 quilômetros da capital pernambucana, vira um polo de manifestação cultural durante o carnaval. Nesta segunda-feira (11), acontece o 17º encontro dos maracatus de baque solto, como também são chamados. Ao todo, 35 maracatus, de Nazaré e de outras cidades, realizam apresentações durante o dia todo na Praça dos Lanceiros.

(Confira aqui a programação completa do carnaval em Pernambuco.)
O maracatu é originário da junção de vários folguedos populares. Começou com a participação de trabalhadores cortadores de cana-de-açúcar e, hoje em dia, agrega moradores de vários municípios da Zona da Mata de Pernambuco. Existem vários integrantes numa apresentação de maracatu rural. O símbolo máximo são os caboclos de lança, mas há também as baianas, o arreia-má (caboclo de pena), a corte real, a orquestra e o mestre, que comanda o maracatu com rimas improvisadas.
Mais de 30 maracatus se apresentam nesta segunda em Nazaré da Mata (Foto: Luka Santos/G1)Mais de 30 maracatus se apresentam nesta segunda em Nazaré da Mata (Foto: Luka Santos/G1)
O secretário municipal de Cultura, Leonardo Martins, explica que, além da festa que acontece no carnaval, os grupos também realizam encontros durante o ano. "Acontecem duelos uma vez por mês, chamado de Sambada do Parque, quando os mestres de dois maracatus se enfrentam com as rimas", explicou o secretário. Os encontros começam pela manhã e varam a madrugada.
Tradição que se renova
Se vestir como caboclo de lança é algo natural para os moradores de Nazaré da Mata. Muitos mal largaram as chupetas e já vestem o surrão, uma espécie de colete feito de madeira que chega a pesar 20 quilos para os adultos e cerca de oito quilos para as crianças. A indumentário traz os chocalhos, que fazem um barulho característico quando eles andam.


João Braz da Silva, 62 anos, e Swgleydson, de 8, são avô e neto. Os dois impõem a lança e colocam a flor na boca para sairem no maracatu. O mais velho ensina ao pequeno o ritmo e a dança característico da manifestação popular. "É muito bom a gente brincar o carnaval", conta João, há 27 anos como lanceiro. O garoto, que brinca no maracatu desde os quatro, além de sair no Cambinda de Ouro, maracatu da familia, também participa do Sonho de Criança, formado apenas por crianças e adolescentes de até 17 anos. "São crianças da rede de ensino municipal e estadual. Muitas são carentes, de periferia", explica o secretário Leonardo Martins.



Maracatu também é coisa de mulher
Criado no dia 8 de março de 2004 - Dia Internacional da Mulher - o Maracatu Coração Nazareno foi o primeiro do gênero a ter somente mulheres como integrantes. São cerca de 70 crianças, jovens, adultas e idosas, que brincam o maracatu com roupas que elas mesmo confeccionam. "Até a década de 1960 só os homens podiam participar [do maracatu]. As mulheres só ficavam cozinhando para os homens, depois é que as coisas foram mudando, e elas passaram a integrar o maracatu como baianas", afirma a fundadora do Coração Nazareno, Eliane Rodrigues.

Mestra Gil, à direita, é a única mulher a comandar um maracatu rural. (Foto: Luka Santos/G1)Mestra Gil, à direita, é a única mulher a comandar um maracatu rural. (Foto: Luka Santos/G1)
Ela também coordena a Associação das Mulheres de Nazaré da Mata (Amunam), que realiza um trabalho de assistência social e capacitação das moradoras do município. Mestra Gil é a única mulher a administrar um maracatu, e ela se diz orgulhosa com a missão. "Eu me sinto feliz por comandar um maracatu. Antes era muito preconceito, mas hoje isso está mudando, o que mostra que nós mulheres podemos fazer o que os homens fazem", acredita.


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