Os integrantes da torcida Jovem Fla lançavam mão de verdadeiras táticas militares para chegar aos estádios do Rio em dias de jogos. Segundo o titular da DH (Divisão de Homicídios), o delegado Rivaldo Barbosa, os torcedores usavam desde escolta armada a batedores para se blindar de ataques de rivais. Nesta quinta-feira (22), oito membros da facção rubro-negra foram presos durante uma operação da especializada.
O presidente da Jovem Fla, Carlos Renato da Silva Santos, o Macedo encabeça a lista dos suspeitos de participar do assassinato de um torcedor vascaíno em agosto passado. O titular da DH, o delegado Rivaldo Barbosa, disse que o material apreendido na operação, como armas, facas e até um veículo Jetta, ajuda a comprovar que os integrantes da torcida organizada do Flamengo buscavam inspiração nos ensinamentos militares para viabilizar ações criminosas.
— Ficou muito claro a utilização de ensinamentos militares, como escoltas, batedores, escoltas armadas, motocicletas, drogas e armas. Toda uma estrutura utilizada para a prática de crimes, seja homicídio ou lesão corporal. Está basicamente confirmado a partir de tudo que foi apreendido. Então, podemos dizer que se trata de uma organização criminosa. Quem está ligado à milícia, tráfico de drogas e armas não é uma torcida organizada.
Os policiais da DH ainda apreenderam drogas, notas falsas, ingressos, porretes, luvas de boxe e soco inglês na casa dos torcedores presos. Os agentes também estiveram da sede da Jovem Fla, no centro do Rio, onde recolheram documentos, computadores e um cofre.
O vice-presidente de finanças do Flamengo, Michel Levi, vai depor na sexta-feira (23) como testemunha no inquérito que investiga a morte do vascaíno Diego Leal, de 29 anos.
O torcedor foi morto com três tiros e duas facadas em um bar no bairro de Tomás Coelho, zona norte do Rio, horas antes do jogo entre Vasco e Flamengo no estádio do Engenhão no dia 19 de agosto. A polícia ainda está à procura de dois suspeitos de participar do crime. O presidente da torcida Força Jovem do Vasco, Bruno Pereira Ribeiro, esteve na DH nesta quinta-feira para prestar esclarecimentos sobre o caso.
A chefe da Polícia Civil, Marta Rocha, deu um recado para as torcidas que insistem em duelar nos estádios do Rio: “o trabalho contra essas torcidas será implacável”. No sábado (24), segundo a delegada, policiais civis e militares estarão à paisana para tentar identificar os torcedores que querem transformar a festa do clássico Vasco e Flamengo em confusão no Engenhão.
— Quero alertar as torcidas porque nós estamos monitorando os jogos que virão e sabemos de uma outra torcida que está se organizando para brigas. Estamos chamando os integrantes dessa torcida para que essa torcida tenha clareza de que a Polícia Civil não vai tolerar qualquer ato de violência praticada por torcedores. E os chefes de torcida serão responsáveis por esses atos de violência, porque ninguém pode permitir que alguém entre em um ônibus com uma barra de ferro, um porrete e um soco inglês. Assista ao vídeo:
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Professor Edgar Bom Jardim - PE
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