'O Triunfo do Contemporâneo' fica em cartaz até o dia 22 em Porto Alegre.
Exposição comemora os 20 anos do Museu de Arte Contemporânea do RS.
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Na arte contemporânea as estrelas nem sempre tem casa. As obras se desenham nos muros das ruas, nos objetos posicionados, no áudio do silêncio, na sucata perdida e, até mesmo, na tradicional tela. “O Triunfo do Contemporâneo”, exposição que marca os 20 anos do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS), reúne esta pluralidade. Assim como a proposta da arte, o MACRS não tem um lar fixo. A intenção é se reinventar para as próximas décadas por meio da mostra no Santander Cultural de Porto Alegre, que vai até o dia 22 de março com entrada gratuita.
Esquecidas nas sombras de uma sala da Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre, as cerca de 400 obras que compõem o acervo do MACRS estavam sendo consumidas pelo tempo. “Encontramos obras totalmente jogadas, deterioradas, com os arames oxidados”, relata o diretor do local desde 2011, André Venzon. “Vários artistas colaboraram com o restauro”, diz. A mostra surgiu como ponto de partida para instigar a sociedade da importância da construção de uma sede oficial. “O museu é o lugar de nascimento de muitos artistas. As obras que entraram na mostra foram 100% doadas”, explica André.
Uma das peculiaridades da exposição é ter apenas 30% das assinaturas gaúchas. “Houve interesse do curador em buscar artistas da Região Norte, principalmente do Pará”, conta. Com a proposta multicultural, “O Triunfo do Contemporâneo” expõe nomes como Brito Velho, Felix Bressan, Heloísa Crocco, Karin Lambrecht, Maria Lídia Magliani, Carlos Fajardo, Gisela Waetge, Marco Giannotti e Nuno Ramos. Exibe também peças incorporadas nos últimos 10 anos, como as dos paulistas Yuri Firmeza e Mayana Redin e do gaúcho Daniel Escobar. A curadoria é uma homenagem ao legado do MACRS: Gaudêncio Fidelis fundou e foi o primeiro diretor do espaço.
Sobre a possibilidade de construir uma casa para abrigar o acervo, André revela uma parceria que está em negociação com o Instituto Federal de Educação. "Este mês nós vamos ou não definir as principais metas. Estamos tentando uma sede, se não for possível vamos pensar em outra alternativa", diz.
Um passeio pela história recente
Cores, formas, texturas e diferentes estéticas brincam com a cronologia dos fatos sem necessariamente deixar os sentidos claros. Objetos que poderiam ser brinquedos infantis transformam-se em adoradores de um santo qualquer. E até um amontoado de vassouras, que tinham a única finalidade de limpar, ganharam destaque. O lugar escolhido também instiga. O edifício em estilo neoclássico do Santander Cultural contrapõe com a atualidade das peças. “Não há um equilíbrio. Quase que em alguns casos a potência de uma obra reforça a outra”, fala André.
Cores, formas, texturas e diferentes estéticas brincam com a cronologia dos fatos sem necessariamente deixar os sentidos claros. Objetos que poderiam ser brinquedos infantis transformam-se em adoradores de um santo qualquer. E até um amontoado de vassouras, que tinham a única finalidade de limpar, ganharam destaque. O lugar escolhido também instiga. O edifício em estilo neoclássico do Santander Cultural contrapõe com a atualidade das peças. “Não há um equilíbrio. Quase que em alguns casos a potência de uma obra reforça a outra”, fala André.
Em um passeio ao redor do salão observa-se que o contemporâneo impera. “É uma alusão ao domínio da atualidade sobre o terreno da arte e da cultura, e a sua capacidade de mobilizar sentimentos de inclusão”, escreveu Gaudêncio em seu texto de curadoria. E realmente assim se concretizou. Mães trazem crianças de pouca idade, enquanto um grupo de adultos deficientes observa os detalhes. “O meu irmão de 10 anos disse: ‘a arte contemporânea é aquilo que as pessoas ainda não entendem’”, completa André.
Acesse:Professor Edgar Bom Jardim - PE
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