Deputado diz que barreira existe na hora em que o eleitor vai votar
JUMARIANA OLIVEIRA
Eleito com mais de 42 mil votos, o deputado estadual Manoel Santos (PT) afirmou que a participação negra na poítica não pode se dar apenas pela diferenciação da cor, mas sim pela capacidade intelectual do candidato. “Não podemos candidatar porque somos pessoas negras, pelo acúmulo dos problemas sociais, mas pela influência na apresentação de propostas”, destacou o parlamentar, que também é presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).
O petista acredita que o preconceito é um dos empecilhos para eleger mais parlamentares negros no Brasil. “Na verdade no Brasil, se diz que não há, mas o preconceito no Brasil é um preconceito forte, preconceito disfarçado. Não temos leis que amparem o preconceito, mas ele existe no dia a dia, em todos os espaços”, destacou.
O deputado atribuiu a pequena representatividade negra no Parlamento brasileiro ao fato de a raça ter poucas oportunidades na Educação. “A participação do negro ainda é pequena, porque faz parte da história do Brasil, os negros foram os que menos tiveram oportunidade de acesso a escola, de acesso a bons empregos e de acesso à política”, colocou. O parlamentar, que está exercendo o primeiro mandato na Assembleia Legislativa, contou que não tem nenhum projeto que beneficie a raça negra, mas o seu trabalho é voltado para a defesa da população, especialmente da comunidade quilombola.
Na Assembleia Legislativa de Pernambuco apenas um projeto de Lei que trata especificamente de temas relacionados à população negra foi aprovado. A Lei Ordinária 11.768, de autoria da então deputada estadual Luciana Santos (PCdoB), institui a Semana da Consiência da Raça Negra, que deve ser celebrada entre 14 e 20 de novembro de cada ano. O projeto foi aprovado em 2000. A Câmara Municipal do Recife não informou se existem projetos relacionados à população negra. A reportagem tentou ainda entrar em contato com os vereadores considerados negros pelo levantamento da Unegro, porém sem sucesso.
Para o cientista político Hely Ferreira, a política no Brasil sempre foi voltada para o branco, especialmente os do sexo masculino. “O negro sempre foi discriminado no Brasil, embora seja a maior população, mas a atuação dos negros da política tem melhorado bastante. A política sempre foi para os brancos da elite, para os homes”, opiniou. O estudioso destacou que o preconceito ainda é um fator predominante na hora do voto, especialmente da “classe pobre, para a classe pobre”. “Já na raça negra, isso tem melhorado bastante”, ponderou.
Com informação da folhape.com Por Blog Professor Edgar Bom Jardim - PE
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
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