FOLHAPRESS - A revolta popular na Líbia contra o ditador Muammar Gaddafi completou seis meses ontem, no momento em que as forças rebeldes afirmam ter tomado o controle de cidades estratégicas, deixando Trípoli cercada. O início das manifestações pela saída de Gaddafi do poder tiveram início em fevereiro deste ano, quando, inspirados por protestos populares no Egito, centenas de líbios saíram às ruas de Benghazi, a segunda maior cidade do país. As manifestações se espalharam e, em resposta à violência contra civis, os ministros da Justiça, Mustafá Abdeljalil, e o do Interior, Abdel Fatah Younes, passaram para o lado dos rebeldes.
Os protestos viraram conflitos armados ainda em fevereiro e, no fim do mês, os rebeldes controlavam a região fronteirícia com o Egito, Ajdabiya, incluindo Tobruk e Bengazi. Estados Unidos, ONU e União Europeia passaram a aplicar sanções contra o regime de Gaddafi.
Em março, a França foi o primeiro país a reconhecer o Conselho Nacional de Transição (CNT), órgão rebelde, como “único representante da Líbia”. Desde então, outros 25 países tomaram a mesma atitude. No mesmo mês, o Conselho de Segurança autorizou o uso da força contra tropas de Gaddafi para proteger civis. As forças da Otan, aliança militar do Ocidente, passam à ofensiva contra forças leais ao ditador.
Em 11 de maio, a oposição tomou o aeroporto de Misrata e partiu rumo a Zliten, último obstáculo no caminho para Tripoli. No fim de julho, porém, sofreu abalos com a morte do general Younes, que estava no posto de chefe de Estado Maior da oposição. Rebeldes afirmaram que a morte foi de autoria de uma milícia aliada. Em resposta, o presidente do CNT, Mustafá Abdeljalil, dissolveu seu gabinete executivo.
No dia 9 de agosto, o regime acusou a Otan de ter matado 85 civis em ataque contra a cidade de Zliten. Segundo o ditador, o fim dos rebeldes está próximo, mas a oposição disse ter conquistado Zawiyah, Garyan e Sorman, no maior avanço no Oeste do país. No Leste, as forças opositoras afirmam controlar toda a zona residencial do leste de Brega, cidade petrolífera estratégica.
Ontem, as forças leais a Gaddafi dispararam um míssil Scud pela primeira vez na atual guerra. Um enviado do CNT à França afirmou que os conflitos entraram em fase decisiva e que uma vitória rebelde é possível até o fim do mês. Gaddafi também disse que está próximo da vitória.
O ditador líbio chegou ao poder em 1969 por meio de um golpe militar e, desde então, dirige o país sem Parlamento ou Constituição. Apesar de Gaddafi afirmar ser apenas um líder revolucionário sem status oficial, ele tem poder absoluto, controle direto sobre a política do país e forças militares, segundo a oposição. Fonte: folhape.com Por Blog Professor Edgar Bom Jardim- PE





