O presidente Jair Bolsonaro comentou nesta terça-feira (10/03) as declarações dadas na noite de ontem em que afirmou ter provas, sem apresentá-las, de que havia vencido as eleições de 2018 em primeiro turno — e que, portanto, teria havido fraude no pleito.
"Eu quero que você me ache um brasileiro que confie no sistema eleitoral brasileiro", disse em coletiva de imprensa ao se despedir de Miami, em sua quarta viagem aos Estados Unidos como presidente.
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Na tarde desta segunda-feira, em discurso a cerca de 300 apoiadores, Bolsonaro disse pela primeira vez desde sua eleição, em 2018, que teria provas de que a eleição que ele venceu havia sido fraudada. As urnas sofreram diferentes auditorias por parte da Justiça Eleitoral e nenhum candidato contestou os resultados.
Foi a primeira vez que o presidente foi categórico sobre isso. Ao longo da campanha, ele repetiu diversas vezes que não confiava nas urnas eletrônicas e afirmou ser defensor de que as máquinas também imprimissem o voto, para contraprova.
Hoje, questionado pelos jornalistas sobre se não confia na Justiça eleitoral, ele interrompeu a pergunta e afirmou: "Não é na Justiça, não deturpe as minhas palavras, não façam essa baixaria que a imprensa sempre faz comigo".
Instado a mostrar provas, ele saiu apressadamente do hotel sem apresentar nenhuma evidência do que disse.
Ainda em discurso aos apoiadores, na tarde de ontem, Bolsonaro retomou um tema que lhe era caro durante a campanha: a alteração da votação exclusivamente via urna eletrônica.
"Nós precisamos aprovar no Brasil um sistema seguro de apuração de votos. Caso contrário, (é) passível de manipulação e de fraudes. Então, eu acredito até que eu tive muito mais votos no segundo turno do que se poderia esperar, e ficaria bastante complicado uma fraude naquele momento."
Ao mencionar a campanha, Bolsonaro rememorou ainda a facada que levou durante ato de campanha em Minas Gerais, em setembro de 2018. Nesse momento, ele chegou a chorar duas vezes."Quando cheguei em Juiz de Fora, mais de 40 mil pessoas na praça, Haufman, falei para o pessoal que estava comigo, como já era campanha, eu tinha a Polícia Federal do meu lado. Falei que era a última vez que eu enfrentaria o povo daquela forma, de peito aberto. Porque eu falei: 'vão me matar'. Infelizmente foi a última vez. Aconteceu, mas graças a Deus, por um milagre, segundo os médicos, eu sobrevivi."Ao que a plateia respondeu: "Amém".
Professor Edgar Bom Jardim - PE
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