quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

O Brasil saiu do Inferno: Posse de Lula não é o começo do paraíso, mas a saída do inferno


Depois de quatro anos de ódio, violência, golpismo e terror, surge uma luz no fim do túnel de uma democracia que agonizava

Lula recebeu a faixa presidencial de diversas pessoas que representaram o povo brasileiro

Lula recebeu a faixa presidencial de diversas pessoas que representaram o povo brasileiro

 

Foto: Andre Ribeiro/Futura Press/Folhapress


A POSSE DE LULA foi um acontecimento histórico. Motivos para defini-la assim não faltam. Ela representa não apenas o fim de um governo autoritário, golpista e fascista que aterrorizou o país nos últimos quatro anos, mas também o começo do fechamento do arco do personagem Lula na história do país.

O primeiro e único presidente operário voltou ao Planalto depois de uma saga heróica vivida nas duas últimas décadas. Lula saiu dos seus dois primeiros mandatos ostentando o recorde de 87% de aprovação e popularidade — quase uma unanimidade. Dilma, indicada por ele, se elegeu e se reelegeu antes de ser derrubada por um golpe parlamentar. A operação Lava Jato, que foi decisiva para a derrubada de Dilma, prendeu Lula quando ele aparecia nas pesquisas como o único democrata popular com capacidade de derrotar nas urnas o candidato do fascismo em 2018.

O lavajatismo abriu os caminhos para Bolsonaro se eleger e poder governar ao lado do juiz que determinou a prisão de Lula. Depois de 580 dias de cadeia, Lula foi solto. Graças às reportagens da Vaza Jato, provou-se o que já era óbvio: um conluio entre promotores, juízes e imprensa foi armado para prender Lula sem provas e retirá-lo do páreo eleitoral. Comprovada a farsa, o ex-operário agora dá a volta por cima dos farsantes e interrompe um projeto de destruição da democracia que estava em curso.

Assim como em 2018, as pesquisas eleitorais de 2022 indicavam que nenhum outro candidato poderia bater Bolsonaro nas urnas. Apenas Lula. A posse de ontem representa, portanto, a salvação do estado, da República e da democracia. Tudo isso estaria com os dias contados caso o ex-presidente fascista permanecesse por mais quatro anos. Não há exagero nessa avaliação. A história recente nos ensina que autocratas reeleitos tendem a intensificar suas práticas autoritárias. A reeleição de Bolsonaro transformaria o Brasil em uma versão tropical da nebulosa autocracia turca de Erdogan. O projeto bolsonarista era bastante claro.

O fato é que, goste-se ou não dessa constatação, Lula voltou para salvar a democracia. Qual outro democrata teria condições para derrotar o líder popular fascista nas urnas? Não existe. Lula era o único com potencial para derrotar o autocrata que estava com a faca, o queijo, o centrão e a máquina do estado na mão para se perpetuar no poder. Se Lula não existisse, estaríamos fadados a mais quatro anos sob o bolsonarismo — o que seria fatal para a democracia.

Em 2003, Lula tomou posse pela primeira vez. Na cerimônia, Fernando Henrique passou a faixa presidencial para Lula, deu os parabéns e abraçou seu principal adversário político. Eram outros tempos e vivia-se um ambiente minimamente civilizado. Ontem, exatos 20 anos depois, Bolsonaro não estava lá para cumprir esse importante rito democrático. A ausência é coerente com a carreira de um político cuja principal marca foi o profundo desprezo pela democracia. Bolsonaro fugiu do país não só para não ter que reconhecer a vitória do seu adversário nas urnas mas, principalmente, por temer ser preso em 1º de janeiro, agora que estão extintos o foro privilegiado e a imunidade presidencial.

Os últimos dias de governo foram marcados por atos golpistas e ataques terroristas por parte dos bolsonaristas, que agiram sob o silêncio conivente do seu líder. De nada adiantou. O machão “imbrochável” os abandonou e foi embora quietinho, com o rabinho entre as pena, no penúltimo dia de mandato. A fuga se deu em um avião da FAB, com tudo pago com dinheiro público. O patriota foi se esconder nos EUA.

Possivelmente esse é um dos episódios mais patéticos da história da vida pública brasileira. Ficará registrado que o presidente pateta vazou para a Disney enquanto seu gado teleguiado tomava chuva na frente do quartel esperando o golpe militar que ele tanto agitou. O bolsonarismo começou o governo enfiando a faca no pescoço da democracia, dizendo que bastaria o presidente mandar “um cabo e um soldado” para fechar o STF, mas terminou com ele fugindo da justiça a bordo do AeroLula. Bolsonaro abandonou o emprego e foi passar o réveillon com sua família no exterior com passagens pagas pelos brasileiros. Esse fim de mandato é um retrato fiel do que Bolsonaro foi como presidente e é como ser humano: medíocre, covarde e minúsculo.

Ainda bem que o fascista não quis participar dessa festa da democracia. Em seu lugar, oito representantes do povo brasileiro foram escolhidos para subir a rampa do Planalto com Lula e lhe entregar a faixa. Entre eles estava uma criança, uma catadora de lixo, um indígena, um metalúrgico, um professor, uma cozinheira e uma pessoa com deficiência. Nada mais simbólico do que ter a passagem de faixa sendo protagonizada pelo povo brasileiro em vez de um tirano que sempre desprezou a democracia.

No primeiro discurso com a faixa presidencial, Lula repudiou o racismo, agradeceu os profissionais do SUS pelo trabalho durante a pandemia, atacou a desigualdade de renda, criticou a desigualdade de gênero e a desigualdade no acesso aos serviços públicos. O presidente se emocionou ao falar sobre os brasileiros que estão na rua pedindo ajuda: “nesses últimos anos o Brasil voltou a ser um dos países mais desiguais do mundo. Há muito tempo não víamos tamanho abandono e desalento nas ruas. Mães garimpando o lixo em busca de alimento para seus filhos. Famílias inteiras dormindo ao relento, enfrentando o frio, a chuva e o medo. Crianças vendendo bala ou pedindo esmola quando deveriam estar na escola vivendo plenamente a infância a que têm direito. Trabalhadores e trabalhadoras desempregados, exibindo nos semáforos cartazes de papelão com a frase que nos envergonha a todos: ‘Por favor, me ajuda'”. Lula teve que interromper o discurso para conter as lágrimas. Enfim, temos novamente um ser humano na cadeira de presidente.

Os novos ares democráticos já podem ser respirados com a escolha dos ministérios. Sai Ricardo Salles, entra Marina da Silva. Sai Damares Alves, entra Silvio Almeida. Sai Marcelo Queiroga, entra Nísia Trindade. As mudanças falam por si só. O negacionismo e a antipolítica saem para dar lugar à ciência e à política. A escuridão sai para dar lugar à esperança. A volta de Lula é também a volta do republicanismo, da civilidade e da democracia. Ela não significa que estamos entrando no paraíso, mas que estamos saindo do inferno e recuperando a capacidade de sonhar com um país mais justo e mais humano.

Se o governo Lula será bom ou ruim, isso só o tempo dirá. As dificuldades serão imensas. O país está quebrado financeiramente e o estado brasileiro se encontra em escombros em todos os setores. Além disso, o fascismo bolsonarista se consolidou como uma força política popular e seguirá aterrorizando a democracia. Mas, por ora, nós, os democratas, temos muitos motivos para comemorar. Depois de quatro anos de ódio, violência, golpismo e terror, surge uma luz no fim do túnel de uma democracia que agonizava.

A vitória de Lula é de uma grandiosidade sem precedentes na história da democracia brasileira. Ela simboliza o renascimento da esperança na democracia e o fim de um pesadelo fascista. Isso não é pouca coisa.

Viva a democracia. Viva Lula. Viva o Brasil


 Por João Filho - The Intercept 
Professor Edgar Bom Jardim - PE

PSB reage duramente ao decreto de exoneração de Raquel Lyra

Governadora de Pernambuco, Raquel Lyra - Janaína


O PSB de Pernambuco emitiu nesta quarta-feira (4) uma nota criticando duramente a governadora Raquel Lyra (PSDB). O motivo foi o decreto que exonerou mais de dois mil servidores comissionados do Governo do Estado.

De acordo com o texto, o decreto não teve nenhum critério para o seu cumprimento. Disse ainda que "faltou diálogo e humildade para lidar com um tema tão relevante. A continuidade administrativa do Estado não pode estar condicionada a rompantes dos gestores de plantão".

O documento disse ainda "a justificativa de eficiência deixa transparecer que, na verdade, tratou-se apenas de autoritarismo".


A governadora Raquel Lyra começou a rever nesta quarta-feira (04/01) o decreto que exonerou, sem qualquer critério, servidores ocupantes de cargos comissionados e funções gratificadas e que determinou a convocação para que servidores cedidos retornem aos seus cargos de origem.

Não poderia ser diferente e acreditamos ser apenas o começo, tendo em vista que somente o desconhecimento do funcionamento da máquina pública justifica atitude tão intempestiva.

Negando a necessidade de uma transição profissional, só anunciando sua equipe no penúltimo dia do ano, a governadora queimou uma etapa fundamental de troca de informações entre antecessores e sucessores que poderia ter evitado erros graves, como o do decreto em revisão.

Faltou diálogo e humildade para lidar com um tema tão relevante. A continuidade administrativa do Estado não pode estar condicionada a rompantes dos gestores de plantão.

Setores inteiros da administração pública são tocados por servidores cedidos e/ou comissionados, estando agora paralisados por causa do ato governamental.

No final, o prejuízo recai sobre a população, e a justificativa de eficiência deixa transparecer que, na verdade, tratou-se apenas de autoritarismo.

Se a tão propalada “mudança “ será demonstrada através de atos dessa natureza, Pernambuco corre o risco de retroceder ao invés de avançar, como todos nós desejamos.

O PSB se solidariza com os servidores atingidos e, sobretudo, com a população, razão da existência do serviço público.

PSB de Pernambuco
Recife, 4 de janeiro de 2023
Professor Edgar Bom Jardim - PE

A primeira reunião de Raquel Lyra com o secretariado




 (Foto: Rafael Vieira)
Foto: Rafael Vieira
A governadora eleita Raquel Lyra (PSDB) e sua vice Priscila Krause (Cidadania), realizaram nesta quarta-feira (4) a primeira reunião com o atual secretariado do estado. O encontro, além de um marco do início de cada nova gestão, é o fim da atuação de um grupo de pessoas que estava de quatro anos a oito anos nas pastas durante a administração de Paulo Câmara (PSB). Os secretários são auxiliares diretos do chefe do executivo e devem trabalhar alinhados ao pensamento do novo administrador. 

"Encerramos a primeira reunião do secretariado pra dar as primeiras instruções, fazer a integração. (...) “Esse time que tá aqui montado têm capacidade técnica, de liderança, capacidade de montar time pra que a gente possa, na ponta, mudar a vida das pessoas pra melhor", explicou à imprensa presente após o fim do plenário.

Mesmo antes do começo da sua administração em Pernambuco, o grupo de secretários escolhido por Lyra, empossado no primeiro dia útil do governo, já vinha sendo criticado. Uma das opiniões contrárias é a falta de um maior número de pessoas com experiência política no grupo. Raquel preferiu profissionais com o perfil mais técnico. Havia uma expectativa, por exemplo, para que nomes como o do ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (UB), que apoiou a tucana logo ao fim do primeiro turno, depois de sair da disputa ao Palácio das Princesas, também estivesse no grupo.

Entre as prioridades do encontro de hoje, o secretário de Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Regional, Fabrício Marques, relembrou temas que devem ser centrais no atual executivo estadual. “Hoje foi uma reunião muito de alinhamento, de reforço da transversalidade porque os desafios de Pernambuco são muito complexos. (...) A governadora Raquel reforçou muito o sentido de trabalharmos juntos, todas as áreas muito juntas e reforçou os temas centrais que foram trazidos no plano de governo”, disse. Ele ainda mencionou o investimento na primeira infância e construção de creches, repetidos durante a campanha da tucana e pontos altos do seu comando no município de Caruaru.

A governadora e o secretário de comunicação, Rodolfo Costa Pinto, saudaram a imprensa presente. “Vamos fazer um trabalho com muito diálogo e muita transparência”, afirmou a gestora. “Sempre que precisarem, a gente vê a imprensa como um parceiro, uma parceria do governo pra ajudar neste trabalho e transformar nosso estado”, declarou o secretário, por sua vez.

Fonte: Diario de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Funeral de Pelé: veja a despedida ao rei do futebol em 11 imagens








Fotografia colorida mostra pessoas chorando; no canto à direita há uma senhora idosa negra de cabelo branco, com faiza no cabelo e óculos

CRÉDITO,REUTERS

Legenda da foto,

A irmã de pelé, Maria Lúcia Nascimento (à dir., com faixa no cabelo), de 78 anos, assistiu ao cortejo com o caixão ao lado de amigos e familiares

O velório de Pelé, que morreu na última quinta-feira (29), aos 82 anos, teve presença de mais de 230 mil pessoas.

Familiares, amigos e personalidades compareceram ao Estádio da Vila Belmiro, onde aconteceu a despedida, para prestar suas homenagens.

Após o velório, o caixão seguiu em uma procissão por Santos e foi levado ao cemitério vertical Memorial Necrópole Ecumênica para o sepultamento.

Principais momentos

A viúva de Pelé, Marcia Cibele Aoki, recebeu condolências do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e de sua esposa Janja da Silva. Também prestaram suas homenagens personalidades como o presidente da FIFA, Gianni Infantino.

O filho e a filha mais velhos do ídolo, Kelly e Edinho, foram também foram fotografados recebendo abraços e condolências.

No entanto, a ausência de atuais jogadores da seleção e dos últimos campeões mundiais pelo Brasil (com exceção do tetracampeão Mauro Silva) foi notada por comentaristas.

O cortejo teve momentos emocionantes, com uma multidão acompanhando o caixão, que foi levado em um carro de bombeiros. Fãs do ídolo se emocionaram e até um bombeiro não conseguiu segurar o choro.

Os sinos de Igreja do Embaré tocaram quando a procissão passou em frente ao templo.

O cortejo também passou em frente à casa da mãe do ídolo, Dona Celeste, onde estavam a irmã do ex-jogador, Maria Lúcia Nascimento, e outros amigos e familiares.

Pelé foi casado três vezes e teve 8 filhos: Edinho, Jennifer e Kelly com sua primeira esposa, Rosemeri Cholbi; Joshua e Celeste com sua segunda esposa, Assíria Nascimento; e Flávia e Sandra, frutos de casos extraconjugais. Sandra morreu antes do pai em, 2006.

Veja abaixo em imagens dez momentos da despedida ao ídolo:

Fotografia colorida mostra um homem idoso de pele branca em meio a uma multidão abrançado uma mulher amarela idosa

CRÉDITO,EPA-EFE/REX/SHUTTERSTOCK

Legenda da foto,

O presidente Lula esteve no velório e prestou condolências à família do ídolo

Fotografia colorida mostra uma mulher de ascendência japonesa ao lado de jovens; ela usa negro e tem uma expressão triste

CRÉDITO,REUTERS

Legenda da foto,

A viúva Marcia Cibele Aoki, de 52 anos, era casada com Pelé desde 2010

Fotografia colorida mostra vista de cima do caixão de pelé escoltado por soldados fardados em um caminhão

CRÉDITO,REUTERS

Legenda da foto,

Caixão foi coberto por bandeira do Brasil e bandeira do Santos F.C.

Fotografia colorida mostra mulher negra de cabelo curto e vestido preto de bolinhas de lado

CRÉDITO,REUTERS

Legenda da foto,

A filha mais velha de Pelé, Kelly Cristina Nascimento, de 55, compareceu ao velório do ex-jogador

Fotografia colirda mostra um homem branco e calvo de terno, com expressão triste

CRÉDITO,REUTERS

Legenda da foto,

O presidente da FIFA, Gianni Infantino, veio ao Brasil para prestar suas homenagens

Fotografia colorida mostra um homem negro e calvo de óculo escuros abraçando uma mulher de cabelo loiro platinado e pele clara

CRÉDITO,REUTERS

Legenda da foto,

O filho mais conhecido de Pelé, Edson Cholbi Nascimento, de 52 anos, recebeu condolências na Vila Bemiro

Fotografia colorida mostra close no rosto de um homem de pele parda e cabelos brancos chorando

CRÉDITO,REUTERS

Legenda da foto,

Fãs se emocionaram durante o cortejo pelas ruas de Santos

Fotografia colorida mostra close no rosto de uma mulher de pele clara chorando

CRÉDITO,REUTERS

Legenda da foto,

Outro momento de emoção durante cortejo de despedida ao ídolo

Fotografia colorida mostra multidão em fila em frente a estádio

CRÉDITO,EPA-EFE/REX/SHUTTERSTOCK

Legenda da foto,

Mais de 230 mil pessoas passaram pelo velório

Camisas com rosto de Pelé penduradas
Legenda da foto,

Camisas com rosto de Pelé são vendidas em Santos

BBC


Professor Edgar Bom Jardim - PE