segunda-feira, 29 de março de 2021

Imperialismo do Século XIX. Texto, vídeo e exercício


Foto: Voyager

Vídeo:

O Coração das Trevas (Joseph Conrad)



 O imperialismo foi um fenômeno que aconteceu durante a Segunda Revolução Industrial. Trata-se de uma forma de dominação econômica, política, social e cultural de uma nação sobre outra.

As principais potências da segunda metade do século XIX dividiram entre si o controle de muitos outros países do mundo. Inglaterra, França, Alemanha, Rússia, Estados Unidos e Japão passaram a ter grande influência sobre diversas regiões do mundo.

Causas do imperialismo

O imperialismo pode ser explicado com base em fatores:

  • Econômicos: no modelo capitalista, é necessária uma expansão constante da produção para que não haja crises. As potências industriais tinham grande acúmulo de capital, vindo dos lucros da atividade industrial, e precisavam de novas fontes de matérias-primas e novos mercados consumidores. Para não estagnar, buscaram controlar outras regiões do mundo. Com isso, essas localidades tornaram-se mercados exclusivos das potências dominadoras.
  • Políticos: desde a derrota de Napoleão Bonaparte, foi construído um grande acordo chamado Concerto Europeu, que tentava manter a paz na Europa. Ao mesmo tempo, Estados Unidos e Japão despontaram como novas potências, possíveis rivais das nações europeias. Para manter a paz dentro da Europa e controlar os ânimos das novas potências, era importante utilizar os domínios imperiais como moeda de troca. Em vez de uma disputa direta entre elas, os conflitos se davam por meio do controle de territórios coloniais.
  • Sociais: com a urbanização e o aumento da expectativa de vida, a população dos países industriais crescia cada vez mais e aglomerava-se nas cidades. As colônias eram uma forma de retirar essa pressão das grandes cidades europeias. Pessoas que, no país de origem, estariam desempregadas ou teriam cargos com baixos salários, agora poderiam trabalhar em uma colônia, ocupando cargos mais bem pagos e com mais status. Para os governos europeus, isso era positivo porque diminuía o risco de pressões populares, como aconteceu na Primavera dos Povos de 1848.

Comparação do imperialismo com o antigo sistema colonial

Podemos chamar o imperialismo de neocolonialismo porque muitos historiadores o consideram uma atualização do colonialismo, ou seja, uma nova forma de dominação que se afastava do colonialismo da Idade Moderna. Veja no quadro a seguir uma comparação entre esses dois conceitos:

ANTIGO SISTEMA COLONIALIMPERIALISMO CONTEMPORÂNEO
ÉpocaSéculos XV ao XVIII.Segunda metade do século XIX e primeira metade do século XX.
LocalFoco na América e em pequenos entrepostos comerciais na África e na ÁsiaFoco na África e na Ásia, com algumas influências comerciais e econômicas nas Américas.
ContextoRevolução comercial / MercantilismoSegunda revolução industrial / Capitalismo industrial
ExploraçãoOuro, prata, especiarias e produtos tropicais.Busca por mercados consumidores, matérias-primas (petróleo, cobre, manganês e ferro), diamantes e ouro.
Mão de obraEscravizadaLocal
DomínioDireto, por meio da posse da terra e do direito de exploração.Econômico, que pode ser direto (caso da África) ou indireto (caso de regiões da Ásia).

O imperialismo e a missão civilizatória

Algo que já existia no antigo sistema colonial, mas que se intensificou no imperialismo, era a ideia de missão civilizatória. As potências consideravam que os outros povos eram menos desenvolvidos e, por isso, precisavam ser civilizados por um povo superior

Nesse período, nasceu e ganhou força uma ideia deturpada que defendia ser possível aplicar os conceitos de Charles Darwin para explicar processos sociais. O darwinismo social foi desenvolvido no Reino Unido, nos Estados Unidos e na Europa Ocidental a partir de 1870. As teses evolutivas de Darwin explicam a transformação dos seres vivos com base na ideia de que os mais aptos sobrevivem e os menos aptos deixam de existir.

Os defensores do darwinismo social passaram a afirmar que esse princípio também valia para sociedades humanas, existindo sociedades mais e menos avançadas. As mais avançadas teriam supostamente o direito de dominar as menos avançadas. Porém, essa tese não era científica e foi utilizada para justificar o controle econômico, cultural, religioso e social de alguns países por outros.

Imagem de 1902 representando os ideais da missão civilizatória europeia. Os europeus, levando o estandarte da civilização, avançam contra os locais, que carregam uma bandeira que simboliza a barbárie.

Com isso, o darwinismo social serviu como justificativa para a dominação imperialista e fortaleceu crenças racistas que consideravam africanos e asiáticos povos atrasados.

As potências imperialistas

Agora que já entendemos melhor o que foi o imperialismo e quais ideias justificavam esse domínio, vamos analisar como as potências da época construíram seus impérios.

Rússia

O império dos czares seguia o exemplo de outras nações europeias. Tentou se modernizar economicamente, aboliu a servidão em 1861 e começou a expandir seus domínios. Primeiro, dominando a atual Finlândia, depois as atuais Moldávia e Ucrânia, o Grão-Ducado de Varsóvia (atual Polônia) e, principalmente, a Sibéria, chegando ao Alasca.

Essa foi a chamada Eurásia russa, ou seja, uma enorme massa territorial que estendia- -se do centro da Europa ao extremo leste da Ásia.

Observe o mapa do Império Russo e note como a expansão foi feita no limite das fronteiras russas, para oeste, leste e sul. Não por acaso, a Rússia era a grande potência terrestre do mundo naquela época.

Império Russo.

Inglaterra

Durante o antigo sistema colonial, a Inglaterra teve uma participação pequena por conta de seus problemas internos. Além de algumas ilhas no Caribe, os ingleses tiveram apenas algumas colônias na América do Norte, que depois se tornariam as Treze Colônias, que dariam origem aos Estados Unidos. Porém, desde meados do século XVIII, a Inglaterra começou a construir o mais vasto império da História.

A Inglaterra tinha colônias na Austrália, na Nova Zelândia e no Canadá, onde exercia controle rígido para não perdê-las, como aconteceu com as colônias ao norte da América.

Os ingleses dominaram a África do Sul, anteriormente uma ocupação holandesa, e tiveram como grande base de operações coloniais a Índia, a partir de onde espalharam seu domínio por Ceilão, Ilhas Maurício, Cingapura (cidade da Malásia) e Hong Kong (no Império Chinês). O império chegou a seu auge em 1921.

Este foi o maior império do período, com vastos territórios em todos os continentes. Não por acaso também, a Inglaterra era a grande potência marítima da época.

Império Britânico.

França

No início do século XIX, a França perdeu boa parte de suas antigas colônias. O Haiti, por exemplo, se libertou após uma grande e vitoriosa revolta de escravizados. A Louisiana foi vendida para os Estados Unidos e a derrota de Napoleão Bonaparte em 1815 fez com que os franceses perdessem mais alguns de seus domínios.

Em 1848, após a Primavera dos Povos, a Inglaterra concordou que os franceses dessem início a uma colônia no norte da África, que viria a ser a Argélia. Tentando não desagradar os ingleses, a França expandiu seus domínios para Costa do Marfim, Gabão e algumas ilhas dos oceanos Índico e Pacífico. Após a ascensão de Napoleão III em 1851, a corrida colonial francesa acelerou- -se e expandiu-se para Nova Caledônia, Indochina (Vietnã, Laos etc.), Cochinchina (uma região do Camboja) e Madagascar, entre outros territórios.

Várias possessões francesas faziam fronteira com as colônias inglesas. Durante muito tempo houve grande tensão entre essas duas potências, mas elas se tornaram aliadas no fim do século XIX.

Império Francês.

Portugal, Espanha e Holanda

Esses três Estados foram pioneiros do antigo sistema colonial e foram as principais potências coloniais dos séculos XV ao XVIII. Porém, perderam força econômica e política, especialmente durante a Era Napoleônica, e nunca mais voltaram a ter a grandeza de antes.

A Espanha perdeu suas colônias na América, as quais se tornaram independentes, e depois perdeu outras possessões para os Estados Unidos após uma guerra em 1898. Ficou com pequenos domínios na África (Rio Muni e território de Fernando Pó) e no Caribe.

Portugal perdeu sua principal colônia, o Brasil, em 1822, e ficou com posses africanas como Guiné, Ilhas de Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola e Moçambique. Essas colônias portuguesas foram as últimas a conquistar a independência, algo que aconteceu apenas em 1975.

A Holanda manteve a ilha de Curaçao e as pequenas Antilhas, no Caribe; e o Suriname, na América do Sul. Além disso, manteve alguns entrepostos comerciais em pequenas ilhas oceânicas, sendo a Ilha de Java, na Ásia, a mais rentável.

Japão

Inicialmente, o Japão estava em desvantagem, sendo apenas uma esfera de influência dos Estados Unidos no Pacífico. Porém, com pesados investimentos do Estado já no início da Era Meiji, o Japão conseguiu se industrializar. Com isso, deixou de ser apenas um fornecedor de matérias-primas e um mercado consumidor para produtos industrializados e tornou-se uma grande potência da época.

Além do comércio, a industrialização trouxe possibilidades bélicas e o Japão tornou-se uma potência militar. Tendo poder militar e uma indústria própria, já não fazia mais sentido para os japoneses se submeter a interesses estadunidenses, russos ou de qualquer outro país europeu. Assim, o Japão começou a buscar novos domínios.

Império Japonês.

O Japão foi a única potência imperialista fora do mundo ocidental e apenas a segunda fora da Europa. No mapa, vemos o alcance máximo do Império Japonês, algo que foi construído muito lentamente. A maior expansão começou após a vitória na guerra contra a Rússia em 1905, continuou ao longo do século XX e chegou ao ápice durante a Segunda Guerra Mundial.

Além de derrotar os russos, os japoneses travaram guerras contra a China, o que permitiu a dominação da Península Coreana, da Manchúria, de boa parte do leste da China e da ilha de Formosa (atual Taiwan).

Entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, o Japão chegou a tomar antigas posses europeias e estadunidenses. Foi o caso da Indochina e da Cochinchina (da França), das Filipinas (dos Estados Unidos) e da Indonésia (da Inglaterra).

Estados Unidos

Ao longo do século XIX, regiões da América começaram a se transformar em zonas de influência dos Estados Unidos. A influência diplomática, cultural e, principalmente, econômica era cada vez mais forte.

Entre 1852 e 1855, os Estados Unidos tentaram ocupar a Amazônia brasileira, o que foi evitado graças a esforços diplomáticos do Brasil. Em 1898, vitoriosos na Guerra Hispano-Americana, os Estados Unidos tomaram Filipinas, Porto Rico, Guam e Cuba da Espanha. As Filipinas conquistaram a independência em 1946, Cuba foi um protetorado até 1959 e Porto Rico e Guam são territórios estadunidenses até hoje.

No início do século XX, os Estados Unidos apoiaram grupos separatistas no Panamá, que pertencia à Colômbia, e com isso se favoreceram. Após a independência desse novo país, foi construído o Canal do Panamá, com total domínio dos Estados Unidos. O imperialismo estadunidense nesse período foi marcado pelo Corolário Roosevelt (em alusão a Franklin Delano Roosevelt, o presidente da época). Era a política do big stick, cujo lema era “Fale macio, mas tenha um grande porrete”. Ou seja, em relação à América Latina, os Estados Unidos tinham uma abordagem diplomática, mas por trás disso havia uma poderosa força militar como ameaça.

Império Alemão

O Império Alemão unificado teve, em suas primeiras décadas, o comando de Otto von Bismarck. Este estadista não era favorável à colonização e considerava que essa forma de imperialismo era mais uma disputa de vaidade entre os líderes da Europa do que uma ação realmente lucrativa. Enquanto estados como Inglaterra e França ampliavam seus impérios, a Alemanha tornava-se um dos grandes centros industriais do mundo, um dos países precursores da Segunda Revolução Industrial.

Com o grande avanço do capitalismo industrial alemão e a competição com estados europeus rivais, a necessidade de um avanço imperialista era cada vez mais forte. Com Bismarck, houve alguns movimentos alemães para buscar colônias, mas não foram o sufi ciente para mantê-lo no cargo. Em 1890, Bismarck foi demitido pelo kaiser (imperador alemão), que voltou seus olhos e sua força para o mundo.

Império Alemão.

O Império Alemão, como podemos ver, ocupou regiões não controladas por Inglaterra e França. Porém, não deixou de ser uma grande potência.

Rapidamente, os alemães começaram a disputar espaço entre as potências imperialistas. Comparado à França e à Inglaterra, o Império Alemão não teve muitas colônias, mas teve uma presença importante na África e na Oceania.

Consequências do Imperialismo

O desrespeito pelas populações autóctones das regiões dominadas foi enorme e um ótimo exemplo disso foi o que ocorreu quando os países europeus partilharam entre si o continente africano (Conferência de Berlim 1884-1885), sem considerar as diferenças étnicas daqueles povos.

A Guerra do Ópio (1939-1942 e 1956-1960) promovida na China pelos britânicos e o domínio da Manchúria pelos russos e Japoneses na mesma China são algumas das muitas arbitrariedades neocoloniais que ocorreram nesse período do século XIX.

Somente na metade do século XX que essas colônias iniciaram seus processos de emancipação e independência, porém herdaram uma série de conflitos, problemas socioeconômicos e dificuldades políticas que perduram até os dias de hoje, enquadrando assim esses países em suas condições estruturais de subdesenvolvimento. 

Texto: Wilson T Moutinho. ( coladaweb.com)


QUESTÕES SOBRE O IMPERIALISMO

1- Com a publicação do livro do economista inglês Hobson, Imperialismo, um estudo, em 1902, difundiu-se o significado moderno da expressão “imperialismo”, que passou a ser entendido como:

a) um esforço despendido pelas economias centrais, no sentido de promover as economias periféricas

b) a condição prévia e necessária ao incremento do desenvolvimento industrial nos países capitalistas

c) um acordo entre as potências capitalistas, visando dividir, de forma pacífica, os mercados mundiais

d) a expansão econômica e política em escala mundial das economias capitalistas na fase monopolista

e) o “fardo do homem branco”, um empreendimento europeu, procurando expandir a civilização na África

2- Con­sidere as afirmações sobre o Imperialismo e o Neocolonialismo na segunda metade do século XIX e princípio do século XX.

I. A chamada Segunda Revolução Industrial é o fenômeno econômico condicionante do neocolonialismo, à medida que amplia, nos países in­dustrializados, a necessidade de fontes externas de matérias-primas, bem como de novas áreas fornecedoras de mão de obra escrava em larga escala

II. A descoberta de diamantes no Transvaal (1867) e de ouro e cobre na Rodésia (1889) motivaram os países industrializados da Europa a tentar garantir domínio exclusivo sobre parcelas do continente africano

III. A Conferência de Berlim (1885-1887), convocada por Otto Von Bismarck, fixou regras para a cha­mada partilha da África, as quais favoreceram a Alemanha e a Itália recém-unificadas, que assim compensaram seu ingresso tardio na corrida imperialista

IV. O Japão e os Estados Unidos, como potências não europeias, participaram ativamente da cor­rida imperialista, buscando estabelecer áreas de influência colonial ou semicolonial, em guerras contra a Rússia e a Espanha, respectivamente

Estão corretas somente as afirmativas

a) I e II
b) I e III
c) II e III
d) II e IV
e) I, III e IV

3-No início do século XIX, o naturalista alemão Carl Von Martius esteve no Brasil em missão científica para fazer observações sobre a flora e a fauna nativas e sobre a sociedade indígena. Referindo-se ao indígena, ele afirmou:

“Permanecendo em grau inferior da humanidade, moralmente, ainda na infância, a civilização não o altera, nenhum exemplo o excita e nada o impulsiona para um nobre desenvolvimento progressivo (…). Esse estranho e inexplicável estado do indígena americano, até o presente, tem feito fracassarem todas as tentativas para conciliá-lo inteiramente com a Europa vencedora e torná-lo um cidadão satisfeito e feliz.”

Carl Von Martius. “O estado do direito entre os autóctones do Brasil”. Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/EDUSP, 1982.

Com base nessa descrição, conclui-se que o naturalista Von Martius

a) apoiava a independência do Novo Mundo, acreditando que os índios, diferentemente do que fazia a missão europeia, respeitavam a flora e a fauna do país

b) discriminava preconceituosamente as populações originárias da América e advogava o extermínio dos índios

c) defendia uma posição progressista para o século XIX: a de tornar o indígena cidadão satisfeito e feliz

d) procurava impedir o processo de aculturação, ao descrever cientificamente a cultura das populações originárias da América

e) desvalorizava os patrimônios étnicos e culturais das sociedades indígenas e reforçava a missão “civilizadora europeia”, típica do século  XIX.

4- A partir da segunda metade do século XIX, as potências europeias começaram a disputar áreas coloniais na África, na Ásia e na Oceania. Seus objetivos eram a busca por fontes de matérias-primas, mercado consumidor, mão de obra e oportunidades de investimento.

As justificativas morais para essa colonização, no entanto, estavam relacionadas com o que se chamava de darwinismo social, cujo significado é:

a) o homem branco tinha a tarefa de cristianizar as populações pagãs de outros continentes, resgatando-as de religiões animistas e de práticas antropofágicas

b) o homem branco de origem europeia estava imbuído de uma missão civilizadora, através da qual deveria levar para seus irmãos de outras cores, incapazes de fazer isso por si mesmos, as vantagens da civilização e do progresso, resgatando-os da barbárie e do atraso aos quais estavam submetidos

c) os colonizadores europeus tinham a tarefa de ensinar os princípios fundamentais da democracia, ensinando aos povos colonizados o processo de governo democrático, permitindo-lhes se afastar de governos tirânicos e autocratas

d) a colonização tinha como tarefa repassar aos povos colonizados os fundamentos da economia capitalista, para que eles mesmos pudessem gerenciar as riquezas de seus territórios e, com isso, possibilitar o desenvolvimento social de seu país

e) estudar, segundo uma perspectiva antropológica, a organização das sociedades colonizadas, conhecer seus princípios religiosos, políticos, culturais e sociais, com o objetivo de ajudar a preservá-los

PUC/PR,  ENEM,  PUC/RS, USP (bedukaddeb
Professor Edgar Bom Jardim - PE

As Grandes Navegações. Textos, vídeos e exercícios

Foto: bpblog

Vídeo: megellanov

Texto 1
Grandes Navegações é o termo que diz respeito à exploração do Oceano Atlântico nos séculos XV e XVI, que teve como principal protagonista o país de Portugal.


Objetivos das Grandes Navegações
  • Difusão do cristianismo para outras civilizações;
  • Expansão territorial e fundação de colônias;
  • Estabelecer rotas comerciais marítimas;
  • Encontrar fontes de recursos naturais, principalmente ouro e prata;
  • Lucrar com o comércio de escravos (século XVI em diante).

Principais Características

Novos tipos de embarcações e a invenção de instrumentos usados nas grandes navegações permitiram aos europeus iniciar a exploração dos oceanos. Estas iniciativas se tornaram grandes negócios, financiados por burgueses, banqueiros e pelos Estados.

As rotas comerciais mais lucrativas da Europa eram as que levavam à Índia e ao extremo oriente. Elas eram dominadas por mercadores da península itálica. Por esse motivo, a maioria dos Estados procurava formas de contornar aquele monopólio.

Os dois grandes objetivos que caracterizaram as Grandes Navegações foram:

  • Descobrir novas rotas comerciais para a Índia e extremo oriente;
  • Descobrir outras terras e fontes de riquezas no além-mar.

Durante o período das grandes navegações, Portugal se destacou por possuir uma das maiores e mais bem equipadas frotas da Europa. A caravela portuguesa, característica marcante do país durante o período, era uma embarcação frágil mas bastante versátil e fácil de se construir.

Posteriormente, a caravela foi substituída por outros tipos mais resistentes de embarcações. Ao longo do século XV, toda a costa africana foi descoberta. Em 1498, Vasco da Gama chegou à Índia, contornando o continente africano.

O pioneirismo português ocorreu principalmente por conta da capacidade técnica e científica, que depois resultou na descoberta do Brasil em 1500. Outros fatores responsáveis pelo destaque de Portugal nas Grandes Navegações foram:

  • Tradição marítima pela localização geográfica do país;
  • Ter sido um dos primeiros Estados a se consolidar na Europa;
  • Apoio da Igreja Católica, com o objetivo de espalhar o cristianismo.
  • Monarquia sólida;
  • Território unido;
  • Investimento em tecnologia náutica;
  • Desejo de expandir o comércio;
  • Investimentos estrangeiros;

Graças a esse pioneirismo, Portugal foi o primeiro país a fazer grandes descobertas pelo mundo. Por exemplo:

  • 1415: Ceuta, no norte da África;
  • 1418: chegaram à Ilha da Madeira;
  • 1427: chegaram aos Açores;
  • 1434: atravessaram o Cabo Bojador;
  • 1488: atravessaram o Cabo da Boa Esperança;
  • 1499: descobrimento de uma nova rota para a Índia;
  • 1500: chegaram ao Brasil.

Espanha iniciou as explorações no final do século XV, e uma das suas primeiras expedições foi justamente a de Cristóvão Colombo. Daquele momento em diante, seus esforços se concentraram na exploração das rotas do novo mundo, cujos grandes marcos foram:

  • 1492 – Chegada de Colombo ao Novo Mundo (imaginando se tratar da Índia);
  • 1504 – Expedição de Américo Vespúcio, indicando que a descoberta de Colombo era um novo continente;
  • 1513 – Expedição de Nunes Balboa, atravessando o novo continente e descobrindo o oceano pacífico, confirmando que se tratava de um novo continente;
  • 1522 – Fernão de Magalhães faz a primeira viagem ao redor do mundo.

Principais consequências

As Grandes Navegações provocaram uma série de mudanças em muitas sociedades ao redor do mundo, com o estabelecimento do contato europeu. Entre as principais consequências das Grandes Navegações estão:

  • Descoberta da América e início do sistema colonial;
  • Expansão do comércio de escravos africanos (esse tipo de comércio já existia entre o povo africano);
  • Criação de novas rotas comerciais;
  • Expansão política e militar das nações europeias.

Principais etapas

mapa grandes navegações com o trajeto dos navios europeus
  • 1415 – Marco inicial da navegação pela costa africana, com a tomada de Ceuta (Marrocos), pelos portugueses;
  • 1487 – Bartolomeu Dias contorna o continente africano pela primeira vez;
  • 1492 – Colombo chega ao Caribe, depois confirmado como sendo a América;
  • 1498 – Vasco da Gama chega à Índia;
  • 1519 a 1522 – Fernão de Magalhães faz a primeira navegação ao redor do mundo;
  • Décadas de 1540 a 1560 – Novas rotas comerciais com a chegada ao Japão;
  • Décadas de 1600 a 1640 – Descoberta da Oceania pelos holandeses.  *Por Beduka

Texto 2.
Grandes Navegações é o nome que se deu para as expedições de exploração do oceano que aconteceram a partir do século XV. Portugal foi o país que se lançou pioneiramente nessa empreitada, e a conquista de Ceuta, em 1415, é considerada o início das navegações portuguesas. No caso espanhol, o grande feito foi a expedição que chegou à América, em 1492.

A caravela foi uma das grandes inovações que contribuíram para o sucesso das Grandes Navegações.
A caravela foi uma das grandes inovações que contribuíram para o sucesso das Grandes Navegações.

As Grandes Navegações iniciaram-se no século XV e estenderam-se ao longo do século seguinte, com progressiva exploração do oceano. Essas navegações marítimas só foram possíveis porque, no século XV, havia um acúmulo de conhecimento náutico e novas tecnologias haviam aprimorado o ofício da navegação.

Portugal é considerado o país pioneiro nessa exploração do oceano Atlântico por uma série de fatores que envolvem economia, política, geografia e até mesmo a própria sociedade portuguesa. Isso possibilitou que Portugal explorasse o Atlântico, descobrindo novas rotas e estabelecendo novas relações comerciais.

Primeiramente, Portugal tinha estabilidade política desde o final do século XIV. Isso foi resultado da Revolução de Avis, um conflito que aconteceu entre 1383 e 1385 e que foi responsável pela ascensão da dinastia de Avis ao trono português. Esse acontecimento conseguiu estabilizar a política portuguesa, permitindo que o país incentivasse o seu desenvolvimento econômico.

Outro fator importante era que Portugal tinha seu território já consolidado, isto é, não estava em litígios territoriais, como era o caso da Espanha, que, ainda no século XV, travava conflitos com os mouros no sul da Península Ibérica. A consolidação do território português remonta ao século XIII, quando os mouros foram derrotados na região do Algarve.

Economicamente, Portugal era um importante centro que recebia comerciantes de diversas partes da Europa. A cidade de Lisboa, inclusive, era o grande centro de comércio de Portugal, principalmente porque comerciantes genoveses tinham investido para que o comércio lisboeta se desenvolvesse. Com as explorações, a economia portuguesa buscava obter, principalmente, especiarias e ouro.

Na questão geográfica, podemos mencionar que todo o litoral português era voltado para o oceano Atlântico e a posição geográfica do país colocava-o próximo de correntes marítimas importantes, tornando a navegação mais fácil. Por fim, na questão social, a exploração atlântica era incentivada por todo o país e era entendida como oportunidade de prosperar financeiramente por diferentes camadas daquela sociedade.

Navegações portuguesas

Em 1500, a expedição de Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil para investigar as possibilidades que os portugueses teriam na América.[1]
Em 1500, a expedição de Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil para investigar as possibilidades que os portugueses teriam na América.[1]

Considera-se que o as grandes navegações portuguesas foram iniciadas em 1415, quando os portugueses, durante o reinado de d. João I, conquistaram Ceuta, no norte do continente africano. A conquista de Ceuta era parte dos interesses portugueses, que queriam alcançar o ouro árabe e também manter contato com o reino mítico de Preste João, a fim de guerrear contra os muçulmanos.

Depois de Ceuta, uma série de outras expedições oceânicas foram realizadas, e a prioridade portuguesa foi a de explorar a costa do continente africano. Isso porque os portugueses desejavam encontrar, por meio da costa africana, uma rota que os permitisse alcançar as Índias. Esse desejo foi reforçado em 1453, quando Constantinopla foi conquistada pelos otomanos e o acesso às especiarias ficou limitado.

As especiarias eram mercadorias importantes na Europa porque ajudavam na conservação dos alimentos e melhoravam o gosto, sobretudo, das carnes. Também eram utilizadas na elaboração de cosméticos e na produção de medicamentos e eram uma mercadoria de altíssima lucratividade.

Durante as expedições que exploravam a costa africana, os portugueses chegaram a locais onde nunca haviam estado. Em 1420, chegaram a Madeira; em 1427, a Açores; em 1460, às ilhas de Cabo Verde; e, em 1471, chegaram a São Tomé. No entanto, não apenas de “descobertas” de locais foram feitas as Grandes Navegações.

Em 1434, um marco importante aconteceu: o contorno do Cabo do Bojador. Esse cabo fica atualmente próximo do litoral da Saara Ocidental e é marcado por uma série de corais pontiagudos e por bancos de areia e locais de baixa profundidade. O lugar era alvo de muitas lendas justamente porque muitos navios desapareciam nele ou simplesmente não conseguiam atravessá-lo.

Muitos portugueses acreditavam que o Cabo do Bojador era um dos limites do mundo, e por isso era impossível ultrapassá-lo, mas o navegante Gil Eanes conseguiu tal feito. Poucos anos depois, os portugueses começaram a usar uma embarcação que se tornou mais apropriada para a navegação marítima: a caravela. A caravela era mais eficiente em situações em que o vento soprava contra e foi a principal embarcação portuguesa até o século XVII.

Superar o Cabo da Boa Esperança, em 1488, permitiu com que Portugal estabelecesse uma rota marítima até as Índias.[2]
Superar o Cabo da Boa Esperança, em 1488, permitiu com que Portugal estabelecesse uma rota marítima até as Índias.[2]

Durante o reinado de d. João II, um novo feito importante aconteceu: o Cabo da Boa Esperança, no sul da África, foi superado pelo navegante Bartolomeu Dias, em 1488. Essa expedição permitiu que as embarcações portuguesas conseguissem superar as águas agitadas desse cabo e deu possibilidade para que uma rota entre Portugal e as Índias fosse estabelecida.

O feito de Bartolomeu Dias permitiu que o navegante Vasco da Gama descobrisse um caminho por mar que ligava Portugal às Índias. A viagem de Vasco da Gama foi realizada entre 1497 e 1498, portanto, durante o reinado de d. Manuel I. Outro grande feito português foi montar a expedição que chegou ao Brasil em 1500. Essa foi a expedição de Pedro Álvares Cabral, que chegou aqui em 22 de abril de 1500. Caso queira saber mais sobre esse momento de pioneirismo português, leia: Expansão marítima portuguesa.

Navegações espanholas - chegada à América

Não somente os portugueses realizaram grandes feitos durante as Grandes Navegações. É creditado aos espanhóis o feito de terem organizado a expedição que trouxe os europeus ao continente americano pela primeira vez, desde que exploradores vikings estiveram na América do Norte, entre os séculos X e XI.

Durante grande parte do século XV, a Espanha enfrentava questões que não a permitiram lançar-se antes na exploração atlântica. Houve guerras dinásticas e conflitos contra os mouros em Granada, no sul da Península Ibérica. Além disso, a unificação territorial espanhola começou a esboçar-se com a união de dois reinos: Castela e Aragão. A expulsão dos mouros também fez parte dessa unificação territorial.

Os reis Isabel de Castela e Fernando de Aragão foram convencidos a financiar a expedição de um genovês que dizia ser possível alcançar a Ásia pelo oeste. Esse era Cristóvão Colombo. A expedição de Colombo tinha três embarcações que chegaram ao arquipélago das Bahamas em 12 de outubro de 1492.

A ilha a que Colombo chegou era chamada pelos nativos de Guanahani, mas ele a nomeou San Salvador. Colombo morreu em 1506 e não foi convencido de que tinha chegado a um novo continente. Ele sempre acreditou ter chegado a alguma parte da Ásia.

Acesse tambémVocê sabe como os espanhóis derrotaram os incas?

Consequências das Grandes Navegações

Muitos historiadores entendem que as Grandes Navegações foram um acontecimento marcante para a história da humanidade. Alguns deles consideram a chegada à América, em 1492, como um evento responsável por consolidar o fim da Idade Média e dar início à modernidade — entendida como um período histórico e como um conceito relacionado com o desenvolvimento de uma nova visão de mundo na sociedade ocidental.

As Grandes Navegações ainda contribuíram para o desenvolvimento da colonização, reforçando, em certa medida, a política monetária na Europa e contribuindo para o desenvolvimento do capitalismo no longo prazo. Portugal e Espanha consolidaram-se como dois grandes impérios ultramarinos.

Créditos das imagens

[1] neftali e Shutterstock

[2] irisphoto1 e Shutterstock

Publicado por: Daniel Neves Silva 

Exercício de História

1- Portugal e Espanha foram, no século XV, as nações modernas da Europa, portanto pioneiras nos grandes descobrimentos marítimos. Identifique as realizações portuguesas e as espanholas, no que diz respeito a esses descobrimentos.

1. Os espanhóis, navegando para o Ocidente, descobriram, em 1492, as terras do Canadá.

2. Os portugueses chegaram ao Cabo das Tormentas, na África, em 1488.

3. Os portugueses completaram o caminho para as Índias, navegando para o Oriente, em 1498.

4. A coroa espanhola foi responsável pela primeira circunavegação da Terra iniciada em 1519, por Fernão de Magalhães. Sebastião El Cano chegou de volta à Espanha em 1522.

5. Os portugueses chegaram às Antilhas em 1492, confundindo o Continente Americano com as Índias.

Estão corretos apenas os itens:

a) 2, 3 e 4;

b) 1, 2 e 3;

c) 3, 4 e 5;

d) 1, 3 e 4;

e) 2, 4 e 5.

2- O descobrimento do Brasil foi parte do plano imperial da Coroa Portuguesa, no século XV. Embora não houvesse interesse específico de expansão para o Ocidente,…

a) a posse de terras no Atlântico ocidental consolidava a hegemonia portuguesa neste Oceano.

b) o Brasil era uma alternativa mercantil ao comércio português no Oriente.

c) o desvio da esquadra de Cabral seguia a mesma inspiração de Colombo para chegar às Índias.

d) a procura de terras no Ocidente foi uma reação de Portugal ao Tratado de Tordesilhas, que o afastava da América.

e) essa descoberta foi mero acaso, provocado pelas intempéries que desviaram a esquadra da rota da Índia.

3- Foram inúmeras as consequências da expansão ultramarina dos europeus, gerando uma radical transformação no panorama da história da humanidade.

Sobressai como UMA importante consequência:

a) a constituição de impérios coloniais embasados pelo espírito mercantil.

b) a manutenção do eixo econômico do Mar Mediterrâneo com acesso fácil ao Oceano Atlântico.

c) a dependência do comércio com o Oriente, fornecedor de produtos de luxo como sândalo, porcelanas e pedras preciosas.

d) o pioneirismo de Portugal, explicado pela posição geográfica favorável.

e) a manutenção dos níveis de afluxo de metais preciosos para a Europa.

*Com Cesgranrio/aaa//UFPE.

DICA DE FILME

1492: A Conquista do Paraíso  Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=QI24sP65RBE&ab_channel=neivieira82

Professor Edgar Bom Jardim - PE

A utilidade filosófica para entender criticamente a realidade



Para que serve a filosofia?

Marilena Chauí Responde: "É uma pergunta interessante. não vemos nem ouvimos ninguém perguntar, por exemplo, para que serve a matemática ou física? Para que que geografia ou geologia? para que biologia ou psicologia? para que astronomia ou química? para que pintura, literatura, música ou dança? mas todo mundo acha muito natural perguntar: Para que Filosofia?"

"Em nossa cultura e em nossa sociedade, costumamos considerar que alguma coisa só tem do direito de existir se tiver alguma finalidade prática, muito visível e de utilidade imediata"

"Qual seria então a utilidade de Filosofia?"

"Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil; se não se deixar guiar pela submissão às ideias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil, se buscar compreender a significação do mundo, da cultura, da história for útil; se  conhecer o sentido das criações humanas , nas ciências e na política for útil, se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a Filosofia é mais útil de todos os saberes que os seres humanos são capazes"     *Razão Inadequada.

Para saber mais Lei também: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/18/cultura/1539859862_392943.html


Vídeo: 

A filosofia explica tudo? - Luiz Felipe Pondé


Para saber mais acesse:https://www.youtube.com/watch?v=1yuL7jcxMzg&ab_channel=CasadoSaber 

EXERCÍCIO

1- Se, pois, para as coisas que fazemos existe um fim que desejamos por ele mesmo e tudo o mais é desejado no interesse desse fim; evidentemente tal fim será o bem, ou antes, o sumo bem. Mas não terá o conhecimento grande influência sobre essa vida? Se assim é esforcemo-nos por determinar, ainda que em linhas gerais apenas, o que seja ele e de qual das ciências ou faculdades constitui o objeto. Ninguém duvidará de que o seu estudo pertença à arte mais prestigiosa e que mais verdadeiramente se pode chamar a arte mestra. Ora, a política mostra ser dessa natureza, pois é ela que determina quais as ciências que devem ser estudadas num Estado, quais são as que cada cidadão deve aprender, e até que ponto; e vemos que até as faculdades tidas em maior apreço, como a estratégia, a economia e a retórica, estão sujeitas a ela. Ora, como a política utiliza as demais ciências e, por outro lado, legisla sobre o que devemos e o que não devemos fazer, a finalidade dessa ciência deve abranger as duas outras, de modo que essa finalidade será o bem humano.

ARISTÓTELES, Ética a Nicômaco. In: Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991 (adaptado)

Para Aristóteles, a relação entre o sumo bem e a organização da pólis pressupõe que

a) O bem dos indivíduos consiste em cada um perseguir seus interesses.
b) O sumo bem é dado pela fé de que os deuses são os portadores da verdade.
c) A política é a ciência que precede todas as demais na organização da cidade.
d) A educação visa formar a consciência de cada pessoa para agir corretamente.
e) A democracia protege as atividades políticas necessárias para o bem comum.

2- Para que não haja abuso, é preciso organizar as coisas de maneira que o poder seja contido pelo poder. Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos.

Os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário atuam de forma independente para a efetivação da liberdade, sendo que esta não existe se uma mesma pessoa ou grupo exercer os referidos poderes concomitantemente.

MONTESQUIEU, B. Do Espírito das Leis. São Paulo: Abril Cultural, 1979 (adaptado).

A divisão e a independência entre os poderes são condições necessárias para que possa haver liberdade em um estudo. Isso pode ocorrer apenas sob um modelo político em que haja

a) exercício de tutela sobre atividades jurídicas e políticas.
b) consagração do poder político pela autoridade religiosa.
c) concentração do poder nas mãos de elites técnico-científicas.
d) estabelecimento de limites aos atores públicos e às instituições do governo.
e) reunião das funções de legislar, julgar e executar nas mãos de um governo eleito.

*Com Toda Matériacd/ Enem

Por Professor Edgar Bom Jardim