sexta-feira, 12 de abril de 2019

'O Exército não matou ninguém, não', diz Bolsonaro sobre morte de músico no Rio. Como no tempo da ditadura.



Presidente da República, Jair Bolsonaro
Presidente da República, Jair BolsonaroFoto: Alan Santos/PR
Seis dias depois da morte do músico e segurança Evaldo Rosa dos Santos, 46, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) se manifestou publicamente pela primeira vez sobre o caso, em entrevista a jornalistas em Macapá, nesta sexta-feira (12).

"O Exército não matou ninguém, não, o Exército é do povo. A gente não pode acusar o povo de ser assassino não. Houve um incidente, houve uma morte, lamentamos a morte do cidadão trabalhador, honesto, está sendo apurada a responsabilidade", disse ele. 
Segundo Bolsonaro, o Exército sempre aponta responsáveis e, na corporação, "não existe essa de jogar para debaixo do tapete". Ele citou ainda a perícia e investigação que estão sendo realizadas para apurar as circunstâncias do crime e "ter realmente certeza do que aconteceu naquele momento". 

"O Exército, na pessoa do seu comandante, o ministro da Defesa, vai se pronunciar sobre esse assunto. Se for o caso, me pronuncio também. Com os dados na mão, com os números na mão, nós vamos assumir a nossa responsabilidade e mostrar realmente o que aconteceu para a população brasileira", afirmou. 

Até então, a única manifestação do presidente sobre o caso havia ocorrido via porta-voz da presidência, general Rêgo Barros, que também classificou o caso como "incidente" e negou que o presidente tivesse feito manifestações de pesar pela morte do músico.

Evaldo foi morto depois de ter o carro alvejado com 80 tiros por militares do Exército, na tarde do último domingo (7), no Rio de Janeiro. A mulher dele, o filho de sete anos, uma amiga e o sogro dele também estavam no veículo. O sogro ficou ferido. 

Também nesta sexta, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, se pronunciou sobre o caso, em entrevista à rádio CBN. "Sob pressão e sob forte emoção, ocorrem erros dessa natureza. Isso aí está sendo investigado, foi aberto o inquérito policial militar devido", disse ele. 

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, também chamou o caso de incidente e disse que o Exército "vai apurar e cortar na própria carne". Na quinta, ele reconheceu que o armamento usado "não é adequado". "Essa do Rio de Janeiro foi uma ocorrência lamentável com vítima fatal. Mas, realmente, nós não somos voluntários, nunca fomos voluntários de operações de Garantia da Lei e da Ordem. É missão. A nossa missão precípua não é essa. O nosso armamento não é adequado para isso. A legislação não é adequada para isso", disse Azevedo e Silva
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Mudança no pronome de tratamento entre agente públicos federais

Presidente da República, Jair Bolsonaro
Presidente da República, Jair BolsonaroFoto: EVARISTO SA / AFP

A partir de 1º de maio deste ano, data em que se celebra o Dia do Trabalhador, agentes públicos federais da administração direta e indireta não precisarão mais seguir a forma de tratamento empregada por lei até então. 

Um decreto publicado nesta terça-feira (12), no Diário Oficial da União, extingue, tanto na comunicação oral, quanto na escrita, tratamentos já em desuso. Entre eles, Vossa Excelência ou Excelentíssimo, Vossa Senhoria, Vossa Magnificência, doutor, ilustre ou ilustríssimo, digno ou digníssimo e respeitável.“O único pronome de tratamento utilizado na comunicação com agentes públicos federais é "senhor", independentemente do nível hierárquico, da natureza do cargo ou da função ou da ocasião”, define o segundo artigo do decreto.

O pronome é flexionado para o feminino e para o plural. A mesma regra aplica-se às cerimônias e vale tanto para servidores empregados públicos quanto para militares das Forças Armadas ou das forças auxiliares.

A mudança também se estende a ocupantes de cargos em empresas públicas e sociedades de economia mista, entes da administração pública federal, ocupantes de cargos em comissão e de funções de confiançaautoridades como ministros de Estado e para o vice-presidente e presidente da República.

A nova regra não se aplica apenas quando a comunicação se dá com autoridades estrangeiras e organismos internacionais e com agentes públicos do Poder Judiciário, do Poder Legislativo, do Tribunal de Contas, da Defensoria Pública, do Ministério Público ou de outros entes federativos.
Com informação de Folha de Pernambuco

Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 9 de abril de 2019

Ele quer que você morra, diz Sindicato dos Químicos


O Sindicato dos Químicos de Vinhedo (SP) entraram na campanha nacional contra a ‘reforma da previdência’ do governo Bolsonaro com seis outdoors em pontos de grande circulação da cidade. Na imagem, a mensagem lembra que o próprio presidente Jair Bolsonaro se aposentou aos 33 anos.
A ação faz parte da campanha nacional unificada contra a reforma da Previdência. As centrais sindicais lançaram, na Praça Ramos, em São Paulo, a campanha nacional de abaixo-assinado que exige da Câmara dos Deputados o arquivamento da reforma da Previdência encaminhada ao Congresso Nacional pelo governo Bolsonaro.
É preciso denunciar a reforma que ataca direitos dos trabalhadores e mantém os verdadeiros privilegiados
“O presidente Bolsonaro se aposentou com 33 anos como militar e quer que os trabalhadores trabalhem a vida toda sem se aposentar. A campanha do governo e da mídia é uma mentira e tenta convencer os trabalhadores de que a reforma vai atacar os privilégios, mas isso não é verdade”, dizem. (Com informaçoes do site do pstu).
Fonte:Carta Campinas
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Novas oportunidades:comércio e emprego no interior de Pernambuco


Foto: Rede Novo/Divulgação
Foto: Rede Novo/Divulgação



















Carpina, Vitória de Santo Antão e Arcoverde serão as três primeiras cidades a receberem unidades de atacarejo da Rede Novo. A marca foi criada por empresários do setor supermercadista de Minas Gerais, mas será focada especificamente no mercado pernambucano. Os atacarejos são estabelecimentos que vendem tanto no atacado quanto no varejo, com promessas de preços mais baixos que dos supermercados convencionais. As três primeiras operações serão inauguradas em agosto, setembro e outubro, respectivamente, e mais uma quarta no Sertão do estado até o final do ano. Com os quatro empreendimentos, o investimento em Pernambuco será de R$ 120 milhões até dezembro e 1,5 mil empregos serão gerados. A partir de junho, a empresa começará a recrutar currículos apenas nas cidades que receberão operações. As vagas serão divulgadas 45 dias antes da abertura de cada empreendimento nas prefeituras locais e no site da Rede Novo, que ainda está sendo finalizado. A marca ainda pretende abrir entre 11 e 16 novas operações em Pernambuco, entre 2020 e 2023, num investimento total no estado de R$ 500 milhões em quatro anos.
“Tudo começou quando um dos meus sócios teve a visão de que deveríamos empreender em Pernambuco. A gente queria Nordeste. Então eu vim e andei o estado de ‘cabo a rabo’, fui ao interior, e percebi que o povo não tinha acesso a uma boa loja qualificada, com diversidade e preços competitivos. Foi quando vi que nosso foco deveria ser trazer qualidade de vida para o interior pernambucano. Foi um caso de amor à primeira vista, sempre trabalhei forte no interior de Minas e vejo o mesmo potencial de crescimento da nossa marca aqui”, afirma Daniel Costa, CEO da rede. 

 Roberto Abreu e Lima presidente da Ad Diper, Bruno Schwambach, secretario de desenvolvimento economico, Paulo camara, governador de Pernambuco, Daniel Costa, CEO da rede novo e Victor Bretas, diretor comercial da Rede Novo. Foto: Heudes Regis/SEI/Divulgacao
Roberto Abreu e Lima presidente da Ad Diper, Bruno Schwambach, secretario de desenvolvimento economico, Paulo camara, governador de Pernambuco, Daniel Costa, CEO da rede novo e Victor Bretas, diretor comercial da Rede Novo. Foto: Heudes Regis/SEI/Divulgacao
 

Ontem, ele esteve com Victor Bretas, diretor comercial do Novo, em reunião com o governador Paulo Câmara, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach, e o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper), Roberto Abreu e Lima, quando os investimentos foram oficializados.

Segundo Costa, todas as unidades terão o mesmo padrão, um terreno de 20 mil metros quadrados e 12 mil metros quadrados de área construída, para comercializar um total de oito mil itens, entre alimentos perecíveis, não perecíveis, artigos de higiene, limpeza, automotivo, bomboniere, têxtil, eletrodomésticos e bebidas. “Queremos oferecer também bons serviços com um açougue que terá carne abatida e cortada do dia, uma padaria com produção própria e ainda produção de frios sempre fresquinha”.

Haverá ainda um espaço para itens a granel, que atrairão pequenos empreendedores até as lojas. “Um dos nossos público-alvo são os transformadores, que é aquele cara que tem um carrinho de cachorro quente ou uma lanchonete”, completa o gestor. Outra novidade que a rede trará ao estado será o cartão Novo, com bandeira própria e será oferecido a todos os clientes com “nome limpo” na praça. “Queremos entrar na vida dos pernambucanos para ficar.”

O aporte inicial, por operação, é de R$ 30 milhões, bancado unicamente com recursos próprios. Para o secretário Bruno Schwambach, a chegada de mais um grupo empresarial de grande porte é o resultado do foco da gestão estadual na geração de empregos. “Temos um olhar especial para o potencial econômico de cada região e estamos conseguindo levar para as cidades de médio porte equipamentos como os do Novo. O que mostra que a gente tem atraído não só a indústria, como também os setores de comércio e serviços. A nossa função é animar os investidores e mostrar que Pernambuco pode agregar valor para suas empresas”.

A marca Novo foi recém-criada pelos grupos varejistas de origem mineira SFA e Super Cidades. O primeiro, com sede em Belo Horizonte, tem expertise nas áreas de construção civil, gestão de shopping centers, hotéis e loteamentos. Foi constituído oficialmente em 2010, após a venda da rede de supermercado Bretas, também mineira, para o Cencosud, consórcio empresarial multinacional chileno. Entre os negócios do grupo estão sete shoppings sob o selo SFA Malls. 

A segunda investidora do Novo - Atacado e Varejo é a rede Super Cidades, criada em 2010, que responde por cerca de 500 funcionários e registra faturamento anual de R$ 80 milhões
Com informações do Diario de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Brasil: a crise que derrubou o ministro Vélez em 9 tuítes



Vélez reage com feição séria durante sessão no SenadoDireito de imagemREUTERS
Image captionVélez assistiu a sequência de crises no ministério
O ministro da Educação, Ricardo Vélez, foi demitido do posto na manhã desta segunda-feira, depois de uma série de polêmicas e desgastes que marcaram seus 97 dias na gestão do MEC.
A polêmica mais recente foi uma entrevista ao jornal Valor Econômico, no início de abril, em que Vélez afirmou que pretendia mudar a forma como o golpe de 1964 e a ditadura militar são retratados nos livros didáticos, "para dar uma visão mais ampla da história".
Na sexta-feira, em café da manhã com jornalistas em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que Vélez é "uma boa pessoa", mas que "está bastante claro que não está dando (sua gestão do MEC)" e indicou que o removeria do ministério hoje. Nesta segunda-feira, Bolsonaro confirmou por meio do Twitter que o colombiano naturalizado brasileiro não ocupa mais o cargo.
Como este desfecho, boa parte dos principais episódios que agora culminaram na demissão de Vélez passaram pelas redes sociais.
E alguns dos personagens mais importantes dessa trama também recorreram primeiro às redes para escancarar ou botar panos quentes nas crises que marcaram a gestão do colombiano.
A própria nomeação de Vélez foi anunciada por Bolsonaro no Twitter em novembro, ainda durante o período de transição.
Bolsonaro anunciou no Twitter a nomeação de Vélez pro MEC
Tuíte de Vélez: 'A mídia cumpriria seu papel com os cidadãos deste país se sua real preocupação fosse informar. Qual o interesse de vocês em fomentar uma atmosfera apocalíptica? Torcer pelo sucesso do Governo é uma opção, mas vocês querem manchetes escandalosas'
Como pano de fundo da demissão, há no ministério uma disputa entre técnicos, um grupo relacionado aos quadros do Centro Paula Souza - autarquia do governo estadual de SP que administra escolas técnicas no Estado -, nomes ligados ao escritor Olavo de Carvalho e militares. Vale lembrar que, em especial, os dois últimos grupos são das bases mais importantes da gestão de Bolsonaro.
Relatos de que havia um quadro implosivo dentro do ministério irritaram Vélez, que no dia 15 escreveu no Twitter atacando a imprensa: "A mídia cumpriria seu papel com os cidadãos deste país se sua real preocupação fosse informar. Qual o interesse de vocês em fomentar uma atmosfera apocalíptica? Torcer pelo sucesso do Governo é uma opção, mas vocês querem manchetes escandalosas".
Com a concretização, na vida real, de uma crise que exibia rusgas nas redes, a BBC News Brasil listou os tuítes que ajudam a entender os principais marcos desta crise.

18 de fevereiro: Pedido de desculpas e declaração de amor

Tuíte de Vélez declara amor ao Brasil e faz pedido de desculpas
Em 279 caracteres, Vélez incluiu em um tuíte uma declaração de amor e um pedido de desculpas.
"Amo o Brasil e o nosso povo, de forma incondicional, desde a minha chegada aqui, em 1979 e, especialmente, desde a minha naturalização como brasileiro, em 1997", escreveu.
Era um posicionamento em relação a uma polêmica fala sua publicada 17 dias antes, no primeiro dia de fevereiro, pela revista Veja. O ministro disse que "o brasileiro, viajando, é um canibal": "Rouba coisas dos hotéis, rouba o assento salva-vidas do avião; ele acha que sai de casa e pode carregar tudo. Esse é o tipo de coisa que tem de ser revertido na escola".
Publicada a entrevista, Vélez disse no Twitter que a Veja colocou palavras suas "fora de contexto" e pediu perdão "a quem tiver se sentido ofendido". A revista negou ter descontextualizado a fala de Vélez e publicou a gravação da entrevista.
Episódios como este, ao longo dos meses, criaram em parte do governo a percepção de que Vélez era uma pessoa de temperamento explosivo, segundo disse um interlocutor à BBC News Brasil.

26 de fevereiro: o hino e a carta

"Brasileiros! Vamos saudar o Brasil dos novos tempos e celebrar a educação responsável e de qualidade a ser desenvolvida na nossa escola pelos professores, em benefício de vocês, alunos, que constituem a nova geração. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos!".
A mensagem escrita por Vélez Rodríguez, deveria, segundo carta por ele assinada e enviada a diretores de escolas em 25 de fevereiro, ser replicada em colégios de todo o país.
O ministro orientava que "no primeiro dia da volta às aulas, seja lida a carta que segue em anexo nesta mensagem" - com a presença de "professores, alunos e demais funcionários da escola, com todos perfilados diante da bandeira nacional (se houver)".
"Que seja executado o hino nacional" e "que um representante da escola filme trechos curtos" da leitura e da reprodução do hino, acrescentava o documento.
Já a parte final da mensagem é o bordão usado por Bolsonaro nas eleições de 2018 - por isso, ele foi acusado de levar uma mensagem eleitoral para dentro das escolas e de pedir filmagens de crianças sem que houvesse autorização dos pais para tal.
A reação foi ruim: no dia seguinte, o vice-presidente Hamilton Mourão criticou a inclusão do slogan de campanha na mensagem. "Foi o único problema que o ministro teve quando redigiu isso aí. É contra a legislação", disse.
Naquele dia 26, Vélez reconheceu o erro. No Twitter, o MEC anunciou o envio de uma nova carta do ministro, "atualizada", em que agora os diretores eram convidados a fazer filmagens "voluntariamente": "A atividade faz parte da política de incentivo à valorização dos símbolos nacionais e a participação é voluntária".
Tuíte do MEC diz que ato agora seria 'voluntário'

8 de março: a degola dos 'olavetes'

Postagem de Silvio Grimaldo no Facebook
No começo de março, o feriado de Carnaval ajudou a abaixar a temperatura das tensões no Ministério da Educação. Foi só na volta do recesso que o episódio da carta produziu seus primeiros efeitos na estrutura do ministério.
Parte do corpo do MEC, de origem técnica ou vinculada aos militares, responsabilizou os alunos e seguidores de Olavo de Carvalho - grupo conhecido como os "olavetes" - pela ideia da carta.
No Facebook, o então assessor especial da pasta Silvio Grimaldo anunciou ele próprio que deixaria o governo, como parte de um "expurgo de alunos do Olavo de Carvalho" - "a maior traição dentro do governo Bolsonaro que se viu até agora", escreveu.
Ainda na rede social, Grimaldo afirmou que ficou sabendo durante o Carnaval que perderia suas funções no gabinete e seria transferido para a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) - em suas palavras, "apenas um prêmio de consolação pelos serviços prestados, uma política comum com os que se tornam indesejados no MEC". Insatisfeito com a oferta, o aluno de Olavo afirmou que havia pedido sua exoneração.
Postagem de Silvio Grimaldo no Facebook
De fato, sua exoneração e a de mais cinco pessoas - incluindo Tiago Tondinelli, chefe de gabinete - seria consolidada nos dias seguintes.
Nessa leva saiu também o coronel Ricardo Roquetti, então assessor. Ele ganhou a antipatia dos "olavetes", que propagaram nas redes sociais a hashtag #ForaRoquetti.
Tuíte de Olavo de Carvalho diz: 'Jamais gostei da idéia de meus alunos ocuparem cargos no governo, mas, como eles se entusiasmaram com a ascensão do Bolsonaro e imaginaram que em determinados postos poderiam fazer algo de bom pelo país, achei cruel destruir essa ilusão num primeiro momento'
No dia 8, o próprio Olavo também colocou a boca no trombone - do Twitter. Apesar de depois dizer que não havia rompido com o governo, o escritor disse que todos os seus alunos que ocupavam cargos vinculados ao Planalto deveriam "abandoná-los o mais cedo possível e voltar à sua vida de estudos": "O presente governo está repleto de inimigos do presidente e inimigos do povo".
"Jamais gostei da ideia de meus alunos ocuparem cargos no governo, mas, como eles se entusiasmaram com a ascensão do Bolsonaro e imaginaram que em determinados postos poderiam fazer algo de bom pelo país, achei cruel destruir essa ilusão num primeiro momento", escreveu.

12 de março: cai o primeiro 'número dois'

Tuíte de Ricardo Vélez anuncia saída de Luís Antônio Tozi
Por sua vez rechaçado pelos "olavetes", Luiz Antonio Tozi, então secretário-executivo da pasta, teve sua demissão anunciada no Twitter por Vélez: "Dando sequência às mudanças necessárias, agradecemos a Luís Antônio Tozi pelo empenho de suas funções no MEC (...)".
O cargo é considerado o "número dois" do MEC. Tozi fazia parte de outro grupo influente na pasta, com origens no Centro Paula Souza.
No mesmo tuíte, Vélez anunciou que assumiria a vaga o então secretário adjunto, Rubens Barreto da Silva. Mas isso duraria pouco.

14 de março: a terceira 'número dois'

Tuíte de Ricardo Vélez anuncia nome de Iolene
"Olavetes" não gostaram da indicação de Barreto, que acabou não concretizada.
Em 14 de março, Vélez anunciou no Twitter um novo nome: "De volta a Brasília, confirmo que Iolene Lima (@iolenemlima), da Secretaria de Educação Básica, assumirá a Secretaria Executiva do Ministério da Educação".
O bastão também ficaria nas mãos de sua nova dona, uma educadora ligada a uma igreja batista e que já ocupava outro cargo no MEC, por pouco tempo.

22 de março: um 'quadro bastante confuso'

Mal havia criado uma conta no Twitter, Iolene teve de usar a rede para anunciar que também deixaria o ministério - ela teve dificuldades em ser aceita pelo governo Bolsonaro e seus principais apoiadores.
"Diante de um quadro bastante confuso na pasta, mesmo sem convite prévio, aceitei a nova função dentro do ministério. Novamente me coloquei à disposição para trabalhar em prol de melhorias para o setor. No entanto, hoje, após uma semana de espera, recebi a informação que não faço mais parte do grupo do MEC", escreveu, em uma mensagem que não está mais no ar.

27 de março: prenúncios da demissão

Em tuíte, Bolsonaro nega demissão e acusa imprensa
No início da semana, uma portaria do MEC anunciou que uma prova que avaliaria a alfabetização de crianças, parte do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), não seria mais realizada em 2019 - apenas em 2021.
O episódio levou a mais atritos, demissões e recuos no ministério - que voltou atrás e, depois, revogou a portaria.
A crise foi vista como a gota d'água para a sobrevivência de Vélez à frente da pasta, e o canal GloboNews chegou a anunciar que Bolsonaro havia decidido demitir o ministro.
Poucas horas depois, no dia 27, Bolsonaro foi ao Twitter negar e acusar a imprensa: "Sofro fake news diárias como esse caso da 'demissão' do Ministro Velez. A mídia cria narrativas".
Vélez retuítou a mensagem do presidente.

8 de abril: confirmação da queda

Tuíte de Bolsonaro confirma saída de Vélez e entrada de Abraham Weintraub
Após dar sinais claros em entrevistas de a posição de Vélez no ministério estava em risco, o presidente Bolsonaro confirmou nesta segunda-feira a demissão.
"Comunico a todos a indicação do Professor Abraham Weintraub ao cargo de Ministro da Educação. Abraham é doutor, professor universitário e possui ampla experiência em gestão e o conhecimento necessário para a pasta. Aproveito para agradecer ao Prof. Velez pelos serviços prestados", escreveu o presidente.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 8 de abril de 2019

História:A narrativa escorregadia do afeto


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A historia  possui suas tradições seculares. Ela é contada seguindo certas regras que satisfazem os vencedores e distraem. Destacam-se as grande figuras, cheias de pompas e despreza o cotidiano. Assim se vestem os chamados livros didáticos. É claro que há exceções, porém os privilegiados são contemplados com elogios. Perdem-se momentos de rebeldia e se escondem lutas contra preconceitos. Portanto, a narrativa histórica não é neutra. Compõe tradições, busca apagar quem se sente aflito e deseja reinventar a sociabilidade. Congela e cultiva a palidez, porém deveria assombrar e promover dissonância.
Muitos ignoram os debates, ressaltam o pragmatismo, resistem às mudanças. Sabem do poder do convencimento. Não se domina, apenas, com armas. É importante desenhar situações e mostrar que minorias espertas querem ser donas da vida social.Interpretações são justificadas. Mas o interesse maior é o controle político. A narrativa funciona, então, como uma regra, se nega a eleger transformações. Existe para celebrar fatos que mantêm preconceitos. Até os espaços da violência ganham páginas especiais, desde que descrevam perseguições e genocídios nada solidários. Rememoram os imperialismos e colocam os lixos no canto dos quartos de dormir. A narrativa pesa. Esfumaça-se.
O sentimento nem é pensado. Tudo se monta em cima da produção e da quantidade. A narrativa não existe à toa, nem é uma ficção inútil para anular a vida. Ela dá respostas a uma ordem, materializa, omite, desmancha. Por isso, as narrativas não dispensam lacunas e disfarces. A sociedade se despedaça com  frustrações e desamparos, porém aparecem as reformas econômicas como senhoras salvadoras do apocalipse. Ambiguidades. O choque de ambições se revela e poderosos meios de comunicação reforçam quem já se encontra no centro da devaneio política.O trabalho  não liberta e a grana multiplica confortos, para escurecer  os vazios. O circo é de horrores e não, de risos.A morte do poeta é perda da beleza que redime e solta o ânimo.
As promessas de felicidade são vendidas. A narrativa da propaganda, das informações enganosas, as notícias falsificadas não desistem de impor suas versões. Para tudo, se formam especialistas, pois o desenvolvimento possui argumentos perversos que precisam ser fantasiados. O velho livro didático continua exaltando guerras, governos  ditatoriais, revoluções mambembes. Poucos percebem que naufragamos em valores que isolam a maioria e reproduzem comportamentos opressivos.  Olhar os esconderijos, desnudar  os vícios da dominação representam fôlego para que os afetos se estiquem e a sociedade não se afunde na acumulação de riquezas mesquinhas. Estamos doentes e batemos palmas. Alguém já imaginou as acrobacias da sua narrativa? Será que  palavra  se desfez  na  prisão das abreviaturas?A astúcia de UlissesProfessor Edgar Bom Jardim - PE