quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Ambiente:Por que um casal brasileiro deixa seu filho brincar com onças-pintadas


A imagem do garoto foi publicada, inicialmente, pelo próprio pai, o biólogo Leandro Silveira, de 49 anos. Depois, a fotografia foi compartilhada em páginas de Facebook e perfis do Instagram.
Em uma publicação feita no dia 23, um usuário do Facebook compartilhou a imagem de Tiago com as onças. A fotografia teve mais de 2 mil compartilhamentos e 22 mil reações, sendo as mais comuns delas o "amei" e o "uau". Na postagem, não há explicação sobre a origem do registro. Nos comentários, alguns disseram tratar-se de montagem, enquanto outros elogiaram a coragem do jovem.
Para Tiago, a repercussão da foto foi uma surpresa, pois considera se tratar de uma situação comum em seu cotidiano. O garoto frisa que muitas pessoas se surpreendam com o fato de ele conviver com onças-pintadas.
"Eu tenho alguns amigos que não acreditam nisso, acham que é 'fake'. Mas a maioria dos meus conhecidos acha isso muito legal e tem vontade de conhecê-las. Eu acho muito bom poder levar um pouquinho dessa experiência de vida que tenho para outras pessoas que não tiveram a mesma sorte que eu", afirma à BBC News Brasil.
Além do pai do garoto, a mãe, Anah Tereza Jácomo, de 49 anos, também é bióloga. Os dois coordenam o Instituto Onça-Pintada (IOP), que tem o objetivo de preservar e estudar o maior felino das Américas.
"O meu filho nasceu em um ambiente com onças-pintadas. Então, ele convive bem com elas desde a infância e sabe como lidar. Logicamente, a gente o instrui e impõe limites, mas hoje ele já sabe o que fazer ou não. É uma questão muito natural para ele", diz Leandro.

Crescendo com as onças-pintadas

Tiago bebê com onça no coloDireito de imagemARQUIVO PESSOAL
Image captionTiago é filho de biólogos que trabalham com a preservação das onças-pintadas
O nascimento de Tiago foi planejado desde o início do relacionamento de Anah e Leandro, que estão juntos há 28 anos. Os biólogos esperaram a conclusão do doutorado para que tivessem um filho.
"Tinha certeza de que ser mãe me privaria, de certa forma, da minha carreira. Meu marido sempre foi muito companheiro e pediu que concluíssemos os estudos primeiro, porque, na visão dele, não seria justo eu me afastar da carreira durante a maternidade, ao passo que a dele estaria em plena ascensão", diz.
Após o doutorado, Anah e Leandro decidiram que era o momento de ter um filho. Na época, eles já haviam criado o Instituto Onça-Pintada e passavam o dia lidando com estudos sobre felinos. Quando Tiago nasceu, o casal cuidava de três onças-pintadas recém-nascidas.
"Nessa época, íamos viajar de caminhonete, para resolver questões do instituto, e levávamos o nosso filho e as onças juntos. Ele ia no colo da minha esposa e elas iam perto da gente, para não se machucar. No trajeto, muitas vezes parávamos para dar mamadeira para ele e para as onças. Isso aconteceu muitas vezes", relata Leandro.
Em razão do convívio que teve com os animais desde pequeno, Tiago sempre considerou natural a proximidade com onças-pintadas. "O referencial dele é baseado na gente. Ele foi crescendo e aprendendo os limites, vendo o que poderia ou não fazer. Mas, para ele, é algo muito comum esse relacionamento, porque foi criado em um ambiente rural. Esse é o cotidiano dele. Não há nada de absurdo", afirma Leandro.
O garoto se considera privilegiado por ter se relacionado com as onças-pintadas desde pequeno. "Sempre foi uma relação de amor e respeito. Sempre gostei muito disso e sempre ajudei a cuidar dos animais", comenta.
Tiago ressalta que segue as instruções dos pais para lidar com os bichos. "Eles me ensinaram que o medo e o respeito são sentimentos importante e inteligentes. Porque quando você não tem medo e não respeita o animal, você não respeita o limite dele e, por isso, ele também acaba não te respeitando", pontua.
Tiago, os pais e a onçaDireito de imagemARQUIVO PESSOAL
Image captionOs pais de Tiago o ensinaram desde pequeno como deveria se comportar perto das onças

Limites do convívio

Desde que o filho era menor, Leandro ensinava ao garoto sobre a conduta que ele deveria ter com as onças-pintadas. O biólogo costuma passar os mesmos ensinamentos a pessoas que desconhecem informações sobre o felino.
"Esses animais não agem contra o ser humano, no sentido de nos ver como presas. Eles reagem às nossas ações. Então, é importante respeitá-los. Por exemplo, se ele está comendo ou nervoso, ele avisa que não quer proximidade, pela linguagem corporal, então é importante respeitar", diz.
"É fundamental entender os limites e não mexer com o animal quando ele não está bem. Não há como forçar algo com a onça-pintada. É importante compreender o momento em que ela quer ficar sozinha e se afastar. Quando ela quiser proximidade, se aproximará. Isso é uma regra fundamental para a convivência. Onça não é um animal social, mas cria laços para a vida inteira", acrescenta.
Segundo a bióloga, nunca houve incidente entre o garoto e as onças - e ela comenta que nunca deixou o filho sozinho com os animais.
"Sempre tivemos muitos cuidados. Não somente com as onças, mas com qualquer outro animal. Mas o mais importante é que o meu filho aprendeu muito cedo como conhecer cada um. Em nosso sítio, as regras de segurança sempre foram muito determinadas, claras e obedecidas", diz.
Tiago com onça filhoteDireito de imagemARQUIVO PESSOAL
Image caption'É fundamental entender os limites e não mexer com o animal quando ele não está bem', explicam Leandro e Anah
Na imagem que repercutiu nas redes sociais, uma cadela da raça blue heeler aparece próxima aos felinos. Os bichos mantêm uma relação de proximidade. Na Organização Não-Governamental (ONG), há outros animais, normalmente encaminhados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), como veados, macacos e lobos-guará,. Segundo Leandro, todos vivem em harmonia.
O IOP está localizado na região rural de Mineiros, no interior de Goiás, em uma propriedade de 50 hectares, pertencente ao casal de biólogos. O instituto não é aberto a visitação, para evitar incômodo aos animais ou prejuízo aos estudos realizados no lugar.

Amor por onças-pintadas levou à criação de instituto

Leandro se encantou pelas onças-pintadas ainda na infância, quando assistiu a um documentário sobre os felinos. Anos depois, a paixão pela espécie o levou a cursar biologia. O primeiro estágio dele foi em um projeto que lidava com onças-pintadas. "Foi a primeira vez em que tive contato com a espécie. Depois, nunca mais parei de trabalhar com ela", relata.
Na universidade, ele conheceu Anah, que também cursava biologia. Os dois são de Goiás. Desde a época em que eram estudantes, desenvolvem atividades com o maior felino das Américas. Em junho de 2002, criaram o Instituto Onça-Pintada. O principal objetivo deles era estudar a espécie e ajudar a preservá-la.
Anos após a criação do instituto, uma equipe do Ibama perguntou se Leandro e Anah tinham interesse em receber onças-pintadas recém-nascidas, que eram órfãs e haviam sido resgatadas da natureza. O casal, que não tinha a criação dos felinos como objetivo inicial, aceitou. Para acolhê-los, elaborou um criadouro científico, que hoje ocupa metade da propriedade rural.
Anah, Leandro e Tiago com uma onçaDireito de imagemARQUIVO PESSOAL
Image captionOnças e outros animais convivem em harmonia numa propriedade de 50 hectares pertencentes aos dois biólogos
O IOP está localizado dentro do sítio. Além de 25 hectares para o criadouro, o lugar também é dividido entre a parte destinada aos animais de outras espécies, a área utilizada para os estudos desenvolvidos por profissionais que atuam no instituto e a residência da família.
O instituto é mantido com doações de empresários ou pessoas físicas e por meio de recursos particulares do casal de biólogos. "É uma eterna busca por recursos. Nunca são valores governamentais, porque o poder público nunca nos ajudou. Ultimamente, temos apoio de empresas. Mas 95% dos recursos têm sido particulares, meus e da Anah, por meio de assessorias que fazemos", diz Leandro.
No IOP, atualmente há 14 onças-pintadas. Destas, quatro são filhotes, dois são jovens e há oito adultos. Na última década, 35 felinos passaram pelo lugar. Normalmente, os que deixam o instituto são encaminhados para outros criadouros, para auxiliar na reprodução e preservação da espécie.
As onças-pintadas que chegam recém-nascidas ao criadouro não retornam à natureza porque a principal ameaça a elas, segundo pesquisas do IOP, são os pecuaristas.
"Nesse sentido, consideramos um contrassenso devolver à natureza um animal que já veio para o cativeiro fruto desse conflito", explica Anah. Outro motivo que faz com que os felinos sejam encaminhados a outro criadouro é a necessidade de contato com humanos, que eles desenvolvem no início da vida, por meio da alimentação ou de outros cuidados básicos, em razão da ausência da mãe.
"Esses animais dificilmente perdem o elo com a presença humana e, se soltos, muito fatalmente, caso se aproximem de locais com a presença humana, podem acabar sendo abatidos", acrescenta a bióloga.

Ameaça de extinção

A onça-pintada está presente em 21 países, entre eles Argentina e Estados Unidos. Em alguns, como Uruguai e El Salvador, ela foi extinta. O Brasil concentra a maior parte delas, abrigando 48% da espécie de todo o mundo. No país, o animal também está ameaçado de extinção.
"Temos de 20 mil a 30 mil onças-pintadas no Brasil. Elas são consideradas ameaçadas porque, ao longo dos anos, perdemos mais de 50% da distribuição original delas. A tendência é que, como todos os grandes predadores mundo afora, caso não haja política de conservação, ela seja extinta."
"É um animal que compete com condições humanas, tem riscos aos seres humanos. Então, a tendência do homem é eliminar. Tudo o que gera riscos, gera prejuízo. Se não criarmos uma política direta de compensação aos prejuízos que esses animais causam, ele vai ser eliminado", pontua. Segundo o biólogo, não há nenhum tipo de ação do poder público para a preservação dos felinos.
Tiago e onçaDireito de imagemARQUIVO PESSOAL
Image captionSegundo os biólogos, se as onças-pintadas correm o risco de serem extintas no futuro, se políticas públicas de preservação não forem adotadas
Muitos dos filhotes que chegam ao IOP se tornaram órfãos após as mães serem mortas por produtores rurais, enquanto saíam em busca de alimentos para os filhos. "Há inúmeros filhotes que morrem depois da perda da mãe, por não conseguirem se manter sozinhos. Infelizmente, o número de órfãos que chegam para a gente é muito pequeno, perto do total que fica abandonado", explica Leandro.
Um dos principais trabalhos do IOP é conscientizar a população sobre a preservação das onças-pintadas. Os principais alvos da iniciativa são os produtores rurais. Para auxiliar no diálogo com eles, o instituto criou o Certificado Onça-Pintada. "Propomos valorizar os produtos de proprietários que se comprometem a tolerar os prejuízos causados por onças e jamais abatê-las", diz Anah. Segundo ela, 170 mil hectares de fazendas já aderiram ao selo. "O nosso objetivo é atingir 1 milhão de hectares em 10 anos", revela.
Anah explica que a importância da conscientização dos produtores rurais ocorre porque, no Brasil, 70% das terras estão em áreas privadas. "As unidades de conservação, sozinhas e isoladas, não têm tamanho e não asseguram a conservação da onça-pintada em longo prazo. Dessa forma, ela precisa do proprietário rural para ter a chance de sobreviver", pontua a bióloga.

Preocupação com o futuro

Tiago e filhote de onçaDireito de imagemARQUIVO PESSOAL
Image captionMuitos dos filhotes que chegam ao IOP se tornaram órfãos após as mães serem mortas por produtores rurais, enquanto saíam em busca de alimentos para os filhos
A luta pela preservação das onças-pintadas é conhecida por Tiago desde a mais tenra idade. Há um ano, ele deixou o sítio onde morava com os pais, na sede do IOP, para se mudar para Goiânia, para estudar. O garoto, que está no oitavo ano do ensino fundamental, sente saudades da convivência diária com os bichos.
"Está sendo muito difícil ficar longe dos animais, porque convivi com eles desde pequeno. Toda vez que volto para a casa dos meus pais, sinto que os animais também sentem saudade de mim. Eles me reconhecem e brincam comigo de uma maneira diferente. Isso é muito gratificante, porque vejo que o amor e o carinho que dei para eles anos atrás está sendo retribuído", diz o estudante.
Tiago visita os pais a cada três meses. A foto que viralizou na internet foi tirada durante o feriado da Proclamação da República, em 15 de novembro. No futuro, ele não quer continuar distante do lugar onde nasceu. O garoto planeja cursar biologia e retornar para o sítio da família, onde quer dar continuidade à iniciativa desenvolvida pelos pais.
"Quero fazer biologia, mas não para ser professor. Quero trabalhar com os animais, na prática. Pretendo dar continuidade ao instituto e ajudar meus pais, porque essa é uma causa muito nobre. A gente está tentando salvar uma espécie de extinção e realmente quero continuar com essa luta", declara.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

João Campos diplomado Deputado Federal

"Hoje recebo o diploma que a mim foi confiado por 460.387 pernambucanas e pernambucanos. O momento é desafiador e a responsabilidade é enorme. Fiquem certos, todos os dias, darei o melhor de mim para honrar a confiança do nosso povo". *João Campos
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Bom Jardim perde Rinaldo Barros, o "bandeira branca"

Faleceu no início da noite desta quarta-feira(19 h), 05 de dezembro de 2018, o Senhor Rinaldo Barros,viúvo, 86 anos de idade, pai de Vera Barros, Iranise Barros, Fabiane Barros, Jonh Kened Barros ( + Marquinhos) e Joseildo Lins. Rinaldo Barros, grande bonjardinese, comerciante, ex-vereador, líder comunitário, organizou a Festa de São Sebastião, idealizador na cidade do programa "Quem dá aos pobres, empresta a Deus", por meio de um serviço de som instalado em sua loja - Magazine São Sebastião - que fazia caridade as pessoas pobres com a solidariedade dos bonjardinenses. 

Político influente junto aos deputados Ricardo Fiúza e Severino Cavalcanti, que na intimidade sempre o chamava de Zito. Foi um dos  articuladores na vitória do Coronel Rufino contra o grupo de Sr. Noé Souto Maior. 

Homem que vivenciou muitas histórias, era pessoa que tinha um bem enorme por Bom Jardim. Pessoa de grande destaque social, homem de fé, grande pai, grande avô. Admirado por muitos. Recebeu homenagens do Governo Municipal nas gestões de Miguel Barbosa e João Lira. Era também conhecido por "bandeira branca" por sempre cantar a música nas festividades da cidade. Na política,  era exagerado ao defender seu lado partidário nas eleições, sempre afirmava: "... é o mundo todo!  "É o mundo todo, meu Deus!, para expressar que tinha a maioria do povo ao seu lado, ao declarar  que iria vencer nas eleições. 

O corpo do senhor  Rinaldo está sendo velado em sua residência na Rua Manoel Augusto, centro da cidade. A família enlutada agradece a solidariedade de todos. O sepultamento será nesta quinta-feira (6), às 16:30 minutos. Depois do meio dia seu corpo será levado para capelinha de São Sebastião, local em que durante muitos anos tomou conta e ajudou na preservação. O prefeito João Lira, decretou luto oficial no município do Bom Jardim- PE,por três dias.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Perigo:Pode faltar insulina para diabéticos do mundo inteiro?

Mulher injeta insulina na barriga, para tratar diabetes de tipo 1Direito de imagemGETTY IMAGES
Image captionCerca de 33 milhões de pessoas que precisam de insulina no mundo não têm acesso à droga
O fenômeno tem sido chamado de flagelo da vida urbana: um estilo de vida não saudável e obesidade levaram a um ressurgimento da diabetes de tipo 2, que ocorre quando o corpo não consegue produzir insulina suficiente para regular os níveis de açúcar no sangue.
Agora os cientistas afirmam que milhões de pessoas ao redor do mundo que têm diabetes podem não conseguir acesso à insulina ao longo da próxima década - e, talvez, por ainda mais tempo.
Cerca de 400 milhões de pessoas entre 20 e 79 anos vivem com a diabetes de tipo 2, que é a forma mais comum da doença. Mais da metade delas na China, na Índia e nos Estados Unidos. Até 2030, acredita-se que os números ultrapassem 500 milhões. A outra forma da diabetes é a de tipo 1, na qual o corpo ataca as células do pâncreas que produzem insulina.
Um novo estudo publicado no periódico científico Lancet Diabetes and Endocrinology afirma que aproximadamente 80 milhões de pessoas com diabetes vão precisar de insulina até 2030. Mas cerca de metade delas - possivelmente, a maioria na Ásia e na África - não conseguirá. Atualmente, uma em cada duas pessoas com diabetes de tipo 2 não têm acesso à insulina que precisam.
"O acesso (à insulina) é definido como a combinação da disponibilidade do produto e se ele é acessível", afirmou o médico Sanjay Basu, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, que coordenou a pesquisa. "Além da questão dos preços, também deve existir uma cadeia de abastecimento que consiga distribuir de forma segura uma droga refrigerada e tudo aquilo que a acompanha - como agulhas esterelizadas e seringas".
Por que a insulina, um medicamento que já existe há 97 anos e que já foi considerada uma das drogas revolucionárias do século 20, continua a ser muito cara ao longo dos anos?
Uma razão, dizem os cientistas, é que três empresas multinacionais (Novo Nordisk, Eli Lilly and Company, Sanofi) controlam 96% do volume de insulina vendido no mundo e 99% do valor estimado de vendas, de US$ 21 bilhões de dólares.

Controle global

Apesar de mais de 90 países entre 132 não aplicarem tarifas para insulina, a droga continua a ser muito cara para muitas pessoas.
Até nos Estados Unidos, onde mais de 20 milhões de pessoas foram diagnosticadas com diabetes, despesas pessoais com insulina aumentaram 89% entre 2000 e 2010. Inclusive entre adultos que têm plano de saúde. O preço do frasco da droga subiu de US$ 40 para US$ 130 - cada frasco costuma durar por algumas semanas.
Também há considerações sobre a disponibilidade da droga.
Mãos de mulher comendo batata-fritaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionAlgumas pessoas com diabetes de tipo 2 podem controlar o nível de açúcar no sangue com exercício e dieta
O controle global do mercado de insulina, de acordo com David Henri Beran, dos Hospitais Universitários de Genebra e da Universidade de Genebra, significa que os países têm poucas opções de fornecedores. "Isso fez com que as pessoas tivessem que mudar o tipo de insulina que tomavam porque as empresas retiraram os produtos do mercado".
Há diferentes tipos de insulina. E os médicos prescrevem o tipo mais benéfico para cada paciente, dependendo de como respondem à droga, o tipo de vida que levam, a idade, as metas de açúcar no sangue e o número de injeções a serem tomadas por dia.
Diversos países de renda baixa e média estão particularmente vulneráveis a quebra de estoque. Um estudo sobre a disponibilidade de insulina descobriu que os estoques estavam baixos em seis países - Brasil, Bangladesh, Malauí, Nepal, Paquistão e Sri Lanka. Gestão precária e distribuição insuficiente podem prejudicar o quadro - em Moçambique, por exemplo, 77% do estoque total de insulina do país fica na capital, provocando falta do medicamento em outras regiões.
"Em todo o mundo, problemas como a disponibilidade do produto e se ele é acessível ameaçam a vida e desafiam o direito à saúde", falou Beran.
Então, por que uma droga que foi descoberta há tanto tempo por cientistas da Universidade Toronto ainda não está disponível como um genérico de baixo custo? (Os cientistas venderam a patente para a universidade por US$ 1). Drogas de alta demanda costumam se tornar mais acessíveis depois que suas patentes expiram, graças a competidores baratos. Mas isso não ocorreu nesse caso.
Uma razão, segundo os cientistas Jeremy A Greene e Kevin Riggs, é que a insulina é mais complexa e difícil de copiar. E as fabricantes de medicamentos genéricos consideraram que "não vale a pena". Insulina biosimilar, que é similar à insulina, também estão disponíveis no mercado, com preços mais competitivos, mas fica aquém de uma versão genérica.
Cientistas dizem que a insulina deveria ser incluída em pacotes universais de cobertura de saúde e que doadores globais deveriam alocar parte dos seus fundos em inovação na prestação de cuidados de saúde e para a própria droga.
Claramente, sistemas de saúde fracos, acesso precário a unidades de saúde, cuidados de saúde com o diabético e o preço estão impedindo o acesso à insulina.
"Poucas coisas precisam ocorrer, incluindo o preço e a infraestrutura de distribuição", explicou Basu. Até lá, a injeção de insulina não deve ficar mais acessível.
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O básico sobre as diabetes

- Há dois tipos principais de diabetes - tipo 1 e tipo 2. Também há diabetes gestacional, que pode aparecer durante a gravidez.
- No tipo 1, que é tipicamente diagnosticado logo no começo da vida mas que pode aparecer em qualquer idade, a insulina precisa ser injetada. Não é prevenível nem curável e não é causada pelo estilo de vida.
- As pessoas desenvolvem o tipo 2 quando a insulina que elas produzem não está funcionando adequadamente, ou então quando não está sendo produzido o suficiente. Pode estar relacionada à pessoa estar acima do peso, inativa, ou também ao histórico familiar. É muito mais comum que o tipo 1, respondendo por 90% de todas as pessoas com diabetes. Algumas pessoas com tipo 2 tomam insulina, enquanto outras controlam o nível de açúcar no sangue com medicamentos, exercício físico e uma dieta mais saudável.
- Não controlar o nível de glicose no sangue no longo prazo pode gerar complicações, como problemas nos nervos, rins, olhos e pés, mas o risco pode ser reduzido com o tratamento e cuidado corretos.
Fontes: NHS(sistema de saúde do Reino Unido) , Diabetes UK
Mãos de mulher comendo batata-frita

Professor Edgar Bom Jardim - PE

A história de Sully, o cão que viralizou ao 'velar' o caixão de seu dono, o ex-presidente George H.W. Bush

O cão Sully se deitou ao lado do caixão do ex-presidente americano George H.W. Bush, que morreu neste fim de semana aos 94 anosDireito de imagemREUTERS
Image captionO cão Sully se deitou ao lado do caixão do ex-presidente americano George H. W. Bush, que morreu neste fim de semana aos 94 anos
Nesta segunda-feira, uma imagem do cão Sully, que pertencia ao ex-presidente dos Estados Unidos George H. W. Bush, viralizou na internet e em sites de notícias. Na fotografia, o labrador aparece deitado em frente ao caixão onde estava o corpo de Bush, que morreu no sábado aos 94 anos.
Sully é um "cão de serviço", tem dois anos e foi doado ao ex-presidente neste ano. Como Bush usava uma cadeira de rodas, o cachorro o ajudava a fazer algumas tarefas, como abrir portas e buscar o telefone quando ele tocava. Seu nome foi inspirado no piloto de avião Chesley "Sully" Sullenberger, que pousou um jato de passageiros no rio Hudson em 2009, salvando todos os 155 passageiros e tripulantes a bordo.
Com a morte do dono, Sully trabalhará a partir de agora como um cão de serviço, auxiliando na terapia para soldados feridos. Sully tem até uma conta própria no Instagram; nas redes sociais, muitos internautas agradeceram o cão por seus serviços e enalteceram a lealdade dos cães para com seus donos.
O labrador de Bush, no entanto, não é o único cachorro famoso por acompanhar autoridades ou ex-políticos.
Biden with MajorDireito de imagemDELAWARE HUMANE ASSOCIATION
Image captionO ex-vice-presidente americano Joe Biden adotou recentemente Major, um pastor alemão
No mês passado, por exemplo, o ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, adotou um cão no Estado americano de Delaware. Biden ocupou o cargo de vice-presidente durante a gestão de Barack Obama, entre 2009 e 2017.
Segundo a Associação Humanitária de Delaware, o político ficará com o pastor alemão de forma permanente. Não é a primeira ação parecida do ex-vice-presidente. Em 2008, ele adotou um filhote chamado Champ depois de prometer à esposa que faria isso caso ele e Obama ganhassem a eleição presidencial.
Família Obama e o cão BoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionA família Obama tem dois cães, Bo (na foto) e Sunny

Líderes e seus cães

O próprio Obama também é um amante de cachorros. Ele tem dois, Bo e Sunny, da raça cão de água português. Em 2016, a polícia prendeu um homem sob suspeita de planejar sequestrar um dos animais.
No Brasil, Michel Temer (MDB) tem dois cachorros, Picoly e Thor. O primeiro é da raça jack russel e, no ano passado, foi salvo pela primeira-dama, Marcela Temer, quando entrou em um lago no Palácio da Alvorada, em Brasília, para correr atrás de patos.
O presidente da Coreia do Sul e seu cão Tory, que foi adotadoDireito de imagemCHEONG WA DAE HANDOUT
Image captionO presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in tem três pets - um deles é Tory, que foi adotado
Na Coreia do Sul, o presidente Moon Jae-in também adotou um cão, Tory, em um abrigo de animais. Aos quatro anos, Tory virou o primeiro cachorro presidencial da Coreia vindo de um abrigo - ele se juntou a outros dois pets do presidente: um cachorro chamado Maru e um gato chamado Jing-jing, que foi adotado pela filha de Moon.
O presidente recebeu elogios por adotar um cão de abrigo. Sua antecessora, Park Geun-hye, foi duramente criticada por abandonar nove cães no palácio presidencial depois de sofrer um processo de impeachment.
Vladimir Putin posa ao lado de seus dois cãesDireito de imagemAFP
Image captionO Japão deu Yume (à esquerda) para Vladimir Putin em 2012; na foto também aparece Buffy, outro cachorro do presidente russo
Já o presidente da França, Emmanuel Macron, tem um labrador, o Nemo. No ano passado, ele ficou famoso ao ser flagrado fazendo xixi em uma lareira durante uma reunião de seu do dono no palácio presidencial.
Nemo não foi o único cachorro presidencial francê a aprontar. Os cães do ex-presidente Nicolas Sarkozy danificaram móveis valiosos do palácio, enquanto o maltês de Jacques Chirac, Sumo, ficou infeliz por ter de deixar os amplos jardins da residência oficial e começou a atacar o dono.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, é outro amante dos cães. Ele já recebeu cachorros de presente do Japão e do Turcomenistão.
Paddles e a primeir-ministra da Nova Zelândia, Jacinda ArdernDireito de imagemTWITTER: FIRSTCATOFNZ
Image captionJacinda Ardern, primeira-ministra da Nova Zelândia, é dona do gato Paddles
Em 2016, no entanto, ele se recusou a receber outra fêmea da raça Akita para acompanhar a primeira. Em 2007, durante uma reunião com a chanceler alemã Angela Merkel, seu labrador Connie entrou na sala. Merkel tem um profundo medo de cães - Putin negou que tenha deixado o cachorro entrar de propósito.
Tsai Ing-wen, presidente de Taiwan, e seu gato Ah TsaiDireito de imagemFACEBOOK: TSAI ING-WEN
Image captionTsai Ing-wen, líder de Taiwan, adora felinos; um deles é seu Ah Tsai
A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, tinha um "Primeiro Gato", Paddles, que morreu em novembro.
Já Tsai Ing-wen, líder de Taiwan, é conhecida por adorar felinos. Ela adotou dois gatos, Think Think e Ah Tsai.
Fonte: BBC

Professor Edgar Bom Jardim - PE