segunda-feira, 2 de abril de 2018

BBC: o que é verdade e o que é invenção em 'O Mecanismo', a série da Netflix sobre a Lava Jato

Personagens João Pedro Rangel (esq.) e Roberto Ibrahim (dir.)Direito de imagemPEDRO SAAD / NETFLIX - REPRODUÇÃO
Image captionO personagem João Pedro Rangel (esq.) representa o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa
Atenção: a reportagem contém "spoilers" (revelações sobre a trama).
A série Narcos, que foi ao ar em 2015, constrói seu enredo misturando elementos de verdade com outros de ficção. Os "mocinhos" de Narcos - dois agentes do Dea, o departamento de narcóticos dos EUA - existem na vida real e deram consultoria aos produtores da série. Agora, o cineasta brasileiro José Padilha - que participou de Narcos - repetiu o mesmo método em sua nova série na Netflix, O Mecanismo, uma ficção baseada em fatos reais da operação Lava Jato.
Em Narcos, a mistura de ficção com realidade não gerou protestos do público brasileiro. Mas com O Mecanismo foi diferente: simpatizantes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT protestaram nas redes sociais pelo fato da série ter atribuído ao personagem João Higino, que representa o petista, uma frase que na vida real foi dita pelo senador Romero Jucá (MDB-RR). A frase é famosa: Jucá fala em "estancar a sangria" das investigações de corrupção da operação Lava Jato.
O Mecanismo é descrita por seus criadores como uma "obra de ficção inspirada livremente em eventos reais". "Personagens, situações e outros elementos foram adaptados para efeito dramático", diz uma tela que é repetida ao começo de cada episódio.
A personagem Verena CardoniDireito de imagemPEDRO SAAD / NETFLIX - DIVULGAÇÃO
Image captionA delegada Verena da série foi inspirada em Erika Marena, hoje lotada em Sergipe
Entidades e empresas que existem no mundo real tiveram seus nomes trocados na série. O PT (Partido dos Trabalhadores), passa a chamar-se "PO" (Partido Operário); a Petrobras vira "Petrobrasil"; e a empreiteira Galvão Engenharia passa a chamar-se "Bueno Engenharia".
O mesmo acontece com os personagens. Em vários casos, os nomes foram pensados para ter semelhança com o de pessoas reais. Assim, a personagem que representa a ex-presidente Dilma Rousseff foi batizada de "Janete Ruscov"; Michel Temer vira "Samuel Thames", e a delegada Erika Marena é representada por "Verena Cardoni". O mesmo é verdade para os doleiros Alberto Youssef ("Roberto Ibrahim"), Carlos Habib Chater ("Chebab"), e Nelma Kodama ("Wilma Kitano").
Já o ex-ministro da Justiça e advogado Márcio Thomaz Bastos (1935-2014) aparece na série como "Mário Garcez Brito", ou "O Mago": o personagem é uma espécie de super-lobista e advogado defensor de empreiteiras encrencadas com a Justiça.
Na vida real a coisa é mais complexa: Thomaz Bastos realmente trabalhou para empreiteiras da Lava Jato no fim da vida, mas foi também o principal responsável pela reestruturação e aumento da capacidade da Polícia Federal ("Polícia Federativa", na série) durante sua passagem pelo Ministério da Justiça (2003-2007).
Agentes da Polícia Federal na sede da Odebrecht em SPDireito de imagemAGÊNCIA BRASIL
Image captionMarcelo Odebrecht, herdeiro da empreiteira da família, deixou a cadeia no fim de 2017
Em uma entrevista por escrito ao site Observatório do Cinema, publicada no último domingo, José Padilha disse que a polêmica em torno da frase sobre "estancar a sangria" é "boboca". "(...) A repetição do uso de uma expressão idiomática comum, como 'estancar a sangria', não guarda qualquer significado. (O ex-senador) Delcídio (do Amaral) usou a expressão 'acordo'. Se Higino falar 'acordo' ele é o Delcídio? O fato de o Jucá ter usado a expressão 'estancar a sangria' não a interdita", disse ele.
A reportagem procurou José Padilha por meio de sua assessoria, mas não houve resposta até o fechamento.
O que é verdade e o que é invenção na série de José Padilha? A reportagem da BBC Brasil explica como aconteceram na vida real alguns dos episódios retratados na produção da Netflix.

1. Lula falou sobre "estancar a sangria"? Falso

Na série dirigida por José Padilha, a frase é dita pelo personagem José Higino (que representa o ex-presidente Lula) ao "Mago", inspirado em Márcio Thomaz Bastos. O diálogo fictício ocorre em 2014, antes das eleições presidenciais. Mas a cena é fantasiosa.
Cena de O MecanismoDireito de imagemKARIMA SHEHATA / NETFLIX - DIVULGAÇÃO
Image captionA primeira temporada da trama da Netflix foca no papel da Polícia Federal
Na vida real a frase foi dita pelo senador Romero Jucá (MDB-RR), ao ex-presidente da Transpetro e delator da Lava Jato, Sérgio Machado. A conversa foi gravada por Machado e entregue às autoridades como parte de seu acordo de delação. O período também é outro: o diálogo real ocorreu em março de 2015, já com Dilma Rousseff (PT) reeleita, e com alguns dos principais empreiteiros do país na cadeia.
Sérgio Machado diz a Jucá que o senador precisa encontrar algum jeito de evitar que seu caso "desça" para Curitiba, sob o juiz federal Sérgio Moro. Jucá: "(A solução) tem que ser política, advogado não encontra (...). Se é político, como é a política? Tem que resolver essa p****... Tem que mudar o governo para poder estancar essa sangria", diz ele, no áudio verdadeiro, captado antes do processo de impeachment que apeou Dilma da cadeira.

2. A prisão de Youssef em 2014 aconteceu daquele jeito mesmo? Verdadeiro, mas…

Na série, o doleiro Roberto Ibrahim aproveita-se de um descuido do agente "China" (que representa o policial federal aposentado Newton Ishii, o "Japonês da Federal") para pegar um jatinho no aeroporto de Congonhas (SP) e se mandar para Brasília.
O comando da PF no Paraná chega a interromper a operação, mas de repente a sorte dos protagonistas muda: Ibrahim (Youssef) reaparece no radar dos policiais, já na capital federal. O agente liga no hotel, e Ibrahim atende. Ele retorna a ligação e descobre que a chamada veio da PF - e deduz que seria preso.
O personagem "China"Direito de imagemKARIMA SHEHATA / NETFLIX - DIVULGAÇÃO
Image captionO agente "China" foi inspirado em Newton Ishii: na vida real, o "japonês da Federal" conduziu vários políticos detidos
Desconfiando da prisão iminente, o doleiro sobe até outro quarto do hotel e entrega uma mala de dinheiro a um comparsa que viajava com ele. "Vou ser preso amanhã. Faz o pagamento aí", diz, com calma.
A cena é real - inclusive a ligação para a PF e a mala de dinheiro. A diferença é que Ishii não deixou Youssef escapar e o doleiro tampouco estava em Brasília no momento da prisão.
Quando foi detido, Youssef estava no quarto nº 704 do Hotel Luzeiros, um dos mais requintados de São Luís (MA), com vista para o mar. Segundo o Ministério Público, a mala continha R$ 1,4 milhão em propina, vinda da empreiteira UTC, e que seria paga a um secretário do governo maranhense, na gestão de Roseana Sarney (MDB). A prisão ocorreu em 17 de março de 2014. A ex-governadora nega irregularidades.

3. O posto de gasolina de Yousseff realmente existe? Verdadeiro

Na série, o local é chamado de "Posto da Antena". Na vida real, o estabelecimento funciona até hoje - trata-se do Posto da Torre, localizado no Setor Hoteleiro Sul, ao lado da Torre de TV, um dos cartões-postais de Brasília. O empreendimento foi alvo da primeira fase da Lava Jato.
Vista do Posto da Torre em Brasília em 2014Direito de imagemGOOGLE STREET VIEW / REPRODUÇÃO
Image captionO Posto da Torre em Brasília, em 2014: casa de câmbio e lanchonete de kebab
Além de 16 bombas de combustíveis, o Posto da Torre abrigava uma lanchonete especializada em kebab e uma casa de câmbio - além de um lava-jato. O estabelecimento era comandado por Carlos Habib Chater, sócio de Youssef. Na série, Chater é representado pelo personagem "Chebab". Na vida real, o posto também serviu para de inspiração para a delegada Erika Marena ("Verena Cardoni") cunhar o nome "Lava Jato" para a operação.

4. Youssef circulava pelo comitê de campanha de Dilma Rousseff? Falso

Logo no começo da série, o personagem Roberto Ibrahim (que representa o doleiro Alberto Youssef) aparece em uma cena dentro do comitê de campanha do "Partido Operário" - na vida real, o comitê de Dilma Rousseff (PT). "Você quer quanto? R$ 500 (mil) resolve, para esta semana?", pergunta o personagem a uma integrante do staff fictício. "R$ 600 (mil), meu amor. Para agora", responde ela.
Na vida real, esta cena jamais poderia ter acontecido: durante a campanha eleitoral de 2014, Alberto Youssef estava preso em Curitiba, no Paraná (ele foi detido na 1ª fase da Lava Jato, em 17 de março de 2014, e ficou na cadeia até 17 de novembro de 2016).
O doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa em uma CPI no CongressoDireito de imagemAGÊNCIA BRASIL
Image captionAlberto Youssef (esq.) e Paulo Roberto Costa (dir.) realmente foram os primeiros delatores da Lava Jato
Entretanto, para o Ministério Público, há provas de que a campanha presidencial de Dilma Rousseff e Michel Temer em 2014 usou dinheiro proveniente do esquema de corrupção da Lava Jato. Em junho de 2017, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgou a questão - o relator do caso, ministro Herman Benjamin, concordou com a avaliação do Ministério Público, mas foi derrotado em plenário: por quatro votos a três, os ministros do TSE rejeitaram a cassação da chapa Dilma-Temer. PT e MDB negam ter usado dinheiro do crime para financiar a campanha.

5. O policial Marco Rufo existiu realmente e fuçou extratos no lixo? Não foi bem assim...

Assim como outras figuras da série, o policial Marco Rufo é baseado em uma pessoa real - neste caso, um ex-delegado da PF, hoje aposentado, chamado Gerson Machado. Assim como Rufo, Machado é de Londrina (PR). Esta é também a cidade natal de Alberto Youssef (na série, Roberto Ibrahim).
Assim como Rufo - o da ficção - Machado investigou Youssef, e disse ter sido acusado de "perseguição" pelo doleiro. Na vida real, Machado abriu um inquérito sobre o caso em 2008, anos antes da Lava Jato começar. Ao jornal O Estado de S. Paulo, Machado disse em 2016 que foi afastado das investigações e depois "foi aposentado" precocemente, aos 49 anos de idade, em 2013. O afastamento o deixou deprimido.
Selton Melo como o personagem Marco RufoDireito de imagemKARIMA SHEHATA / NETFLIX - DIVULGAÇÃO
Image captionSelton Melo interpreta Marco Rufo, personagem baseado em depoimentos de um policial aposentado
Na série, porém, Marco Rufo conhece Ibrahim desde a infância; está na cola do doleiro desde o caso Banestado (na década de 1990), e sofre de transtorno bipolar. Além disso, vasculha o lixo do doleiro para tentar coletar provas e comete outros atos ilegais ao longo da série (como destruir a marretadas uma motocicleta de luxo dos investigados).
Na vida real, os investigadores da Lava Jato usam uma série de softwares de análise de dados, inclusive para fazer o cruzamento de informações financeiras obtidas com ordem judicial junto ao sistema financeiro nacional. Nunca coletaram nada no lixo dos investigados, até onde se sabe.

6. Youssef realmente foi preso e fez delação uma década antes da Lava Jato? Verdadeiro, mas…

Em 1969, o Banco Central do Brasil editou uma norma, a Carta Circular nº 5, com o objetivo de facilitar a vida de brasileiros vivendo no exterior. A norma criou um tipo de conta bancária - batizada de CC5 em referência à Circular do BC - que permitia depositar dinheiro em moeda estrangeira no Brasil e sacá-lo no exterior.
Entre 1996 e 2003, um grupo de doleiros utilizou as contas CC5 do Banco do Estado do Paraná, o antigo Banestado, para enviar cerca de US$ 30 bilhões para fora do país. Um deles era Alberto Youssef. Ele admitiu mais tarde que efetivamente pagou propina, em nome de empresas, aos dirigentes do Banestado, para facilitar empréstimos a essas empresas. O nome do banco batizou o escândalo.
O juiz Sérgio MoroDireito de imagemPEDRO OLIVEIRA - ASSEMBLEIA LEG. DO PARANÁ
Image captionO juiz Sérgio Moro realmente tinha o costume de ir para o trabalho de bicicleta, como mostrado na série
Youssef fechou seu primeiro acordo de delação premiada em 2004 - o acordo foi homologado pelo juiz Sérgio Moro. Em 2014, na segunda prisão do doleiro, o mesmo juiz invalidou o acordo de 2004.
A história é contada de forma resumida pela série de José Padilha - inclusive com uma menção às contas CC5. Mas há pelo menos dois pontos que merecem reparos. Ao ser preso, Youssef diz que não vai ficar muito tempo preso, já que o seu advogado "é o ministro da Justiça". Naquela época, o ministro era Márcio Thomaz Bastos ("O Mago", na série). Bastos nunca defendeu Youssef. Além disso, a série deixa de mencionar o fato de o esquema ter começado a funcionar em 1996, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 1 de abril de 2018

Rede Social:'Perfis e notícias falsas deveriam ser banidos das redes sociais', diz Orkut


Orkut BüyükköktenDireito de imagemDIVULGAÇÃO
Image captionOrkut lançou há dois anos sua nova rede social, a Hello
Vale do Silício, temos um problema. Algumas das principais empresas de internet têm enfrentado transtornos nos últimos meses por causa da disseminação de informações falsas e o mau uso dos dados de seus usuários.
O WhatsApp foi acusado na Índia de ajudar a fomentar uma onda de linchamentos por causa de mentiras compartilhadas pela ferramenta. O Google anunciou mudanças em seus algoritmos para que notícias falsas não tenham mais destaque em suas buscas. E o presidente do Twitter veio a público pedir ajuda para solucionar problemas criados por "abusos, assédio, trolls e a manipulação por robôs e humanos". Mas nenhuma companhia está passando por uma crise tão grave quanto o Facebook.
A rede social perdeu US$ 100 bilhões (R$ 330 bilhões) em valor de mercado desde o início de fevereiro e está sendo investigada pela suposta influência que informações e perfis falsos na rede social tiveram sobre a eleição americana e a votação da saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit, com duras críticas pela forma como os dados de milhões de usuários foram coletados e usados pela consultoria política Cambridge Analytica.
Diante da dimensão que a crise das campanhas de desinformação vem tomando, Orkut Büyükkökten, criador de uma das redes sociais de maior sucesso, defende que "perfis e notícias falsas deveriam ser banidos". "Estamos chegando a um ponto em que não acreditamos em mais nada do que lemos", diz o engenheiro turco em entrevista à BBC Brasil.
"Na vida real, se você descobre que seu amigo mente o tempo todo, você vai querer continuar com essa amizade? Se você sabe que seu namorado está te traindo, você vai terminar o relacionamento. O mesmo vale para a internet. Não deveria ser permitido que alguém publique conteúdo falso e minta constantemente."

'Estamos criando uma geração infeliz'

Ele fala com a propriedade de quem criou o site que apresentou aos brasileiros o conceito de rede social. Nos dez anos em que o Orkut ficou no ar (2004 a 2014), o site chegou a ter 300 milhões de usuários em todo o mundo, grande parte deles no Brasil e na Índia.
Desde 2016, ele está à frente de uma nova empreitada, a rede social Hello, que ele diz ser uma "continuação da jornada" que teve início com o Orkut. O empresário avalia que sua primeira rede social acabou não resistindo a mudanças neste mercado.
"Ela foi a primeira experiência social de muita gente, mas o acesso antes era principalmente pelo computador e, hoje, as novas gerações são multitarefa e fazem tudo pelo celular. O Orkut não foi ao encontro dessas necessidades", diz.
Logo do FacebookDireito de imagemREUTERS
Image captionFacebook está no centro de um escândalo pelo uso de notícias falsas para influenciar a opinião pública
Ele acredita estar fazendo isso com a Hello, que existe somente como um aplicativo por celular. Nestes dois anos, está disponível em 12 países, foi baixado mais de 1 milhão de vezes no mundo e tem a maioria dos seus usuários no Brasil - a empresa não divulga o número total.
Além disso, o empresário crê que sua nova rede social, ao reunir os usuários em torno de interesses e comunidades sobre assuntos em comum, está criando um ambiente mais positivo. "As redes sociais estão sendo mal usadas e não é só na política", diz.
"Estamos criando uma geração infeliz e insegura, que tem problemas de imagem corporal, depressão, ansiedade. O bullying e o assédio online estão levando pessoas ao suicídio."

Equilíbrio

Quanto à disseminação de informações falsas, Orkut defende que as redes sociais devem se esforçar mais para checar fatos e priorizar fontes de informação "de peso". Para isso, devem buscar um meio termo entre a tecnologia e os esforços humanos.
"Antes, confiávamos nos jornais e revistas, porque eles faziam pesquisas antes de publicar alguma coisa. Mas checar fatos leva tempo", diz Orkut, que conta usar Facebook, Instagram, WhatsApp e outras redes sociais para ver o que falta nestes serviços e descobrir como tornar o seu melhor.
"Hoje, as notícias acontecem tão rápido que o que a decisão sobre o que é exibido para os usuários de rede social é feita de forma automatizada, com base em algoritmos e inteligência artificial. Não há pessoas de verdade checando, e isso faz com que o público seja exposto a notícias falsas. É preciso um equilíbrio."
Ele acredita que a Hello ajuda a lidar com essa questão com um sistema de reputação acumulada pelo usuário com base nas interações positivas e negativas com os outros membros da rede social.
Orkut e sua equipeDireito de imagemDIVULGAÇÃO
Image captionSe um anúncio é feito para mudar visões políticas ou afetar uma eleição, 'um limite foi ultrapassado', diz Orkut
Orkut explica ainda que o site tem funcionários para moderar conteúdo. Todos os posts são públicos, e os líderes das comunidades do site podem sinalizar um conteúdo que consideram irrelevante ou falso, o que impediria que ele se espalhasse sem controle.
"Garantir que uma publicação seja vista por pessoas com formações e opiniões diferentes dificulta esse efeito que chamamos de 'câmara de eco'."

Impacto na eleição

Quando questionado sobre o escândalo da Cambridge Analytica, ele diz preferir não comentar especificamente sobre a forma como o Facebook usa os dados de seus usuários. "Empresas têm políticas sobre isso, e, neste caso, essas políticas não foram respeitadas", afirma.
"Mas, se informações assim são repassadas a um terceiro, é de se esperar que quem as compartilha tenha a obrigação moral de monitorar e garantir que elas sejam usadas da forma correta. Uma boa solução seria impedir que empresas compartilhem dados sem o consentimento explícito do usuário."
Orkut explica que sua rede social não usa algoritmos para monitorar e identificar os hábitos e preferências de seus usuários. "Pedimos diretamente que os usuários nos digam quais são seus interesses."
Ele esclarece também que a Hello não compartilha informações com outras companhias, explicando que elas são analisadas somente pela própria empresa, para criar anúncios e experiências melhores no site.
"As redes sociais fazem, em geral, um bom trabalho ao lidar com os dados que são realmente os mais sensíveis, mas é importante ser transparente sobre como isso é coletado e usado. A questão surge quando o usuário não sabe que seus dados estão sendo compartilhados", afirma Orkut.
"Ao mesmo tempo, o usuário deve tomar uma decisão sobre o que compartilhar e tomar alguns cuidados. Na vida real, a confiança entre as pessoas é uma coisa que é conquistada, mas tendemos a confiar de partida em redes sociais e aplicativos, e isso cria problemas no longo prazo."
Ele defende que as pessoas gostam de conteúdo personalizado criado a partir destes dados e que elas podem se beneficiar de uma propaganda que as ajude com seus hábitos, decisões de compra e planos, mas diz que, se um anúncio é feito para mudar visões políticas ou afetar uma eleição, "um limite foi ultrapassado".
"Com certeza as redes sociais têm poder para impactar uma eleição, mas não podemos dizer cientificamente se já conseguiram mudar seu rumo. Não é porque vê o anúncio sobre um político que você vai votar nele", afirma.
"Não é garantido que vá afetar o resultado, mas com certeza as redes sociais terão influência sobre a eleição neste ano no Brasil."
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 31 de março de 2018

Foto da Semana: Procissão do Senhor Morto - Bom Jardim - PE

Centenas de fiéis realizaram a tradicional caminhada na procissão do Senhor Morto, nas ruas do centro de Bom Jardim, nesta Sexta-Feira Santa, mesmo 30/03/2018debaixo de chuva. O percurso foi resumido. A procissão é realizada por católicos de todo mundo em memória à morte de Jesus Cristo.
Por Edgar S. Santos
Registro fotográfico em 30/03/2018.
Veja mais em:https://www.facebook.com/edgar.edgard.10/videos

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Festa de Nossa Senhora dos Prazeres, conhecida como Festa da Pitomba, terá seu início neste domingo (1º) com a procissão da imagem da Padroeira


A 361ª edição da Festa de Nossa Senhora dos Prazeres, conhecida popularmente como Festa da Pitomba, terá início neste domingo (1º) com a procissão da imagem da padroeira e artistas de diversos estilos musicais no palco principal. O cortejo terá início às 15h, saindo da Matriz de Nossa Senhora do Rosário, no bairro de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, com destino ao santuário. Logo após, será celebrada uma missa campal e, ao longo da semana, acontecerão as novenas. 

Além das atividades religiosas, a partir da quinta-feira (5) a programação fica por conta dos shows que seguem até o próximo dia 9 e já tem como atrações confirmadas nomes como Maestro Spok, Gerlane Lopes, Josildo Sá, Adilson Ramos, MC Tróia, MC Elvis, Banda Torpedo, Batista Lima, Fim de Feira e artistas locais. As apresentações da Festa da Pitomba começam a partir das 20h e seguem até a meia-noite, sempre no palco principal que estará montado no Parque Histórico Nacional dos Guararapes.

esquema especial de segurança, saúde e trânsito para os nove dias de festa. Ao todo, o esquema de segurança irá contar com 420 homens, sendo 150 policiais militares, 180 guardas municipais, 90 bombeiros e duas unidades móveis de videomonitoramento. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) dará suporte ao evento com um posto médico, além de viaturas, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, condutores e bombeiros civis. Algumas secretarias municipais também promoverão diversas ações conjuntas, como orientações sobre o combate à violência contra a mulher, criança e adolescente, e campanhas educativas nas áreas da Saúde e Desenvolvimento Social. 

Já a Secretaria de Saúde fará testagem rápida todos os dias da Festa da Pitomba para diagnóstico e aconselhamento sobre Doenças Sexualmente Trnasmissíveis (DSTs), além de informar a população sobre prevenção, diagnóstico e tratamento dessas doenças. Apenas no dia 4, das 10h às 16h, serão realizados exames para diagnóstico de tuberculose.

Para garantir um melhor fluxo, a Secretaria Executiva de Mobilidade e Acessibilidade (Sema) interditará a avenida Guararapes. O bloqueio começará na avenida Dr. Júlio Maranhão e seguirá até o Monte dos Guararapes. A partir da segunda-feira (2) ao dia 8, agentes de trânsito fiscalizarão e interditarão as vias próximas ao Parque Histórico. No dia 9, último dia do evento, ocorrerá o trajeto da procissão de encerramento, com saída pelo Monte Guararapes, passando pela via local da PE-008 (avenida Dr. Júlio Maranhão), seguindo pela avenida Guararapes e rua dos Sonhos.
De: Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Policial conceitua Bolsonaro de demagogo, populista e hipócrita

De;facebook.com/paulinho.trompete
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 30 de março de 2018

Caminhada da Paixão é tradição na Semana Santa do Agreste

Religiosos, atletas amadores, frequentadores de academias, pessoas que fazem caminhadas unem religiosidade e prática sadia do viver, na Sexta-Feira Santa. Grupos da cidade de Orobó, Bom Jardim e João Alfredo, se organizam nas primeiras horas da manhã para ir até a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, localizada no distrito de Umari(Bom Jardim). A Caminhada da Paixão, vem atraindo a cada ano mais pessoas para o evento que agrega religiosidade, fé, sacrifício, esporte e saúde.

SIGNIFICADO: A Sexta-Feira Santa é uma reflexão sobre ao sacrifício de Jesus na cruz, um feriado religiosos comemorado pelos cristãos, simbolizando o dia da morte de Jesus Cristo, faz parte das festividades da Páscoa, que simboliza a ressurreição do Messias.  Páscoa é tempo de ressurreição, vida nova, prática do amor, prática do perdão, prática do bem, prática da não violência, não corrupção, prática  do bem, prática dos ensinamentos de Jesus Cristo. 


Fotos:Edinho Soares.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

“Temer se esconde atrás do foro privilegiado”, afirma Marina


Em entrevista concedida ao apresentador José Luiz Datena, nesta manhã, Marina Silva, pré-candidata à presidência da República pela REDE Sustentabilidade, não poupou palavras para condenar o esquema de propinas envolvendo o governo do presidente Michel Temer, investigado pela Operação Skala, por supostas irregularidades no Decreto dos Portos, editado em 2017.
“Este é mais um agravante da crise que estamos vivendo em relação à ética na política. No Palácio do Planalto, já há sete pessoas escondidas atrás do foro privilegiado sendo, o próprio presidente da república, uma delas. Michel Temer só não está sendo igualmente investigado, porque o próprio Congresso Nacional, após inúmeras negociatas, livrou o presidente de ser investigado como qualquer cidadão que comete crime”, enfatizou.
A Operação Skala, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira, coloca o presidente diante da possibilidade de uma terceira denúncia criminal. As prisões provisórias, do advogado José Yunes, amigo e ex-assessor do presidente Michel Temer, o dono da Rodrimar, Antônio Greco, além de outros aliados do presidente, como o ex-ministro da Agricultura e ex-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) Wagner Rossi, foram decretadas com base em fortes indícios de práticas de crimes por corrupção.
Marina acredita que a prisão de empresários e políticos já representa uma vitória para a democracia. No entanto, defende que só com o fim do foro privilegiado, a justiça poderá ser de fato mais igualitária. “Precisamos urgentemente derrubar o foro porque ele virou um espaço de impunidade. E tem muita gente que vai se candidatar nessas eleições, não para prestar um serviço à sociedade, mas por desejar esse salvo-conduto”, afirmou.
Para a pré-candidata à presidência da REDE se a chapa Dilma-Temer tivesse sido cassada pelo TSE, com a consequente convocação de nova eleição, talvez essa crise não estivesse sendo aprofundada. “A transição precisava ter sido feita por alguém com credibilidade e legitimidade, o que não é o caso de Temer, que está escondido atrás do foro, como os seus ministros igualmente investigados e, infelizmente, outros mais de 200 deputados. O presidente da República deve ser o servo da democracia, o servo do respeito. E não o contrário”, pontuou.
Marina ressalta que não é possível que a sociedade continue acreditando que aqueles envolvidos nos escândalos e que criaram os problemas é que vão resolvê-los. O cidadão brasileiro terá um enorme poder nessas eleições, porque agora já sabe qual é a verdade que se escondia por trás discursos dos marqueteiros escondendo os volumosos esquemas de corrupção.
Fonte:redesustentabilidade.org.br/
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 29 de março de 2018

Jesus é condenado à morte. Cena da Paixão de Cristo em Bom Jardim

Noite de  quinta-feira, temperatura baixa, possibilidades  de chuvas, pouca gente da cidade de Bom Jardim veio prestigiar a primeira noite da Paixão de Cristo 2018. 

Mais um ano de muita luta para promover  o teatro local. Fica cada vez mais claro a necessidade de um maior interesse de todos os segmentos da nossa sociedade em prestigiar, se fazer presente, estruturar melhor o ambiente, cenas, favorecer o acesso, fomentar o financeiro. O povo precisa compreender o significado amplo da cultura e seus impactos para sociedade. O grupo de teatro local necessita reinventar, rever procedimentos para ter maior sucesso. 

Existe uma lacuna grande quanto ao apoio dado e  à ser coroada pela prefeitura, no tocante a cultura de modo geral. 

Cultura, mais cultura, por favor!

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Quem são os amigos de Temer presos e quais acusações enfrentam

Michel TemerDireito de imagemPRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Image captionHá investigações para apurar suposto envolvimento de Temer com irregularidades no setor de portos desde os anos 1990
O inquérito que apura suposto pagamento de propina na edição do chamado decreto dos portos e tem o presidente Michel Temer entre os investigados teve novos desdobramentos nesta quinta-feira.
Em uma operação coberta de sigilo, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso mandou prender temporariamente alguns dos investigados, inclusive pessoas próximas de Temer.
Entre os detidos estão os amigos do presidente José Yunes, advogado e empresário, e João Batista Lima Filho, coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo. Ambos são suspeitos de operar propinas para Temer.
Além deles, foram presos também ao menos mais três pessoas: o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi (MDB), que foi de 1999 a 2000 diretor da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), estatal administradora do porto de Santos, assim como o empresário Antônio Celso Grecco, dono da Rodrimar, e Celina Torrealba, uma das donas do grupo Libra, empresas que operam em Santos.
As prisões foram confirmadas pela imprensa brasileira com os advogados dos investigados. O STF não se pronunciou, e a Polícia Federal, que realizou as prisões, disse que estava impedida de dar informações por determinação de Barroso.
No final de fevereiro, o ministro já havia decretado a quebra do sigilo bancário de Temer. Segundo a revista Veja, a medida atingiu também João Baptista Lima Filho, José Yunes e Rodrigo da Rocha Loures, ex-deputado federal também próximo ao presidente.
Na ocasião, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, classificou a medida de "abusiva e desnecessária". Dias depois afirmou que entraria com pedido de impeachment contra o ministro que, segundo ele, estaria "abusando de sua autoridade e sendo parcial nas suas ultimas decisões".
Entenda melhor quem são os amigos de Temer presos e quais as acusações contra eles.
Porto de SantosDireito de imagemREUTERS
Image captionHá suspeitas de envolvimento de Temer em irregularidades ligadas ao Porto de Santos

Porto de Santos, história antiga

O decreto assinado pelo presidente em maio de 2017 ampliou o prazo de concessão dos portos no país de 25 anos para 35 anos, prorrogáveis até o limite de 70 anos. O inquérito em andamento investiga se a Rodrimar teria buscado intervir no decreto, com auxílio de Rocha Loures, para ampliar sua operação no Porto de Santos. Segundo o jornal Valor Econômico, os contratos da empresa, com datas de 1991, 1993 e 1999, estão vencidos e operam sob liminar. O presidente nega que o grupo tenha sido beneficiado pelas alterações aprovadas.
Já O Estado de S. Paulo revelou em 2016 que o grupo Libra foi o único beneficiário de uma brecha criada pela nova Lei dos Portos, aprovada em 2014, quando Temer era candidato a vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff. O Libra tinha uma dívida milionária com o governo federal - o que o impediria de obter novos contratos públicos. Mas, graças à mudança na legislação, pode ganhar novos contratos de concessões para gerenciamento de Portos. O conglomerado de logística doou, em 2014, R$ 1 milhão para a conta de campanha do vice.
As suspeitas de envolvimento de Temer com irregularidades ligadas ao Porto de Santos, no litoral de São Paulo, no entanto, não vêm de agora. Há investigações apontando supostas propinas desde os anos 90. Segundo a imprensa brasileira, a história foi revelada inicialmente por Érika Santos, quando ela se separou de Marcelo Azeredo, que dirigiu a Codesp, órgão que administra o porto de Santos, entre 1995 e 1998, supostamente por indicação de Temer.
No processo de separação, Érika Santos acusou o marido de ter mais bens do que dizia, que seriam fruto de propina. Na ocasião, apresentou uma planilha que sugere pagamentos de empresas do Porto de Santos ao presidente e aliados. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, esse documento está anexado ao inquérito que hoje investiga o decreto dos portos. A planilha traz siglas associadas a valores de propinas: MT, por exemplo, seria Michel Temer, e L representaria o coronel Lima. Ainda segundo o jornal, a planilha cita também as empresas Rodrimar, Libra e Argeplan Arquitetura e Engenharia, essa última de propriedade de Lima.
Segundo o jornal O Globo, a investigação acabou arquivada depois que Érika Santos mudou sua versão.
A Delação da JBS, em maio de 2017, acabou reabrindo essa história. O grupo comprou um terminal em 2014 da Rodrimar. Em depoimento em maio passado, o ex-executivo da JBS Ricardo Saud disse que Rocha Loures sugeriu o nome de Ricardo Mesquita, diretor de relações institucionais do grupo portuário Rodrimar, para receber propina que seria destinada a Temer.
Loures é também ex-assessor do presidente e foi filmado no ano passado recebendo uma mala da JBS com R$ 500 mil em ação controlada pela Procuradoria Geral da República (PGR).
Já o delator Lúcio Funaro, tido como operador de propinas do PMDB e próximo ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, disse em agosto passado, em depoimento à PGR, que Temer teria pedido a Cunha para defender interesses de empresas, entre elas a Rodrimar e o grupo Libra, durante a tramitação da Medida Provisória dos Portos, em 2013. Cunha, na ocasião deputado federal, foi relator da medida na Câmara, atuação que lhe rendeu fortes embates com a presidente Dilma Rousseff na época.
"Essa MP foi feita para reforma do setor portuário e ela ia trazer um grande prejuízo para o grupo Libra, que é um grupo aliado de Cunha e, por consequência, de Michel Temer, porque é um dos grandes doadores das campanhas de Michel Temer", disse Funaro no depoimento, segundo o jornal Folha de S.Paulo.
Temer nega ter recebido propinas e agido para beneficiar empresas.
José YunesDireito de imagemREPRODUÇÃO
Image captionYunes foi assessor especial de Michel Temer em 2016, mas deixou o cargo depois de ser citado em delação da Odebrecht

Quem é José Yunes

A amizade entre José Yunes e Temer começou na faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), onde ambos estudaram entre o final dos anos 50 e início dos anos 60. Yunes inclusive foi diretor do Centro Acadêmico XI de Agosto, entre 1958 e 1961, segundo informações do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da FGV. Já Temer foi segundo-tesoureiro do centro acadêmico e chegou a concorrer a presidência em 1962, mas não foi eleito.
Depois, no final dos anos 70, Yunes entrou no MDB, partido de oposição à ditadura pelo qual foi eleito deputado estadual em São Paulo em 78. Temer, por sua vez, se filiou à legenda em 1981. Ambos atuaram na Assembleia Constituinte que elaborou a Constituição de 1988, Yunes por um período de poucos meses, já que havia sido eleito suplente pelo MDB (na época chamado PMDB).
Depois disso, o advogado não concorreu mais a cargos públicos, mas voltou à Brasília após o impeachment, em 2016, para assumir a função de assessor especial de Michel Temer.
Durou pouco no cargo. Após três meses, se demitiu ao ter seu nome envolvido no escândalo da delação da Odebrecht. O ex-vice-presidente de Relações Institucionais da empreiteira Cláudio Melo Filho disse que entregou dinheiro para campanhas do então PMDB no escritório de Yunes em São Paulo. Na ocasião, ele disse à Rede Globo que foi usado como "mula" por Edson Padilha, ministro-chefe da Casa Civil de Temer, e quem deixou a encomenda, um suposto documento, foi Lúcio Funaro, tido como operador de propinas do MDB pela Operação Lava Jato. Funaro fez acordo de delação e cumpre prisão domiciliar.
"Na verdade, eu fui um 'mula' involuntário. Por quê? Eu contei a história que é a minha versão dos fatos e real. O Padilha em 2014 pediu se poderia uma pessoa entregar um documento no meu escritório que uma outra pessoa iria pegar. Falei: 'sem problema nenhum'", contou à Rede Globo.
"Foi o que ocorreu. Agora, quem levou o documento, que eu não conhecia a pessoa, é o tal de Lúcio Funaro. Ele levou o documento. Eu não o conhecia. Ele deixou lá envelope e falou: 'uma outra pessoa vai falar em nome do Lúcio e vai pegar o documento'. Uma pessoa foi no escritório e pegou o documento que era um envelope, né? Essa é a realidade dos fatos", disse ainda Yunes, segundo a rede de televisão.
Funaro, por sua vez, acusou Yunes de ser administrador da propina de Temer, em depoimento à Procuradoria Geral da República, no ano passado. "José Yunes, além de administrar, investia a propina porque ele era dono de uma empreiteira, de uma incorporadora em São Paulo", disse, segundo reportagem da Folha de S.Paulo.
Sede da Argeplan em São PauloDireito de imagemREPRODUÇÃO/GOOGLE STREET VIEW
Image captionSuposto repasse da JBS para campanha de Temer à vice-presidência teria sido entregue na sede da Argeplan, empresa do Coronel Lima

E o Coronel?

O coronel reformado da Polícia Militar de São Paulo João Baptista Lima Filho é apontado por delatores da Operação Lava Jato como operador de propina bastante próximo a Temer.
A amizade entre os dois teve início nos anos 80, quando o presidente foi nomeado secretário de Segurança Pública de São Paulo. O cargo foi ocupado três vezes por Temer, primeiro entre 1984 e 1896 e depois por períodos mais curtos na primeira metade dos anos 90.
Temer sucedeu na pasta Miguel Reale Júnior, que veio a ser um dos autores do pedido de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff. Segundo reportagem do El País, o coronel Batista era assessor do gabinete de Reale Júnior e permaneceu ali quando Temer o sucedeu.
Já após a saída de Temer, Lima passou a atuar no setor de obras da Polícia Militar. Hoje, o coronel é dono da Argeplan, empresa de arquitetura e engenharia que tem entre seus clientes órgãos e empresas públicos como Petrobras, Infraero, governo de São Paulo, Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), entre outros citados no site da companhia.
Entre as acusações que pesam contra o coronel estão o suposto repasse de R$ 1 milhão pela JBS pelo contador Florisvaldo Caetano de Oliveira, a pedido do ex-diretor de Relações Institucionais do grupo, Ricardo Saud, de acordo com delação dos dois. O dinheiro seria destinado à campanha de 2014 de Temer à vice-presidência e teria sido entregue na sede da Argeplan, empresa de Lima.
Essas acusações deram origem à Operação Patmos, deflagrada em 17 de maio do ano passado, que encontrou na casa do Coronel notas fiscais indicando que ele pagou por reformas na casa de uma das filhas de Temer, Maristela.
Além disso, o coronel foi acusado de ter recebido R$ 1 milhão da construtora Engevix pelo empresário José Antunes Sobrinho, durante negociação em que tentou fechar acordo de delação.
O valor seria propina destinada a Temer como recompensa por um contrato de R$ 162 milhões da empreiteira com a Eletronuclear. Lima admitiu ter recebido o dinheiro da Engevix à revista Época, mas disse que se tratou de pagamento por serviços prestados por sua empresa.
BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 28 de março de 2018

Corvina, o peixe mais vendido na feira livre de Bom Jardim durante a Semana Santa



Semana Santa é o período que mais se vende peixe na cidade de Bom Jardim. Poucas pessoas consomem carne durante este período. O tradicional peixe  da Quaresma foi vendido em diversas bancas na feira livre nesta quarta-feira(28). Os preços praticados eram os mesmos em diversos locais da feira. Nos mercadinhos haviam pouca diferença de para outro. Confira o preço médio por quilo: Corvina, o peixe  mais vendido de todos, custava em média R$ 9,50; Cavalinha R$ 7,00;  Tilápia R$ 10,00; Salmão  R$ 35,00; Cioba variação entre R$ 26,00 e  R$ 30,00; Bacalhau Verde R$ 35,00; Bacalhau salgado variação entre R$ 24,00 e  R$ 25,00.
O coco foi vendido por R$ 1,50 até R$ 4,00. Os valores variavam de acordo com o tamanho ou se ralado na hora. O pacote de bredo era vendido a unidade  por R$ 3,00 ou 2 unidades por R$5,00, dependendo do feirante e das negociações acordadas com os clientes.


Professor Edgar Bom Jardim - PE