sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Mundo:ONU rejeita declaração de Trump e considera 'nula e sem efeito' alteração no status de Jerusalém

Reunião de emergência da Assembleia Geral da ONUDireito de imagemAFP
Image captionA Assembleia Geral da ONU realizou uma reunião de emergência a pedido de estados árabes e muçulmanos
A Assembleia Geral da ONU apoiou com ampla maioria uma resolução que vai de encontro ao reconhecimento, pelos Estados Unidos, de Jerusalém como capital de Israel.
O texto aprovado em reunião emergencial nesta quinta-feira diz que qualquer decisão relacionada ao status da cidade é "nula e sem efeito" e deve ser cancelada.
A resolução, não vinculante (não há uma obrigação legal para sua aplicação), foi aprovada por 128 estados - incluindo o Brasil -, com 35 abstenções e nove votos contrários.
Na véspera, o presidente americano, Donald Trump, ameaçou cortar repasses financeiros àqueles que apoiassem o texto.
Antes da votação, o ministro de relações exteriores da Palestina pediu que os países rejeitassem "chantagem e intimidação".
Já o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que rejeitaria o resultado e classificou a ONU como uma "casa de mentiras".

Como os membros da ONU votaram?

- Os nove estados que votaram contra a resolução foram: Estados Unidos, Israel, Guatemala, Honduras, Ilhas Marshall, Micronésia, Nauru, Palau e Togo;
- Dentre aqueles que se abstiveram, estão Canadá e México;
- Os favoráveis à resolução incluem os outros membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (China, França, Rússia e Reino Unido) e aliados dos americanos do mundo islâmico;
- Houve 21 países que não se apresentaram à votação;

O que é tão problemático no status de Israel?

O status de Jerusalém está no coração do conflito entre Israel e Palestina.
Israel ocupou a área leste da cidade em 1967, em meio à Guerra dos Seis Dias. Desde então, o país tem a cidade como sua capital indivisível.
Os palestinos reivindicam a zona leste da cidade como a capital de seu futuro estado e defendem que seu status definitivo deve ser discutido em etapas mais avançadas das negociações de paz.
Manifestante pisa em cima de cartazes satirizando Trump na Cidade de NablusDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionO texto apresentado por Turquia e Iêmen não faz menção direta aos EUA, mas expressa "pesar profundo por decisões recentes sobre o status de Jerusalém"
A soberania de Israel sobre Jerusalém nunca foi reconhecida internacionalmente, e todos os países atualmente mantêm suas embaixadas na cidade de Tel Aviv. No entanto, Trump pediu que o departamento de Estado começasse a trabalhar na mudança de localidade de sua embaixada.

O que diz a resolução aprovada?

A Assembleia Geral, com 193 membros, realizou uma rara sessão especial de emergência a pedido de estados árabes e muçulmanos - que condenaram a decisão de Trump de reverter, no início do mês, décadas de política externa dos EUA.
Os palestinos pediram uma reunião depois que os EUA vetaram uma resolução do Conselho de Segurança com conteúdo semelhante ao aprovado na Assembleia Geral nesta quinta-feira.
O texto apresentado por Turquia e Iêmen não faz menção direta aos EUA, mas expressa "pesar profundo por decisões recentes sobre o status de Jerusalém".
"Quaisquer decisões e ações que pretendam alterar o caráter, status ou composição demográfica da Cidade Santa de Jerusalém não têm efeito legal, são nulas e devem ser rescindidas em conformidade com resoluções relevantes do Conselho de Segurança".

Como os EUA reagiram?

Em um discurso anterior à votação, Nikki Haley, representante norte-americana na ONU, disse que a decisão dos EUA sobre Jerusalém não impede uma solução de dois estados entre Israel e Palestina, caso este seja um acordo de ambas as partes.
Riyad Mansour, observador para a Palestina na ONU, caminha em frente a Nikki Haley, representante dos EUADireito de imagemEPA
Image captionRiyad Mansour, observador para a Palestina na ONU, caminha em frente a Nikki Haley, representante dos EUA
"Os EUA vão se lembrar deste dia, em que foi alvo de ataques da Assembleia Geral pelo simples fato de exercer o seu direito como nação soberana", disse Haley.
"A América terá a sua embaixada em Jerusalém. Isto é que o povo americano quer que façamos. Nenhum voto na ONU fará diferença nisso".
Na quarta-feira, Trump alertou que poderia cortar ajuda financeira a países que votassem à favor da resolução.
"Eles tomam milhões de dólares, e até bilhões de dólares, e então votam contra a gente", disse Trump. "Bom, estamos assistindo a esses votos. Deixe que votem contra nós. Vamos poupar muito. Não ligamos".

O que dizem Israel e Palestina?

Riyad al-Maliki, ministro das Relações Exteriores, disse que a Assembleia Geral passou por um "teste sem precedentes" antes da votação.
"A História se lembra de nomes - os nomes daqueles que se levantam pelo que é certo, e os nomes daqueles que dizem coisas falsas. Hoje, somos defensores dos direitos e da paz", disse al-Maliki.
Maliki afirmou também que a postura dos EUA "serve a Israel na implementação de seus planos coloniais, serve ao poder do extremismo e do terrorismo na região e no mundo".
Já o representante israelense Danny Danon disse que já era "vergonhoso que a reunião estivesse acontecendo", acrescentando que Jerusalém "é a capital do Estado de Israel, ponto final. Este é um fato que simplesmente não pode ser disputado".
Danon previu que a resolução "acabaria na lixeira da História".
"Não tenho dúvidas de que chegará o dia em que toda a comunidade internacional finalmente reconhecerá Jerusalém como a eterna capital do estado de Israel".
BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Menina de 11 anos viraliza com reportagens de brincadeira para denunciar problemas da periferia

Mirella, Marjory, Pablo e PetersonDireito de imagemREPRODUÇÃO
Image captionMirella (à esq.) e os irmãos brincam de fazer um telejornal e mostram problemas do bairro onde vivem em Ribeirão Preto Foto | Reprodução
De férias e sem ter como sair para passear com os irmãos, Mirella Archangelo, 11, perguntou para a mãe, Amanda Sales, por que algumas crianças podiam ir todos os dias ao shopping e viajar enquanto eles precisavam ficar em casa.
A mãe então explicou que isso acontecia porque algumas pessoas tinham condições financeiras, o que não era o caso deles, já que ela e o marido se dividem para manter um estúdio de tatuagem e criar os quatro filhos - além de Mirella, os gêmeos Pablo e Peterson, 8, e Marjory, 6.
A menina quis saber mais, e ouvindo a mãe e pesquisando por conta própria, viu que assim como ela, outras crianças que vivem nas periferias não têm opções de lazer nas férias, já que os pais trabalham e não podem custear passeios.
Irmãos brincam de 'equipe de TV' para denunciar problemas na periferia de Ribeirão Preto
Alguns dias depois, a sala da casa da família, no bairro Parque Avelino, em Ribeirão Preto, interior paulista, havia se convertido em um estúdio de TV. Peterson levava no ombro uma câmera feita com caixas de sapato e tecido. Mirella caminhava segurando um microfone de espuma e plástico reciclado, com o logotipo da Globo.
Ela para em frente à falsa câmera e fala: "Esse é o 'Jornal Comunitário' e o assunto de hoje é férias. Fiz uma pesquisa e descobri que muitas crianças não têm nada para fazer nas férias. Os pais têm que ir trabalhar, não podem se divertir com aquela criança; aí a criança acaba indo para lugares errados, aprender coisas erradas. Muitos bairros não têm nada a oferecer às crianças. E os bairros que têm oficinas (culturais), elas poderiam ser mais divulgadas para as famílias levarem seus filhos". E encerra: "Agora vamos sair desse assunto chato e vamos descobrir um pouco mais de esporte com o Pablo".
O irmão então assume o microfone e começa a falar dos times brasileiros. Na sequência, é a vez da caçula Marjory informar a previsão do tempo: "Tá um pouco de chuva, mas vai que faz sol".

Jornalista ou prefeita

Postado no Facebook pela mãe, esse é um dos vídeos feitos pelos irmãos que viralizou nas redes sociais. Em todas as gravações, um tema em comum: Mirella, como repórter, aponta problemas em seu bairro e cobra do poder público ações que possam melhorar a vida das pessoas não tão favorecidas como ela.
No mais famoso deles, que chegou a ser exibido e inspirou reportagem no telejornal local da Globo, ela mostra os buracos e problemas constantes da sua rua, que fica alagada com frequência, e desabafa no final: "A população já cansou dessas buraqueiras. Será que vou ter que deixar meu sonho de jornalismo de lado para virar prefeita?".
Mas Mirella, que acaba de passar para o 6º ano do ensino fundamental, não tem muita ideia do que um prefeito faz. "Imagino que rouba verba das crianças nas escolas", diz ela à BBC Brasil, por telefone. "Ele deve dar umas melhorias também. Preciso estudar, me aprofundar sobre isso."
Ser política, no entanto, não está nos seus planos. Conta que falou aquela frase sem pensar muito, com a ajuda do pai, Julio Buyu.
"Eu queria ser professora, porque gosto de ensinar os outros. Eu ajudo meus irmãos com português e matemática. Mas agora desisti e quero ser jornalista", diz ela, que tem como inspiração Glória Maria e Rodrigo Bocardi. "Gostei das pessoas me reconhecerem na rua, de ajudar as pessoas, de arrumar a minha rua, poder ajudar a arrumar os lugares."
Mirella ArchangeloDireito de imagemREPRODUÇÃO
Image captionMirella, que queria ser professora, agora está decidida a virar jornalista - ela tem como inspiração Gloria Maria e Rodrigo Bocardi
A denúncia em relação às más condições da própria rua, no entanto, ainda não surtiram efeito. Após seu vídeo circular nas redes sociais, uma equipe local da Globo foi até lá para gravar com a família de Mirella e mostrar os problemas. A prefeitura prometeu resolver tudo em um mês e meio e não cumpriu.
"Eu reclamo dos vazamentos e dos buracos há dez anos, nunca ninguém fez nada. Foi só aparecer esse vídeo para a prefeitura vir aqui olhar", conta a mãe, Amanda. Ela diz, no entanto, que nunca foi a intenção das crianças fazer esses vídeos só para apontar os problemas. "Tudo partiu da brincadeira deles."
Procurada pela BBC Brasil, a Prefeitura de Ribeirão Preto informou, via assessoria, que a recapagem da rua de Mirella e os outros serviços serão feitos no início de 2018. E explicou que as obras ainda não foram feitas "por absoluta falta de recursos, já que a atual gestão herdou uma dívida de quase R$ 2 bilhões (entre flutuante e fundada), para um orçamento de R$ 2,9 bilhões".

Inspiração

Mirella conta que aprendeu a imitar o trabalho dos jornalistas assistindo todo dia ao telejornal de manhã e que as ideias para os "jornais" surgem do que ela acha que "precisa arrumar", do que pensa na hora. A de falar da falta de opção de lazer nas férias foi assim.
"Tem muitas crianças que saem pro shopping e muitas ficam em casa sem fazer nada, tipo eu. Minha mãe explicou que era porque a gente não tinha muito dinheiro, e pensei em falar das oficinas para divulgar. Porque eu acho que devia ser igual para todo mundo. Ou ficava todo mundo em casa, ou saía todo mundo", diz ela.
Nesta semana, sua mãe, que é a verdadeira cinegrafista por trás dos vídeos, registrando a ação com um celular, lançou a página Jornal Mirim no Facebook para reunir os vídeos que ela e os irmãos fazem. A ideia, Amanda diz, é que eles postem vídeos quando tiverem vontade e que não façam apenas "reportagens" reclamando da falta de ação da prefeitura.
"As pessoas precisam saber que ela não é repórter investigativa. Ela é uma criança que brinca de ser repórter. Eu alimento a brincadeira com meus filhos pelo lado saudável. Eles fazem vídeos de dança, de várias coisas. Isso não é a profissão deles, eles são crianças que brincam com vídeos", afirma Amanda.
Mirella avisa que ela e sua equipe familiar produzirão vídeos com mais brincadeiras, mas sempre tratarão de algum tema importante. "No próximo eu quero falar de maltratar animais", diz a dona da cachorrinha Jade e de dois coelhos ainda sem nome.
Marjory, Mirella, Peterson e PabloDireito de imagemAMANDA SALES
Image captionDa esq. para a dir.: Marjory faz a previsão do tempo, Mirella é a repórter/apresentadora do jornal fictício, Peterson, o câmera, e Pablo, comentarista esportivo Foto | Amanda Sales
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Pesquisa mentirosa? CNI/Ibope: avaliação ruim ou péssima da gestão Temer cai de 77% pra 74%; boa sobe


Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com o Ibope, divulgada na manhã desta quarta-feira, 20, mostrou que a avaliação negativa do governo Michel Temer caiu de 77% para 74%, ante a última pesquisa, divulgada em setembro. De acordo com o levantamento, que mediu a popularidade do governo Temer, subiu de 16% para 19% a avaliação regular do governo e de 3% para 6% os que disseram que o governo é ótimo ou bom.
A pesquisa CNI/Ibope mostrou que a aprovação da maneira de governar de Temer também oscilou positivamente. O levantamento apontou que oscilou de 7% para 9% os que disseram aprovar a maneira de o peemedebista governar, que o índice de desaprovação oscilou de 89% para 88% e os que não responderam se mantiveram na casa dos 4%.
Já a confiança no presidente da Republica aumentou de 6% para 9%. Os que disseram não confiar no peemedebista oscilou de 92% para 90% neste quarto trimestre.
A pesquisa foi feita entre 7 e 10 de dezembro, com 2 mil pessoas em 127 municípios. A margem de erro estimada é de dois pontos percentuais para mais ou menos e o nível de confiança utilizado é de 95%. 
Reflexão: Você acredita nesta pesquisa? Você acredita que o governo Temer melhorou ou piorou o Brasil? Sua vida melhorou ou pirou nesse Brasil da ERA Temer? Você acredita no IBOPE e na Confederação da Indústria? 
Com informação de opovo.com.br
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Por que Gilmar Mendes protege políticos e empresários corruptos? Garotinho Livre!


O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal) e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), concedeu liberdade ao ex-governador do Rio Anthony Garotinho. Ele foi preso pela última vez em novembro, em um desdobramento da Operação Chequinho.

"Como se sabe, a prestação de contas consubstancia um procedimento previsto em lei para conferir maior transparência e lisura às eleições. Importante elemento teleológico permeia esse procedimento: o de impedir ou evitar o abuso do poder econômico, de modo a assegurar a paridade entre os candidatos concorrentes e resguardar, em última análise, a liberdade do sufrágio", escreveu o ministro.
"Por outro lado, o candidato que arrecada recursos de campanha, provenientes seja de caixa dois, seja de propina, seja originário de algum outro crime, ou seja simplesmente de doador que prefere manter-se oculto, não os leva a registro na prestação de contas justamente para ocultar violação de regra penal anterior, para a qual tenha ou não concorrido."

Os ex-governadores Anthony e Rosinha Garotinho foram presos no dia 22 de novembro em mais um desdobramento da Operação Chequinho, que já havia levado à cadeia o primeiro por duas vezes. Rosinha foi detida pela primeira vez. A investigação do Ministério Público Eleitoral do Rio e da Polícia Federal apura os crimes de corrupção, concussão, participação em organização criminosa e falsidade na prestação de contas eleitorais.


O inquérito identificou que a JBS firmou contrato fictício com uma empresa para repassar R$ 3 milhões para a campanha derrotada de Garotinho a governo do Rio, em 2014.

O Ministério Público denunciou no total oito pessoas acusadas de envolvimento na arrecadação ilícita para as campanhas de 2010, 2012, 2014 e 2016. O esquema envolveu até sete empresas com contratos com a Prefeitura de Campos.
De acordo com a acusação, o município atrasava pagamentos com o objetivo de forçar a doação das firmas para o grupo político do ex-governador. O esquema foi delatado por um dos empresários, em depoimento ao Ministério Público do Rio.
Com informação de Folha de Pernambuco/Folhapress
Reflexão: Você  acredita em Gilmar Mendes? Você confia ou desconfiar das atitudes, ações do Ministro Gilmar Mendes? Gilmar Mendes faz você acreditar ou desacreditar na Justiça do Brasil? Garotinho é honesto? Você acredita na honestidade dos Ministros do Supremo Tribunal Federal?

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Desde o Regime Militar:'Roubou, fez... e enfim foi preso', promotor relembra estratégias de Maluf para se safar da Justiça


"A sensação é de dever cumprido", afirma Sílvio Marques, do Ministério Público de São Paulo. "Hoje nasce um novo lema: roubou, fez e foi preso".
Maluf, que se entregou à Polícia Federal nesta quarta-feira, acumula um extenso currículo de acusações e processos que incluem superfaturamento em obras de avenidas e túneis, fraude em compra de frango na Prefeitura de São Paulo e um processo por doar 25 fuscas para jogadores da Seleção Brasileira de 1970 com dinheiro público (veja detalhes abaixo).
Nesta terça, o ministro do Supremo Tribunal Federal Esdon Fachin determinou que Maluf comece a cumprir a pena de 7 anos, 9 meses e 10 dias em regime fechado por lavagem de dinheiro - um caso que teve início na mesa do promotor Marques, em Sao Paulo.
"Ele fez de tudo para atrasar, enrolar e empurrar (os processos) com a barriga", diz o promotor, que desvendou um esquema de caixa 2 e remessas para o exterior a partir do depoimento de um ex-diretor financeiro da empreiteira Mendes Jr., citado na decisão de Fachin.
Segundo o promotor Marques, Maluf recorreu a "truques jurídicos" para atrasar seu julgamento.
"A principal artimanha foi constestar insistentemente todos os laudos periciais feitos pelo Ministério Público de São Paulo. Ele queria anular nossos pareceres técnicos, sempre para ganhar tempo. Mas o Supremo não aceitou e disse que o nosso laudo estava correto", diz o promotor.
"Essa estratégia causa atrasos no julgamento dos processos, mas não só isso. Essas estratégias se estendem até a prescrição do caso. Maluf se livrou de vários processos por conta disso", diz Marques. No caso do processo avaliado por Fachin, um dos crimes investigados - de corrupção passiva - prescreveu antes que os magistrados pudessem sentenciá-lo.
Segundo as investigações de Marques e do colega José Carlos Blat, também do MP paulista, Maluf teria enviado pelo menos US$ 100 milhões (ou R$ 350 milhões) em remessas ilegais para o exterior, entre 2002 e 2004.
O ex-prefeito de São Paulo sempre negou todas as acusações.
Nesta quarta, o advogado Ricarso Torso, afirmou que pedirá à Justiça que Maluf seja transferido para a prisão domiciliar.
"Ele tem 86 anos, (pode) ficar em casa em domiciliar até o julgamento", disse. A defesa também afirmou que o político tem câncer de próstata. No fim da tarde de quarta-feira, Maluf seria transferido da carceiragem da Polícia Federal em São Paulo para o Complexo Penitenciário da Papuda.

'Nunca mais votem em mim'

Filho de imigrantes libaneses, o empresário paulista é figura tradicional e controversa na política: foi governador biônico de São Paulo - nomeado pela ditadura -, prefeito da capital por duas vezes e deputado federal por quatro mandatos.
Em São Paulo, "doutor Paulo" costuma apontar para uma obra pública e comentar: "foi o Maluf que fez". Ele construiu, por exemplo, as marginais Tietê e Pinheiros, o túnel Ayrton Senna e o Minhocão, viaduto de mais de 3 km de extensão que degradou parte do centro de São Paulo.
Também colocou nome de parentes em obras viárias: o túnel Maria Maluf (sua mãe) e a avenida Salim Farah Maluf (seu pai).
Em 1996, quando deixava a prefeitura de São Paulo, Maluf era aprovado por 46% dos paulistanos, segundo pesquisa Datafolha da época. Na campanha para eleger Celso Pitta como sucessor, ele apelou para uma frase que depois seria lembrada por opositores: "Se Pitta não for um grande prefeito, nunca mais vote em mim".
Pitta venceu e chegou a ser afastado do cargo após denúncias de corrupção. Maluf nunca mais conseguiu se eleger para cargos do Executivo.
No entanto, as grandes polêmicas da carreira do deputado são acusações de corrupção. Ele já foi processado diversas vezes - em alguns casos, terminou condenado. No total, até esta quarta, havia ficado preso por 40 dias - entre 10 de setembro e 20 de outubro de 2005.
A BBC listou alguns dos processos contra o deputado e as estratégias que ele usou para escapar de punições mais pesadas. Em alguns casos, ele se beneficiou da prescrição dos crimes ou de recursos que prolongaram os processos por décadas.

Paulo MalufDireito de imagemABR
Image captionApós governar São Paulo durante a ditadura, Maluf foi prefeito da capital em dois mandatos e deputado federal por quatro mandatos

1 - Embargos infringentes

Em maio deste ano, após 17 anos do início das investigações, Paulo Maluf foi condenado à prisão e perda de mandato pela primeira turma do STF por lavagem de dinheiro.
Ele foi acusado de desviar milhões da construção da avenida Jornalista Roberto Marinho quando era prefeito de São Paulo (1993-1996).
Após a decisão do STF, os advogados entraram com embargos infringentes - quando a defesa questiona a decisão de um colegiado de magistrados.
Maluf pediu anulação do processo, alegando problemas na perícia técnica dos documentos que comprovariam a autoria do crime.
"A acusação era de corrupção e lavagem de dinheiro. Com essas estratégias de atraso, ele conseguiu se livrar da acusação de corrupção, que prescreveu", diz o promotor Marques.
Ainda assim, US$ 100 milhões que teriam sido desviados por Maluf para contas no exterior voltaram aos cofres de São Paulo a partir de convênios com Ministérios Públicos de países como EUA, Suíça, França, Jersey e Luxemburgo.

2 - Procurado pela Interpol e polícia francesa

Paulo Maluf também conseguiu se livrar de ser preso pela Interpol. Ele começou a ser procurado pela organização internacional em 2010, quando já ocupava o cargo de deputado federal.
O Ministério Público de Nova York acusa Maluf de lavar milhões nos Estados Unidos, montante que teria sido desviado da obra da avenida Jornalista Roberto Marinho.
Caso ele saísse do país, poderia ser preso pela Interpol. Desde 2008, Maluf não faz viagens internacionais.
Maluf também foi condenado pela Justiça francesa a três anos de prisão por lavagem de dinheiro - a defesa recorreu.
Segundo o promotor paulista, a nova Lei de Imigração, recentemente sancionada pelo presidente Michel Temer, permite que Maluf cumpra a pena aplicada pela justiça francesa em prisões brasileiras.
"Agora depende do Supremo Tribunal de Justiça, responsável por este tipo de caso, segundo a nova lei", diz Marques.

3 - Fuscas para a seleção

Em 1970, Maluf era prefeito e deu 25 fuscas para os jogadores da seleção brasileira de futebol que haviam acabado de vencer a Copa do Mundo. O presente foi comprado com dinheiro público, segundo a Justiça.
Quatro anos depois, ele foi condenado a devolver o dinheiro dos fuscas, mas recorreu da decisão. Em 1981, o STF confirmou a decisão, mas o político também recorreu por meio de embargos. Outra decisão só ocorreu em 1995 - 14 anos mais tarde - e Maluf venceu com um argumento técnico sobre o processo.

4 - Compra de frangos

Em 2010, Maluf foi condenado por improbidade administrativa em um processo sobre compra irregular de frangos para a prefeitura de São Paulo, em 1996. Ele foi condenado a devolver R$ 21 mil aos cofres municipais.
Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual, houve superfaturamento na compra. O caso foi apelidado de "frangogate".
Depois de um recurso, o Tribunal de Justiça absolveu o deputado.

5 - Maluf se livra de ser ficha suja

Em 2014, após se eleger deputado federal mais uma vez, Maluf conseguiu se livrar da lei de Ficha Limpa que quase o impediu de assumir o mandato.
Antes, a Justiça eleitoral havia considerado o parlamentar ficha suja devido a sua condenação por superfaturamento na construção do túnel Ayrton Senna.
Porém, a maioria dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirmou que, para ser ficha suja, era necessário que o parlamentar tivesse participado do esquema de forma dolosa.
Na primeira condenação, a Justiça paulista não afirmou que Maluf teve a intenção de participar do superfaturamento. Por isso, ele não foi barrado..
Com informações de Leandro Machado e Ricardo Senra
Professor Edgar Bom Jardim - PE

CULTURA:Governo de Pernambuco promove atos que fortalecem a política cultural

O escritor Raimundo Carrero de Barros Filho recebeu a Medalha da Ordem do Mérito dos Guararapes.
Rodrigo Ramos
Secretário Marcelino Granja reforçou a disposição do Governo do Estado em fortalecer a política cultural de Pernambuco
Num ano marcado por ações estruturadoras no campo da política cultural de Pernambuco, o encerramento não poderia ser diferente. Por isso, o fim de 2017 é ainda de conquistas neste campo e de boas previsões para 2018. Nesta quarta-feira (20), no Palácio do Campo das Princesas, o governador Paulo Câmara assina cinco decretos que, ao longo de 2018, irão fortalecer ainda mais a cadeia da cultura no estado. Na mesma data, o escritor pernambucano Raimundo Carrero, que completa 70 anos de idade, recebe a Medalha da Ordem do Mérito dos Guararapes. Diversas outras ações marcarão os 70 anos de Carrero, ao longo de 2018, por meio de parceria entre a Fundarpe e a Cepe Editora.
Um dos decretos assinado pelo governador Paulo Câmara cria o Prêmio Roberto de França “Pernalonga” de Teatro. No valor de R$ 90 mil, irá incentivar, de forma mais rápida e direta, montagens, circulação e outros campos do fazer teatral. Com esse gesto, a gestão de Cultura do estado faz também uma homenagem a um dos mais ativos e queridos agitadores culturais do teatro pernambucano, o ator Roberto de Lira França “Pernalonga”, brutalmente assassinado em 11 de junho de 2000. O ator era arte-educador, dançarino, cantor e performático, participava ativamente das campanhas de saúde que tratavam de doenças sexualmente transmissíveis, HIV, tuberculose, hanseníase e dengue. Deixou uma legião de admiradores.
O governador assinou também decreto que cria o Prêmio Pernambuco de Fotografia. No valor de R$ 80 mil, homenageará em cada edição anual uma personalidade da arte fotográfica estadual. Nesta sua primeira edição, serão prestadas homenagens a dois destacados profissionais da área, tragicamente falecidos no acidente que vitimou o Governador Eduardo Campos, os fotógrafos Alexandre Severo e Marcelo Lyra. Também no pacote, decreto que amplia os recursos do Prêmio Ayrton Almeida de Carvalho de Preservação do Patrimônio Cultural, de R$ 60 mil para R$ 90 mil, passando a premiar os segundos colocados em cada categoria.
Foi assinado ainda decreto que amplia em 12 meses o prazo de prestação de contas dos projetos aprovados nos editais do Funcultura que estão em fase de conclusão e sem pendências legais. Reivindicação dos Conselhos de Cultura, visto que o crescimento acelerado do Funcultura provocou um acúmulo muito grande de projetos que dependem da administração para liberação das últimas parcelas de recursos e a emissão do respectivo atestado de execução, não sendo de responsabilidade dos proponentes tais atrasos. Confira os decretos assinados pelo governador Paulo Câmara:
O escritor Raimundo Carrero recebeu a comenda de Ordem do Mérito dos Guararapes
O escritor Raimundo Carrero recebeu a comenda de Ordem do Mérito dos Guararapes
“O que celebramos aqui hoje, lançando todos esses decretos, significa para nós o fortalecimento e a dinamização da política cultural do nosso estado, a partir de 2018. Foi um ano exitoso na Cultura e ficamos felizes fechando esse ciclo. Os prêmios que já temos, somados a esses que lançamos hoje será bastante significativo para as linguagens do teatro, da fotografia, do Patrimônio Cultural. Além de todos os projetos do Funcultura, que terão mais facilidade na execução de suas etapas”, colocou Márcia Souto.
O secretário Marcelino Granja destacou a atitude colaborativa do Governo de Pernambuco em estar sensível às demandas da Cultura. “Hoje estamos numa celebração não só pelos atos em si, pelos decretos que darão ainda mais liberdade de ação para a produção cultural. Mas de entendimento de todos os ganhos que tivemos na Cultura, com o processo de realização da IV Conferência  Estadual de Cultura, fechando um ciclo 27 de pré-conferências realizadas até janeiro. Então estamos celebrando o êxito e as pactuações com o Governo de Pernambuco, que tornam possíveis essas conquistas”, destacou Marcelino Granja.
Ao receber a medalha da Ordem do Mérito dos Guararapes das mãos do governador Paulo Câmara, o escritor Raimundo Carrero fez discurso emocionado dizendo-se sentir-se altamente prestigiado e que, todo seu coração e sua vida, eram sua própria obra e tudo que escreveu. “A única coisa que me move é a literatura. É o tormento humano que me inquieta e me sacode”, disse o escritor.
cultura.pe.gov.br
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Cantata Natalina em Bom Jardim

CONVITE
Praça de São Sebastião -  22 de dezembro 2017 - 19:00 horas - Classificação Livre.
Professor Edgar Bom Jardim - PE