quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Pesquisa mentirosa? CNI/Ibope: avaliação ruim ou péssima da gestão Temer cai de 77% pra 74%; boa sobe


Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com o Ibope, divulgada na manhã desta quarta-feira, 20, mostrou que a avaliação negativa do governo Michel Temer caiu de 77% para 74%, ante a última pesquisa, divulgada em setembro. De acordo com o levantamento, que mediu a popularidade do governo Temer, subiu de 16% para 19% a avaliação regular do governo e de 3% para 6% os que disseram que o governo é ótimo ou bom.
A pesquisa CNI/Ibope mostrou que a aprovação da maneira de governar de Temer também oscilou positivamente. O levantamento apontou que oscilou de 7% para 9% os que disseram aprovar a maneira de o peemedebista governar, que o índice de desaprovação oscilou de 89% para 88% e os que não responderam se mantiveram na casa dos 4%.
Já a confiança no presidente da Republica aumentou de 6% para 9%. Os que disseram não confiar no peemedebista oscilou de 92% para 90% neste quarto trimestre.
A pesquisa foi feita entre 7 e 10 de dezembro, com 2 mil pessoas em 127 municípios. A margem de erro estimada é de dois pontos percentuais para mais ou menos e o nível de confiança utilizado é de 95%. 
Reflexão: Você acredita nesta pesquisa? Você acredita que o governo Temer melhorou ou piorou o Brasil? Sua vida melhorou ou pirou nesse Brasil da ERA Temer? Você acredita no IBOPE e na Confederação da Indústria? 
Com informação de opovo.com.br
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Por que Gilmar Mendes protege políticos e empresários corruptos? Garotinho Livre!


O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal) e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), concedeu liberdade ao ex-governador do Rio Anthony Garotinho. Ele foi preso pela última vez em novembro, em um desdobramento da Operação Chequinho.

"Como se sabe, a prestação de contas consubstancia um procedimento previsto em lei para conferir maior transparência e lisura às eleições. Importante elemento teleológico permeia esse procedimento: o de impedir ou evitar o abuso do poder econômico, de modo a assegurar a paridade entre os candidatos concorrentes e resguardar, em última análise, a liberdade do sufrágio", escreveu o ministro.
"Por outro lado, o candidato que arrecada recursos de campanha, provenientes seja de caixa dois, seja de propina, seja originário de algum outro crime, ou seja simplesmente de doador que prefere manter-se oculto, não os leva a registro na prestação de contas justamente para ocultar violação de regra penal anterior, para a qual tenha ou não concorrido."

Os ex-governadores Anthony e Rosinha Garotinho foram presos no dia 22 de novembro em mais um desdobramento da Operação Chequinho, que já havia levado à cadeia o primeiro por duas vezes. Rosinha foi detida pela primeira vez. A investigação do Ministério Público Eleitoral do Rio e da Polícia Federal apura os crimes de corrupção, concussão, participação em organização criminosa e falsidade na prestação de contas eleitorais.


O inquérito identificou que a JBS firmou contrato fictício com uma empresa para repassar R$ 3 milhões para a campanha derrotada de Garotinho a governo do Rio, em 2014.

O Ministério Público denunciou no total oito pessoas acusadas de envolvimento na arrecadação ilícita para as campanhas de 2010, 2012, 2014 e 2016. O esquema envolveu até sete empresas com contratos com a Prefeitura de Campos.
De acordo com a acusação, o município atrasava pagamentos com o objetivo de forçar a doação das firmas para o grupo político do ex-governador. O esquema foi delatado por um dos empresários, em depoimento ao Ministério Público do Rio.
Com informação de Folha de Pernambuco/Folhapress
Reflexão: Você  acredita em Gilmar Mendes? Você confia ou desconfiar das atitudes, ações do Ministro Gilmar Mendes? Gilmar Mendes faz você acreditar ou desacreditar na Justiça do Brasil? Garotinho é honesto? Você acredita na honestidade dos Ministros do Supremo Tribunal Federal?

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Desde o Regime Militar:'Roubou, fez... e enfim foi preso', promotor relembra estratégias de Maluf para se safar da Justiça


"A sensação é de dever cumprido", afirma Sílvio Marques, do Ministério Público de São Paulo. "Hoje nasce um novo lema: roubou, fez e foi preso".
Maluf, que se entregou à Polícia Federal nesta quarta-feira, acumula um extenso currículo de acusações e processos que incluem superfaturamento em obras de avenidas e túneis, fraude em compra de frango na Prefeitura de São Paulo e um processo por doar 25 fuscas para jogadores da Seleção Brasileira de 1970 com dinheiro público (veja detalhes abaixo).
Nesta terça, o ministro do Supremo Tribunal Federal Esdon Fachin determinou que Maluf comece a cumprir a pena de 7 anos, 9 meses e 10 dias em regime fechado por lavagem de dinheiro - um caso que teve início na mesa do promotor Marques, em Sao Paulo.
"Ele fez de tudo para atrasar, enrolar e empurrar (os processos) com a barriga", diz o promotor, que desvendou um esquema de caixa 2 e remessas para o exterior a partir do depoimento de um ex-diretor financeiro da empreiteira Mendes Jr., citado na decisão de Fachin.
Segundo o promotor Marques, Maluf recorreu a "truques jurídicos" para atrasar seu julgamento.
"A principal artimanha foi constestar insistentemente todos os laudos periciais feitos pelo Ministério Público de São Paulo. Ele queria anular nossos pareceres técnicos, sempre para ganhar tempo. Mas o Supremo não aceitou e disse que o nosso laudo estava correto", diz o promotor.
"Essa estratégia causa atrasos no julgamento dos processos, mas não só isso. Essas estratégias se estendem até a prescrição do caso. Maluf se livrou de vários processos por conta disso", diz Marques. No caso do processo avaliado por Fachin, um dos crimes investigados - de corrupção passiva - prescreveu antes que os magistrados pudessem sentenciá-lo.
Segundo as investigações de Marques e do colega José Carlos Blat, também do MP paulista, Maluf teria enviado pelo menos US$ 100 milhões (ou R$ 350 milhões) em remessas ilegais para o exterior, entre 2002 e 2004.
O ex-prefeito de São Paulo sempre negou todas as acusações.
Nesta quarta, o advogado Ricarso Torso, afirmou que pedirá à Justiça que Maluf seja transferido para a prisão domiciliar.
"Ele tem 86 anos, (pode) ficar em casa em domiciliar até o julgamento", disse. A defesa também afirmou que o político tem câncer de próstata. No fim da tarde de quarta-feira, Maluf seria transferido da carceiragem da Polícia Federal em São Paulo para o Complexo Penitenciário da Papuda.

'Nunca mais votem em mim'

Filho de imigrantes libaneses, o empresário paulista é figura tradicional e controversa na política: foi governador biônico de São Paulo - nomeado pela ditadura -, prefeito da capital por duas vezes e deputado federal por quatro mandatos.
Em São Paulo, "doutor Paulo" costuma apontar para uma obra pública e comentar: "foi o Maluf que fez". Ele construiu, por exemplo, as marginais Tietê e Pinheiros, o túnel Ayrton Senna e o Minhocão, viaduto de mais de 3 km de extensão que degradou parte do centro de São Paulo.
Também colocou nome de parentes em obras viárias: o túnel Maria Maluf (sua mãe) e a avenida Salim Farah Maluf (seu pai).
Em 1996, quando deixava a prefeitura de São Paulo, Maluf era aprovado por 46% dos paulistanos, segundo pesquisa Datafolha da época. Na campanha para eleger Celso Pitta como sucessor, ele apelou para uma frase que depois seria lembrada por opositores: "Se Pitta não for um grande prefeito, nunca mais vote em mim".
Pitta venceu e chegou a ser afastado do cargo após denúncias de corrupção. Maluf nunca mais conseguiu se eleger para cargos do Executivo.
No entanto, as grandes polêmicas da carreira do deputado são acusações de corrupção. Ele já foi processado diversas vezes - em alguns casos, terminou condenado. No total, até esta quarta, havia ficado preso por 40 dias - entre 10 de setembro e 20 de outubro de 2005.
A BBC listou alguns dos processos contra o deputado e as estratégias que ele usou para escapar de punições mais pesadas. Em alguns casos, ele se beneficiou da prescrição dos crimes ou de recursos que prolongaram os processos por décadas.

Paulo MalufDireito de imagemABR
Image captionApós governar São Paulo durante a ditadura, Maluf foi prefeito da capital em dois mandatos e deputado federal por quatro mandatos

1 - Embargos infringentes

Em maio deste ano, após 17 anos do início das investigações, Paulo Maluf foi condenado à prisão e perda de mandato pela primeira turma do STF por lavagem de dinheiro.
Ele foi acusado de desviar milhões da construção da avenida Jornalista Roberto Marinho quando era prefeito de São Paulo (1993-1996).
Após a decisão do STF, os advogados entraram com embargos infringentes - quando a defesa questiona a decisão de um colegiado de magistrados.
Maluf pediu anulação do processo, alegando problemas na perícia técnica dos documentos que comprovariam a autoria do crime.
"A acusação era de corrupção e lavagem de dinheiro. Com essas estratégias de atraso, ele conseguiu se livrar da acusação de corrupção, que prescreveu", diz o promotor Marques.
Ainda assim, US$ 100 milhões que teriam sido desviados por Maluf para contas no exterior voltaram aos cofres de São Paulo a partir de convênios com Ministérios Públicos de países como EUA, Suíça, França, Jersey e Luxemburgo.

2 - Procurado pela Interpol e polícia francesa

Paulo Maluf também conseguiu se livrar de ser preso pela Interpol. Ele começou a ser procurado pela organização internacional em 2010, quando já ocupava o cargo de deputado federal.
O Ministério Público de Nova York acusa Maluf de lavar milhões nos Estados Unidos, montante que teria sido desviado da obra da avenida Jornalista Roberto Marinho.
Caso ele saísse do país, poderia ser preso pela Interpol. Desde 2008, Maluf não faz viagens internacionais.
Maluf também foi condenado pela Justiça francesa a três anos de prisão por lavagem de dinheiro - a defesa recorreu.
Segundo o promotor paulista, a nova Lei de Imigração, recentemente sancionada pelo presidente Michel Temer, permite que Maluf cumpra a pena aplicada pela justiça francesa em prisões brasileiras.
"Agora depende do Supremo Tribunal de Justiça, responsável por este tipo de caso, segundo a nova lei", diz Marques.

3 - Fuscas para a seleção

Em 1970, Maluf era prefeito e deu 25 fuscas para os jogadores da seleção brasileira de futebol que haviam acabado de vencer a Copa do Mundo. O presente foi comprado com dinheiro público, segundo a Justiça.
Quatro anos depois, ele foi condenado a devolver o dinheiro dos fuscas, mas recorreu da decisão. Em 1981, o STF confirmou a decisão, mas o político também recorreu por meio de embargos. Outra decisão só ocorreu em 1995 - 14 anos mais tarde - e Maluf venceu com um argumento técnico sobre o processo.

4 - Compra de frangos

Em 2010, Maluf foi condenado por improbidade administrativa em um processo sobre compra irregular de frangos para a prefeitura de São Paulo, em 1996. Ele foi condenado a devolver R$ 21 mil aos cofres municipais.
Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual, houve superfaturamento na compra. O caso foi apelidado de "frangogate".
Depois de um recurso, o Tribunal de Justiça absolveu o deputado.

5 - Maluf se livra de ser ficha suja

Em 2014, após se eleger deputado federal mais uma vez, Maluf conseguiu se livrar da lei de Ficha Limpa que quase o impediu de assumir o mandato.
Antes, a Justiça eleitoral havia considerado o parlamentar ficha suja devido a sua condenação por superfaturamento na construção do túnel Ayrton Senna.
Porém, a maioria dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirmou que, para ser ficha suja, era necessário que o parlamentar tivesse participado do esquema de forma dolosa.
Na primeira condenação, a Justiça paulista não afirmou que Maluf teve a intenção de participar do superfaturamento. Por isso, ele não foi barrado..
Com informações de Leandro Machado e Ricardo Senra
Professor Edgar Bom Jardim - PE

CULTURA:Governo de Pernambuco promove atos que fortalecem a política cultural

O escritor Raimundo Carrero de Barros Filho recebeu a Medalha da Ordem do Mérito dos Guararapes.
Rodrigo Ramos
Secretário Marcelino Granja reforçou a disposição do Governo do Estado em fortalecer a política cultural de Pernambuco
Num ano marcado por ações estruturadoras no campo da política cultural de Pernambuco, o encerramento não poderia ser diferente. Por isso, o fim de 2017 é ainda de conquistas neste campo e de boas previsões para 2018. Nesta quarta-feira (20), no Palácio do Campo das Princesas, o governador Paulo Câmara assina cinco decretos que, ao longo de 2018, irão fortalecer ainda mais a cadeia da cultura no estado. Na mesma data, o escritor pernambucano Raimundo Carrero, que completa 70 anos de idade, recebe a Medalha da Ordem do Mérito dos Guararapes. Diversas outras ações marcarão os 70 anos de Carrero, ao longo de 2018, por meio de parceria entre a Fundarpe e a Cepe Editora.
Um dos decretos assinado pelo governador Paulo Câmara cria o Prêmio Roberto de França “Pernalonga” de Teatro. No valor de R$ 90 mil, irá incentivar, de forma mais rápida e direta, montagens, circulação e outros campos do fazer teatral. Com esse gesto, a gestão de Cultura do estado faz também uma homenagem a um dos mais ativos e queridos agitadores culturais do teatro pernambucano, o ator Roberto de Lira França “Pernalonga”, brutalmente assassinado em 11 de junho de 2000. O ator era arte-educador, dançarino, cantor e performático, participava ativamente das campanhas de saúde que tratavam de doenças sexualmente transmissíveis, HIV, tuberculose, hanseníase e dengue. Deixou uma legião de admiradores.
O governador assinou também decreto que cria o Prêmio Pernambuco de Fotografia. No valor de R$ 80 mil, homenageará em cada edição anual uma personalidade da arte fotográfica estadual. Nesta sua primeira edição, serão prestadas homenagens a dois destacados profissionais da área, tragicamente falecidos no acidente que vitimou o Governador Eduardo Campos, os fotógrafos Alexandre Severo e Marcelo Lyra. Também no pacote, decreto que amplia os recursos do Prêmio Ayrton Almeida de Carvalho de Preservação do Patrimônio Cultural, de R$ 60 mil para R$ 90 mil, passando a premiar os segundos colocados em cada categoria.
Foi assinado ainda decreto que amplia em 12 meses o prazo de prestação de contas dos projetos aprovados nos editais do Funcultura que estão em fase de conclusão e sem pendências legais. Reivindicação dos Conselhos de Cultura, visto que o crescimento acelerado do Funcultura provocou um acúmulo muito grande de projetos que dependem da administração para liberação das últimas parcelas de recursos e a emissão do respectivo atestado de execução, não sendo de responsabilidade dos proponentes tais atrasos. Confira os decretos assinados pelo governador Paulo Câmara:
O escritor Raimundo Carrero recebeu a comenda de Ordem do Mérito dos Guararapes
O escritor Raimundo Carrero recebeu a comenda de Ordem do Mérito dos Guararapes
“O que celebramos aqui hoje, lançando todos esses decretos, significa para nós o fortalecimento e a dinamização da política cultural do nosso estado, a partir de 2018. Foi um ano exitoso na Cultura e ficamos felizes fechando esse ciclo. Os prêmios que já temos, somados a esses que lançamos hoje será bastante significativo para as linguagens do teatro, da fotografia, do Patrimônio Cultural. Além de todos os projetos do Funcultura, que terão mais facilidade na execução de suas etapas”, colocou Márcia Souto.
O secretário Marcelino Granja destacou a atitude colaborativa do Governo de Pernambuco em estar sensível às demandas da Cultura. “Hoje estamos numa celebração não só pelos atos em si, pelos decretos que darão ainda mais liberdade de ação para a produção cultural. Mas de entendimento de todos os ganhos que tivemos na Cultura, com o processo de realização da IV Conferência  Estadual de Cultura, fechando um ciclo 27 de pré-conferências realizadas até janeiro. Então estamos celebrando o êxito e as pactuações com o Governo de Pernambuco, que tornam possíveis essas conquistas”, destacou Marcelino Granja.
Ao receber a medalha da Ordem do Mérito dos Guararapes das mãos do governador Paulo Câmara, o escritor Raimundo Carrero fez discurso emocionado dizendo-se sentir-se altamente prestigiado e que, todo seu coração e sua vida, eram sua própria obra e tudo que escreveu. “A única coisa que me move é a literatura. É o tormento humano que me inquieta e me sacode”, disse o escritor.
cultura.pe.gov.br
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Cantata Natalina em Bom Jardim

CONVITE
Praça de São Sebastião -  22 de dezembro 2017 - 19:00 horas - Classificação Livre.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Mulher se disfarça de menina de 14 anos para revelar atuação de pedófilos na internet


Qudsiyah Shah
Image captionDisfarçada para identificar riscos que crianças e jovens correm, Qudsiyah Shah recebeu comentários obscenos de vários usuários
Qudsiyah Shah tem 20 anos, mas em alguns vídeos parece ter apenas 14.
A ativista decidiu usar sua aparência de menina para investigar como o pedófilos atuam na internet e quais são os riscos a que crianças estão expostas quando estão na rede.
Após se passar por uma adolescente, ela conversou com a BBC sobre a experiência. E classificou o que descobriu como "aterrorizante" e "nojento".
Segundo Shah, os comentários que recebeu de alguns internautas chocariam até mesmo adultos. Ou seja: seriam totalmente impensáveis para crianças.
Ela analisou o cenário com a ajuda de um disfarce: um uniforme escolar. Sua estratégia envolveu postar vídeos em três dos mais populares aplicativos que permitem transmissões ao vivo: o Periscope, o Live.me e o Omegle.
Em poucos minutos, começou a receber comentários pedindo que tirasse a roupa.

Mensagens picantes

"Alguns desses internautas eram muito explícitos", explica Shah.
"Mostre seus seios", "tire o sutiã", escreviam por meio do Periscope, que tem mais de 10 milhões de usuários.
Quem entrava em contato não sabia que ela tinha alguns anos a mais do que dizia ter nos vídeos.
Mas como é a sensação de ser bombardeada por essas mensagens?
"Minha primeira reação foi de confusão. No começo é agradável receber toda essa atenção e corações (que os usuários enviam quando gostam de um vídeo), mas tudo ficou obscuro muito rapidamente", disse a ativista.
No Live.me - aplicativo lançado no ano passado por um desenvolvedor chinês e que vem crescendo rápido -, ela recebeu várias mensagens picantes. Em alguns casos, a convidavam para ver, "se fosse madura", conteúdo de meninos.
Pessoa usando o computadorDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionVárias organizações têm alertado sobre os riscos que os aplicativos de internet trazem para pessoas menores de 18 anos
No Omegle, site especializado em videochat, Shah também recebeu comentários impróprios, apesar de usar a "seção moderada", pensada para menores de 18 anos.
Logo após começar uma conversa, alguns homens se ofereceram para mostrar seus genitais.
"É horrível. Ninguém deveria estar exposto a isso", contou ela.
O Omegle e o Live.me foram procurados pela BBC, mas não quiseram comentar o assunto. O Periscope respondeu: "Manter as pessoas seguras é nossa prioridade. Temos tolerância zero à exploração sexual infantil".

'Desagradáveis'

A proliferação de ferramentas de transmissão ao vivo, entre as quais também se encontram Facebook, Instagram, YouTube e Snapchat, despertou o alerta sobre os riscos para crianças e adolescentes e a facilidade com que abusadores podem entrar em contato com suas potenciais vítimas.
Em alguns casos, a exposição de crianças a material obsceno é especialmente preocupante.
"Em um aplicativo de transmissão ao vivo, cuja idade média do usuário é de 17 anos, eu vi alguém pedir a uma garota de 9 anos para tirar sua roupa logo em seu primeiro vídeo", disse Angus Crawford, repórter da BBC que passou nove meses investigando o problema.
"Também encontrei outra garota da mesma idade, cujo vídeo estava sendo assistido por cerca de mil pessoas. Os pedidos e comentários eram desagradáveis demais para dizer aqui", acrescentou.
Adolescente usando o telefoneDireito de imagemEPA
Image captionEm alguns dos sites analisados, adolescentes e crianças de até 9 anos de idade são contatadas por adultos
A BBC compartilhou suas descobertas com a polícia e com a Sociedade Nacional para Prevenção da Crueldade contra Crianças (NSPCC, na sigla em inglês), no Reino Unido.
"Também enviei uma lista de usuários que publicaram comentários ofensivos", afirmou Crawford, "mas a maioria é de anônimos, provavelmente impossíveis de rastrear".
Além disso, há os "presentes virtuais", que podem ser trocados por dinheiro real e também representariam um risco a crianças e adolescentes, uma vez que sua regulação é complicada.

Pergunta difícil

"Para muitos pais, o mundo dos aplicativos de vídeos ao vivo é confuso. Todos os meses sai uma novidade, que se torna a última moda", disse Crawford.
Essas ferramentas são muito fáceis de baixar e bastante fáceis de usar. A maioria permite aos jovens transmitirem suas imagens ao vivo para o mundo inteiro, e a partir de qualquer lugar: da sala de aula, do pátio da escola ou do próprio quarto.
"Algumas dessas plataformas restringem quem pode ver as transmissões em vídeo. A maioria delas é, no entanto, aberta para qualquer usuário do app, e isso inclui predadores sexuais", explicou o jornalista.
"A maioria tem algum tipo de verificação de idade, mas a efetividade desse tipo de ferramenta varia. Basicamente, qualquer um que tem um telefone pode usar esses aplicativos."
Criança usa mouse do computadorDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionAplicativos de transmissão ao vivo oferecem riscos a crianças e adolescentes
Outras plataformas oferecem a possibilidade de os próprios usuários denunciarem comportamentos suspeitos. "O problema é que se a maioria dos espectadores tiver más intenções - e eu testemunhei isso -, eles votam para o comentário continuar no ar", afirmou Crawford.
É fácil ver por que as crianças gostam desses aplicativos, contou o jornalista: são imediatos, parecem divertidos. "E muitas delas idolatram os vloggers (videobloggers) e youtubers, que fazem o mesmo."
"Enquanto o engajamento (quanto os usuários participam das redes sociais) seguir sendo a palavra mágica para as empresas, quanto mais vídeos houver numa plataforma, mais publicidade ela atrairá", disse.
"Mas o crescimento desses aplicativos enseja uma pergunta séria para a indústria tecnológica: quando você cria um app que permite que crianças publiquem vídeos a partir de seus quartos, é realmente possível mantê-las a salvo?
Fonte:BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Rede deixa cargos do Governo em Pernambuco


Com vistas na construção de um palanque para a ex-ministra Marina Silva no Estado, a Rede Sustentabilidade vai desembarcar do governo Paulo Câmara (PSB) e lançar candidaturas próprias ao Executivo estadual e Senado. De acordo com o membro da direção nacional e estadual do partido, Roberto Leandro, os cargos ocupados na Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade e na direção da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) serão entregues até o fim do mês. Com a saída, o ex-prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio (PMDB), cotado para ser o candidato a governador pela legenda, disse que vai intensificar as negociações de filiação. 

Apesar de assumir uma posição de independência em relação ao socialista, a sigla, no entanto, vai manter o diálogo com o PSB e Frente Popular. A decisão foi tomada após a conferência estadual da legenda, no último sábado. Na ocasião, também foram eleitos o novo diretório e os porta vozes. Clécio Araújo e Milena Reis vão comandar a Rede pelos próximos dois anos.

Segundo Roberto Leandro, a saída da gestão foi motivada por uma orientação da nacional de ter postulações nos estados. O partido condiciona o apoio a Paulo Câmara à aliança em torno da candidatura de Marina Silva. A Rede tem esperanças de contar com o PSB porque, em 2014, Marina foi a candidata, com a morte do ex-governador Eduardo Campos. 

De acordo com Roberto, agora a sigla vai iniciar uma rodada de debates para articular uma plataforma programática com alternativas para a crise política e econômica. Ele também descartou uma composição com o bloco de oposição. "Não está no nosso horizon­te essa aliança com oposição. Acho que está bem claro o campo em que militamos e conversamos", afirmou, em referência à base do governador Paulo Câmara. 

Embora ainda não tenha batido o martelo com relação à filiação, o ex-prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio, pode disputar o governo pela Rede. A candidatura dele é vista com bons olhos pelo Palácio das Princesas, caso o senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB), desafeto de Câmara e Lóssio, também se candidate. Isso porque Lóssio pode tirar votos do senador já que eles dividem a mesma base eleitoral. Nos bastidores, Lóssio ensaia uma reaproximação com o Executivo, que passaria pelo apoio à candidatura a deputado do seu filho - Júlio Lóssio Filho. 

Procurado, o ex-prefeito afirmou que estava esperando a Rede desembarcar do governo para negociar a filiação. No entanto, isso será decidido mais a frente, disse. "Tenho simpatia pela Rede, contudo é preciso alinhar alguns detalhes". Enquanto não decide o partido, Lóssio começou a rodar o estado em ritmo de campanha. Outros cotados para a majoritária são o ex-superintendente do Ibama, João Arnaldo Novaes, o ex-deputado Roberto Leandro, o empresário Eugênio Marinho e o cantor gospel Jairinho.
Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Corte de verbas paralisa testes de chip brasileiro que pode devolver movimentos a tetraplégicos

Pesquisador Mario Gazziro
Image captionPesquisador Mario Gazziro, na USP, compara respostas do cérebro a chip implantável | Foto: Arquivo pessoal
Há pouco mais de um ano, pesquisadores brasileiros e americanos unidos em um consórcio científico comemoravam os primeiros resultados de uma inédita interface neural - um dispositivo capaz de conectar o cérebro humano a um aparelho externo - que poderia ser a esperança daqueles sem os movimentos de braços e pernas.
A alegria dos cientistas foi abreviada ainda em 2016, quando cortes de verba generalizados atingiram a produção científica nacional. No caso do consórcio, primeiro, os testes foram paralisados. Depois, o time foi desmantelado.
"Todos são procedimentos muito caros. Fizemos um lote de testes e foi quando o Brasil entrou nessa crise e faltou dinheiro para todo mundo", diz Mario Gazziro, pesquisador na USP São Carlos, professor da Universidade Federal do ABC e um dos que encabeçam o projeto.
A empreitada para construir um chip implantável no cérebro e operante com tecnologia sem-fio para devolver movimentos a tetraplégicos começara ainda em 2010. Gazziro estava voltando do Japão após um período de estudos custeados com bolsa do governo brasileiro. Naquela época, ele já havia trabalhado com interfaces neurais, mas em insetos, e queria saltar para soluções em humanos.
Foi quando conheceu o pesquisador americano Stephen Saddow, que há 15 anos pesquisava um material para interfaces neurais que pudesse ser espetado no cérebro apenas uma vez e ali ficasse para o resto da vida, sem irritar os anticorpos do entorno.
"O material dele era flexível e permitia uma inserção cerebral sem causar traumas. O eletrodo que ele desenvolveu é como uma folhinha de papel, que precisa ser inserida no córtex cerebral. Ninguém faz isso hoje", explica Gazziro.
A descoberta da biocompatibilidade do material, à base de carbeto de silício, pavimentaria o início do projeto Interface Neural Implantável (INI), que reuniria, além de Gazziro e Saddow, a cientista Luciene Covolan, da Unifesp, e uma pequena empresa catarinense, a Chipus Microelectronics, fundada por ex-pesquisadores da Unicamp e da USP São Carlos.
Juntos, eles buscavam desenvolver um chip minúsculo, que transmitiria, via tecnologia wireless, ordens dos cérebro a uma máquina fora do corpo humano, que executaria os movimentos que os membros dos tetraplégicos não conseguem fazer. Se bem-sucedida, a pequena interface seria o elo que finalmente conectaria humanos e exoesqueletos.
"Há anos, pesquisas no campo da ciência biomédica buscam devolver movimentos a pessoas com deficiência, mas essa solução ainda não existe", afirma Paulo Augusto Dal Fabbro, cofundador da Chipus. "O projeto é algo esperançoso."
Primeira geração da Interface Neural Implantável, comparada ao tamanho de moeda de um centavo de euro
Image captionPrimeira geração da Interface Neural Implantável, comparada ao tamanho de moeda de um centavo de euro: ainda com fios, para testar a integração entre o chip (Cortex IC) e o eletrodo de carbeto de silício cúbico (3C-SIC) | Foto: Chipus

Implante no cérebro

A busca por uma interface que possibilite o cérebro comunicar-se diretamente com máquinas começou ainda nos anos 1970. Quatro décadas depois, as estruturas robóticas vestíveis estão prontas. Um exemplo é o exoesqueleto desenvolvido pelo time do cientista brasileiro Miguel Nicolelis e usado por um tetraplégico para o chute inaugural na abertura da Copa do Mundo em 2014.
Porém, pesquisadores ainda buscam uma solução implantável para que cérebro e máquina conversem, de forma que sejam dispensados os fios inseridos na cabeça, cuja durabilidade média é de dois anos.
"Você não quer ser uma pessoa andando com cabos que te ligam a um estimulador fora do corpo. Precisa de um sistema que seja duradouro. E se o fio se enrosca, perdemos o implante ou machucamos o paciente", explica Luciene Covolan, professora-associada de neurofisiologia na Unifesp e responsável pelos testes do chip em animais.
Mas para os fios serem substituídos, era preciso uma opção que consumisse pouquíssima energia, funcionasse sem bateria e, mesmo abrigando em torno de 500 eletrodos, fosse pequena o suficiente para não ser rejeitada pelo organismo humano.
A interface de Gazziro, Covolan e seus colegas funciona por meio de eletrodos feitos de carbeto de silício, acoplados a um pequeno chip. Ao serem implantados no cérebro de maneira cirúrgica, os eletrodos, que agem como uma espécie de fio, se comunicam com os neurônios do córtex motor para captar mensagens neurológicas.
"É dali que saem os sinais para a espinha (dorsal). Quando a pessoa quer movimentar o braço, a atividade cerebral existe: no cérebro, você está movendo a mão, mas, se a pessoa danificou a espinha, o sinal não chega ao corpo", explica Gazziro.
O sinal dos neurônios captado pelo eletrodo é então transmitido para o chip, que amplifica esse sinal e o manda, via frequência de rádio, para fora da caixa craniana. Uma antena externa, no couro cabeludo, capta a mensagem inicial dos neurônios e a envia para a estrutura robótica acoplada ao corpo do paciente, que responde aos sinais do cérebro, movendo o membro solicitado.
Nos primeiros testes em animais, os eletrodos se mostraram resistentes e biocompatíveis com o cérebro, o que, em tese, faria com que o material durasse a vida toda. Uma única cirurgia seria necessária, para inserir o chip, que não precisaria ser reposto.
"O cérebro é extremamente sensível. Cada vez que você espeta ali um eletrodo, é uma agressão ao tecido nervoso. Você não quer abrir o cérebro a cada dois anos e espetar esse eletrodo lá", explica Covolan.
"Hoje há interfaces com fios atravessando a caixa craniana, mas elas trazem a possibilidade de infecção e podem causar traumas fatais. A nossa solução seria colocar os eletrodos dentro da cabeça do paciente e nunca mais abri-la. Poderia ser feito com crianças, e nunca mais precisaria repor", aponta Gazziro.
Dilma e ministros em evento do Ciência Sem Fronteiras, em 2014
Image captionDilma e ministros em evento de 2014 do Ciência Sem Fronteiras; extinção do programa prejudicou pesquisa | Foto: Ag Brasil

Sem dinheiro

Em 2012, dois anos após a aproximação inicial entre Gazziro e Saddow, o cientista americano conseguiu uma bolsa para ser professor-visitante na USP São Carlos e participar das pesquisas. O dinheiro veio pelo programa Ciências Sem Fronteiras, que buscava, além de enviar pesquisadores brasileiros para o exterior, trazer cientistas de alto impacto para o Brasil.
Em meados de 2015, com a primeira geração da interface pronta, os testes em animais começaram, e os resultados foram animadores. "Nos nossos dados preliminares, o carbeto de silício praticamente não cria resposta inflamatória no tecido nervoso. O tecido responde de uma maneira muito mais satisfatória que com os eletrodos tradicionais", afirma Covolan.
No entanto, logo após os resultados positivos, veio o revés inesperado: a verba de R$ 400 mil solicitada pelos cientistas para a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), agência do governo federal, em 2015, não saiu. Como resultado, ficou impossível cobrir os custos dos estudos clínicos, entre R$ 25 e R$ 30 mil reais cada.
No mesmo ano, a bolsa de Saddow com o Ciências sem Fronteiras foi suspensa. O cientista mudou-se para a Itália, onde passou os últimos anos para aprimorar interfaces motoras neuromusculares. Em abril de 2016, o Ciências sem Fronteiras foi definitivamente encerrado.
Sem dinheiro para os testes e com o corte de verbas para pesquisadores, no ano passado Covolan mudou-se para os Estados Unidos, onde tinha uma oferta para continuar suas pesquisas, sobre epilepsia e acidentes vasculares cerebrais (AVC), no Lerner Research Institute, na Cleveland Clinic.
"O ano de 2016 foi muito difícil. Você conversava com as pessoas e havia desânimo geral", diz Covolan. "Isso levou várias pessoas a buscar outros caminhos. (Vir para os EUA) foi uma alternativa que encontrei para continuar meus projetos e não perder produtividade".
Gazziro lamenta a dispersão do time: "Depois de três anos com todo mundo trabalhando junto, de repente, por uma crise, perdemos dois pesquisadores. Foi muito triste."
Procurado para comentar o corte de verbas e o impacto do fim do programa Ciência sem Fronteiras em pesquisas no Brasil, o Ministério da Ciência e Tecnologia não respondeu.

Chip entre os três de menor consumo de energia no mundo

Apesar da falta de investimentos, as pesquisas não pararam. No último ano, os pesquisadores refinaram a parte teórica do projeto e melhoraram o consumo de energia do chip implantável. "Naquela época, (o nosso chip) já estava entre os três de menor consumo de energia do mundo, mas melhoramos aquele resultado em dez vezes de lá para cá", diz Gazziro.
Os pesquisadores também encontraram uma nova frequência de operação para o chip, que resulta em menor absorção de energia pelos tecidos e a água que existem no córtex cerebral, o que melhora o funcionamento da interface. "O chip tem o eletrodo que capta informações do córtex para enviar aos membros, e ele precisa de energia para trabalhar. Com essa descoberta, vamos redesenhar parte do circuito", explica Augusto Dal Fabbro, da Chipus.
Em 2018, os cientistas tentarão novo financiamento. Se sair e a pesquisa obtiver sucesso, os pesquisadores pretendem doar a patente a grandes laboratórios para testarem a interface. "Os exoesqueleto estão prontos, mas não existe ainda uma interface cerebral que permita que esse exoesqueleto seja unido ao corpo de maneira segura e permanente", afirma Gazziro.
"O mundo todo está buscando uma interface que funcione. O nosso trabalho é provar para o mundo que essa solução é a nossa."
Professor Edgar Bom Jardim - PE