domingo, 28 de maio de 2017

Belém de Maria ocupada pelas água do Rio Panelas

As chuvas  em Belém de Maria, na Mata Sul de Pernambuco, preocupa os moradores e poder público. O nível do Rio Panelas subiu e a cidade foi tomada pelas águas, em algumas casas marcando até 80 cm. A população deixou deixou o local e segui para os pontos mais altos da cidade. As cidades de Catende, Palmares e Água Preta também recebem toda essa água.


Foto: Fernandinho Albuquerque e Diario de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Luiz Gonzaga: Nordeste, por favor, devolva o nosso São João

São João não é festa de Peão
Artistas se unem em campanha a favor do tradicional São João. Nos últimos anos artistas e bandas de forró estão sendo substituídos por duplas sertanejas, descaracterizando as festas juninas no Nordeste, especialmente nas cidades de Caruaru (PE) e Campina Grande (PB). Outras cidades do interior desses Estados também deixam a desejar na programação junina.


Professor Edgar Bom Jardim - PE

As aventuras e os amores

Desenhe os caminhos escondidos da vida,
não trema, nem vacile, medite com ânimo.
Siga o caminho com mais curvas,
evite a reta, o sentimento despojado.
Ande sem temer o fantasma do eterno,
deixe os anjos levitarem anônimos.
O amor não se encontra na esquina,
nem se faz na solidão do banco da praça.
O amor é ilusão de felicidade enlouquecida,
mora no desejo que despreza a história curta.
Por Paulo Rezende
rofessor Edgar Bom Jardim - PE

Paulo Maluf, a politica tonta, a tensão de Brasília

As manchetes estão na onda tonta. Quem curte novidades não se cansa. O delírio entre a verdade e a mentira é incomum. Não é fim do mundo, mas as fantasias se encontram levantando a imaginação. Maluf foi condenado. Sua rede de advogados não consegui mantê-lo no reino da ingenuidade. Nunca pensei que ele caísse. Parecia invulnerável. Irônico, não esquecia o ar de prepotente. Já li muitas acusações contra ele. Faz tempo. Firmava sempre sua posição  como político de valor. Não se abalava com as denúncias. Conhecia os caminhos das construções curvas e concretos pesados. Curtia viadutos imensos e sujos. Era admirado pelos taxistas que rodavam em São Paulo. Ná [é síntese, mas professor de magias impróprias.
As profecias falham e a história desafia. O ar está pesado e a umidade causa agonia. Aécio também dançou. O grande amigo de Gilmar pede perdão, trata-se de um garoto minado, boêmio, mentiroso. Maluf era campeão da impunidade. Fugia das denúncias com habilidade. Chegou a pousar com Lula. Nunca temia polêmicas. Não sabia que a situação está tão desconfortável. Acordou-se num pesadelo. Com 85 anos assustou-se. Será que voará de novo? Possui fôlego? Vamos ver. Nada se torna estranho nas sentenças supremas e na pose armada de Raul.  É fogo sem água ardente! Raul é figura carimbada, manobra como um motoqueiro no final de tarde. Gosta de capacetes e de esconderijos jurídicos.
Ninguém sabe a trilha do Brasil. Messi foi punido na Espanha.No mundo do capitalismo as suspeitas não cessam. Tudo depende das cifras. A Copa do Mundo foi um exemplo de propinas fantásticas. Passou. A ressaca, no entanto, chegou. Os governadores mostraram poderes para abrir espaços e as corporações não vacilaram. Imagine Maluf no meio de uma transação dessa. O Brasil perdeu em tudo. O circuito da ambição ampliou-se. Observe o que aconteceu no Rio de Janeiro. Sérgio Cabral desfilou com negociatas imensas.Não faltam políticos  que abusam com fraldas descartáveis. Os patos de plástico escondem monstros da corrupção. Desvios renascem com força e fatalidade. Está proibido consultar cartomantes em Brasília.
O dinheiro encheu malas, fabricou sorrisos, estimulou mesquinhez. Há delações que lembram o tempo das histórias de Ali Babá. Impera o reino do mal? Não sei. Os astros devem brigar para que as situações se esclareçam. Júpiter não entende mais nada. Talvez, necessite de uma ajuda de Prometeu. A carne é fraca, porém quem a vende é forte. Correm pelo mundo iates e belezas milionárias. Quem descobriu o Brasil não foi Pedro Álvares Cabral, no entanto se balança no túmulo depois de tantos séculos Há pessoas que tremem quando o telefone toca. Compram passagens para Vênus ou se escondem no boteco da esquina. As minas explodem. Não conte vantagens. Assuste-se, porem não  tropece na calçada esburacada. Pertença-se para firmar o que resta da afetividade efêmera.  Por Antônio Rezende. 
 Música X Realidade.Só tem  ladrão de Caju e Castanha https://www.youtube.com/watch?v=GiZQyGcTJ1k
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Nossa homenagem ao inesquecível Expedito Baracho

Expedito Baracho, uma das mais importante vozes do frevo e da MPB, faleceu aos 82 nos de idade neste sábado 27 de maio 2017.  Conheça mais um pouco da vida de Baracho ouvindo esse debate com Geraldo Freire. http://radiojornal.ne10.uol.com.br/audioteca/2017/01/06/carnaval-da-saudade-no-debate-da-super-manha--51721
O cantor esteve em Bom Jardim acompanhado de Bráulio de Castro, Fátima e Valmir Chagas prestigiando o Projeto Musical Levino Ferreira e também fez apresentação na Feira Cultural.
Sessenta Carnavais, música de Bráulio e Fátima de Castro faz uma homenagem aos grandes nomes dos carnavais de Pernambuco. Veja aqui https://www.youtube.com/watch?v=2I363hrPik8
Imagens: Jornal do Commercio e Bom Jardim Notícia
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 27 de maio de 2017

Marcha das vadias pede saída de Temer e critica reformas




Marcha das Vadias 2017 no Recife
Marcha das Vadias 2017 no RecifeFoto: Ed Machado/Folha de Pernambuco
O Recife recebe, neste sábado (27), a sétima edição da Marca das Vadias. Com o tema "Feminismo é Revolução", as manifestantes se concentraram na Praça do Derby, área central da Capital, onde leram um manifesto e pintaram os corpos e cartazes com palavras de ordem. As mulheres saíram em caminhada pelas ruas do Centro. As reforma trabalhista, propostas pelo Governo Temer, também não ficaram das críticas do grupo.

O tema central, como de costume, é a culpabilização da vítima de estupro. "As mulheres, quando denunciam o estupro, geralmente são culpadas. Porque não obedeceu o pai ou o marido, porque tava de short curto, tava de noite na rua... Isso não acontece com nenhum outro crime. Se a pessoa foi assaltada não vai ser responsabilizada. O movimento feminista identifica que essa é uma questão da cultura do estupro e do machismo", explica a professora Rebeca Batista de França.

Ela explica ainda que o assassinato de mulheres, que é chamado de crime passional, não é um ato de paixão. "É um crime onde se persegue mulheres por serem mulheres. Elas estão morrendo por serem mulheres. É feminicídio", afirma.

A marcha, no Recife, também segue outras manifestações relacionadas à causa das mulheres independentes e defende outras bandeiras, como a saída de Michel Temer do Governo Federal e do Congresso ultraconservador. "São bancadas que têm defendido o Governo e aprovado todos os projetos que o governo coloca, como a reforma da previdência, que com certeza vai incidir pesadamente sobre as trabalhadoras. Se a classe trabalhadora vai ficar precarizada, as mulheres vão sofrer muito mais com essa perda de direitos trabalhistas", explica.

Uma das organizadoras da Marcha, Ju Dolores afirmou que o movimento tem um trabalho de unir as mulheres e entender as suas especificidades. “A gente está aberta a discutir a causa das mulheres, sabe que os feminismos são plurais, que a gente tem um trabalho muito grande de unir as mulheres e entender que a gente tem as nossas especificidades, mas que todas nós estamos juntas. E como bem disse uma amiga minha, nós somos todas irmãs de sangue nos olhos. Porque a gente está aqui porque a violência contra a mulher é diária e não choca as pessoas como deveria chocar”, declarou.

Também organizadora da Marcha, Amanda Timóteo ressaltou a diversidade de mulheres que compõem a manifestação. “Ela já foi e ela é ainda questionada da questão racial, e hoje a gente pode ver, estou muito feliz, inclusive, que tem uma quantidade de mulheres negras muito maior e isso aconteceu de dois, três anos para cá”, disse.

Ainda na Praça do Derby, Perla Rannielly fez uma performance intitulada ‘Carne negra’ que, segundo ela, é baseada em sua vivência. Mulher trans, falou da resistência. “A gente aqui é guerreira, forte para c... A gente está aqui porque sabe dos nossos direitos e a gente quer levar isso para outras mulheres que não têm essa informação de algum modo. Mesmo que achem que ficar com o peito de fora é ridículo ou assédio para eles. A gente está aqui para botar na cara deles e mostrar que a gente tem força”, declarou.
Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Começa o BOM JARDIM MODA FASHION DAY


Fotos:Laurivan Gomes, Lúcio Cabral<Severino Estrela
Professor Edgar Bom Jardim - PE

O tempo desfigurado

Vejo o tempo coberto de cinzas, sem fixar datas , nem profecias.
Notícias correm registrando mortes anônimas e desesperos universais,
mas o espetáculo continua, registrando escândalos e artifícios enganadores.
Há um desencanto que esconde o fim do sagrado e
a profanação de todas as verdades e de todas as tradições.
As ordens desfeitas teimam em  desaceitar o instituinte,
procuram silêncio nos fascismos contemporâneos e sofisticados.
Quem mede as lutas com a coragem registra o transtorno
das hipocrisias que não cessam de firmar emboscadas.
A leveza se foi no tapete mágico que se livrou do inferno,
a história conta o que não houve e coloniza a possível rebeldia.
Ulisses desiste de ouvir o canto das sereias e navega sem rumo definido,
sinto que a aventura desbotou as cores e o paraíso desabita a imaginação.
Por Antônio Rezende
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Mais Educação atende 21 escolas municipais


Vários programas educacionais e ações estão sendo desenvolvidas no município de João Alfredo com foco na melhoria da qualidade do ensino-aprendizagem. Dentro desse planejamento, o Programa Mais Educação aparece como importante ferramenta. De acordo com a Secretaria de Educação, Cultura e Esportes, o programa está sendo implementado em 21 escolas da rede municipal, atendendo aproximadamente 3.590 alunos, por meio da realização de acompanhamento pedagógico em Língua Portuguesa e Matemática e do desenvolvimento de atividades nos campos da arte, cultura, esporte e lazer.
Com informação do Governo municipal.
Publicação de 26 de maio 2017.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Temer: os ruídos do apocalipse gravado

Temer é chocante. Faltam sensibilidade e consciência mínima. Precisa de fazer um curso com Descartes e ouvir uns conselhos de Freud. Reclama das injustiças e quer ser visto como salvador. Uma figura que merecia uma ficção de terror. Assombra o Brasil, não sei se assusta Marcela. No entanto, possui parceiros estranhos. Penso no individualismo que toma conta desses políticos. Vivem um delírio cínico. Nunca leram Gramsci, Maquiavel, Rousseau. É difícil medir o tamanho da mediocridade. E os pronunciamentos pela imprensa tonta? Não quer acompanhar Maluf? Os pântanos não deixam de criar monstros. As gravações apresentam ruídos e a ética é sadia? Fico observando.
Já  se articulou uma grande campanha obrigatória contra corrupção? Será possível produzir uma vacina para tornar Maia e Temer menos incapazes? Eles persistem, porque sentem-se apoiados. Sentimos os abismos. Eles querem o conforto dos palácios, se envolvem com golpes, são frutos de epidemias. O Brasil convive com fragmentos. Ouviram o excelente vocabulário de Aécio? Tudo é inacreditável. O palavrão não é um mal, mas o Neves deve ser riscado.Convocaria uma Assembleia de anjos e demônios. Acordaria deus que dorme depois do pecado original. Acho que se desculpa pelas suas criações. Não é brincadeira.
Ficar na perplexidade não adianta. Querem eleições indiretas e já apresentam candidatos. FHC reaparece. Outra persona bastante ambígua. Temos saudade de quem antes desconfiávamos  ou achamos pouco eficientes: Leonel, Guimarães, Arraes, Tancredo. A escassez é grande. Eles não podem  ser comparados com a gangue do Congresso.Muitas passeatas nas ruas para animar o sonho. As saudades assanham autoritarismos dos mais brutos. Há quem fale de Castelo, Médici com um afeto enorme….O pessoal da boiada deu um show. Marcelo. o delator cheios de bossas, não entende nada sobre propina. Vestido de vaidades se encontra preso e roendo unhas. Não escapou das grades. Dorme na cidade de Moro.
É tudo surreal, mas Temer se agarrou com os peritos. Chora, abre os olhos, busca os ombros de Padilha, maldiz Janot. Como aliviar a poeira de tantos caminhos esburacados? A Constituição não é obra congelada. Merece respeito, mas o que resta da política? Essa agonia geral transtorna. Chove canivetes. Os jornais estão repetindo opiniões, a Globo admira a exclusividade, os escândalos são cotidianos, a censura persiste, a dubiedade marca as ações. Há vários Temer no pedaço. Cruel demais. Mas o Brasil procura limpar sua honra. Sempre a mistura do lixo com o luxo como mandamento central É urgente uma reforma nos presídios. Talvez as arenas da Copa possam receber tantos presos ilustres membros de uma máfia singular. Seria um ato interessante.
Por Antônio Rezende
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Temer vai cair? Se cair, o que acontece?

O forte abalo sofrido pelo governo Michel Temer (PMDB) após a delação premiada de um dos donos do grupo JBS, um dos maiores do mundo na indústria alimentícia, pode levar à queda do presidente. Entenda o que aconteceu, o que pode acontecer e quem assume o posto mais importante da nação em todas as possibilidades de desfecho.
Por que a delação do dono da JBS foi uma bomba contra Temer?
Porque o presidente teria dado OK a uma ação para comprar o silêncio do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que hoje está preso. É um crime que tem sido chamado de obstrução de justiça. Está tipificado no artigo 2 da lei que define organização criminosa. Gera multa e prisão de 3 a 8 anos.
Já é oficial?
Por enquanto, não. É um vazamento revelado pelo jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
Tem provas?
O vazamento dá conta de que Temer foi pego em um áudio. Ao ouvir do dono da JBS sobre a mesada para Cunha não fazer delação, Temer teria dito: “Tem que manter isso, viu?”. Haveria, ainda, um vídeo com entrega de propina com um correligionário indicado pelo presidente para resolver problemas de uma usina termelétrica da JBS junto à Petrobras. Temer nega. Até agora, áudio e vídeo não vieram à tona.
Temer pode cair?
Sim. A delação abalou a base governista no Congresso, principal elemento de sustentação do presidente. Ex-aliados já pedem sua saída. Movimentos pró-impeachment e anteriormente simpáticos a ele, também.
Como ele pode cair?
Por três caminhos: renúncia, impeachment ou cassação de chapa no TSE.
Por partes. Se ele renunciar, o que acontece?
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) assume e convoca eleições indiretas em 30 dias. A gente explica isso mais adiante.
Mas ele vai renunciar?
Em seu pronunciamento nesta quinta (18), ele afirmou que não renunciará.
E no caso de impeachment?
Acontece o mesmo processo que destituiu Dilma.
Como funciona mesmo?
Primeiro, o presidente da Câmara dos Deputados precisa aceitar um dos pedidos de impedimento protocolados. Depois, monta-se uma comissão parlamentar que analisa o caso e prevê direito de defesa. Aprovado o pedido nessa comissão, ele vai ao plenário da Câmara.
Se aprovado por dois terços dos deputados, Temer é afastado temporariamente por 180 dias. O processo segue ao Senado, passa por nova comissão e vai ao plenário, onde pode ocorrer o afastamento definitivo.
Demora?
É um caminho relativamente demorado. O trâmite para o impedimento de Dilma levou sete meses.
E a cassação da chapa Dilma-Temer, o que é isso?
É um processo que está no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre abuso de poder político e econômico na campanha presidencial de 2014. Pode terminar com a chapa absolvida, com a chapa cassada ou com Dilma inelegível por oito anos e Temer absolvido, se o tribunal separar a chapa – ou seja, decidir que a captação de recursos para presidente e vice foi realizada de maneira independente.
Quando começa esse julgamento?
Começou em 4 de abril. Foi suspenso para dar mais tempo à defesa. Será retomado em 6 de junho.
Se Temer for condenado, ele sai imediatamente?
Não. Cabe recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF). Pode levar meses até uma nova condenação.
Certo. Vamos considerar que ele caia por algum dos três caminhos. O que acontece em seguida?
Eleição indireta. Votam os membros do Congresso Nacional.
Indireta? Por quê?
É o que prevê a Constituição no artigo 81. Ali está determinado o que deve acontecer com a substituição do presidente se o cargo ficar vago (por qualquer razão) nos últimos dois anos do mandato – o que seria o caso na eventual queda de Temer.
Quem pode se candidatar?
Qualquer um que tiver mais de 35 anos. Como estabelece a Constituição no artigo 14. Ainda há dúvidas se vale a restrição de seis meses a ocupantes de determinados cargos públicos (ministros, prefeitos e governadores), como diz a lei complementar 64 de 1990. Nas eleições diretas, é assim. Para a indireta, o STF pode ter de se pronunciar.
Peraí. Isso significa que eu poderia?
Se você tiver a idade mínima, sim. Há uma controvérsia se é preciso ter filiação partidária.
Mas eu teria chances?
Dificilmente. A não ser que você seja um candidato capaz de arregimentar apoio dos congressistas, que são os eleitores desse processo.
Tá. Me explique como funcionaria a eleição indireta.
Saindo Temer, o presidente da Câmara chama eleições para dali a 30 dias. O mais votado completa o que resta do mandato, até que entre um sucessor eleito diretamente.
Não tem jeito de fazer diretas já?
Tem, mas precisa mudar a Constituição. Há no Congresso uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) com essa intenção.
O que diz essa PEC?
Ela prevê eleições diretas para a presidência da República quando o cargo ficar vago a até seis meses do fim do mandato. Depois desse período, o Congresso continuaria escolhendo. Nos dois casos, o tempo do mandato corresponde ao que resta para completar os quatro anos de quem deixou o cargo.
Quanto tempo ela demoraria para ser votada?
No mínimo alguns meses – isso se tudo for muito rápido.
Qual o caminho de uma PEC no Congresso?
Primeiro, precisa ser apresentada à mesa diretora da Câmara. Depois, é enviada à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, onde um relator avalia se ela está de acordo com a Constituição. No plenário da CCJ ela entra em discussão – ao menos 10 deputados precisam falar. Segue-se a votação na CCJ. Se for aprovada, a PEC vai para uma Comissão Especial (CE) de deputados que analisam o mérito, ou seja, o conteúdo da emenda. São até 40 sessões de discussão antes da votação na CE. Aprovou? Vai para o plenário da Câmara, onde precisa ser aprovada por 60% dos deputados (308 de 513) em dois turnos, separados por no mínimo cinco sessões. Seguindo em frente, a PEC vai para o Senado, onde é apreciada e votada pela CCJ do Senado em até 30 dias. Passa-se à discussão em plenário por até cinco sessões. Os senadores votam em dois turnos com intervalo mínimo de cinco dias. Ao menos 60% dos votantes (49 de 81) precisam dizer sim à PEC. Finalmente, o presidente promulga a Proposta. E a Constituição é alterada
Em que estágio ela está agora?
Desde julho do ano passado, está pronta para ser discutida da Comissão de Constituição e Justiça na Câmara.
Consultoria: Vitor Marchetti, cientista político especializado nas relações Estado-Governo, professor da Universidade Federal do ABC (UFABC)
ATUALIZAÇÕES
Às 15h29 de 18 de maior, esse texto foi atualizado, com a inclusão de detalhes nas respostas das perguntas "Quem pode se candidatar?" e "Peraí. Isso significa que eu poderia?". Às 16h19 do mesmo dia, foi atualizada a informação de que o presidente Michel Temer afirmou que não renunciará ao cargo.
Fonte: Nova Escola.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Ouvir professores, pais e até alunos foi fundamental para a Finlândia ter sucesso com sua nova base




Marjo Kyllönen, Secretária de Educação Básica de Helsinque (Divulgação)

“A escola já entrou na fase 3.0, pois a 2.0 ficou para trás.” É assim que Marjo Kyllönen, Secretária de Educação Básica de Helsinque, descreve o atual momento da Educação da Finlândia. O país virou referência na área, com a menor lacuna de aprendizagem entre o melhor e o pior aluno, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), responsável pela avaliação do PISA.
Na escola do futuro finlandesa, os educadores dão foco em aprendizagem significativa e competências holísticas, os alunos têm participação ativa na aprendizagem e são incentivados a buscar caminhos individuais de estudo. Além disso, o ambiente escolar enfatiza as competências sociais e a colaboração. Sua renovação curricular foi iniciada a partir da escuta de vários públicos: educadores, pais, alunos e administradores do sistema.
Em São Paulo a convite da Conexia, empresa de soluções educacionais do Grupo SEB que faz parceria acadêmica com a Universidade de Helsinque, Marjo contou à NOVA ESCOLA sobre o trabalho envolvido nas discussões e na implementação de Base Nacional Curricular finlandesa.
Um grande desafio de se ter uma base curricular comum a todas as escolas é a implementação. Os Estados Unidos, por exemplo, têm enfrentado dificuldades nesse processo a ponto de uma das propostas da candidatura de Donald Trump era acabar com o Common Core. A que se deve o sucesso na implementação do currículo comum na Finlândia? 
O principal fator foi a coerência na preparação desse novo currículo, planejada e realizada envolvendo os atores locais no processo. Ou seja, incluiu dos professores de Educação Básica e de universidades, os administradores, como eu, os pais e também os alunos. O Ministério da Educação desenhou um mapa de percurso para a construção desse novo currículo. Nele apareciam marcos e datas, então todos sabiam o que aconteceria, quais as discussões, e houve tempo para responder questionários e reunir feedback. Foram organizados seminários para entender as necessidades das comunidades locais e a proposta foi publicada em uma rede aberta para sugestões e opiniões. Tivemos sucesso porque as pessoas que promoviam as mudanças foram incluídas no processo desde o início. 
Quanto tempo foi reservado para esse processo?
Em 2012 foram fixadas as novas regras para alocação de horas escolares e sugeridos os objetivos gerais da Educação Básica. A partir daí se iniciou um trabalho que durou dois anos. Primeiro, aconteceram discussões em nível nacional, mas Helsinque, por ser capital, iniciou ao mesmo tempo. No primeiro semestre de 2014 foram feitas as conversas nas diferentes regiões do país. Em lugares mais remotos, cidades próximas entre si formaram uma rede para discutir o assunto. Em seguida aconteceu a formação de professores, que é contínua. As novas práticas só foram implementadas no início do ano letivo de 2016, em agosto.
Qual foi a participação dos professores e da sociedade na construção do currículo?
Desde 2012 foram envolvidos professores, gestores, líderes, grupos de professores (eles não têm coordenadores, os educadores se reúnem em grupos colaborativos). Quando se discute o que precisava ser mudado, é muito importante entender os motivos pelos quais se promove a mudança. Se você não entende as razões dela, você pode até seguir ordens, mas o envolvimento é superficial. Acredito que o empoderamento e o envolvimento de todos são valores centrais da Educação finlandesa. Em Helsinque, por exemplo, um dos valores mais fortes é a participação dos cidadãos. Perguntamos aos pais quais deveriam ser os objetivos da nossa Educação e aos alunos coisas como “Como você aprende melhor?”, “Quais são os seus sonhos para a escola do futuro?” e “Como você enxerga a tecnologia?”. As ideias que eles deram podem ser vistas no nosso currículo. Um exemplo que me marcou nas discussões é que as crianças disseram: “nós queremos ter prazer em aprender”. E isso foi levado muito em consideração na construção curricular.  
“Quando se discute o que precisa ser mudado, é importante entender os motivos da mudança. Se você não entende as razões dela, pode até seguir ordens, mas o envolvimento é superficial”
Com o documento pronto, como aconteceu a implementação na prática?
Primeiro fizemos modelos e projetos-piloto. Buscamos escolas e professores que estavam prontos para fazer experiências. Quando eles provaram que a parte prática estava funcionando, abrimos aquelas escolas para que outros educadores pudessem visitá-las e tirar dúvidas. A um grupo de professores especialistas foi concedido tempo para desenvolver práticas pedagógicas, em times com objetivos comuns. Esses docentes tiveram um papel crucial junto aos colegas, pois criaram ferramentas práticas para o ensino, o que ajuda na mudança real no dia a dia escolar. Então eu digo que houve participação, modelos, colaboração entre colegas, uma boa dose de interação e discussão e só então se partiu para a implementação nas escolas.
Quais foram os maiores desafios e como eles foram solucionados?  
Mudança nas práticas de sala de aula são desafiadoras em qualquer país. É preciso atravessar a zona de conforto para fazer as coisas de um modo diferente. O professor estava acostumado a ter controle sobre o ensino e achava que tinha sobre a aprendizagem. Mas, na nova abordagem, o dono do processo de aprendizagem é o aluno, então o controle não está nas mãos do educador. Isso não que dizer que o professor tem menos importância, ao contrário, ele é o planejador desse processo. Para que ele seja bem sucedido, é preciso aumentar a colaboração entre docentes. A prática atual é a sala de aula invertida e a aprendizagem por projetos, que para alguns professores foi uma mudança natural, para outros, precisou de mais tempo para compreender como garantir que os alunos alcancem seus objetivos.  Outros obstáculos a ultrapassar são o contexto pedagógico e o ambiente para aprender. Foi preciso reconhecer o quanto o ambiente físico dita o modo como as interações acontecem entre as pessoas. Mudamos a disposição dos móveis e os espaços em que a aprendizagem acontece dentro e fora da escola para estimular a colaboração e realizar um trabalho mais holístico, interdisciplinar.
Qual é o impacto do currículo comum nos resultados educacionais da Finlândia?
Estamos no caminho de renovar a nossa educação por décadas. A primeira grande reforma já tem 40 anos e foi baseada na equidade. Queríamos que todas as crianças, de qualquer origem ou classe social, fossem para as mesmas escolas e isso demandou novas competências e ferramentas para os nossos professores. Precisamos de recursos para ajudar os alunos mais fracos. Isso estava na base da mudança e depois demos ênfase na importância das decisões tomadas localmente. Esse entendimento pedagógico nos levou onde estamos. Agora, durante a implementação do novo currículo, nós realmente acreditamos que ele vale a pena, pois levará os alunos ao próximo nível.
Na reformulação curricular da Finlândia, foram adotados processos de aprendizagem mais amplos, com mais enfoque em projetos interdisciplinares e mais autonomia dos professores. Qual o motivo dessas mudanças?

Uma pergunta que já respondi muitas outras vezes é: por que a mudança se vocês já alcançaram excelência? Nós entendemos que provavelmente tínhamos a melhor escola, mas essa escola era boa para o passado, não para o futuro. Temos orgulho do nosso sistema educacional, nós não vamos alterar a sua base, mas temos consciência de que se continuássemos no mesmo trilho, não iríamos preparar nossos jovens para o futuro. De algum modo, lá atrás, começamos a falar sobre o que precisaríamos para renovar as nossas escolas, então eu acredito que a atmosfera do país estava pronta para isso. A iniciativa de reforma curricular ganhou uma frase como norteadora: “Finland: A country where everyone loves to learn” (“Finlândia: um país onde todos amam aprender”) e acho que essa expressão traduz o que almejamos.
Fonte: Nova Escola.
Professor Edgar Bom Jardim - PE