terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Terror no Recife


Moradores da Zona Oeste do Recife viveram uma madrugada de terror nesta terça-feira (21). Cerca de 20 criminosos fortemente armados realizaram uma série de ataques na região. Eles tinham como alvo a empresa de transporte de valores Brinks, que fica na avenida Recife, no bairro da Estância. A ação criminosa começou por volta das 2h. Moradores da região e pessoas que passavam pelo local registraram em vídeos e fotos o cenário de guerra.

O grupo explodiu o muro de uma loja de conveniência de um posto de gasolina e conseguiu ter acesso ao cofre da empresa.

Na fuga, eles passaram por uma blitz que estava na Avenida Recife, entrando em confronto com policiais do BPTran.

Veja os vídeos enviados ao FolhaPE pelo WhatsApp:

Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Frango da Madrugada desfilou sem acompanhamento de trio

CARNAVAL LEVINO FERREIRA 2017.

Comemorando seus 23 anos de existência o bloco carnavalesco Frango da Madrugada, desfilou na tarde deste domingo (19). O detalhe curioso e importante foi o acompanhamento por orquestra de frevo tocando no chão, próximo dos foliões. Sem trio elétrico. Foi diferente dos anos anteriores. Houve mudança de percurso. Mais gente pode acompanhar, visualizar  o desfile em suas casas.

A novidade foi boa, participativa e colabora para o fortalecimento do autêntico carnaval de rua da cidade, subindo, descendo ladeiras, passando na Rua do Frade, Nova Descoberta e Vila Noelândia. 

O Frango da Madrugada, o bloco foi criado pelos jovens Mário Cabral, Lúcio Mário, Maurício Faustino, Duel Filho, Jone Freire, Neto, Ricardo, Aninha, amigos e familiares. É tradição do nosso carnaval de rua. Seu hino foi criado pelo compositor Bráulio de Castro. Nos primeiros anos os desfiles eram nas manhãs. Agora acontecem nas tarde de domingo que antecede  a semana do carnaval. A grande patrocínio do bloco vem da  Farmácia Santa Luzia.
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A organização do carnaval está solta, as coisas estão tipo cada um por si, a presença do governo municipal é tímida em todos os sentidos. Não observamos também a presença de efetivo policial. Há pouca presença de seguranças particulares. O mesmo também aconteceu no bloco Quero uma Mulher. Essa situação pode ser complicada para os principais dias de folia. Outros problemas verificado é a prática do mela-mela e a poluição sonora por paredões sem o devido controle.

Depois de finalizado o desfile algumas pessoas ficaram próximo da pracinha de São Sebastião. Atraídos por  som de carros tipo paredões. A vizinhança reclama da altura do som e do tipo de músicas carregadas de mensagens negativas.  Quase todos os dias há sempre pessoas desrespeitando as autoridades, leis e famílias bonjardinenses com o uso indevidos desses tipos de carro tipo paredões ou similares. 


                                         Fotos:Lucas Cabral.


Professor Edgar Bom Jardim - PE

Americanos defendem teste de sanidade mental em Trump. Mas afinal, o que aconteceu na Suécia?



Donald TrumpDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionOs suecos 'estão tendo problemas como nunca antes pensaram que seria possível', disse Trump no sábado

"Mas afinal, o que aconteceu na Suécia?" é uma pergunta que muitos ouviram ou leram - ou ainda estão lendo e ouvindo - nas mídias sociais de vários cantos do mundo, graças ao presidente americano, Donald Trump.
Durante um comício na noite de sábado, em um momento em que falava sobre supostos riscos de se abrir as fronteiras de um país, Trump citou um suposto incidente no país escandinavo, causando surpresa e confusão - em especial na própria Suécia.
"Olhem o que está acontecendo na Alemanha, olhem o que aconteceu ontem à noite na Suécia. Suécia, quem iria acreditar nisso (...) Eles estão tendo problemas como nunca antes pensaram que seria possível", disse o presidente americano a uma multidão de partidários na Flórida, nos Estados Unidos.
De início, não ficou muito claro a qual incidente ele se referia, como muitos destacaram no Twitter, entre eles um ex-primeiro ministro sueco, Carl Bildt.


ex-primeiro ministro sueco, Carl Bildt
Image caption'Suécia? Ataque terrorista? O que ele tem fumado? As perguntas são muitas', disse no tuíte o ex-primeiro ministro sueco Carl Bildt.

"Suécia? Ataque terrorista? O que ele tem fumado? As perguntas são muitas", disse Bildt.
Muitos contactaram a conta oficial da Suécia no Twitter, @Sweden, coordenada por um cidadão sueco diferente a cada semana, e perguntaram: "O que aconteceu na Suécia ontem à noite?". E coube a Emma, bibliotecária de uma escola, acalmar os ânimos de pessoas do mundo inteiro.


Twitter @Sweden
Image caption'Não aconteceu nada aqui na Suécia. Não ocorreu nenhum ataque terrorista aqui. A principal notícia agora é sobre Melfest (uma competição musical do país)', escreveu Emma, cidadã sueca que estava a cargo da conta do Twitter @Sweden

"Não. Não aconteceu nada aqui na Suécia. Não ocorreu nenhum ataque terrorista aqui. A principal notícia agora é sobre Melfest", escreveu Emma.
Melfest é uma competição musical que seleciona o representante sueco para o Eurovision Song Contest, uma tradicional e conhecida competição musical de países europeus que sempre ocorre em maio.
"Fui dormir por volta das 4h da madrugada. Quando minha filha me acordou, às 7h, nestas três horas, já havia mais de 800 menções... Normalmente, seriam cem", disse Emma à BBC no domingo, referindo-se ao número de comentários no Twitter após o discurso do presidente Trump.

Pedido de esclarecimento

O hashtag #lastnightinSweden (ontem à noite na Suécia) se tornou viral no Twitter, e a Embaixada sueca em Washington pediu um esclarecimento ao Departamento de Estado americano.
Os comentários de Donald Trump ocorreram apenas semanas após uma de suas principais assessoras, Kellyanne Conway, citar "o massacre de Bowling Green", outro evento que não existiu.


EstocolmoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionEntre notícias de sábado na Suécia, estava a de que um carro de polícia perseguiu um suspeito bêbado no centro de Estocolmo

Mas voltando à pergunta inicial: afinal, o que aconteceu na Suécia na sexta-feira?
Pelo visto, não houve ataque extremista algum. O site de notícias sueco Aftonbladet resumiu os acontecimentos do dia, que incluíram:
  • Um homem ateou fogo em si mesmo numa praça no centro de Estocolmo.
  • O famoso cantor Owe Thornqvist teve problemas técnicos nos ensaios para o Melfest.
  • Um homem morreu em um acidente de trabalho.
  • Estradas foram fechadas no norte da Suécia devido às condições climáticas.
  • Um carro de polícia perseguiu um suspeito bêbado no centro de Estocolmo.

Será que Trump se referia a outra coisa?

No domingo, Trump escreveu um tuíte para esclarecer que seu comentário se referia a uma reportagem, veiculada em um programa do canal americano Fox News na sexta-feira à noite, sobre o suposto aumento da violência na Suécia por causa da entrada maciça de imigrantes no país desde 2013.


Tuíte de Donald TrumpDireito de imagemTWITTER
Image caption'Minha declaração sobre o que está acontecendo na Suécia foi uma referência a uma história transmitida na @FoxNews sobre imigrantes e a Suécia", escreveu o presidente no Twitter.

Na reportagem, há uma entrevista com a produtora do documentário, Ami Horowitz, que diz: "Houve um aumento da violência armada e do número de estupros na Suécia desde que começou a política de portas abertas".
É sabido que a Fox News é um dos canais de TV a cabo favoritos de Trump.

Qual é a política de refugiados na Suécia?

A Suécia, com uma população de 9,5 milhões de habitantes, recebeu quase 200 mil refugiados e imigrantes nos últimos anos, maior número per capita que qualque outro país europeu.
O país observou um substancial aumento nas solicitações de asilo em 2015, e mais de 160 mil pessoas entraram no país esse ano. Com isso, houve sinais de tensão no país, como ataques isolados contra imigrantes e manifestações pró e contra a entrada de refugiados.
Em janeiro de 2016, o assassinato de uma mulher de 22 anos por um solicitante de asilo no centro em que ela trabalhava pressionou ainda mais o governo para reavaliar o tratamento dado a refugiados.
Houve uma queda no número da entrada de imigrantes no ano passado depois que o país endureceu a concessão de asilo e passou a oferecer incentivos financeiros a imigrantes que voltassem voluntariamente a seu país de origem.


Welcome refugeesDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionA Suécia é o país que recebeu mais refugiados proporcionalmente ao tamanho de sua população

A Suécia é considerada um país seguro. As estatísticas preliminares da pesquisa nacional sobre criminalidade mostram apenas um aumento marginal na taxas de violência em 2016 com relação ao ano anterior.
Fraudes e crimes menores contra indivíduos aumentaram, mas delitos envolvendo drogas e roubos diminuíram.
As denúncias de estupro aumentaram 13%, ainda que este índice ainda seja inferior ao registrado em 2014 (6.700), segundo informações do site The Local.

E os ataques terroristas?

Oficialmente, não há ataques terroristas na Suécia desde a introdução, em 2013, da política de portas abertas do país.
"A verdadeira mensagem sueca: 200 mil refugiados, sem ataques terroristas", disse o historiador britânico Simon Schama.


Tuíte de Simon Shama
Image caption'A verdadeira mensagem sueca: 200 mil refugiados, sem ataques terroristas', disse o historiador britânico Simon Schama.

Em 2010, duas bombas foram detonadas no centro de Estocolmo, matando o responsável pelo ataque, um homem sueco nascido no Iraque, e ferindo outros dois, no que a polícia descreveu como ataque terrorista.
Em outubro de 2015, um homem mascarado, supostamente simpatizante da extrema-direita, matou um professor e um aluno com uma espada.
Por outro lado, acredita-se que a Suécia tenha o maior número de combatentes do Estado Islâmico per capita da Europa. Cerca de 140 dos 300 que foram à Síria e Iraque retornaram, e o país estuda e melhor forma de reintegrá-los à sociedade.
Fonte:BBC.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Cresce número de pessoas que deixam de rebocar a parede para comprar iPhone


Pode parecer hilário, mas é hilário sim. Uma pesquisa feita por uma ONG que estuda as selfies tiradas de aparelhos da Apple -- ou seja, tiradas de iPhone -- aponta que parte da população prefere comprar um aparelho iPhone a ter que rebocar a parede da casa. 


Segundo o pesquisador, os sacos de cimento ficam para trás por uma questão de status da nova sociedade. “A pessoa se sente mais bonita fazendo selfie com iPhone, mesmo com a parede sem reboco, do que com usando outro aparelho celular com a parede rebocada e pintada”, disse. 

Este número tende a aumentar ainda mais, uma vez que o dinheiro está curto e a crise está brava e as parcelas do iPhone consomem todo o limite do cartão de crédito. 
Fonte:G1.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Tarde de domingo com desfile do Frango da Madrugada no Carnaval Levino Ferreira em Bom Jardim

Carnaval 2017.
Feijoada no início da tarde. Desfile:16 horas. Local de saída: Club Varonil.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Bloco da Melhor Idade no Carnaval Levino Ferreira 2017

Grupo da "Melhor Idade" desfilou nas ruas de Bom Jardim-PE, neste sábado de prévias. O bloco saiu da Rua Manoel Augusto em direção ao Baile Municipal. 

Fotos de Lucas Cabral.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Carnaval Levino Ferreira 2017: Começa Baile Municipal


Foto: Edjane Clementino.
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CARNAVAL LEVINO FERREIRA 2017: TROÇA QUERO UMA MULHER FAZ A FESTA NAS RUAS DE BOM JARDIM

Fotos:Lucas Cabral/ Edgar Santos.

Na noite do sábado 18 de fevereiro 2017, desfilou pelas principais ruas da cidade  a Troça "Quero uma Mulher"  organizada pelo Músico Lúcio Sócrates, Klebson Barbosa e família com muita animação, frevo no pé,  e  músicas lindas  sendo cantadas para festejar o início do carnaval de Bom  Jardim, "Terra "  do  "Mestre Vivo" Levino Ferreira, um dos maiores compositores de frevo da humanidade. Este ano, em especial, as mulheres foram homenageadas pelos organizadores. A Troça Quero uma  Mulher foi criada no início da década de 1940.  Em 2015 voltou a fazer parte de nosso carnaval.


Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Justiça no Brasil. Ministro determina arquivamento de inquérito contra senador Fernando Collor



Senador Fernando Collor (PTB-AL)
Senador Fernando Collor (PTB-AL)Foto: Marcos Oliveira/ Agência Senado
O Inquérito (INQ) 4250, um dos processos oriundos da chamada Operação Lava Jato que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o senador Fernando Collor de Mello (PTC/AL), foi arquivado por determinação do ministro Edson Fachin. A decisão do relator acolheu pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, segundo o qual não existem elementos probatórios mínimos para o prosseguimento das investigação.

Neste inquérito, o senador era investigado pelo suposto envolvimento em esquema criminoso de corrupção de agentes públicos e lavagem de dinheiro relacionado à Petrobras Distribuidora S/A. De acordo com o procurador-geral, não foram levantados elementos suficientes para fundamentar a continuidade do inquérito e a consequente propositura de ação penal. “Seria temerário o oferecimento de uma denúncia com base apenas em declarações de um colaborador, principalmente em hipóteses como a dos autos, em que os elementos de prova reunidos parecem infirmar as genéricas palavras de tal agente”.

Atribuição
“À exceção das hipóteses em que o procurador-geral da República formula pedido de arquivamento de Inquérito sob o fundamento da atipicidade da conduta ou da extinção da punibilidade, é pacífico o entendimento jurisprudencial desta Corte considerando obrigatório o deferimento da pretensão, independentemente da análise das razões invocadas. Trata-se de decorrência da atribuição constitucional ao procurador-geral da República da titularidade exclusiva da opinio delicti a ser apresentada perante o STF”, salientou o relator.

O ministro ressaltou, contudo, que o arquivamento deferido com base na ausência de provas suficientes não impede o prosseguimento das investigações caso futuramente surjam novas evidências.

Foi determinada, na decisão, o envio de cópia digital dos autos à 13ª Vara Federal de Curitiba, Seção Judiciária do Estado do Paraná, a fim que se adote as providências necessárias e cabíveis com relação aos demais envolvidos, não detentores de foro por prerrogativa de função no Supremo.
Fonte: Folha de Pernambuco.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

O mundo freudiano

Desfaça a alegria fabricada e a insensatez
dos juízes ensandecidos.
Descobra o manto que escondeu o tempo
e a vida que se foi para o abismo.
O mundo se perde no pequeno caos da arrogância,
deixa-se levar pelas formas das mercadorias.
Não grite por ninguém,  apague a luz da lâmpada azul
e espere os anjos que estão voltando do paraíso.
No quarto estreito Freud arma seu divã cinza,
há padecimentos e tonturas no corpo que envelhece.

FONTE:astuciadeulisses
Professor Edgar Bom Jardim - PE

O misterioso assassinato de Kim Jong-nam, meio-irmão e 'rival' do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un


Kim Jong-namDireito de imagemAFP
Image captionKim Jong-nam foi atacado quando esperava voo para Macau, na China

O assassinato de Kim Jong-nam, meio-irmão do líder norte-coreano, Kim Jong-un, no aeroporto de Kuala Lumpur, na Malásia, não só teve contornos de um filme de Hollywood, como também instigou a curiosidade sobre quem ele era.
Kim Jong-nam esperava um voo para Macau, na China, na segunda-feira, quando uma mulher cobriu seu rosto com um pano que queimou seus olhos. A morte foi decretada horas depois, informaram autoridades malaias.
Nesta quinta-feira, uma segunda mulher foi presa por suspeita de envolvimento na morte. Ela foi identificada pelas câmeras de segurança do aeroporto e viajava com um passaporte da Indonésia.
Na manhã de terça-feira, outra mulher também já havia sido presa. Ela foi identificada como a vietnamita Doan Thi Huong, de 28 anos, e deve comparecer a uma audiência no tribunal.
Kim Jong-nam usava um passaporte com um nome diferente na ocasião.
O filho mais velho do ex-líder norte-coreano Kim Jong-il, morto em 2011, teria fugido da Coreia do Norte depois de ter sido preterido em detrimento do irmão, Kim Jong-un, que acabou assumindo o poder.
A forma como o ataque aconteceu ainda está cercada de mistérios. O policial malaio Fadzil Ahmat afirmou ao jornal local The Star que Kim havia alertado uma recepcionista dizendo que "alguém o teria agarrado por trás e borrifado um líquido em seu rosto".
Mas, em entrevista à agência de notícia Bernama, o mesmo policial mudou sua versão dos acontecimentos. Ele disse que uma mulher teria agarrado Kim por trás e "coberto seu rosto com um pano embebido em uma substância".
Relatos iniciais indicavam que ele havia sido atacado com um spray ou com uma agulha.
Os olhos de Kim "sofreram queimaduras como resultado da substância", informou Ahmat à Bernama. A vítima morreu a caminho do hospital, na cidade de Putrajaya.
"Por enquanto, não há suspeitos, mas começamos as investigações e estamos analisando as possibilidades para colher pistas", disse o policial à agência de notícias Reuters.
A notícia sobre a morte de Kim só foi divulgada um dia depois, na terça-feira. A autópsia do corpo deve ocorrer nesta quarta-feira.
Kim Jong-nam nasceu no dia 10 de maio de 1971. Ele tinha 45 anos.

Kim Jong-namDireito de imagemAFP
Image captionKim Jong-nam tornou-se um crítico do regime norte-coreano

Não foi a primeira vez que Kim viajava com uma identidade diferente da sua. Em 2001, ele foi flagrado tentando entrar no Japão com um passaporte falso. Segundo as autoridades, Kim planejava visitar a Disneylândia de Tóquio.
O episódio teria sido o estopim para que ele caísse em desgraça.
Ignorado em detrimento de seu irmão mais novo na sucessão de seu pai em 2011, Kim Jong-nam mantinha um perfil discreto, passando a maior parte do tempo em Macau, na China e em Cingapura.
Ele seria um entusiasta das máquinas caça-níqueis de Macau, um território chinês famoso pelos jogos de azar.
Também já teria sido alvo de tentativas de assassinato no passado.
Um espião norte-coreano preso na Coreia do Sul em 2012 admitiu que tentou simular um acidente de trânsito do qual Kim Jong-nam seria potencialmente a vítima. Mas o plano não deu certo.
A Coreia do Norte é conhecida por enviar agentes secretos para realizar assassinatos, ataques e sequestros.

Kim Jong-namDireito de imagemAFP
Image captionKim Jong-nam foi preterido em detrimento do irmão, Kim Jong-un

Biografia

Kim era filho de Kim Jong-il com uma de suas amantes, a atriz norte-coreana Sung Hae-rim, cujos pais, intelectuais sul-coreanos, emigraram para a Coreia do Norte durante a Guerra da Coreia.
Ela era casada quando conheceu o então líder norte-coreano, e o relacionamento não contava com a aprovação de Kim Il-sung, pai de Kim Jong-il.
Naquela época, Kim Jong-il era o favorito para suceder o pai e, na conservadora sociedade norte-coreana, a notícia de que ele teria tido um filho bastardo poderia minar suas ambições.
Por causa disso, Kim Jong-nam foi isolado e cresceu em segredo em uma mansão na região central de Pyongyang.
Como sua mãe, morta em 2002, sofria de problemas físicos e mentais, o que lhe exigia buscar tratamento fora da Coreia do Norte, ele acabou crescendo com sua avó materna e sua tia, Song Hye-rang.
Em seu livro de memórias, Song, que fugiu do país nos anos 90 e vive hoje escondida na Europa, disse que Kim Jong-il era apaixonado pelo filho e sentia pena de estar longe dele.
Assim como seus irmãos, ele foi enviado para estudar em uma escola internacional na Suíça. Também morou na Rússia. Durante os dez anos em que viveu na Europa, aprendeu inglês e francês. No fim da década de 80, teria retornado a Pyongyang.
Sua exposição ao mundo exterior e sua falta de entusiasmo com o relativo isolamento da capital norte-coreana fizeram com que ele questionasse o sistema econômico e político da Coreia do Norte.

Kim Jong-NamDireito de imagemAFP
Image captionKim Jong-Nam em foto de infância com a avó materna, em janeiro de 1975

Em determinado momento, Kim Jong-il ficou tão frustado com o filho que ameaçou enviá-lo a um campo de prisioneiros políticos para trabalhar em uma mina de carvão.
Mas, em vez de ser encarcerado, Kim Jong-nam passou seus vinte anos lutando contra as demandas de seu pai e suas expectativas irrealistas.
Por causa disso, Kim nunca foi considerado um candidato viável à sua sucessão, mas chegou a integrar o governo norte-coreano. Ele teria uma posição de comando no aparato de segurança interna do regime e também nas operações de troca de divisas fora do país.
Durante a Marcha Árdua na década de 90, quando milhares de cidadãos norte-coreanos morreram de fome, Kim participou de auditorias nas quais funcionários do Partido Comunista revisaram as finanças e as práticas de negócios das fábricas estatais.
Depois dessas análises, ele teria testemunhado execuções públicas de diretores das fábricas, acusados de roubar dinheiro público.
Tudo isso teria contribuído para aumentar a desilusão de Kim sobre o país no qual nasceu e sobre o sistema político que seu pai e seu avô comandavam.
Ele casou-se no fim dos anos 80 e teve vários filhos. Nos anos 2000, passou a morar fora da Coreia do Norte, fixando residência em Macau e em Pequim.
Ainda assim, Kim seria responsável por administrar algumas das supostas contas dafamília no exterior (que totalizariam bilhões de dólares). Ele também estaria envolvido em alguns dos negócios ilícitos do país.
Mas foi em 2010 que Kim Jong-nam quebrou definitivamente o silêncio, em uma entrevista a um jornal japonês, na qual criticou o controle da Coreia do Norte por sua família e afirmou que seu irmão, Kim Jong-un, carecia de qualidades de liderança.
Na ocasião, Kim afirmou que o país entraria em colapso sem uma reforma, mas, caso fosse implementada, ela colocaria fim à dinastia familiar. Nesse contexto, acrescentou ele, seu irmão seria nada mais do que um "fantoche", controlado pela elite dominante do país.
Um dos filhos de Kim, Kim Han-sol, que nasceu em Pyongyang em 1995, mas nunca conheceu o avô, endossou a crítica feita pelo pai.
"Meu pai nunca se interessou por política", afirmou ele à ex-sub-secretária das Nações Unidas Elisabeth Rehn em uma entrevista a uma rede de TV da Finlândia em 2012.

Kim Jong-nam e o pai, Kim Jong-ilDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionKim Jong-nam posa com o pai, Kim Jong-il

Rivalidade

Segundo Michael Madden, especialista em Coreia do Norte e professor-visitante da Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, a rivalidade entre os meio-irmãos foi alimentada especialmente pela mãe de Kim Jong-un, Ko Yong-hui.
No fim da década de 70, quando Jong-nam deixou o país para estudar fora, Kim Jong-il começou um relacionamento com Ko, uma dançarina japonesa de etnia coreana que trabalhava para uma prestigada trupe de dança.
Com ela, Kim Jong-il teve três filhos, entre eles, Kim Jong-un, que atualmente governa o país.
Mas, diferentemente de outras mulheres ou amantes de Kim Jong-il, Ko tomou gosto pelas intrigas palacianas, e tornou-se íntima dos principais conselheiros e generais próximos ao marido.
Quando Kim Jong-nam voltou da temporada de estudo no exterior, no fim da década de 80, já havia rumores de que Ko estava posicionando seu filho (Kim Jong-un) como o sucessor de Kim Jong-il, apesar desse tipo de discussão ser proibida na Coreia do Norte e poder ser punida com a morte.
Mas, durante o fim da década de 90 e o início dos anos 2000, Ko tornou-se a primeira-dama de fato do país, acompanhando seu marido em inspeções militares e em eventos com funcionários do alto escalão.
Na avaliação de Madden, isso pavimentou o caminho para que o filho dela, Kim Jong-un, ou seu irmão mais velho, Kim Jong-chol, se tornassem herdeiros naturais do pai.
Quando Kim Jong-nam foi flagrado viajando com um passaporte falso no Japão, Ko utilizou-se internamente desse episódio para reforçar que um de seus filhos sucedesse o líder norte-coreano.
Foi a partir daí que, segundo o especialista, a rivalidade entre os meio-irmãos aumentou exponencialmente.

Funcionários de IML na MalásiaDireito de imagemAP
Image captionNecrópsia de corpo que seria de Kim Jong-nam será realizado nesta quarta-feira

Ordem do assassinato

A morte de Kim Jong-nam ainda está sendo investigada. O principal suspeito seria Kim Jong-un.
Mas para Madden, o assassinato não serviria aos interesses políticos do líder norte-coreano.
Uma eventual ordem para matá-lo acabaria por desgastar ainda mais a imagem internacional de Kim Jong-un: ele é acusado de impor um "reino de terror" na Coreia do Norte e sua saúde mental já foi colocada em xeque.
Neste sentido, Madden afirma que o assassinato só aumentaria ainda mais os rumores sobre a figura do líder norte-coreano, "satisfazendo" a rival Coreia do Sul.
"Kim Jong-nam não era uma ameaça ou um rival crível à liderança de Kim Jong-un. Ele nunca teve interesse em governar a Coreia do Norte", diz Madden.
"Além disso, morando fora do país por tanto tempo, Kim Jong-nam não tinha condição de formar uma base de poder entre as elites norte-coreanas".
Madden lembra que Kim Jong-nam também era muito próximo das elites chinesas e viveu sob proteção das autoridades daquele país durante muito tempo.
Nos últimos meses, Pyongyang vinha tentando fortalecer os laços com Pequim, seu maior aliado e seu principal parceiro comercial.
"A menos que a utilidade de Jong-nam dentro do governo chinês tenha acabado, não seria do interesse geopolítico de Kim Jong-un assassinar seu meio-irmão", opina.
No entanto, ressalva Madden, Kim Jong-nam era visto pelas elites da Coreia do Norte como uma espécie de "neto da nação".
"Essas elites eram muito próximas de Kim Il-sung. Elas conheciam a história pessoal de Kim Jong-nam, os bastidores, e assim ele era tratado com um carinho especial pelos maiores heróis do país", diz.
"Esse carinho e essa relação não necessariamente formariam a base doméstica para apoio político, mas teria sido útil caso Kim Jong-nam quisesse se apresentar como uma alternativa a Kim Jong-un", acrescenta.
BBC.
Professor Edgar Bom Jardim - PE