quinta-feira, 6 de junho de 2013

Clima tenso na #RevoltadoBusão no RN

Magnus Delgado diz que força deve ser usada para evitar bloqueio de BR.
Novo ato da #RevoltadoBusão está marcada para a noite desta quinta (6).

Do G1 RN
Manifestantes se concentram nas proximidades de shopping em Natal nesta quinta (6) (Foto: Felipe Gibson)Manifestantes se concentram nas proximidades de shopping em Natal nesta quinta (6) (Foto: Felipe Gibson)
O juiz federal Magnus Augusto Costa Delgado determinou que as Polícias Rodoviária Federal e Militar do Rio Grande do Norte reforcem o policiamento no ato da #RevoltadoBusão marcada para o início da noite desta quinta-feira (6). Pela decisão, as polícias estão autorizadas a usar a tropa de choque para evitar que as vias principais ou as vias marginais da BR-101 na entrada de Natal sejam bloqueadas e que o fluxo de veículos seja interrompido.
O comandante da Polícia Militar, coronel Francisco Araújo, informou que a decisão judicial será cumprida. "Vamos reforçar o policiamento na localidade marcada para garantir o direito constitucional de ir e vir da população potiguar, a fim de preservar a ordem pública em Natal".
O ato desta quinta foi organizado pelo Facebook. Na página fechada que a #RevoltadoBusão mantém na rede social, foi possível checar que até a segunda-feira (3) mais de 1.400 pessoas já confirmaram participação no protesto.
Os manifestantes vão discutir o posicionamento do movimento em relação à redução de 10 centavos na passagem de ônibus. Na pauta de reivindicações, o movimento exige gratuidade no transporte público.

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quarta-feira, 5 de junho de 2013

Campanha de vacinação contra pólio


Governo vai oferecer 19,4 milhões de doses em 115 mil postos de saúde.
Ação será realizada em todos os estados entre os dias 8 e 21 de junho.

 G1

Cartaz da campanha (Foto: Ministério da Saúde/Divulgação)Cartaz da campanha nacional de vacinação contra
poliomielite (Foto: Ministério da Saúde/Divulgação)
O Ministério da saúde anunciou nesta terça-feira (4), em Brasília, que pretende vacinar 12,2 milhões de crianças na 34ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomelite, que acontece entre os dias 8 e 21 de junho em todos os estados brasileiros e o Distrito Federal.
A meta do ministério corresponde a 95% do público-alvo, que é de 12,9 milhões de crianças entre 6 meses e (menores de) 5 anos de idade. No ano passado, foram vacinadas mais de 14 milhões de menores nessa faixa etária.
Para a ação, serão distribuídas 19,4 milhões de doses da vacina oral em 115 mil postos do país. Ao todo, foram investidos R$ 32,3 milhões na campanha, dos quais R$ 13,7 milhões foram destinados para a aquisição das doses.
"Em muitos países do mundo, ainda circula o vírus da paralisia infantil. Por isso, é muito importante manter as nossas crianças protegidas do vírus. O (fato de o) Brasil atingir mais uma vez essa meta reforçará o nosso papel de liderar, no mundo inteiro, a campanha para erradicação da poliomelite", destacou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Este ano, assim como em 2012, crianças de 2 meses e 4 meses serão vacinadas com a dose injetável, considerada mais segura e eficaz pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O Brasil não tem registros de paralisia infantil há 24 anos, O último caso notificado foi em 1989, na Paraíba
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"Mancomunado" exibe desenhos de Raoni Assis em Olinda

Artista plástico exibe trabalhos feitos ao longo de todo o ano passado.
Desenhos e pinturas mostram sua visão sobre o mundo e o humano. 

Desenho do artista Raoni Assis, na exposição "Mancomunado", em Olinda (Foto: Divulgação / Raoni Assis)Desenho do artista Raoni Assis, na exposição
"Mancomunado", em Olinda (Foto: Divulgação /
Raoni Assis)
Com a reunião de cerca de 30 pinturas e desenhos produzidos ao longo do ano passado, o artista Raoni Assis abriu a exposição "Mancomunado", disponível para visitação do público até o dia 30 deste mês, das 16h às 21h, na galeria A Casa do Cachorro Preto, em Olinda, Grande Recife.
Ao G1, Raoni contou que resolveu reunir seu trabalho para sua segunda exposição realizada no local, que ele abriu junto com amigos e familiares em 2012. "A abertura d'A Casa do Cachorro Preto foi com uma exposição minha, e agora eu fiz um 'mancomunado' do que eu tinha desenhando durante o ano, e tem muito dessa história de desenhar como forma de comunicação", disse.
A estreia da exposição aconteceu no último domingo (2), e o desenhista ficou surpreso com a calorosa recepção do público ao seu trabalho. "Eu achei que não iria dar ninguém e lotou, foi impressionante, tinha gente até na rua. O pessoal gostou, pelo menos foi o que me disseram", comentou.
Raoni aplica várias técnicas de desenho e pintura, com o uso de papel e materiais como madeira e acetato. "Uso tudo: aquarela, lápis, nanquim, grafite, caneta esferográfica, hidrocor." Publicitário "só de formação", como faz questão de frisar, já que nunca quis trabalhar na área, o artista mostra na exposição sua visão sobre o mundo e a cultura que o cerca, destacando o ser humano, seus anseios e suas aspirações.
Artista Raoni Assis expõe desenhos em Olinda (Foto: Divulgação / Jedson Nobre)Artista Raoni Assis expõe desenhos em Olinda (Foto: Divulgação / Jedson Nobre)
Serviço
Exposição "Mancomunado", de Raoni Assis
De quinta a domingo, das 16h às 21h, até 30 de junho
Casa do Cachorro Preto
Rua 13 de maio, 99, Cidade Alta, Olinda - PE
Entrada franca

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segunda-feira, 3 de junho de 2013

Beijoqueira - A Planta

Pode confessar! Depois de dar uma espiadinha na imagem acima, você imediatamente se lembrou de várias celebridades famosas por seus enormes bocões, não é mesmo? Mas, embora pareça brincadeira, a planta da figura é real, sendo nativa de florestas tropicais da América Central e do Sul.
Fonte da imagem: Reprodução/Avax News
A Psychotria elata, carinhosamente conhecida como “beijoqueira” e “lábios quentes”, faz parte de um gênero que contém cerca de 1.900 espécies e pode ser encontrada principalmente em países como Panamá, Equador, Costa Rica, Guatemala e Colômbia. A plantinha provavelmente desenvolveu esses incríveis lábios carnudos para atrair polinizadores como beija-flores e borboletas, mas só ficam com esse formato curioso por um curto período.
Fonte da imagem: Reprodução/Avax News
Depois de um tempo fazendo biquinho, os “lábios” se entreabrem e revelam belas flores, perdendo a sua semelhança com bocões. E foi pensando nesse aspecto bizarro da plantinha que o pessoal do site Mundo Gump publicou algumas fotos de pessoas com lábios que parecem ter sido inspirados na P. elata. Confira a seguir e conte para a gente nos comentários se você se lembrou de mais alguém:

1 – Mick

Fonte da imagem: Reprodução/Mundo Gump 2 – Angelina

Fonte da imagem: Reprodução/IMDb

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Pernambucana é eleita presidente da UNE



 (UNE/ Divulgação)

De personalidade afável, porém forte, óculos e sotaque marcantes, a pernambucana de Garanhuns, terra do ex-presidente Lula, Virgínia Barros, de 27 anos, foi eleita a nova presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) neste domingo (2) para o biênio 2013-2015. Formada em direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Virgínia, também conhecida como Vic, é atualmente estudante do curso de letras da Universidade de São Paulo (USP). Antes de conquistar o posto de maior representante estudantil do país, ela foi presidente da União dos Estudantes de Pernambuco (UEP) no ano de 2009.
Filiada ao PCdoB, que comanda a entidade desde 1991, Virgínia é torcedora do Sport Recife e tem, na sua lista de admiradores políticos dois pernambucanos, o ex-governador Miguel Arraes (PSB) e o ex-presidente Lula (PT). A estudante representa sete milhões de estudantes universitários do Brasil, sendo a quinta mulher a ocupar o cargo. Entre os presidentes da entidade que já tem 75 anos de existência, se destacam personalidades como o ministro Aldo Rebelo, também do PCdoB, o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) e o senador petista Lindbergh Farias.
No Congresso que a elegeu na cidade de Goiânia, no estado de Goiás, ontem, Virgínia centrou fogo contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Disse que a gestão é “inconsequente e omissa” na fiscalização da qualidade do ensino superior privado. “A entrada de capital estrangeiro é preocupante, e não há regulação sobre padrões mínimos de qualidade nas faculdades privadas”, diz a aluna de letras ao jornal Folha de S. Paulo desta segunda-feira (3). A estudante também rebateu as críticas de governismo da entidade e o possível afastamento da UNE da vida real dos estudantes.
Virgínia define a gestão de Dilma como “contraditória”, pela “política econômica conservadora”, e destina o mesmo adjetivo ao governo Eduardo Campos (PSB), por pendências na saúde e na educação básica. Neutra no primeiro turno e pró-Dilma no segundo turno de 2010, a UNE, afirma ela, ainda não discutiu 2014, mas vê uma eventual postulação dissidente como “legítima”. O pernambucano, neto do ex-governador Miguel Arraes, é descrito pela nova presidente da UNE como “grande governador” que “ainda vai contribuir muito para o Brasil”.
Críticas a Marina Silva
A nova presidente da UNE também não poupa críticas nas redes sociais. Em publicações recentes, disse que há caos no metrô de São Paulo e que o “pós-modernismo” de Marina Silva, que tenta fundar o Rede Sustentabilidade, “dá enjoo”. Para ela, o papa Francisco I, apesar do carisma e possíveis “reformas nos gastos” da Santa Sé, é “reacionário”.
A presidente assume a entidade levantando a bandeira dos 10% do PIB para a educação, principal luta da UNE. A pauta pode ser conquistada em sua gestão dependendo da mobilização e cobrança dos estudantes no processo do tramitação do Plano Nacional de Educação (PNE) no Congresso Nacional. Estão diretamente vinculadas, também, as lutas por 100% dos royalties do Petróleo e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a educação.
Feminista e contrária ao conservadorismo na sociedade e na universidade, espera ampliar na UNE os encontros de estudantes negros, de mulheres e da diversidade sexual. Militante da União da Juventude Socialista (UJS), acredita que o Brasil pode avançar no debate sobre as drogas, espera denunciar o extermínio dos jovens negros e pobres, assim como lutar pela democratização dos meios de comunicação do país.
Com informações da UNE e do jornal Folha de S. Paulo/DP


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De quem é esta cidade? De quem é este lugar?

Política

De quem é esta cidade? De quem é este lugar?

Pernambuco

Grupo Direitos Urbanos | Recife usa a Lei de Acesso à Informação como ferramenta para debater o impacto de obras privadas e decisões do poder público sobre a cidade
Por Patrícia Cornils
por Patrícia Cornils — Carta Capital


#Ocupe Estelita +1: ato no Cais José Estelita, dia 28 de abril de 2013, para celebrar um ano de atuação do DU contra o projeto Novo Recife.
Em março de 2012, um grupo de pessoas que compareceu a uma audiência pública sobre o projeto Novo Recife – um megaempreendimento para construir 13 torres no Cais José Estelita, uma área que liga a Zona Sul ao Centro histórico da cidade do Recife – decidiu formar uma comunidade no Facebook para debater as intervenções imobiliárias na cidade. Desejavam, eles próprios, se tornar uma força de intervenção, porque consideravam que o projeto teria um impacto negativo sobre a cidade. Elaborado somente de acordo com interesses dos empreendedores, poderia repetir erros de urbanização em uma área vital do Recife, agravando problemas de mobilidadena já congestionada ligação com o bairro de Boa Viagem, isolando ainda mais áreas degradadas, destruindo a identidade histórica do Centro e segregando ainda os usuários populares do bairro de São José.
O grupo se chama Direitos Urbanos | Recife (DU) e chegou, na semana passada, a 10 mil participantes. Por conta do Direitos Urbanos, o debate sobre o espaço urbano do Recife se tornou, de fato, público. É acompanhado por no mínimo dez mil pares de olhos atentos. E é um debate mais amplo do que a discussão sobre um empreendimento específico. O DU discute, na verdade, como, para que e para quem se constrói uma cidade.
Quem quiser saber mais sobre a história do grupo e sobre o que estão fazendo, veja a entrevista de Leonardo Cisneiros, um de seus primeiros participantes, aqui. Vale a pena. O Caixa Preta, no entanto,  é um blog sobre como abrir a caixa preta das informações públicas. Então, vou contar aqui o pedaço da história que tem a ver com isso. Que também é bem bacana, para quem quiser pensar sobre como interferir nas decisões sobre sua própria cidade.
Desde outubro de 2012, ativistas do DU fizeram onze pedidos de acesso à informação, tanto à Prefeitura do Recife quanto ao governo do estado de Pernambuco. Alguns foram respondidos satisfatoriamente, outros não foram respondidos. E em um deles o poder público decidiu que a informação solicitada pelo movimento – sobre impactos na vizinhança de um conjunto de quatro viadutos - era sigilosa.
Funciona!
O primeiro pedido foi para a Secretaria de Controle, Desenvolvimento Urbano e Obras da Prefeitura, e era assim: “Gostaria de ter acesso a uma lista com (1) todos os empreendimentos de impacto aprovadas nesta gestão e (2) as mitigações e condicionantes exigidos de cada um deles.” Ele foi feito no dia 4 de outubro e respondido 59 dias depois (fora do prazo da Lei de Acesso, que é de 20 dias), em 3 de dezembro. As “mitigações” são medidas para atenuar impactos de um empreendimento. E as “condicionantes” são as condições que um empreendedor tem que cumprir para realizar determinada obra. Essas medidas são previstas em lei e precisam ser conhecidas, para que se saiba se são proporcionais aos impactos causados pelas obras, para que se fiscalize seu cumprimento, para que fique transparente o que a cidade está “trocando” por o que.
O grupo queria ter uma ideia do valor das contrapartidas exigidas às empresas pelo impacto de suas obras na cidade e queria, também, enxergar os empreendimentos que haviam sido aprovados pela prefeitura. A tabela que receberam está aqui. Nela, pode-se ver que a Queiroz Galvão assumiu a obrigação de construir uma ciclovia ligando o Parque das Jaqueiras ao Parque das Tamarineiras. Ou que os construtores do Shopping Beira Mar se comprometeram a doar ao município um terreno com 13 mil metros quadrados, no bairro Pina, para a construção de um conjunto habitacional. Ou que em um projeto de supermercado na Rui Barbosa, uma das avenidas mais engarrafadas da cidade, a mitigação é consertar as calçadas. O que, por sinal, já é obrigação do dono do imóvel correspondente.
Este pedido tem dois detalhes importantes. Primeiro, só foi feito porque a prefeitura criou um SIC, um Serviço de Informação ao Cidadão, para receber, pela internet, as solicitações de informação. O SIC está previsto na Lei de Acesso. Mas a maioria dos órgãos públicos ainda não criou um. O segundo detalhe é a reação de Leonardo Cisneiros à resposta: “Pensei 'pô, vamos ver se essa Lei de Acesso funciona'. Foi algo sem muita esperança, só para testar mesmo, porque eu não esperava nenhuma transparência da parte da gestão passada e até fiquei surpreso quando a resposta chegou (com atraso)”. Moral da história: é melhor fazer o pedido. E se surpreender com o resultado, se for positivo. Ou exigir o cumprimento da lei, se for negativo.
Viadutos estaiados
Mas a Lei de Acesso realmente funciona? O que aconteceu com o terceiro feito pelo Leonardo mostra que a resposta a esta pergunta não depende somente da lei federal mas também das leis que regulamentam, em cada estado e município, a sua aplicação. Em 21 de fevereiro, ele pediu à Secretaria das Cidades do governo de Pernambuco o seguinte: “1. Relatório do Estudos de Circulação para elaboração do projeto básico dos viadutos da Agamenon Magalhães; 2. Simulação de Tráfego para a elaboração do projeto básico dos viadutos da Agamenon Magalhães; 3. Localização das estações de BRT do Corredor Norte-Sul; 4. Estudo técnico ambiental para implementação dos Viadutos da Agamenon Magalhães; 5. Estudo de Impacto de Vizinhança para implementação dos Viadutos da Agamenon Magalhães”.
Pense em uma grande avenida em sua cidade, uma que ligue duas regiões. A Agamenon Magalhães liga a Zona Sul à Zona Norte da cidade e à Olinda, que fica na região metropolitana do Recife. O projeto do governo do estado, de construir um corredor Norte-Sul na cidade, incluía quatro viadutos. Estaiados, como está na moda. Era, diz Leonardo, “uma gambiarra voltada para o transporte motorizado, uma solução de curto prazo, mas caríssima, e que desconsiderava toda uma série de aspectos de uma cidade além da fluidez do carro. Eram um atentado contra o pedestre, contra o ciclista, uma destruição da vitalidade urbana do entorno em nome de uma lógica rodoviária. Isso ficou muito claro em vários bons textos e um grupo de arquitetos e engenheiros conseguiu convencer o governo de que o projeto seria uma cicatriz no meio da cidade”. Os viadutos não foram construídos.  “O governo teve que elaborar uma desculpa técnica para disfarçar o recuo (…) Então apresentaram essa versão de que os estudos de impacto tinham apontado os viadutos como a melhor solução, mas que os transtornos da fase de construção recomendavam o 'adiamento' do projeto.”
O que Leonardo queria era avaliar se os estudos realmente apontavam os viadutos com uma boa solução. E o que aconteceu? Ele recebeu, depois de dois recursos, um redondo “não”. A Secretaria das Cidades do Estado de Pernambuco considerou que os estudos de impacto eram uma informação sigilosa. Pode, Arnaldo? A Lei de Acesso não diz que a regra é a publicidade das informações? Diz. Mas estabelece também que o sigilo é possível, como exceção. Afirma que informações que coloquem em risco a segurança da sociedade e do Estado podem ser classificadas como sigilosas. Onde uma informação sobre o impacto da construção de viadutos coloca em risco a segurança da sociedade e do Estado?


Informações estratégicas
A lei que regulamentou a Lei de Acesso à Informação em Pernambuco (14.804/2012) determina que “são imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado, e, portanto, passíveis de classificação, as informações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam prejudicar ou causar risco a instalações ou áreas de interesse estratégico estadual”. Baseada nisso, a Secretaria das Cidades afirma, na resposta ao pedido de Leonardo, que “mobilidade urbana” é uma área de interesse estratégico. E informa que, além disso, o “Decreto Estadual nº 38.787, de 30/10/2012, proíbe o acesso de informações cuja divulgação prejudicaria ou tenderia a prejudicar a regular atuação de agentes públicos – no presente caso a Secretaria das Cidades na retomada da execução do Projeto quando oportuno”.
A secretaria vai mais longe e se torna, assim, explícita: “nossa intenção foi de evitar que o Estudo de Impacto de Vizinhança venha a se tornar 'massa de manobra', uma vez que a utilização de alguns de seus trechos de forma isolada e fora de todo o contexto do extenso relatório podem ser divulgados e publicados ao grande público sem qualquer espécie de critério, principalmente por oportunistas e pessoas sem outro interesse a não ser a sua própria promoção em detrimento ao bem estar e desenvolvimento social”.
Bom. Não há nada na Lei de Acesso nem em nenhum decreto sobre o que é uma informação “massa de manobra”. Fica a cargo do leitor entender – e podem me mandar sugestões sobre como interpretar isso. Fato: não se pode negar informações públicas com argumentos políticos, assim como não se pode ceder informações apenas a aliados. Existe uma lei para garantir o acesso de qualquer cidadão a informações públicas. Se as informações sobre “mobilidade urbana” forem consideradas estratégicas, para justificar a necessidade de sigilo, não se discutirá publicamente mais nenhum projeto de metrô, corredor de ônibus, ponte, viaduto, rua, ciclovia ou calçada nas cidades do país. Não faz nenhum sentido.
Informações proibidas
O Decreto Estadual 38.787/2012, que regulamentou a Lei de Acesso Estadual no âmbito do Poder Executivo de Pernambuco, cria uma categoria de informação que não existe na Lei de Acesso: a informação “proibida”. Antes de ler o parágrafo abaixo, onde reproduzirei o 2 do Artigo 3 do decreto pernambucano, pense o seguinte: a palavra “proibida” não é usada nenhuma vez na Lei de Acesso à Informação. Nenhuma, porque o objetivo da lei é regulamentar um direito – o direito de acesso  – e não o de blindar as informações públicas.
§ 2º É proibido o acesso à informação nas seguintes hipóteses:
I - cuja divulgação constitua quebra de confidencialidade prevista em ato, convênio, contrato ou outro instrumento jurídico congênere;
II - informações cuja divulgação é proibida por qualquer norma jurídica;
III - informações cuja divulgação prejudicaria ou tenderia a prejudicar as relações com outros entes da Federação ou órgãos nacionais e internacionais, ou que tenham sido fornecidas em sigilo por quaisquer desses;
IV - informações cuja divulgação prejudicaria ou tenderia a prejudicar os interesses econômicos e financeiros do Estado;
V - informações cuja divulgação prejudicaria ou tenderia a prejudicar a regular atuação de agentes públicos;
VI - informações privilegiadas do ponto de vista jurídico e econômico, cuja divulgação beneficiaria ou tenderia a beneficiar aquele que a detiver; e
VII - informações comerciais sigilosas cuja divulgação prejudicaria ou tenderia a prejudicar os legítimos interesses de quem as detém.”
Informações ultrassecretas
A prefeitura do Recife vai na mesma direção da blindagem de informações. Cria mecanismos para impedir o acesso a informações públicas. De regulamentar a Lei de Acesso contra os princípios da própria lei. O projeto de lei nº 09/2013, aprovado no dia 16 de maio na Câmara Municipal, disciplina o acesso à informação no município e prevê o sigilo de até 25 anos a informações consideradas pela prefeitura como “ultrassecretas”. Quem redigiu o texto cortou e colou o trecho da Lei de Acesso que prevê a classificação de documentos como “ultrassecretos”. E nem reparou que essa classificação só pode ser feita pelo presidente e pelo vice-presidente da República, por ministros de Estado e autoridades com a mesma prerrogativa, pelos comandantes da Marinha, do Exército, da Aeronáutica e pelos chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior. Que informação produzida por uma prefeitura, ainda que seja a prefeitura da gloriosa cidade do Recife, é da alçada dessas autoridades?
O direito de saber
Voltando ao Direitos Urbanos | Recife. Para Leonardo Cisneiros, a vantagem da Lei de Acesso é que ela permite que o trabalho de fiscalização, de controle da administração pública, seja feito colaborativamente. Que este trabalho seja distribuído, compartilhado, pelos cidadãos. Dez mil pares de olhos, lembra-se? Então, em Recife e em Pernambuco, o que acontece é que a sociedade civil se organiza, se qualifica e solicita informações para realizar uma discussão de qualidade, baseada em dados públicos, sobre o futuro da cidade. E o poder público escolhe a corrente contrária: tenta criar restrições que a Lei de Acesso, a nível nacional, não permitiria sequer imaginar.
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Sobre a autora: Patrícia Cornils é jornalista. Cobriu durante dez anos a área de telecomunicações, no Valor Econômico e outros veículos. Foi criadora da revista ARede, sobre o uso de tecnologias da informação e inclusão social. Atualmente escreve sobre projetos colaborativos na internet, cybercidadania, transparência pública. Foi colaboradora dos livros "Inclusão Digital, com a Palavra a Sociedade" e "Alencastro, o General das Telecomunicações”. Tem 46 anos, mora em São Paulo e é documentarista, eventualmente. Seu documentário "Querida Mãe" recebeu o prêmio de melhor curta-metragem no Festival É Tudo Verdade 2010. Faz parte da comunidade Transparência Hacker e trabalha no projeto Praças Digitais, da prefeitura de São Paulo.
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Pelos confins da Terra: Exposição “Gênesis” chega ao Rio



Depois de oito anos sem apresentar algo novo, Sebastião Salgado revela lugares quase inóspitos, que precisam ser preservados, em exposição no Jardim Botânico

Êxodos (1994-1999) quase privou o mundo do olhar preto e branco de Sebastião Salgado. A fuga de pessoas marcadas pela pobreza, repressão ou guerra de 40 países deixou o fotógrafo de Aimorés, Minas Gerais, devastado e sem vontade de gerar arte em cada clique. Mas há oitos anos, ele encontrou motivo para voltar a trabalhar e percorreu o planeta atrás de regiões remotas e preservadas do contato com o “homem urbano”. Nascia Genesis, mostra fotográfica que pode ser vista a partir de hoje no Museu do Meio Ambiente do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. A exposição tem curadoria de Lélia Wanick Salgado, mulher de Sebastião.

“Nos anos 90, terminei Êxodos muito marcado pela brutalidade do que eu vi. Terminei mal psicologicamente, fisicamente. Não tinha condições de fotografar mais. Coincidentemente, foi num momento em que meus pais, que estavam velhinhos, resolveram transferir uma fazenda em que a gente cresceu para mim. Quando era menino, essa fazenda era o paraíso. Tinha mais de 50% de Mata Atlântica. Quando recebi essa terra, ela estava tão doente quanto eu estava doente. Essa terra estava morta como todo o Vale do Rio Doce. Para a gente construir esse Brasil incrível, moderno e sofisticado de hoje, nós destruímos tudo. Destruímos 93% de nossa Mata Atlântica. Quando pegamos essa fazenda, a gente não sabia o que fazer e a Lélia teve uma ideia fantástica. Ela falou ‘por que a gente não replanta a floresta?’. Para recuperar a terra, a gente precisava de 2 milhões e 500 mil árvores de mais de 300 espécies diferentes. Aceitamos o desafio e a Vale trabalhou com a gente desde o início. A Natura e o Fundo Brasileiro da Biodiversidade do Rio de Janeiro também entraram no projeto. No final do ano passado, chegamos a 2 milhões de árvores. Estamos recuperando um ecossistema fabuloso. Temos onças, mais de 70 espécies de pássaros, toda linha de mamíferos. Na construção desse projeto nasceu a ideia do Genesis”, conta Sebastião Salgado.
A partir de 4 de janeiro de 2004, o mineiro, que hoje vive em Paris, França, deu início a sua aventura em Galápagos. Foram mais de 30 viagens, que envolveram aviões de pequeno porte, helicópteros, barcos, canoas e longas caminhadas.
“Quis começar em Galápagos para tentar ver se eu compreendia um pouco do que Darwin compreendeu. Lá que ele terminou toda a Teoria da Evolução das Espécies. E deu para compreender e ver a diferença da mesma espécie evoluindo em ecossistemas diferentes. Encontrei, por exemplo, tartarugas que tinham o pescoço de 20 centímetros e tartarugas da mesma espécie com 4 metros de comprimento, porque a comida era muito alta em determinadas ilhas e elas foram obrigadas a se adaptar”, explica o fotógrafo.
O projeto Genesis foi dividido em regiões distintas do mundo: Planeta Sul (Antártica, Sul da Georgia, as Falklands/Malvinas, o arquipélago Diego Ramirez e as Ilhas Sandwich); Santuários (Ilhas Galápagos, Nova Guiné e Irian Jaya, os Mentawai da Ilha Siberut e Madagascar); África (Delta de Okavango, Botswana, gorilas do Parque Virunga, na divisa de Ruanda, Congo,Uganda, Namibia, tribais Dinkas do Sudan, Etópia, Líbia e Argélia); Terras do Norte (Alasca, Colorado, Parque Nacional Kluane, Norte da Rússia, e norte da Sibéria); e Amazônia e Pantanal. Ao todo são 245 fotografias divididas nessas cinco seções geográficas.

“Foram 32 reportagens e oito anos de trabalho. Quando a gente escolhe uma fotografia, esquecemos muitas outras”, admite a curadora da mostra, que teve abertura mundial no National History Museum de Londres, em 9 de abril. 
Além de direcionar o olhar do público para alguns pontos que se enquadram na área de 46% do planeta que está “intocável” pelo “homem urbano”, Sebastião Salgado pretende alertar as pessoas sobre os graves problemas ecológicos e a possibilidade de recuperação da Terra.
“O que as pessoas vão ver na exposição é o que temos que proteger e, juntos, lutarmos para manter. Se a gente quiser viver em equilíbrio e tiver uma possibilidade de se salvar como espécie, nós temos que proteger essa parte do planeta. Essa é a ideia. E o que estamos fazendo no Vale do Rio Doce é possível fazer por todos os lados”, declara Salgado, que, agora, já apresentou o projeto de recuperação do Rio Doce à presidente Dilma Rousseff.
“Nossa proposta é salvar todas as fontes do Rio Doce. A presidente aceitou o projeto e estamos discutindo com várias empresas brasileiras. É um projeto que deve custar 1 bilhão de dólares e vai levar 35 anos para se constituir. Pode parecer muito caro, mas esses jatos de combate que a Força Aérea Brasileira quer comprar custam 250 milhões de dólares cada um”, conclui.
O Museu do Meio Ambiente do Jardim Botânico fica na Rua Jardim Botânico, 1008, Jardim Botânico A mostra fica em cartaz até o dia 26 de agosto. De terça a domingo, das 9 horas às 17 horas. . Mais informações: 2294-6619. www.ofluminense/
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Mulher é presa após agredir e insultar negros


Ela chamou dois funcionários de 'neguinhos' e bateu em outros dois.
Cliente fez imagens com celular; crime ocorreu em padaria da 113 Sul.


Uma mulher de 48 anos foi presa na tarde deste domingo (3) suspeita de chamar dois vendedores de “neguinhos” e de bater e arranhar outros dois funcionários de uma padaria da 113 Sul, em
 Brasília, por discordar do preço cobrado pelo suco e pelo salgado que ela comeu no estabelecimento – R$ 8,14. A mulher foi indicada por por injúria racial e agressão.
O estabelecimento informou estar adotando os procedimentos legais que cabem ao caso. Segundo a Polícia Civil, ela foi transferida para o Presídio Feminino do DF.
Fachada da padaria de Brasília onde funcionários foram agredidos por uma cliente (Foto: Raquel Morais/G1)Fachada da padaria de Brasília onde funcionários foram agredidos por uma cliente (Foto: Raquel Morais/G1)
A ocorrência foi denunciada por uma cliente, que fez imagens das agressões pelo celular e as divulgou em redes sociais. Segundo a assessoria da padaria, ainda durante a discussão, a mulher disse à vendedora que já havia trabalhado com negros e que sabia que eles eram "acostumados a roubar". O estabelecimento disse ainda não ter tido acesso à filmagem.
Ela deu tipo um escândalo, perguntando que valores eram aqueles. Nosso gerente, que é negro, se aproximou para saber o que estava acontecendo. É o trabalho dele, inclusive, agir assim nessas situações. Aí começaram os insultos. Depois nossa técnica de nutrição também se aproximou e ela ficou gritando ‘agora vem mais outra negra para tentar me roubar’"
Luiz Guilherme Carvalho, um dos sócios da padaria que funciona há 13 anos na 113 Sul
Um dos sócios, Luiz Guilherme Carvalho disse que a cliente havia consultado o cardápio antes de pedir o lanche, mas que só na hora de pagar a conta questionou o preço. “Ela deu tipo um escândalo, perguntando que valores eram aqueles. Nosso gerente, que é negro, se aproximou para saber o que estava acontecendo. É o trabalho dele, inclusive, agir assim nessas situações. Aí começaram os insultos. Depois nossa técnica de nutrição também se aproximou e ela ficou gritando ‘agora vem mais outra negra para tentar me roubar’.”
A padaria, que funciona há 13 anos no local e tem outra unidade em Brasília, falou em nota que os funcionários continuam trabalhando normalmente e que repudia todo tipo de preconceito. Carvalho destacou o estranhamento dele e dos outros sócios diante da situação.
"A gente ficou muito surpreso. No mundo de hoje ainda ter gente com essa cabeça, é lamentável. Eles querem levar para frente isso e nós vamos dar todo o amparo jurídico e legal para essa situação."
A suspeita foi indiciada por injúria racial e  lesão corporal. A Polícia Civil não informou por quanto tempo ela pode ficar presa, caso seja condenada. No ano de 2012, a Secretaria de Segurança Pública registrou 409 casos de injúria racial.
Dados da Companhia de Planejamento indicam que 53,5% da população no DF são de negros e pardos. A maior concentração de negros por região se encontra na Estrutural (76%) e as menores, nos lagos Sul e Norte (19%). "Essa diferença social por si só já é uma expressão do racismo existente na sociedade brasiliense", afirma a empresa.
O GDF lançou em março um serviço telefônico para receber denúncias de racismo contra índios, negros, ciganos e quilombolas. Entre 20 de abril e 17 de maio, o serviço recebeu 3.034 ligações – 28 casos foram caracterizados como caso de discriminação (injúria e racismo).

Para fazer a denúncia, é preciso ligar para o telefone 156, opção 7. As denúncias são tratadas de forma sigilosa.
Outros casos
Em março deste ano, a empregada doméstica Márcia Pereira do Nascimento afirmou a filha dela de 12 anos foi espancada perto de uma parada de ônibus da avenida Potiguar, no Recanto das Emas, no Distrito Federal, por ser negra.
"As meninas disseram que não aceitavam negras no beco delas. Minha filha falou que tudo bem, que já estava indo embora, mas elas responderam que, como ela estava lá, ela teria que pagar pelo que fez", disse, na época.
No mês anterior, a mãe de um menino de 8 anos registrou boletim de ocorrência alegando que o filho sofreu preconceito racial dentro da escola, no Núcleo Bandeirante. Uma colega de turma teria dito ao garoto que ele nunca arrumaria namorada por ser "preto, sujo, feio e fedido".
A coordenação do colégio afirmou ter conhecimento sobre o caso e disse não tolerar nenhum tipo de preconceito. O caso foi encaminhado para o Conselho Tutelar.

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