quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

PT X DEM "Briga de Sujo e Mal Lavado", diz popular



Aos gritos, parlamentares dos dois partidos trocaram acusações. 
DEM instalou painel do mensalão em frente a mostra dos 33 anos do PT.

Do G1, em Brasília
Parlamentares do PT e do DEM discutiram e trocaram acusações na tarde desta quarta-feira (27) depois que o partido de oposição fez um protesto na Câmara em frente a uma exposição comemorativa dos 33 anos do PT (veja no vídeo ao lado de Murilo Salviano/G1 e abaixo, em reportagem do Jornal Nacional).
A exposição traz painéis com fatos históricos da trajetória petista. Em protesto, o DEM instalou no mesmo local um painel com referência 2005, intitulado "O ano do mensalão".
O tumulto começou quando o líder do Democratas, deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), e o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) exibiram o painel, com a imagem de jornais e revistas que noticiavam, em 2005, os escândalos de corrupção que envolviam o PT. A placa do DEM foi colocada em frente ao painel oficial, entre as datas de 2004 e 2006.
Manifestantes pró-PT pegaram o painel e  levaram para fora do local da mostra. O deputado Amauri Teixeira (PT-BA), aos gritos, disse que a oposição "agiu como moleque" .

O deputado Ronaldo Caiado, em resposta aos manifestantes, declarou que o painel foi dado "como presente para o PT".
O deputado disse também que pretendia enviar o painel para a sala da liderança petista na Câmara.
"Nós fizemos uma inauguração oficial da verdadeira história do PT. Na história do PT, faltava o ano de 2005. Então nós fizemos uma recomposição exatamente reconstituindo a história e mostrando o que foi que ocorreu em 2005", afirmou Caiado.
"A máscara do PT caiu, e a realidade ficou estampada aqui no outdoor que nós apresentamos: do mensalão, dos escândalos, das pessoas envolvidas. Enfim, exatamente aquela parte que eles querem suprimir, que é o ano de 2005", disse o líder do DEM, ainda dentro da exposição.
O deputado Amauri Teixeira foi vaiado por pessoas ligadas ao DEM que estavam no local. Um grito de "mensaleiro" irritou o deputado, que começou a procurar o acusador no meio da multidão. 

"Mensaleiro é você, que é moleque. Eu sou homem direito. Vai provar que eu peguei alguma coisa! Me chame de mensaleiro! Quem me chamou de mensaleiro?", gritou o deputado. Quanto mais Teixeira se irritava, mais vozes se levantavam no meio do tumulto.
A assessoria do PT confirma que o painel exibida pelo DEM foi depois levado para dentro da sala da liderança petista. O material ainda teria sido encaminhado para a Polícia Legislativa, a pedido do PT.
Parlamentares do PT e a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) na mostra comemorativa do PT (Foto: Fabiano Costa / G1)Parlamentares do PT e a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) na mostra comemorativa do PT (Foto: Fabiano Costa / G1)
Discussão no plenário
Depois da confusão nos corredores, as provocações chegaram ao plenário.
Indignado com um discurso do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que relatava a motivação do partido dele de protestar contra a mostra fotográfica do PT, o petista Devanir Ribeiro (PT-SP) chamou o parlamentar oposicionista de “canalha”.
“Esse canalha aqui [Onyx] não tem nada de fazer isso”, disparou Ribeiro. A declaração gerou uma discussão acalorada no plenário entre deputados da base aliada e da oposição.
Imediatamente, Lorenzoini disse à mesa diretora da Câmara de que havia sofrido uma “agressão”. O deputado do DEM ameaçou fazer uma representação contra Ribeiro no Conselho de Ética caso a expressão fosse mantida nos registros taquigráficos.
“Quando fui aparteado pelo deputado Devanir Ribeiro, que usou essa expressão que ele está usando de novo, e eu peço que seja retirado dos anais desta Casa - ou, se for mantido, nós vamos representar na Comissão de Ética. É algo inadmissível a forma como está se conduzindo o deputado Devanir Ribeiro, que quebra de maneira clara o decoro parlamentar”, rebateu Onyx.
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), afirmou ao deputado do DEM de que a expressão “canalha” seria retirada dos registros da Casa.
Mais tarde, o líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), subiu à tribuna para defender a manifestação promovida por seu partido.
“Foi um ato político. Não foi uma agressão a ninguém. Não venha o PT querer vender a imagem do paladino da moralidade. Não posso mais aceitar a intolerância desse partido com o contraditório. Essa é uma casa política, temos de manter o nível. Não pensem que vão nos intimidar, não”, discursou Caiado.


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Fim dos 14º e 15º salários pagos todos os anos a senadores e deputados federais.


Proposta que extinguiu a ajuda de custo será promulgada pelo Congresso.
Câmara e Senado devem economizar ao menos R$ 30,1 milhões por ano.

Fabiano CostaCom informações do G1
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (27), em votação simbólica, o projeto que determina o fim dos 14º e 15º salários pagos todos os anos a senadores e deputados federais.
A proposta, de autoria da senadora licenciada Gleisi Hoffman (PT-PR), atual ministra-chefe da Casa Civil, será encaminhada para promulgação pelo presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL).
"É o cumprimento cívico do dever desta Casa. Foi um momento que passou. Essa Casa, por unanimidade, portanto, encerrou esse episódio e virou essa página", comentou o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ao final da votação que extinguiu a ajuda de custo.
O vencimento mensal dos congressistas, sem contar benefícios como plano de saúde, passagens áreas e cota para gastos de gabinete (que cobre telefone, correspondências, transporte e outros itens), é de R$ 26.723,13. Somados, os dois subsídios adicionais acresciam R$ 53.446,26 aos contracheques dos parlamentares.
A medida deve gerar uma economia anual de, pelo menos, R$ 30,1 milhões para o parlamento, considerando-se o que foi gasto pelas duas casas com esses benefícios em 2012. No último ano, a Câmara destinou R$ 26.215.390,53 para custear os 14º e 15º salários dos deputados, enquanto que o Senado desembolsou R$ 3.901.576,98.
No primeiro pagamento de 2012, realizado em fevereiro, a despesa da Câmara somou R$ 13.602.073,17. Apenas quatro dos 513 parlamentares da Casa não quiseram embolsar o auxílio.
Já em dezembro, quando ocorreu a quitação da ajuda de custo final de 2012, 41 deputados deixaram de receber, voluntariamente, o benefício. O 15º salário do ano passado custou R$ 12.613.317,36 aos cofres da Câmara.
Por fim, no início deste mês, a Casa pagou R$ 12.960.718,05 para bancar o 14º salário de deputados. Desta vez, 485 parlamentares tiveram os contracheques engrossados com o auxílio.
Com as novas regras, os 513 deputados federais e 81 senadores passarão a receber contribuições financeiras equivalentes ao valor do vencimento mensal somente no início e no fim do mandato. As duas casas legislativas continuarão a pagar duas ajudas de custo para auxiliar nas despesas de transferência dos parlamentares: uma quando eles se mudam para a capital federal e outra no momento em que retornam para suas bases eleitorais.
‘Urgência urgentíssima’
O acordo que permitiu a votação da matéria em caráter de “urgência urgentíssima” foi costurado nesta terça (26) pelo presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), em reunião com os líderes da Casa.
Todos os partidos subscreveram o pedido que garantiu agilidade na votação do texto. Com esse carimbo, o projeto ficou dispensado de tramitar na Comissão de Finanças e Tributação e na de Constituição e Justiça (CCJ).
A proposta que determina o fim do salário extra pago a deputados e senadores com a justificativa de ajudar nas despesas de transferência para Brasília estava parada na Comissão de Finanças da Câmara desde que o Senado a aprovou, em maio do ano passado.
O presidente da Câmara afirmou nesta terça (26) que não está em discussão no Legislativo nenhuma medida para compensar financeiramente a extinção da ajuda de custo aos congressistas.
“Não [há chance de a Câmara criar compensações para o fim do 14º e do 15º]. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa”, respondeu Henrique Alves ao ser indagado sobre o tema.
Longas negociações
O texto que extinguiu a ajuda de custo dos parlamentares já havia recebido parecer favorável pela aprovação por parte do relator da Comissão de Finanças, deputado Afonso Florence (PT-BA), porém, ainda não havia sido votado na comissão.
Se tivesse de seguir o trâmite normal do Legislativo, após o relatório de Florence ser apreciado pelos integrantes da comissão, o projeto ainda teria de ser submetido à análise da CCJ. O rito não tinha prazo para ser concluído.
No entanto, o aval dos líderes à necessidade de urgência representou um atalho, levando a matéria diretamente para votação em plenário.
Como foi aprovado pelos deputados sem sofrer alterações, o projeto segue direto para promulgação pelo presidente do Congresso. Não há previsão de quando o ato será concluído pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL).

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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Maradona ataca Pelé

Ex-craque argentino diz que sua mãe o considera melhor que brasileiro 
e ainda afirma que Messi precisa evoluir muito para atingir o seu nível

Com informações de GLOBOESPORTE.COM

Maradona em Napolés (Foto: Agência Reuters)Maradona disse ser melhor que Pelé e que Messi
(Foto: Agência Reuters)
Não é de hoje que Pelé e Maradona trocam farpas pela imprensa. Desta vez, o argentino não poupou palavras para criticar o lendário camisa 10 canarinho e afirmou que as comparações entre os dois o incomodam. Diferentemente do que se pode imaginar, a causa do incômodo de Maradona vem das “opiniões estúpidas” do ex-jogador brasileiro. Além disso, ele afirmou não ter dúvidas de que é o melhor da história, já que sua mãe o considera assim.
- Não gosto dessa questão com Pelé pois ele fala muitas coisas estúpidas. Ele continua falando coisas estúpidas como se tivesse tomado pílulas erradas. Acho que eu sou o melhor jogador da história. Por que me comparar a ele? Minha mãe diz que eu sou mais forte e que ele costumava jogar contra atletas que não se moviam em campo – falou Maradona, durante a sua visita à Nápoles, na Itália.
Quando o assunto se voltou para as comparações ao atual melhor do mundo e compatriota Lionel Messi, o ex-craque noNapoli e da seleção Argentina falou que o camisa 10 do Barça ainda tem muito a evoluir para chegar ao seu nível, mas também afastou qualquer possibilidade de comparação.
- Messi? Ele pouco tocou na bola contra o Milan, mas continua sendo um grande jogador. Entretanto, ainda sou um melhor jogador – afirmou.
Ídolo na Itália, onde defendeu o time napolitano, Maradona aproveitou a visita, depois de sete anos longe do país, para comentar a situação atual do Campeonato Italiano. O ex-jogador considera Juventus e Napoli no mesmo patamar, mas lembrou que a situação atual favorece ao líder da competição, o Juve.
- Napoli está caçando o Juventus. Não creio que eles sejam um melhor time que o Napoli. Não se pode declarar que um time é o favorito com 12 rodadas por jogar. Todos vimos que o Juve é um time completamente diferente fora de casa. Para mim a corrida continua.
Maradona em Napolés (Foto: Agência Reuters)Maradona lembrou que  Napoli segue com chances de conquistar o Italiano (Foto: Agência Reuters)
Os impostos que supostamente o jogador estaria devendo ao Fisco italiano também foram explicados pelo ex-jogador e pelo sue advogado. Segundo Maradona, o caso não passou de um mal-entendido e solicitou um encontro com Giorgio Napolitano, presidente do país, para tentar solucionar o incidente o quanto antes. Ele ainda disse ter se emocionado com o carinho da torcida do Napoli.
- Não assassinei ninguém, estou aqui para pedir justiça. Fui dormir em lágrimas quando senti que os garotos cantavam que eu represento essa cidade. Eu quero ser duro, mas chorei. Não posso forçar ninguém a falar da minha situação, mas, se o presidente Napolitano quiser conversar, vou explicar-lhe tudo - disse o jogador, que foi condenado em 2005 pelo episódio.

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Padre fazia sexo com menor


Emilson Corrêa é suspeito de abusar de menina de 7 anos e da irmã dela. 
Pai das meninas teria gravado vídeo para tentar provar o crime. 

Alba Valéria MendonçaDo G1 Rio

A Polícia Civil indiciou um padre da Igreja Católica por estupro de vulnerável de uma menor de idade em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Como informou o Jornal Extra, o caso teria ocorrido há três anos, quando a menina tinha 7 anos, de acordo os depoimentos dados na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) do município.
Além da menina, Emilson Soares Corrêa, de 56 anos, também é suspeitos de ter se relacionado sexualmente com a irmã dela, de 19 anos e é afilhada do padre, desde quando ela tinha 13 anos, segundo o pai da jovem. Ela contou à família, no entanto, que mantinha relações sexuais com o padre há três anos.
Depois da confissão, a jovem foi orientada pelo pai a gravar um vídeo do encontro com o padre. A menina então, teria chamado uma amiga de 15 anos, que topou gravar o vídeo. É esta menina que aparece nas imagens em relações sexuais com o padre. A partir de 14 anos, quando não há violência e o sexo é consensual, não configura crime, como esclareceu a delegada Marta Dominguez, da Deam de Niterói.

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Catedral de Barcelona




A Catedral de Barcelona, na Espanha, está dedicada à Santa Cruz e a Santa Eulália, donzela martirizada pelos romanos.

Histórica e em estilo gótico, ela é a sede do arcebispado da capital catalã.

A catedral foi construída do século XIII ao XV sobre a antiga catedral românica.

Essa, por sua vez, havia sido edificada sobre uma igreja da época visigótica, a qual o fora sobre uma basílica paleocristã.

Situada na altura da cidade, a catedral de alguma maneira a puxa para cima. 

No seu martírio, Santa Eulália foi exposta nua no fórum da cidade, mas milagrosamente – pois era primavera – uma nevasca cobriu a sua nudez. 

Enfurecidas, as autoridades romanas meteram-na em um barril com vidros quebrados e cravos, e o jogaram ladeira abaixo (na rua Baixada de Santa Eulália, ouencosta de Santa Eulália).

Cripta da catedral de Barcelona
Cripta da catedral de Barcelona
A construção da catedral gótica começou em 1298, sob o reinado de Jaime o Justo, e as obras tardaram 150 anos.

A fachada, de estilo neogótico, só foi iniciada em 1882.

A nova catedral aproveitou da edificação românica as esculturas, o eixo e o deambulatório.

Longa de 90 metros e larga de 40, com três naves da mesma altura, a catedral possui capelas na cabeceira e mais 17 em seu perímetro.

Além das vinte capelas do claustro e da capela de Santa Lúcia, com entrada própria. 

Veja vídeo
Santa Eulalia:
catedral de Barcelona.
CLIQUE PARA VER
Há dois campanários em duas torres do século XIII: sobre a entrada de Santo Iu está o sino principal: o Eulália, de três toneladas, que toca as horas, enquanto que o sino Honorata dá os quartos. 

A outra torre toca as horas eclesiásticas e tem dez sinos com nomes de santas. 

As gárgulas evocam alguns espíritos malignos que cuspiam quando a procissão do Corpus Christi passava.

Ficaram petrificados com formas monstruosas, obrigados a vazar as águas de chuva que caem dos telhados.

A catedral tem ao todo 215 chaves. As maiores ficam na nave principal, têm dois metros de diâmetro e pesam cinco toneladas. 

Elas representam Cristo crucificado, Santa Eulália, a Virgem da Misericórdia, a Anunciação, o Padre Eterno rodeado de anjos, etc.

A cripta medieval de Santa Eulália, debaixo do presbitério, é dividida por doze arcos que convergem na imagem da Mãe de Deus com o Menino Jesus colocando a diadema do martírio em Santa Eulália.

Cristo milagroso de Lepanto, na catedral de Barcelona
Cristo milagroso de Lepanto, na catedral de Barcelona
Na capela de Santo Oleguer e do Santíssimo Sacramento, o corpo incorrupto de Santo Oleguer, Bispo de Barcelona, é visível numa urna de vidro.

Sobre ele está o famoso Santo Cristo de Lepanto, uma das imagens mais veneradas.

Trata-se da cruz que ostentava a nau-capitã de Don Juan de Áustria, comandante da frota católica, na batalha decisiva contra os turcos de Lepanto, em 1571. 

O crucificado entortou para a direita para esquivar-se de um tiro de canhão turco.

Esse sinal pressagiou a derrota otomana e o miraculoso triunfo cruzado.

De:catedraismedievais
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Processos de hegemonia cultural: As grandes navegações

As grandes navegações


Período de transição entre Idade Média e Idade Moderna.

No final da Idade Média, o mundo que os europeus conheciam resumia-se ao Oriente Médio ao norte da África e às Índias, nome genérico pelo qual designavam o Extremo Oriente, isto é, leste da Ásia.

Grande parte dos europeus conhecia apenas o Extremo oriente por meio de relatos; como o do viajante veneziano Marco Pólo, que partiu de sua cidade em 1271, acompanhando  seu pai e seu tio em uma viagem àquela região.
A América e a Oceania eram totalmente desconhecidas pelos europeus.
Mesmo as informações de que os europeus dispunham sobre muitas das regiões conhecidas eram imprecisas e estavam repletas de elementos fantasiosos.
Durante os séculos XV e XVI, exploradores europeus, mas principalmente portugueses e espanhóis,  começaram a aventurar-se pelo “mar desconhecido”, isto é, pelo oceano Atlântico e também  pelo Pacífico e Índico dando início à chamada Era das Navegações e Descobrimentos Marítimos.


As primeiras rotas das grandes navegações

Os objetivos

No século XV, os países europeus que quisessem comprar especiarias (pimenta, açafrão, gengibre, canela e outros temperos), tinham que recorrer aos comerciantes de Veneza ou Gênova, que possuíam o monopólio destes produtos. Com acesso aos mercados orientais - Índia era o principal - os burgueses italianos cobravam preços exorbitantes pelas especiarias do oriente. O canal de comunicação e transporte de mercadorias vindas do oriente era o Mar Mediterrâneo, dominado pelos italianos. Encontrar um novo caminho para as Índias era uma tarefa difícil, porém muito desejada. Portugal e Espanha desejavam muito ter acesso direto às fontes orientais, para poderem também lucrar com este interessante comércio.
Um outro fator importante, que estimulou as navegações nesta época, era a necessidade dos europeus de conquistarem novas terras. Eles queriam isso para poder obter matérias-primas, metais preciosos e produtos não encontrados na Europa. Até mesmo a Igreja Católica estava interessada neste empreendimento, pois, significaria novos fiéis.
Os reis também estavam interessados, tanto que financiaram grande parte dos empreendimentos marítimos, pois com o aumento do comércio, poderiam também aumentar a arrecadação de impostos para os seus reinos. Mais dinheiro significaria mais poder para os reis absolutistas da época.

Pioneirismo português

Portugal foi o pioneiro nas navegações dos séculos XV e XVI devido a uma série de condições encontradas neste país ibérico. A grande experiência em navegações, principalmente da pesca de bacalhau, ajudou muito Portugal. As caravelas, principal meio de transporte marítimo e comercial do período, eram desenvolvidas com qualidade superior à de outras nações. Portugal contou com uma quantidade significativa de investimentos de capital vindos da burguesia e também da nobreza, interessadas nos lucros que este negócio poderia gerar. Neste país também houve a preocupação com os estudos náuticos, pois os portugueses chegaram a criar até mesmo uma centro de estudos: A Escola de Sagres.

Planejamento das Navegações

Navegar nos séculos XV e XVI era uma tarefa muito arriscada, principalmente quando se tratava de mares desconhecidos. Era muito comum o medo gerado pela falta de conhecimento e pela imaginação da época. Muitos acreditavam que o mar pudesse ser habitado por monstros, enquanto outros tinham uma visão da terra como algo plano e, portanto, ao navegar para o "fim" a caravela poderia cair num grande abismo.

Dentro deste contexto, planejar a viagem era de extrema importância. Os europeus contavam com alguns instrumentos de navegação como, por exemplo: a bússola, o astrolábio e a balestilha. Estes dois últimos utilizavam a localização dos astros como pontos de referência.

 
   
                                                               astrolábio
Também era necessário utilizar um meio de transporte rápido e resistente. As caravelas cumpriam tais objetivos, embora ocorressem naufrágios e acidentes. As caravelas eram capazes de transportar grandes quantidades de mercadorias e homens. Numa navegação participavam marinheiros, soldados, padres, ajudantes, médicos e até mesmo um escrivão para anotar tudo o que acontecia durantes as viagens.
 
   
Caravelas

Navegações portuguesas e os descobrimentos

No ano de 1498, Portugal realiza uma das mais importantes navegações: é a chegada das caravelas, comandadas por Vasco da Gama às Índias. Navegando ao redor do continente africano, Vasco da Gama chegou à Calicute e pôde desfrutar de todos os benefícios do comércio direto com o oriente. Ao retornar para Portugal, as caravelas portuguesas, carregadas de especiarias, renderam lucros fabulosos aos lusitanos.

Outro importante feito foi a chegada das caravelas de Cabral ao litoral brasileiro, em abril de 1500. Após fazer um reconhecimento da terra "descoberta", Cabral continuou o percurso em direção às Índias.
Em função destes acontecimentos, Portugal tornou-se a principal potência econômica da época. 

Pintura de Vasco da Gama na chegada à Índia, ostentando a bandeira usada nos Descobrimentos: As armas de Portugal e a cruz de Cristo, patrocinadores do movimento de expansão iniciado pelo Infante D. Henrique. (link para anexo Vasco da Gama)

Navegações Espanholas e o descobrimento da América

A Espanha também se destacou nas conquistas marítimas deste período, tornando-se, ao lado de Portugal, uma grande potência. Enquanto os portugueses navegaram para as Índias contornando a África, os espanhóis optaram por um outro caminho. O genovês Cristóvão Colombo, financiado pela Espanha, pretendia chegar às Índias, navegando na direção oeste. Em 1492, as caravelas espanholas, Santa Maria, Pinta e Niña partiram rumo ao oriente navegando pelo Oceano Atlântico. Colombo tinha o conhecimento de que nosso planeta era redondo, porém desconhecia a existência do continente americano. Chegou em 12 de outubro de 1492 nas ilhas da América Central, sem saber que tinha atingido um novo continente. Foi somente anos mais tarde que o navegador Américo Vespúcio identificou aquelas terras como sendo um continente ainda não conhecido dos europeus. Em contato com os índios da América (maias, incas e astecas) (link), os espanhóis começaram um processo de exploração destes povos, interessados na grande quantidade de ouro. Além de retirar as riquezas dos indígenas americanos, os espanhóis destruíram suas culturas.

Cristóvão Colombo (link para anexo)

O Tratado de Tordesilhas

Para estabelecer os domínios no Atlântico foi necessária uma longa batalha diplomática entre Espanha e Portugal.

Pouco depois da volta de Cristóvão Colombo, o papa expediu, em maio de 1493, a Bula Inter Coetera, que reconhecida ao reino de Castela o domínio sobre todas as terras que se encontrassem a oeste de um meridiano localizado a 100 léguas a oeste das ilhas de Açores e Cabo Verde.

Portugal, sentindo-se prejudicado, não aceitou a bula papal e exigiu uma negociação direta. O resultado foi o Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494, em que os reinos ibéricos estabeleceram uma divisão do mundo.


Assinatura do Tratado de Tordesilhas
(in: Manuel de Sousa, Reis e Rainhas de Portugal, SporPress, Mem Martins, 2000, pp. 81)

Segundo o tratado, terras e mares encontrados ou por encontrar (desde que não pertencentes a nenhum rei cristão) seriam divididos entre Espanha e Portugal. O meridiano que passa a 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde foi tomado como linha divisória. As terras localizadas a leste pertenciam a Portugal. As restantes seriam da Espanha.


Linha do Tratado. A tracejado a proposta do Papa Alexandre VI

Para os portugueses, o tratado era altamente positivo, pois lhes assegurava a posse do litoral atlântico da África, região que já vinham explorando. A Espanha acabaria impondo seu domínio a grande parte do continente americano e sobre os povos que o habitavam. Com os metais preciosos encontrados no novo continente, tornar-se-ia a nação mais rica da Europa. Por isso na história espanhola o século XVI ficou conhecido como "o século de ouro".

Os Aspectos Técnicos da Aplicação do Tratado

Claro, que era muito difícil estabelecer a correta aplicação dos limites geográficos determinados, após alusão à linha divisória colocada 370 léguas a ocidente do Cabo Verde, os redatores do texto, assentaram o seguinte:

- que a tal linha divisória fosse determinada no prazo de dez meses, por uma comissão de marinheiros, astrônomos e pilotos de Castela e Portugal, portanto a organização de uma expedição comum;
- que Portugal assegurasse a Castela, o direito de passagem no espaço que lhe pertencia;

- que tendo em vista a segunda viagem de Colombo, consentiam a Castela as terras descobertas até 20 de Junho, com a condição de se situarem para lá de 250 léguas a ocidente de Cabo Verde; depois desta data, apenas vigoraria o limite das 370 léguas;

- que nem o monarca de Castela nem de Portugal recorressem ao poder papal para alterar o acordo, mas sim cumprirem o tratado nos termos em que foi assinado.

Mesmo assim, as dificuldades da determinação prática de longitudes continuavam a ser muitas, mesmo depois de atingidas as Molucas, durante anos se admitiu entre Castela e Portugal o hemisfério em que se encontravam. Esta questão acabou por ficar concluída com o Tratado de Saragoça em 1529.
Pode-se dizer que depois do Tratado de Tordesilhas, no espaço de 40 anos desapareceram séculos de inconstância nos conhecimentos geográficos, os ensinamentos teóricos da nossa geografia, difundiram-se pelo Universo e os povos entraram em contato entre si.

A Europa e as navegações

Com as Grandes Navegações, novos continentes passaram a ser conhecidos pelos europeus, assim como o oceano Atlântico, que teve aos poucos seus segredos desbravados.
O poder dos reis, associado à burguesia que financiava as navegações, tornou-se ainda mais forte. As riquezas obtidas com a exploração das novas terras foram usadas na organização de exércitos para subjugar os nobres resistentes ao processo de centralização e também foram empregadas na montagem de um sistema administrativo que garantia aos monarcas amplos poderes.
A burguesia enriqueceu com a expansão do comércio para outras partes do mundo. A primeira viagem dos portugueses às Índias deu um lucro espantoso: 6.000%! Ou seja, para cada cem moedas que gastaram, receberam 6.000 a mais.
Com as navegações oceânicas, ocorreram diversas mudanças na Europa:
  • deslocamento do eixo da atividade comercial do Mediterrâneo para o Atlântico;
  • popularização do consumo de especiarias;
  • mudanças de hábitos alimentares, com a inclusão de produtos como a batata, o milho, a mandioca, o tomate e o cacau, levados da América para o continente europeu.
  • mudança na concepção do mundo (fim da crença de que a Terra era plana, de que existiam sereias,. Monstros marinhos, etc. nos oceanos);
  • ampliação do conhecimento da astronomia (descobrem-se as constelações do hemisfério Sul e abre-se  o caminho para a teoria heliocêntrica, ou seja, a de que a Terra gira em torno do Sol);
  • propagação da cultura européia para os outros continentes (inclusive do cristianismo);
  • povoamento e exploração das terras encontradas;
  • grande concentração de metais preciosos na Europa ocidental;
  • submissão das populações dos “novos  continentes” à escravidão e a trabalhos compulsórios.

 De:sohistoria
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As perguntas e os ídolos não saem da história

Antonio Rezende
Nunca cultivei ídolos. Tenho admiração, contudo, por muitas pessoas. Não precisam ser intelectuais ou artistas famosos. Observo muito o cotidiano, quem está próximo. A distância cria fantasias excessivas, transforma sonhos e mitifica. É importante sabermos que as perguntas sempre existirão. Toda sociedade humana conviveu com dúvidas. Daí, a tendência a eleger certos privilegiados que nos ajudariam a diminuí-las e tornar a vida mais leve. A diversidade caminha com a história, amplia-se com a cultura e  seus projetos de dominação. Portanto, não dá para livrar-se das ambiguidades. Os medos não se afastam, eles se entrelaçam com as dificuldades. A nossa capacidade de invenção busca amenizar as dores. Pensar o paraíso faz parte da imaginação.
Nessas idas e vindas do tempo, costumamos criar estigmas e preconceitos. Acreditar num mundo onde tudo apareça com clareza é um desejo que invade nossos corações. Ele é frágil, no entanto construímos idealizações de forma contínua. Ficamos passeando nas fronteiras. O que é possível compreender? Qual é a extensão dos limites? No passado, as perguntas também existiam e prosseguirão motivando o ritmo da história. Lembrem-se das Cruzadas, das pestes medievais, das colonizações, da bomba atômica, dos totalitarismos. Os sofrimentos não estão apenas no tempo que moramos, como também as conquistas e as alegrias. O presente, muitas vezes, nos apavora, porque o enfrentamos diretamente.
Não importa o nome. Há quem não suporte as opressões da Idade Média. Não gostam nem de imaginá-las ou entender as razões das espertezas da Igreja Católica. Outros sentem a falta das orações, acusam a sociedade atual de materialista e desenganada e querem a salvação vestida com sentimentos religiosos. Reunir todas opiniões, configurar um consenso, não é trabalho que se encerre. A vida corre escutando dissonâncias, mudando as argumentações, desenhando sentidos. Visitamos o passado, pois o presente rapidamente se dissolve. O desafio maior é não se perder entre os tempos, nem desprezar seus vestígios.
Como animais sociais estamos em busca diálogos. Trocar experiências traz sabedorias. A vastidão das relações sociais não permite que haja fórmulas definitivas. As culturas não cessam de refazer seus caminhos. O conhecimento produz curiosidades, informações, mas não consegue explicar a razão de muitos mistérios. No entanto, não custa procurar as sinalizações. Não dá para ficar tonto, achar que o desencontro é ponto final da vida. Por isso, alguns transferem suas indagações e reconsideram seus limites. Deixar-se levar pelas respostas que circulam, sem o cuidado de escutá-las com atenção, pode ser uma armadilha.
Os pesadelos acontecem, mas o bom é viajar no tapete mágico. Aquelas histórias infantis, com fadas, duendes, ainda  sensibilizam. Mesmo que as tecnologias fabriquem surpreendentes máquinas, as nostalgias não desaparecerão. Assim, os fantasmas nem sempre assombram. Tudo depende da nossa coragem em articular os tempos e não negar suas diferenças. Somos responsáveis, quando temos respostas. Não significa que tudo será decifrado. Viver a história é conviver com as ambiguidades. Os sentimentos desejam transparências, porém a complexidade não se exaure. O mundo segue, atravessamos espaços, desafiamos o desconhecido. Cada instante é inauguração de um tempo, uma mudança na respiração?
De:astuciadeulisses.com
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