segunda-feira, 10 de junho de 2019

Unidos pelo forró, casais vivem parceria na vida e na arte

Lula e Terezinha do Acordeon estão juntos há 37 anos
Lula e Terezinha do Acordeon estão juntos há 37 anosFoto: Ed Machado/Folha de Pernambuco
forró inspira o romance. Não é à toa que se dança agarradinho, de rostos colados e pernas intercaladas. A sintonia que flui nas pistas, às vezes, também está presente nos palcos. Quando arte e vida pessoal se entrelaçam, a música ganha o componente adicional do amor. Por isso, não faltam exemplos de casais unidos pelo mais nordestino do ritmo.

É o caso de Terezinha e Lula do Acordeon. Há 37 anos, eles compartilham não apenas o sobrenome artístico, que prova a intimidade de ambos com o instrumento musical de teclas. A história desse relacionamento se confunde com a do forró produzido em Pernambuco. Tanto o marido quanto a esposa contribuíram significativamente para a cena forrozeira.

Nascida em Salgueiro, Terezinha mudou-se para o Recife em 1970. Aprendeu a tocar sanfona com 12 anos de idade, ainda na sua cidade de origem. Aos 15, formou um grupo musical com colegas de escola, entre eles, o escritor Raimundo Carrero. Mas o primeiro casamento a fez abandonar a carreira artística, retomada apenas em 1983. Foi quando o seu caminho se cruzou com o de Luiz Joaquim de Santana, mais conhecido como Lu

"A gente se conheceu através do músico Luizinho do Xaxado. Acabamos formando um grupo. Ela cantava, eu tocava sanfona e tínhamos mais três instrumentistas, até que eu decidi parar, por volta de 1989", conta Lula, que agora se dedica exclusivamente ao ofício de afinador de acordeon. "O serviço de conserto só aumentava. É um trabalho difícil, artesanal, que leva muito tempo. Então, tive que largar os palcos", explica. Nessa altura, ele e Terezinha já haviam deixado de ser apenas parceiros musicais.

Sem querer procurar outro sanfoneiro para acompanhá-la nos show, Terezinha resolveu que ela mesma assumiria essa tarefa. "Recife já tinha um monte de cantoras fazendo sucesso, todas com vozes maravilhosas. Eu queria fazer a diferença. Meti a cara e entrei nesse Clube do Bolinha, porque naquela época só homens costumavam tocar sanfona no forró", relembra a artista.

As residências onde o casal já morou sempre serviram como ponto de encontro para os forrozeiros. "Já recebemos muita gente, como Elba Ramalho, Anastácia E Genival Lacerda. Quando a gente menos espera, aparece alguém e a festa começa", aponta Lula. Entre os músicos mais jovens, Terezinha é tida como uma madrinha, por conta de seu incentivo e cuidado maternal.

Lula não costuma dar opiniões sobre o trabalho da companheira. “Musicalmente falando, ela tem a cabeça dela e eu respeito muito. Posso apontar algo que não gostei, porque ela não vai se chatear, mas prefiro não me meter”, afirma. Mas quando tem alguma dúvida técnica, é ao marido que Terezinha recorre. “Digo sempre que o instrumentista da casa é ele. Se não souber de alguma coisa, claro que vou perguntar”, confessa.

Na vida e na arte 

Também foi a carreira musical que aproximou Andrezza Formiga e Roberto Cruz. "Em 2000, eu montei uma banda com alguns parceiros, chamada Casa de Couro. A gente precisava de uma cantora para me acompanhar nos vocais e assim eu conheci Andrezza", conta o forrozeiro. Em 2010, o namoro iniciado nos bastidores dos shows se transformou em casamento, que de lá para cá já gerou dois frutos: um filho de seis anos e uma filha de um.

O grupo chegou ao fim em 2004, mas o casal seguiu na estrada, agora em projetos individuais. Como compositor, Roberto criou músicas para nomes como Flávio José, Santanna, Nádia Maia e Irah Caldeira. Em paralelo, a trajetória como cantor contabiliza vários CDs lançados. Já Andrezza, ficou entre as finalistas do Prêmio da Música Brasileira, no ano passado, na categoria regional.


Roberto Cruz e Andrezza Formiga se conheceram na banda Casaca de Couro
Roberto Cruz e Andrezza Formiga se conheceram na banda Casaca de Couro - Crédito: Jose Britto/Folha de Pernambuco


Mesmo não estando mais juntos em uma banda, a contribuição entre os dois artistas se mantém. “Produzimos muitas coisas em parceria. Temos um estúdio em casa e lá a gente grava, edita e ensaia. É inevitável um participar do trabalho do outro”, diz Roberto, que sonha um dia gravar um álbum em parceria com a amada. "O nome seria ‘Na vida e na arte’, porque foi assim a nossa história. O forró promoveu esse encontro", adianta.

Segundo Andrezza, é comum as pessoas se confundirem achando que ela e o esposo formam uma dupla. No entanto, ela enfatiza a independência dos dois trabalhos. "Se você parar e ouvir, vai perceber que as obras são completamente diferentes. Ainda que eu grave uma composição dele, eu gosto de fazer do meu jeito, sentar no estúdio e gravar como eu quero", revela.
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Fonte:www.folhape.com.br/


Professor Edgar Bom Jardim - PE

BRASIL:Conversas entre Sergio Moro e MP revelam outro lado da Lava Jato


Conversas Secretas entre Sergio Moro e procuradores do Ministério Público revelam outro lado da Lava Jato. Os diálogos foram obtidos com exclusividade pelo portal ‘Intercept Brasil’ e divulgados na noite deste domingo, 9.
Segundo as conversas o ex-juiz Sérgio Moro sugeria ao procurador Deltan Dallagnol que trocasse a ordem de fases da Lava Jato, cobrou agilidade em novas operações. Ele também deu conselhos estratégicos e pistas informais de investigação, antecipou ao menos uma decisão, criticou e sugeriu recursos ao Ministério Público e deu broncas no procurador.
As conversas fazem parte de um lote de arquivos secretos enviados ao “Intercept” por uma fonte anônima há algumas semanas, segundo o portal, bem antes da notícia da invasão do celular do ministro Moro, divulgada nesta semana, na qual o ministro afirmou que não houve “captação de conteúdo”.
Ainda segundo o “Intercept”, a fonte anônima informou que já havia obtido todas as informações e estava ansiosa para repassá-las a jornalistas.
“Talvez fosse o caso de inverter a ordem da duas planejadas”, sugeriu Moro a Dallagnol, falando sobre fases da investigação. “Não é muito tempo sem operação?”, questionou o atual ministro da Justiça de Jair Bolsonaro após um mês sem que a força-tarefa fosse às ruas. “Não pode cometer esse tipo de erro agora”, repreendeu, se referindo ao que considerou uma falha da Polícia Federal. “Aparentemente a pessoa estaria disposta a prestar a informação. Estou então repassando. A fonte é seria”, sugeriu, indicando um caminho para a investigação. “Deveríamos rebater oficialmente?”, perguntou, no plural, em resposta a ataques do Partido dos Trabalhadores contra a Lava Jato.

Ética

De acordo com a Constituição brasileira o sistema acusatório no processo penal é composto por duas figuras a do  acusador e do julgador, e elas não podem se misturar. Nesse modelo, cabe ao juiz analisar de maneira imparcial as alegações de acusação e defesa, sem interesse em qual será o resultado do processo. Mas as conversas entre Moro e Dallagnol demonstram que o atual ministro da Justiça e Segurança Pública se envolveu no trabalho do Ministério Público – o que é proibido.
A atuação coordenada entre o juiz e o Ministério Público por fora de audiências e autos (ou seja, das reuniões e documentos oficiais que compõem um processo) fere o princípio de imparcialidade previsto na Constituição e no Código de Ética da Magistratura.
Moro e Dallagnol sempre foram acusados de operarem juntos na Lava Jato, mas não havia provas explícitas dessa atuação conjunta – até agora.
Moro negou em diversas oportunidades que trabalhava em parceria com o MPF. Confira a íntegra das conversas aqui.
Fonte: www.msn.com

Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 9 de junho de 2019

A gente não sabemos escolher presidente... A gente somos "inúteu"!


Ameaçado o BCP está no centro do jogo político do governo.
O presidente Jair Bolsonaro publicou no Twitter, na noite do último sábado (8), uma mensagem afirmando que o governo não terá recursos para pagar benefícios se o Congresso não aprovar o PLN4, projeto que abre um crédito suplementar de R$ 248,9 bilhões para o Executivo. A expectativa do Parlamento é votar o texto nesta semana.Caso o projeto não seja aprovado, segundo Bolsonaro, 
o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que atende a idosos e pessoas com deficiência em situação de miserabilidade, terá que ser suspenso já no próximo dia 25, e outros repasses, como o Bolsa Família, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e o Plano Safra também serão interrompidos nos próximos meses.
"Acredito na costumeira responsabilidade e patriotismo dos deputados e senadores na aprovação urgente da matéria", afirmou o presidente na rede social. Na última quarta-feira (5), depois de fracassar a tentativa para um acordo sobre o parecer do deputado Hildo Rocha (MDB-MA) ao PLN4, o presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), senador Marcelo Castro (MDB-PI), suspendeu até a próxima terça-feira (11) a discussão do assunto no colegiado. Enquanto isso, os parlamentares fizeram uma sessão contunta para analisar 23 vetos presidenciais que trancavam a votação do projeto de crédito suplementar, mas três destes vetos ainda ficaram pendentes de análise.
Segundo a equipe econômica do governo, a autorização do Congresso para esse crédito extra é fundamental para garantir o pagamento de subsídios e benefícios assistenciais sem descumprir a chamada regra de ouro, que impede a emissão de dívida para pagar despesas correntes, como salários.
A expectativa do secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, é de que os Parlamentares votem a matéria até o dia 15 de junho, caso contrário o Plano Safra 2019/2020 também será afetado, uma vez que, sem crédito garantido, não pode sequer ser anunciado.
 Com informação de: congressoemfoco.uol.com.br. Por Radael Neves
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 8 de junho de 2019

Geraldo Guerra, empresário, conhecido por "Barão" morre no início da noite deste sábado



Faleceu no Hospital dos Servidores de Pernambuco, na cidade de Recife, no início da noite deste sábado, 08 de junho de 2019, Jose Geraldo Gonçalves Guerra, 64 anos de idade, casado com a professora aposentada  Maria José de Arruda(Lu), pai de Diêgo e Douglas, funcionário público aposentado da Compesa, ex-professor do Ginásio 19 de Julho, ex-Secretário de Infraestrutura e Transportes do Bom Jardim, comerciante conhecido popularmente por "Barão". Para Geraldo, todo bonjardinense era um Barão. O corpo de Geraldo será velado em sua residência na rua Jerônimo Heráclio, próximo a Rádio Cult FM. 

*O sepultamento deverá acontecer às 17 horas neste domingo(9).  

A família enlutada agradece desde já o comparecimento e a solidariedade de todos.
Com informações de Manoel Souto.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Crise na Venezuela: qual o papel da Rostec, poderosa corporação russa de defesa




Putin e MaduroDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionVladimir Putin tem apoiado o governo de Nicolás Maduro

Um poderoso conglomerado russo, símbolo do país, que quer se converter em uma das maiores dez corporações industriais do mundo. A Rostec é responsável pela fabricação de produtos de alta tecnologia que exporta a dezenas de países ao redor do mundo - de aviões de caça a produtores farmacêuticos.
A companhia, cujas vendas contribuem para que a Rússia seja a segunda maior exportadora de armamentos do mundo - atrás apenas dos EUA -, acumula grandes empresas dos setores de aviação, defesa e eletrônica. Uma de suas mais recentes aquisições é a Corporação Unida de Aviação, principal fabricante de aviões da Rússia.
Menos conhecido internacionalmente que suas filiais, o nome Rostec tem circulado agora por causa de uma polêmica entre os Estados Unidos e a Rússia na crise na Venezuela.
Presença polêmica
"A Rússia me informou que tirou a maior parte de seu pessoal da Venezuela", escreveu no Twitter o presidente dos EUA, Donald Trump, na segunda-feira
O mandatário parecia confirmar uma informação publicada pelo jornal The Wall Street Journal, segundo a qual Moscou havia reduzido drasticamente a presença de seus assessores militares em território venezuelano, enviados pela Rostec.
Tanto a empresa como o governo russo negaram essa informação.
Durante os últimos meses, a presença de funcionários russos na Venezuela tem sido um motivo de disputa entre Washington e Moscou, que discordam sobre a legitimidade do governo do venezuelano Nicolás Maduro.
Trump considera que o mandatário venezuelano foi reeleito em maio de 2018 de maneira fraudulenta. Por isso, em janeiro a Casa Branca reconheceu Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, como presidente interino do país.
Maduro, que tem apoio do Kremlin, acusa Guaidó de encabeçar uma tentativa de golpe de Estado planejada por Washington.

O salva-vidas de Moscou

Nos últimos meses, o governo de Vladimir Putin tem dado claros sinais de seu respaldo a Maduro por meios diplomáticos, no Conselho de Segurança da ONU e em operações de segurança e defesa.

BombardeiroDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionEm dezembro, a Rússia enviou dois bombardeiros Tupolev 160 à Venezuela

Em dezembro, dois bombardeiros russos Tupolev 160 (TU-160) aterrisaram na Venezuela para participar nos "voos operativos combinados Rússia-Venezuela".
No fim de março, outros dois aviões militares russos aterrisaram na Venezuela com militares encabeçados pelo segundo comandante do Exército da Rússia, Vasilly Tonkoshkurov, e 35 toneladas de equipamento, segundo informaram meios locais.
Trump respondeu e disse que a Rússia tinha que sair da Venezuela, enquanto seu enviado especial para o país, Elliot Abrams, assegurou à BBC que "os russos pagarão um preço" pelo que estavam fazendo.

Elliot AbramsDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionO enviado especial de Trump à Venezuela, Elliot Abrams, criticou o envio de militares russos à Venezuela

Mas as advertências da Casa Branca não parecem ter sido atendidas por Moscou nem então nem agora.
Essa terça, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, negou que funcionários russos tenham estado falando com o mandatário americano sobre a presença de militares da Rússia na Venezuela e assegurou que os efetivos que se encontram ali seguem com seu trabalho.
"Não sabemos o que querem dizer com 'tiraram a maior parte de seu pessoal'. De fato, há especialistas que prestam serviços às equipes que foram enviadas à Venezuela. Esse processo continua de forma ordenada", disse Peskov aos jornalistas.
A retirada dos empregados de Rostec também foi negada na segunda-feira por um porta-voz da empresa.
Mas o que é Rostec e qual foi seu papel na estratégia do Kremlin?

Política e grandes negócios

A Corporação Estatal para Assistência ao Desenvolvimento, Produção e Exportação de Produtores industriais de Tecnologia Avançada, conhecida como Rostec, foi criada no fim de 2007 por um decreto do presidente Putin, que agrupava em um mesmo ente mais de 400 empresas estatais industriais, muitas das quais estavam falidas.

Sergey Chemezov, presidente executivo da RostecDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionSergey Chemezov, o presidente executivo da Rostec, é considerado um dos homens mais influentes da Rússia

Durante seus primeiros anos, seus balanços financeiros não eram favoráveis. Foi em 2010 que começou a registrar ganhos.
Desde então, o conglomerado tem demonstrado uma crescente ambição e espera chegar à lista de maiores corporações industriais do mundo até 2025. Sua importância, no entanto, vai muito mais além de ser uma fonte de renda para Moscou.
"O Kremlin vê a Rostec como uma empresa bandeira do país, um conglomerado que usa como ferramenta em certas áreas. Seu objetivo é melhorar a capacidade da Rússia de competir no setor de alta tecnologia e de defesa", diz William Courtney, pesquisador senior adjunto da Rand Corporation, um think tank (centro de pesquisas) que desenvolve pesquisas e análises para o Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
"Seu papel na estratégia russa é promover as indústrias de defesa e de alta tecnologia, mas por ser controlada pelo Estado tem que se responsabilizar por qualquer tarefa que o Kremlin lhe dê por razões políticas", afirma.
Embaixo do guarda-chuva dessa corporação, Moscou colocou grandes empresas industriais de um amplo número de setores.
Isso inclui a fabricação de caminhões de carga, componentes eletrônicos de rádio, produtos médicos e farmacêuticos, plantas e estações de energia, veículos como o Lada, mas também fuzis Kalashnikov, helicópteros de guerra e de uso civil, bombardeiros e sistemas de mísseis.

Fotos de caçasDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionA Venezuela comprou da Rússia uma moderna frota de caças Sukhoi

Foi justamente esse último setor, de equipamentos e sistemas de defesa, que serviu para abrir as portas de Rostec na Venezuela.
Durante o governo do ex-mandatário Hugo Chávez, a Venezuela se converteu no principal comprador de armamentos da Rússia na América Latina e um dos maiores do mundo. Chávez e Putin assinaram acordos de milhões de dólares.
A Venezuela adquiriu mais de 20 bombardeiros Sukhoi de última geração, 40 helicópteros militares e de transporte, 100 mil fuzis Kalashnikov, quase uma centena de tanques e um avançado sistema de defesa antiaérea S-300, entre muitos outros equipamentos.
Esses armamentos foram vendidos por empresas como a Rosoboronexport, que é uma filial da Rostec dedicada à exportação de produtos de defesa.
Embora a maior parte dessas compras tenha se concretizado durante o mandato de Chávez, Moscou manteve boas relações com o sucessor Maduro.

Influência

"A Rússia usa a venda de armamento como uma ferramenta para adquirir influência em certos países e para obter lucro", diz Thomas Graham, pesquisador do Conselho de Relações Exteriores, um centro de estudos com sede em Washington.
Em seu informe de 2017, a Rostec dizia que seus produtos estavam sendo vendidos a 70 países ao redor do mundo e indicava que as exportações de seu equipamento de defesa tinham passado em uma década dos US$ 6 milhões anuais a US$ 13 milhões anuais.

Foto de Hugo ChávezDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionDurante o governo de Hugo Chávez, a Venezuela se tornou a principal compradora de armas russas da América Latina

Uma parte dessas vendas foram direcionadas à América Latina, um mercado em que a Rússia começou a entrar mais incisivamente na década passada, mas que tem sido mais importante depois das sanções aplicadas pelos Estados Unidos contra Moscou por sua implicação na Ucrânia e na Crimeia.
Em 2013, a Rostec tinha escritórios de representação na Argentina, no Brasil, na Venezuela, na Colômbia, em Cuba, no México e no Peru.
Graham diz considerar que a Rostec "tem um bom desempenho dentro do contexto russo". "O presidente da Rostec, Sergey Chemezov, é próximo a Putin, pelo menos desde que ele se tornou presidente, há 19 anos. Ambos vêm do setor de inteligência e se conhecem há muitos anos", diz.

A crise na Venezuela

Qual é o papel da Rostec na crise da Venezuela?
William Courtney considera que, apesar do desmentido do Kremlin, é factível acreditar que a Rostec tenha retirado o grosso de seus assessores da Venezuela.
O especialista assegura que a Rússia se preocupa que, caso o governo Maduro caia, o governo que lhe substituir não queira reconhecer as dívidas adquiridas.
Como exemplo, ele cita o que aconteceu em 2003 com a invasão do Iraque, onde, depois de ter apoiado Saddam Hussein, a Rússia teve que assumir a perda de uma dívida que ele havia contraído por US$ 13 milhões.
A petrolífera russa Rosneft tem múltiplos acordos na Venezuela, o país com as maiores reservas registradas de petróleo do mundo e também rico em gás.

Sistema antimísseisDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionA Venezuela comprou da Rússia sistemas antimísseis S-300

Para alguns analistas, além da assessoria técnica e o trabalho de mantimento dos sistemas de defesa, a presença de pessoal da Rostec na Venezuela é parte de uma estratégia aplicada pelo Kremlin para proteger Maduro - a permanência russa serviria como um elemento de dissuasão para qualquer tentativa de uso da força por parte de Washington na Venezuela.
Ao mesmo tempo, a presença da Rostec garante a Moscou um lugar em qualquer mesa de negociação sobre a crise no país sul-americano.
Para Graham, os Estados Unidos evitam desde a época da União Soviética ter um enfrentamento com a Rússia - para evitar uma escalada e a possibilidade de um conflito nuclear devastador.
"Por isso, os Estados Unidos evitam cuidadosamente operar onde possa haver militares russos", diz ele.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 7 de junho de 2019

Professores de olho na luta pela aprovação do pagamento dos Precatórios do Fundef


“Foi uma grande e justíssima conquista dos professores”, reagiu o deputado federal Fernando Rodolfo (PL-PE) ao comemorar a aprovação, nesta quarta-feira (05/06), na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara dos Deputados, do seu parecer a projeto de lei beneficiando os professores da rede pública. O relatório de Rodolfo propõe como adicional ao salário do magistério 60% dos precatórios do governo federal (valores devidos após condenação judicial definitiva) do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental).
O TCU (Tribunal de Contas da União) havia sustado o repasse em junho de 2018, por liminar, quando muitas prefeituras já tinham efetuado a destinação, o que gerou, segundo Rodolfo, uma “divisão inaceitável” entre professores que receberam e aqueles que tiveram o benefício suspenso. É o caso, por exemplo, citou ele, da prefeitura de Ibirajuba, no agreste de Pernambuco, que possui R$ 4 milhões de precatórios do governo federal no Fundef para usar como adicional salarial e está impedida de aplicá-los na melhoria da renda do magistério local.
“Nosso parecer estabelece uma equiparação de direitos, porque não podemos permitir que uma parte dos professores receba o adicional e outra parte, não”, declarou o deputado pernambucano ao apresentar seu relatório. A deputada Carla Zambelli (PSL-SP), que havia tentado retirá-lo de pauta na sessão da CFFC da semana passada e acabou pedindo vistas (adiamento) na ocasião, por solicitação do TCU e do Ministério da Educação, desta vez não se opôs. “Houve entendimento com o governo e o relatório é pertinente”, declarou ela.
A Proposta de Fiscalização e Controle (PFC) 181/2018 apresentada por Rodolfo e aprovada na CFFC determina que o TCU faça auditoria para garantir que as prefeituras apliquem, como adicional salarial dos professores, 60% dos precatórios que receberam no Fundef . Os prefeitos que não cumprirem a PFC sofrerão sanção do TCU, determina também o parecer.
Cerca de R$ 90 bilhões foram depositados pelo governo federal no Fundef como resultado de ação judicial das prefeituras que reconheceu não ter a União repassado tal quantia ao Fundo entre 1996 e 2007. Desse total, sublinha o parecer do deputado pernambucano,  R$ 54 bilhões – equivalentes a 60% – têm de ser destinados “ao pagamento da remuneração dos profissionais do magistério da educação básica”, conforme determina a lei que regulamenta o Fundef.
Avaliação
A professora Enedina Soares, presidente da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Ceará (Fetamce), falou sobre a importância do parecer confirmado na Câmara Federal. “O parecer é um instrumento importante para reforçar a nossa luta pelo pagamento dos precatórios do Fundef. Nós temos diversos municípios onde os professores estão realizando manifestações, estão fazendo pressão, envolvendo a população e as câmaras municipais e estão seguindo todos os passos para a efetivação deste direito. Uma importância vitória, que intensifica as nossas lutas para que de fato esta correção de erros do passado seja resolvida, dando aos trabalhadores o que é deles por direito”, enfatiza a dirigente.
Já o advogado Dmitri Montenegro, que representa entidades representativas de servidores e professores municipais em diversas ações que cobram os precatórios do Fundef, avalia a notícia como um alento em meio a tantas incertezas. “Espero que em breve seja aprovada lei no Congresso definindo o direito dos professores a receber o seu direito. A aprovação de uma legislação favorável aos profissionais da educação pode encerrar a discussão, uma vez que o argumento contrário aos professores se baseia em dispositivos legais federais. Lembramos sempre que a nossa fundamentação se baseia na Constituição Federal, hierarquicamente superior as discussões ocorridas nos tribunais de contas”, destaca o jurista.
Professor Edgar Bom Jardim - PE