quarta-feira, 28 de junho de 2017

Como a visão do mundo sobre os EUA mudou com Trump na Presidência


Desenho de Trump sobre um mapa da Europa
Image captionTrump não hesita em expor suas opiniões sobre vários países. Mas o que eles pensam dele?

Um estudo divulgado nesta terça-feira mostra que a Presidência de Donald Trump, iniciada há apenas cinco meses, teve um impacto significativo na percepção dos Estados Unidos pelo mundo. E esse impacto não foi positivo.
Com base em entrevistas conduzidas com mais de 40 mil pessoas em 37 países pelo Pew Research Center, um dos mais renomados institutos de pesquisa americanos, o estudo conclui que Trump e suas políticas são "amplamente impopulares ao redor do mundo".
Os dados mostram que apenas dois dos 37 países têm uma opinião mais favorável sobre Trump do que seu antecessor, Barack Obama: Israel e Rússia.
No Brasil, apenas 14% dos entrevistados disseram confiar no presidente americano. E 50% disseram ter uma visão favorável dos Estados Unidos, índice que chegou aos 73% em 2015, quando Obama estava no poder.

Trump cumprimenta o premiê israelense Binyamin Netanyahu, durante visita a JerusalémDireito de imagemEPA
Image captionEm Israel, país que visitou no final de maio, Trump ganhou avaliações positivas, que foram exceção

Mais de 60% dos entrevistados brasileiros classificaram Trump como um líder firme, mas apenas 19% como carismático. E 24% disseram que ele é qualificado para ser presidente.
Mas o estudo indica também que muitas pessoas sentem que o relacionamento de seus países com os EUA não mudará nos próximos anos.
Alguns dos pontos mais contundentes do estudo estão abaixo.

Mais confiança em Obama

Entrevistas foram realizadas no final do segundo mandato de Obama (2012-2016) e no início da administração Trump, entre fevereiro e maio. A pergunta era sobre qual dos dois líderes as pessoas achavam que "faria a coisa certa em assuntos mundiais".
Eis como alguns aliados dos EUA - e a Rússia - responderam.

gráfico sobre percepção de Trump

Nos cinco meses de mandato, Trump tomou decisões polêmicas no cenário geopolítico, como exigir mais contribuições financeiras dos países-membros da Otan (aliança militar ocidental) e encorajar países árabes a isolar o Catar, em função de acusações de financiamento do extremismo islâmico.
O discurso linha dura de Trump também gerou atritos entre os EUA e seus aliados. A líder alemã, Angela Merkel, por exemplo, disse que a Europa não poderia mais "contar completamente" com Washington.
E foi na Alemanha, por sinal, onde a confiança no ocupante da Casa Branca mais caiu: enquanto 86% dos alemães confiavam em Obama, apenas 11% dizem o mesmo de Trump.
Trump, porém, fez acenos a aliados de peso, como Israel e Arábia Saudita, países que visitou. E a Índia, cujo premiê, Narendra Modi, foi recebido nos EUA neste segunda-feira, é um dos países onde a opinião sobre Trump é a mais favorável - 40% dos entrevistados disseram ter confiança nele, em comparação com 58% para Obama.

'Arrogante'

Os entrevistados responderam a sete perguntas sobre como viam Trump. Abaixo, uma amostra das respostas de três países de três continentes.

gráfico sobre visão de Trump

"De todos os adjetivos testados, positivos ou negativos, Trump é mais frequentemente descrito como arrogante", diz o texto do estudo.
Em 26 de 37 países, o presidente é descrito como "perigoso".
No entanto, as opiniões em cada país variam bastante entre grupos políticos: se pessoas com tendência de esquerda em geral consideram Trump mais perigoso, no Brasil e no Peru a maior preocupação é entre indivíduos que se definem de centro.
Trump também é visto como um líder forte, especialmente em países da América Latina e da África. Mas são poucos os países cujos habitantes o consideram qualificado para ser presidente.

O fechamento de fronteiras causou danos à imagem dos EUA

O decreto de Trump que restringe a entrada de cidadãos de seis países com população majoritariamente muçulmana- e que depois de várias derrotas judiciais ganhou respaldo parcial da Suprema Corte americana - foi criticado por 62% dos entrevistados de maneira geral (61% no Brasil, onde 76% também se opuseram à proposta de construção de um muro na fronteira com México).
Apenas em três dos 37 países - Israel, Rússia e Hungria - houve apoio ao veto a imigrantes.

Mais do mesmo?

A maioria das mais de 40 mil pessoas entrevistadas pode até estar preocupada com Trump e achá-lo perigoso ou arrogante, mas isso não significa que temam algum impacto direto do governo americano em suas vidas.

Cartaz em protesto contra planos de construir muralhaDireito de imagemREUTERS
Image captionEm nenhum dos 37 países estudados houve mais apoio que oposição aos planos de Trump de construir uma muralha na fronteira com o México

Isso porque, levando-se em contra a média de cada país, 41% dos entrevistados acreditam que o relacionamento de seu país com os EUA permanecerá o mesmo - o Brasil registrou 42%.
E, embora 15% acreditem que o relacionamento vai melhorar, há países que carregam o otimismo na contramão.
Na África, por exemplo, 54% dos nigerianos e 51% dos ganenses veem as coisas melhorando. Na Rússia, o índice é 53%.
O país mais pessmista? Nenhuma surpresa que seja o México, alvo de alguns dos mais duros discursos e medidas de Trump.

Em casa

Se o estudo se concentrou em percepções internacionais, um outro relatório recente do Pew revelou que a popularidade de Trump é baixa dentro de casa: apenas 39% dos americanos pensam que o presidente está fazendo um bom trabalho, percentual que cai para 7 entre eleitores negros.
No entanto, Trump conta com apoio em seu próprio partido, o Republicano: 81% das pessoas que tendem a votar por na legenda aprovam o governo Trump. Entre pessoas que se consideram conservadores, o índice é de 88%.
BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 27 de junho de 2017

Festa do Arraiá da Saúde em João Alfredo


Hoje também foi dia de dançar forró e comemorar os bons resultados do primeiro semestre com a equipe da Secretaria de Saúde. Pense num povo animado. Fico feliz pelo clima de harmonia entre servidores, gestores e vereadores, que independentemente da posição política sabem apoiar e prestigiar os eventos. Vamos encerrando o mês renovados, para que possamos ter dedicação total nesse segundo semestre. Parabéns ao grupo pela organização e zelo no serviço público. 
Com informações de Maria Sebastiana, 27 de junho 2017 - Facebook.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Maria Sebastiana destaca construção do calçamento da Rua Manoel Vidal


"Finalizando a pavimentação da Rua Manoel Vidal e a construção de um pontilhão com recursos próprios da prefeitura. Estamos com ações em vários pontos do município e vamos chegar a outros lugares. Com trabalho, economia e dedicação vamos melhorando a infraestrutura para oferecer mais qualidade de vida ao nosso povo".

Fonte: Maria Sebastiana, 27 de junho 2017 - Facebook.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Quem funda o mundo e a poesia?

Octavio Paz escreve com um fôlego admirável. É o tempo que ele tece ou ele é tecido pelo tempo? Fico deslumbrado. As palavras voam, adormecem, encantam. De onde elas surgem? Estão guardadas no coração do poeta? Sempre desconfiei que o mundo nunca será decifrado. Observo que os mistérios se confundem com as magias. O que dizer? Os saberes buscam verdades, assombram academias, aliviam dúvidas. Octávio Paz parece não se entendiar com as perguntas. Borda com paciência. Suas palavras não se perdem. Elas se encontram nas curvas, reconhecem que a arte é a saída para minorar a incompletude. Transcendem.
Nunca nego que os poetas são fundadores. Não dá para ficar celebrando deuses ou mergulhando religiões interessadas pelo pecado. Pedir perdão cansa. Muitas cerimônias vazias com pessoas que militam numa convivência social formal. Prefiro o desafio dos poetas. Eles possuem audácias. Não querem arrogâncias. Sabem que as magias não invenções tolas. Nomear, multiplicar as identidades, armar seduções. Se a vida fica no tédio das tecnologias, o abismo se enche melancolias. Portanto, provoque o diálogo das permanências com as mudanças. Não se agonie com a compexidade
O contemporâneo cultiva o descartável. Não gosta de profundidades. Octavio Paz nos remete para nostalgias. Não entra na apologia dos progressos. A história existe e o poeta não está fora dela. Ela caminha pela sensibilidade, não se restringe a fazer cálculos e eleger razões congelada. Livra-se das incertezas é uma fantasia que agrada. Mas como fugir das perguntas, dos escorregões? Quando entrelaçamos o ritmo das palavras a dança da vida se torna mais leve. As hierarquias incomodam, porém é preciso que haja comunicação. Não se impressione com a velocidade.
Falar com o outro, escutar o outro. Dizer o tempos, para não haja sustos repentino. Se os retornos existem, é fundamental compreendê-los. Não tropece nas explicações cartesianas. Procure contemplar. Não faça de tudo um espelho. Octavio não esconde que a história não se veste de uma definição fixa. A palavra que mora em apenas um significado não dimensiona a força do arco e da lira. Desprezar os poetas é jogar pó na imaginação. Aqueles que acreditam no poder da razão instrumenta estão enlouquecido com as máquinas. Lembram calendários de propagandas. Estão aprisionados pelas distâncias que nunca serão percorridas.
Por Antônio Paulo Rezende.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Janot apresenta denúncia contra Temer; veja próximos passos

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou na noite desta segunda-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que o presidente Michel Temer seja processado por corrupção passiva, juntamente com o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).
A acusação preparada por Janot se baseia nas investigações que foram abertas após as delações de executivos da JBS Joesley e Wesley Batista na Operação Lava Jato.
O procurador afirma que Temer aceitou, por intermédio de Loures, "vantagem indevida de R$ 500 mil ofertada por Joesley Batista, cujo pagamento foi realizado pelo executivo da J&F Ricardo Saud".
"Além do efetivo recebimento do montante espúrio mencionado, Michel Temer e Rodrigo Loures, em comunhão de esforços e unidade de desígnios, com vontade livre e consciente, ainda aceitaram a promessa de vantagem indevida no montante de R$ 38 milhões", diz o pedido.
É a primeira vez que um presidente da República é denunciado ao STF durante seu mandato. O Planalto ainda não se manifestou sobre a denúncia.
Em suas manifestações públicas sobre o caso, o presidente tem criticado Joesley, acusando-o de ser "o criminoso notório de maior sucesso na história brasileira".
Em abril deste ano, o ex-deputado e ex-assessor do presidente Rodrigo Rocha Loures foi filmado saindo de um restaurante em São Paulo com uma mala contendo R$ 500 mil.
De acordo com a PGR, o dinheiro era parte da propina paga pela JBS a Temer em troca de favorecimento no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), num processo para reduzir preço do gás fornecido pela Petrobras a uma termelétrica da empresa.
No pedido, Janot diz que "os interesses privados dos acusados passaram a prevalecer sobre a defesa do interesse público, valor que deveria ser por ele devidamente observado".
"Em outras palavras: Michel Temer e Rodrigo Loures desvirtuaram as importantes funções públicas que exercem, visando, apenas, ao atendimento de seus interesses escusos", afirma o procurador.
Janot pede que o presidente e o ex-deputado sejam condenados a pagar indenizações aos cofres públicos por danos morais coletivos, no valor de R$ 10 milhões e R$ 2 milhões, respectivamente.
Ainda que tenha sido apresentado ao STF, o pedido precisa ser primeiro avaliado pela Câmara dos Deputados. Só se o pedido for aprovado pela Câmara e, posteriormente, pelo STF, Temer se tornará réu e será afastado do cargo.
A BBC Brasil explica abaixo os trâmites do processo:

Crime de responsabilidade X crimes comuns

Há tramitações distintas para os casos em que um presidente é acusado por crimes de responsabilidade e por crimes comuns.
Crimes de responsabilidade são violações exclusivas ao exercício do mandato (é o caso da denúncia que levou ao impeachment de Dilma Rousseff, acusada de violar a lei orçamentária). Nesses processos, o julgamento do presidente cabe ao Senado.
Já acusações contra um presidente por crimes comuns (como os atribuídos a Temer pelo procurador-geral) são julgados pelo STF, desde que haja a autorização da Câmara dos Deputados.
Por isso, após a apresentação da denúncia pelo procurador, a presidente do STF, Cármen Lúcia, a encaminhará para a Câmara.
O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não tem a possibilidade de arquivar a iniciativa, devendo submetê-la à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
A defesa de Temer terá o prazo de dez sessões para se manifestar sobre a denúncia.
Após essa etapa, haverá um prazo de cinco sessões para que um deputado indicado por Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), o presidente da CCJ, apresente um relatório sobre a denúncia, recomendando que ela seja admitida ou rejeitada.
O deputado terá de ser escolhido entre os 66 membros da comissão, embora os partidos sejam livres para substituir seus representantes no órgão. Pacheco diz que não escolherá "um nome do governo" para a função.
O prazo para a apresentação do relatório será de cinco sessões. O relatório será então votado pelos membros da CCJ.
É possível que a defesa de Temer e o relator concluam seus trabalhos antes dos prazos, para acelerar o processo e evitar um maior desgaste do presidente.

Rodrigo Rocha LouresDireito de imagemEPA
Image captionEx-deputado e assessor de Temer foi filmado com mala onde transportava suposta propina da JBS no valor de R$ 500 mil

Juízo político

Sendo aprovado ou rejeitado na comissão, o relatório será submetido ao plenário da Câmara, para que seja votado por todos os deputados.
Cada deputado será chamado ao microfone para se posicionar a favor ou contra a admissão da denúncia.
Segundo o ex-ministro do STF Carlos Velloso, ao se posicionar, cada deputado deverá verificar se "a acusação é consistente, se tem ela base em alegações e fundamentos plausíveis, ou se a notícia do fato reprovável tem razoável procedência, não sendo a acusação simplesmente fruto de quizílias [inimizades] ou desavenças políticas".
Para Velloso, ao decidir sobre a denúncia, "a Câmara dos Deputados profere juízo político", e não jurídico.

Contagem dos votos

Para que a denúncia seja aceita, são necessários os votos de 342 dos 513 deputados (dois terços).
Já Temer se livra da denúncia se acumular ao menos 172 votos e/ou abstenções.
Se o presidente vencer a votação, a denúncia será arquivada.
Caso contrário, ela volta ao Supremo, para que os ministros da corte também avaliem se a denúncia deve ou não ser aceita.

De volta ao STF

Se os ministros do STF avaliarem que Temer não deve ser julgado, a denúncia é arquivada.
Se avaliarem que a denúncia é válida, Temer será afastado temporariamente por até 180 dias, sendo substituido pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), nesse período.
O STF terá seis meses para julgar o caso. Se Temer for absolvido ou o Supremo não completar o julgamento em 180 dias, o peemedebista volta automaticamente à Presidência.
Se condenado, perde o mandato.
Temer só poderia ser preso após uma eventual condenação, pois não há na legislação a possibilidade de prisão provisória para presidentes da República.
BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Maria Sebastiana participa dos festejos da educação



"Festa linda com gostinho de quero mais. Esse empenho em buscar sempre o melhor reflete nos bons resultados que temos alcançado". Vocês merecem! 
Com Informações de Maria Sebastiana, 27 de junho 2017 - Facebook.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Temer é denunciado por corrupção passiva


O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (26) uma denúncia contra o presidente Michel Temer e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) pelo crime de corrupção passiva.
Com a denúncia, fica formalizada a acusação contra Temer, que será julgada pelo Supremo se Câmara dos Deputados autorizar
Professor Edgar Bom Jardim - PE

FAB: Avião com cocaína decolou de fazenda que pertence a Blairo Maggi

Ministro de Temer 
Blairo Maggi
Maggi é um dos mais ricos empresários do agronegócio no Brasil.


A Força Aérea Brasileira (FAB) interceptou no domingo 25 um avião bimotor, na região de Aragarças (GO), em uma ação que culminou na apreensão de 653 quilos de cocaína. De acordo com a FAB, o avião, de matrícula PT-IIJ, decolou da Fazenda Itamarati Norte, no município de Campo Novo do Parecis (MT) com destino a Santo Antonio do Leverger (MT). A Fazenda Itamarati Norte pertence ao senador licenciado e ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP).
A assessoria de imprensa do Grupo Amaggi, que pertence ao ministro e a seus familiares, confirmou por telefone a CartaCapital que uma fazenda com "o mesmo nome" do divulgado pela FAB pertence ao grupo, e disse que preparava nota oficial.
Em nota oficial (confira a íntegra no fim do texto), a Amaggi negou ter qualquer relação com a aeronave e afirmou que não emitiu autorização de pouso ou decolagem para a mesma. Além disso, argumentou que a região de Campo Novo do Parecis é "vulnerável à ação de grupos do tráfico internacional de drogas, dada a sua proximidade com a fronteira do estado de Mato Grosso com a Bolívia" e que já auxiliou a Polícia Federal em uma ação similar em outra fazenda da região.
No site da Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso, há um processo de licenciamento de um aeródromo na Fazenda Itamarati Norte, em Campo Novo do Parecis, que tem como proprietário o Grupo Amaggi.
A assessoria de imprensa do Ministério da Agricultura encaminhou a solicitação de informações de CartaCapital a um assessor pessoal de Maggi, que repassou o contato à assessoria do Grupo Amaggi. Segundo reportagem da revista Globo Rural, a Fazenda Itamarati Norte foi adquirida em junho de 2010 pelo Grupo Amaggi. A propriedade foi arrendada por oito anos do empresário Olacyr de Moraes, conhecido como "Rei da Soja".
Consulta pela matrícula do bimotor no sistema do Registro Aéreo Brasileiro (RAB), da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), mostra que a aeronave pertence a Jeison Moreira Souza.
Em uma segunda nota, publicada nesta segunda-feira 26, a FAB afirmou que a informação de que o bimotor decolou da Fazenda Itamarati Norte foi fornecida pelo próprio piloto, durante a abordagem. "A confirmação do local exato da decolagem fará parte da investigação conduzida pela autoridade policial", afirmou a Força Aérea.
A interceptação
A interceptação da aeronave ocorreu durante a Operação Ostium, dedicada a coibir ilícitos transfronteiriços, na qual atuam em conjunto a FAB, a Polícia Federal e órgãos de segurança pública.
A interceptação, feita por uma aeronave A-29 Super Tucano, teve início às 13h17 de domingo. Segundo a FAB, o piloto seguiu os protocolos das medidas de policiamento do espaço aéreo e interrogou o piloto do bimotor. Na sequência, determinou a mudança de rota e o pouso obrigatório no Aeródromo de Aragarças (GO).
Inicialmente, afirma a FAB, a aeronave interceptada seguiu as instruções da defesa aérea, mas em vez de pousar no aeródromo indicado, arremeteu. O piloto da FAB, diz a Aeronáutica, novamente comandou a mudança de rota e solicitou o pouso, porém o avião não respondeu.
Avião
Avião com 500 quilos de cocaína é interceptado em Jussara
A partir desse momento, afirma a FAB, o bimotor foi classificado como hostil. O A-29 executou um tiro de aviso, para forçar o piloto da aeronave interceptada a cumprir as determinações da defesa aérea, e voltou a determinar o pouso obrigatório. O avião interceptado novamente não respondeu e pousou na zona rural do município de Jussara (GO).
De acordo com a Polícia Militar de Goiás, os ocupantes da aeronave fugiram após um pouso na área rural do município. Um helicóptero da PM-GO foi acionado e realizou buscas no local. Inicialmente, a FAB apontou que a carga apreendida era de 500 quilos de cocaína, mas a PM atualizou o número, elevando para 653 quilos. Ainda segundo a PM do estado, a carga está avaliada em 13 milhões de reais.
Segundo a FAB, o avião seria removido para o quartel da Polícia Militar de Goiás em Jussara. A droga apreendida será encaminhada para a Polícia Federal em Goiânia.
O que disse a Amaggi
A respeito das informações divulgadas pela Força Aérea Brasileira no último domingo 25, dando conta da interceptação de uma aeronave carregada de entorpecentes que teria decolado de uma pista localizada na Fazenda Itamarati, arrendada pela Amaggi, a companhia vem a público informar que:
a) Tomou conhecimento do caso por meio da imprensa e aguarda o desenrolar das investigações sobre a propriedade da aeronave e as circunstâncias exatas em que ela – conforme afirma a FAB – teria pousado na Fazenda Itamarati e decolado a partir de uma de suas pistas;
b) A empresa não tem qualquer ligação com a aeronave descrita pela FAB e não emitiu autorização para pouso/decolagem da mesma em qualquer uma de suas pistas;
c) Localizada em Campo Novo do Parecis, a parte arrendada pela Amaggi na Fazenda Itamarati conta com 11 pistas autorizadas para pouso eventual (apropriadas para a operação de aviões agrícolas, o que não demanda vigilância permanente) localizadas em pontos esparsos de 54,3 mil hectares de extensão;
d) A região de Campo Novo do Parecis tem sido vulnerável à ação de grupos do tráfico internacional de drogas, dada a sua proximidade com a fronteira do estado de Mato Grosso com a Bolívia;
e) Tal vulnerabilidade acomete também as fazendas localizadas na região. Em abril deste ano, a Amaggi chegou a prestar apoio a uma operação da Polícia Federal (PF), quando a mesma foi informada de que uma aeronave clandestina pousaria com cerca de 400 kg de entorpecentes (conforme noticiado à época) em uma das pistas auxiliares da fazenda. Na ocasião, a PF realizou ação de interceptação com total apoio da Amaggi, a qual resultou bem-sucedida.
A Amaggi se coloca à disposição das autoridades para prestar todo apoio possível às investigações do caso.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Lula lidera em Pesquisa do Datafolha


A mais recente rodada da pesquisa Datafolha para a eleição presidencial mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua sendo o nome mais forte para as eleições de 2018. Em todos os cenários em que aparece, o petista tem ao menos 29% de intenções de voto, sempre com o dobro do segundo colocado.
Em simulações de segundo turno, Lula teria vantagens significativas contra os tucanos Geraldo Alckmin e João Doria e contra o deputado Jair Bolsonaro (PSC). O juiz Sergio Moro e a ex-senadora Marina Silva (Rede) aparecem empatados com Lula, sendo que o magistrado surge numericamente à frente.
Com o senador Aécio Neves (MG) atolado em denúncias de corrupção, o Datafolha testou apenas dois candidatos do PSDB em simulações de primeiro turno – o governador Geraldo Alckmin e o prefeito João Doria, ambos de São Paulo.
Com Alckmin, Lula teria 30%, seguido por Bolsonaro (16%) e Marina (15%), Alckmin (8%), Ciro Gomes, do PDT, com 5%. O ex-deputados Luciana Genro (PSOL) e Eduardo Jorge (PV) e o senador Ronaldo Caiado teriam 2% cada um. Outros 20% votariam em branco, nulo ou ainda não sabem.
Com Doria, a situação é semelhante. Lula manteria os 30% e Bolsonaro e Marina ficariam empatados com 15% na segunda colocação. Doria aparece com 10% e Ciro Gomes com 6%. Luciana Genro, Eduardo Jorge e Caiado seguem com 2%.
A entrada do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa na corrida embolaria a disputa pelo segundo posto. Em um dos cenários, Lula continuaria líder com 29%, seguido por Marina e Bolsonaro (15% cada). Barbosa teria 11% e Alckmin, 8%. Luciana Genro, Eduardo Jorge e Caiado seguem com 2%, enquanto 16% dizem votar branco, nulo ou ainda não saberem.
Em outro cenário com o ex-ministro do STF, Lula fica com 29%, seguido por Marina (15%), Bolsonaro (13%), Barbosa (10%) e Doria (9%). Luciana Genro e Eduardo Jorge manteriam 2% e Caiado ficaria com 1%. Outros 17% votariam branco, nulo ou não sabem.
Barbosa vem sendo cortejado por diversos partidos, mas ainda não anunciou candidatura. Uma das legendas que o procurou é a Rede, de Marina Silva, que cogita colocar os dois na mesma chapa.
Em uma simulação com Moro candidato, o juiz, responsável pela Operação Lava Jato em primeira instância, ficaria em segundo lugar, com 14%, empatado com Marina (14%) e Bolsonaro (13%). Alckmin teria 6%. Genro e Jorge manteriam 2% e Caiado ficaria com 1%. Outros 17% votariam branco, nulo ou não sabem.
Como o ex-presidente Lula responde a diversos inquéritos na Lava Jato e pode ser barrado do pleito caso sofra uma condenação em segunda instância, o Datafolha testou outro petista em um dos cenários, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad. Ele teria apenas 3% de intenção de voto, atrás de Marina Silva (22%), Bolsonaro (16%), Joaquim Barbosa (13%), Alckmin (10%) e Luciana Genro (4%). Sem Lula, o número de indecisos e votos brancos e nulos iria a 28%.
Segundo turno
No segundo turno, Lula continua mostrando força. O ex-presidente aparece mais de dez pontos à frente de Alckmin (45% a 32%), Doria (45% a 34%) e Bolsonaro (45% a 32%). Contra Marina Silva, ambos teriam 40%. Em uma disputa entre Moro e Lula, o juiz iria a 44%, contra 42% do petista, diferença dentro da margem de erro da pesquisa, de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.
Marina Silva venceria Bolsonaro no segundo turno (49% a 27%), enquanto Ciro Gomes estaria empatado com Alckmin (31% a 34% do tucano) e Doria (34% a 32% do tucano).
O Datafolha ouviu 2.771 eleitores em 194 municípios entre 21 e 23 de junho. 
Carta Capital
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Jovens violentos abandonam a escola mais cedo, diz pesquisador



Crédito: Shutterstock

A Educação brasileira de hoje tem índices melhores que há uma década. Todas as etapas têm aumento da taxa de aprovação e redução do abandono em relação a 2007. Esses dados foram divulgados nesta quarta pelo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) com base nas informações dos Censos escolares de 2014 e 2015. Mas, apesar da evolução em várias áreas, o resultado ainda é preocupante.
Os piores índices estão no Ensino Médio: a média de evasão escolar na etapa é de 11,2%, e com 12,9% só no 1º ano. No Ensino Fundamental, os números são um pouco mais agradáveis, com média de 2,1% de abandono nos anos iniciais e 5,4 nos anos finais.
Apesar de baixa quando comparada com o Ensino Médio, um estudo do sociólogo Marcos Rolim mostra que a evasão na transição do Ensino Fundamental 1 para o Ensino Fundamental 2 pode ser especialmente danosa. Ele analisou as respostas de 111 pessoas, e identificou um fator em comum a todas que se envolveram com o crime: o abandono aos estudos muito cedo. “Os mais violentos tinham saído da escola muito precocemente, com 10, 11, 12 anos. Não havia uma exceção”, afirma o pesquisador.
Marcos estuda segurança pública há mais de 20 anos. Baseado em uma experiência norte-americana registrada no livro Why they kill (Por que eles matam), do jornalista Richard Rhodes, ele decidiu repetir a investigação com brasileiros, que registrou no livro A formação de jovens violentos – Estudo sobre a etiologia da violência extrema. A ideia inicial era entrevistar um grupo de jovens, homens, envolvidos com atos de violência extrema. O pesquisador conversou com 17 que estavam na Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase), antiga Febem do Rio Grande do Sul, alguns inclusive com múltiplos homicídios. A intenção era saber mais sobre suas vidas anteriores aos crimes cometidos e à prisão.
Os jovens também indicaram um colega de infância que não tinha se envolvido com o crime, para Marcos buscar padrões e diferenças nessas histórias que pudessem explicar a “inclinação violenta” (que Marcos chama de “disposicionalidade”, por acreditar que é fruto tanto de questões internas quanto sociais) que certas pessoas de um mesmo grupo social têm, enquanto outras não.
“Repeti as entrevistas com onze desse segundo grupo. Como eram poucos, não consegui chegar a grandes conclusões, então ampliei a amostra aplicando um mesmo questionário para jovens presos por crimes violentos e não violentos, e outros da periferia de Porto Alegre, que não tinham nenhuma relação com o crime”, explica Marcos. Veja a seguir suas descobertas.


O pesquisador Marcos Rolim (Divulgação / Ramon Moser)

Quais foram as principais conclusões da sua pesquisa?
Todos os jovens eram pobres, moradores de áreas de exclusão, e muitos viveram situações de violência na família. Os mais violentos tinham saído da escola muito precocemente, com 10, 11, 12 anos. Não havia uma exceção. Eu imaginava, por exemplo, que os jovens que matam são de famílias violentas, desestruturadas. Mas não, há aqueles que vêm de famílias em que tudo em tese estava correndo bem, até a saída da escola. Quando olhei para o grupo maior, vi que a baixa escolarização e o treinamento para o crime foram os dois fatores que mais apareceram em comum àqueles que tinham mais disposição para a violência. O treinamento é quanto tem a presença de alguém mais velho que introduz esse jovem no mundo do crime.
Esses traficantes mais velhos fariam o papel de professor?
Exatamente. A ruptura com a escola desvinculou o menino do único senso de grupo que ele tinha. O traficante que o recebe é poucos anos mais velho do que o iniciante, mas faz as vezes de professor, instrui, socializa nos valores do novo grupo.
Quais foram os motivos que os jovens deram para terem saído da escola?
Foram três motivos principais. Havia uma sensação de que eles eram incapazes de aprender. Eles falavam “Eu sou burro mesmo, não dou pra isso, repetia de ano”. Essa ideia de que a culpa é deles, de que há algo de errado neles, é uma visão equivocada, porque é obrigação da escola ensinar. Havia os que sofriam bullying pela pobreza. Todos eram pobres na escola, mas alguns eram ainda mais pobres do que os outros: usavam sapato furado, camisa rasgada, e eram humilhados pelos demais. Eles acabavam saindo para evitar essa humilhação, inclusive entravam para o crime na tentativa de se vingar disso. Também teve quem falou que a escola é um espaço desinteressante, que era um saco estar lá, os professores eram chatos. E tenho a impressão de que há uma distância enorme entre o mundo em que os jovens vivem, da internet, da conectividade, e o mundo em que a escola vive.
Como a escola pode concorrer com o universo do crime?
Talvez a única chance de a escola disputar esse espaço é com relação à autoria de uma pessoa. Jovens extremamente pobres têm a sensação de serem nada, e isso no fundo corresponde muito à realidade social brasileira. De fato, no Brasil, ele é nada, reconhecido em lugar nenhum. O tráfico oferece um espaço de pertencimento, onde eles são valorizados. E quando faz parte do grupo, tem uma arma na cintura, pode comprar roupas de grife, ele passa a ser alguém admirado na vila onde mora. O máximo que a escola oferece é uma promessa futura, com um cotidiano cheio de tarefas burocráticas, sabe? Acho que essa preocupação da autoria na escola, como ele pode ser alguém, o que ele pode produzir, realizar, como esportes, poesia, hip hop, artes, deve ser central.
A evasão escolar deveria virar assunto de segurança pública?

Teríamos que fazer um estudo mais aprofundado sobre evasão, mas a minha impressão é de que quanto mais cedo a criança sai da escola, maiores as chances de se envolver com o crime. Nas prisões norte-americanas, há um grupo muito pequeno de pessoas que terminaram o Ensino Médio. A grande maioria não terminou. Aqui, o corte é ainda mais baixo. A grande maioria da população carcerária brasileira não terminou o Ensino Fundamental. A quantidade de escolarização é muito importante para permitir que o sujeito escape dessas dinâmicas ilegais de sobrevivência, que podem levar à prisão. Não acho que a escola deva ser assunto de segurança, mas a pesquisa deixa claro que o desempenho da escola acarreta consequências na segurança pública. A evasão escolar é um tema central para se pensar a violência do Brasil, mas não deve ser só isso. O ideal seria ter evasão zero como nossa meta. Precisamos entender e combater os motivos pelos quais esses meninos estão saindo da escola.
Nova Escola.
Professor Edgar Bom Jardim - PE