quarta-feira, 12 de março de 2014

Deputados aprovam comissão para investigar Petrobras


PT tentou obstruir, mas base aliada conseguiu aprovar requerimento.
Deputados de oito partidos aliados votaram contra orientação do Planalto.

Nathalia PassarinhoDo G1, em Brasília

Deputados no plenário durante a sessão que aprovou a criação de comissão externa para aprovar irregularidades na Petrobras (Foto: Gustavo Lima / Agência Câmara)Deputados no plenário durante a sessão que aprovou a criação de comissão externa para apurar irregularidades na Petrobras (Foto: Gustavo Lima / Agência Câmara)
Em meio à crise entre o governo federal e a base aliada no Congresso, a maioria dos integrantes do chamado "blocão", grupo de partidos aliados, mas insatisfeitos com o governo, impôs nesta terça-feira (11) a primeira derrota ao Planalto no Legislativo ao aprovar a criação de uma comissão externa de deputados para investigar denúncias de propina na Petrobras.
A comissão externa não é acusatória, é investigatória. Essa comissão é apenas para investigar. O bem da Petrobras é o que todos nós queremos, e esta Casa cumpriu seu dever."
Deputado Henrique Alves (PMDB-RN), presidente da Câmara
O texto recebeu 267 votos a favor, 28 contrários e 15 abstenções. De acordo com o requerimento, apresentado por DEM e PSDB, um grupo de parlamentares irá à Holanda para acompanhar as investigações sobre suposto pagamento de propina a funcionários da estatal pela empresa holandesa SBM Offshore, que aluga plataformas flutuantes a companhias petrolíferas.
O texto aprovado pelos deputados contraria o governo, que alega que a investigação pode prejudicar a imagem da estatal do petróleo.
O PT tentou obstruir a votação, utilizando instrumentos previstos no regimento interno para postergar a análise da matéria, recebendo apoio apenas do PC do B entre os aliados. Dentro da base governista, votaram pela aprovação da comissão o PMDB, o PR, o PSC, o PTB, além de parte do PDT, do PP, do PROS e do PSD.
Para o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), a criação da comissão externa seria um “erro político” "Vai colocar a Petrobras em dúvida no plano internacional por uma investigação que não existe, e a Câmara ainda pode ficar em maus lençóis ao não ter acesso às investigações", disse Chinaglia.
Vai colocar a Petrobras em dúvida no plano internacional por uma investigação que não existe, e a Câmara ainda pode ficar em maus lençóis ao não ter acesso às investigações."
Deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), líder do governo na Câmara
No entanto, a oposição e cinco partidos que formam o "Blocão" defenderam aprovar o texto, entre os quais o PMDB, segunda maior bancada da Câmara. 
A relação do Palácio do Planalto com a base aliada tem se deteriorado nos últimos meses.  Partidos reclamam do não cumprimento de acordos quanto à liberação de recursos de emendas parlamentares, criticam a demora da presidente Dilma Rousseff em concluir a reforma ministerial, e se dizem excluídos das decisões políticas e de lançamentos de programas do governo federal.
O foco da crise é a Câmara dos Deputados e a relação tumultuada que o Planalto tem com o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ). Nesta segunda, a presidente Dilma Rousseff se reuniu com lideranças do PMDB, mas não convidou Cunha, o que foi interpretado por parlamentares como uma tentativa de isolar o líder peemedebista.
Em resposta, o "Blocão" e a bancada do PMDB na Câmara anunciaram publicamente apoio ao peemedebista e disseram que eventual tentativa de excluí-lo significaria ignorar toda a base aliada da Casa.
Após a aprovação da comissão de externa para investigar a Petrobras, Eduardo Cunha negou que a votação tenha sido uma tentativa de “retaliar” o Planalto. "Não tem nenhuma intenção de vingança", afirmou.
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), também defendeu a aprovação do requerimento.
"A comissão externa não é acusatória, é investigatória. Essa comissão é apenas para investigar. O bem da Petrobras é o que todos nós queremos, e esta Casa cumpriu seu dever", afirmou.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Festa de São José em Bom Jardim



Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 11 de março de 2014

Contradições humanas

A Arte tem como uma de suas principais funções, que às vezes parece ter se perdido pelo caminho, denunciar, criticar, fazer pensar.

Dentro deste contexto alguns artistas nacionais e internacionais são bem conhecidos como, por exemplo, "Os Gêmeos" ou "Banksy", mas talvez você não conheça Pawel Kuczynski.

O Artista Gráfico Pawel Kuczynski
Pawel Kuczynski é um cartunista/ilustrador polonês nascido em 1976. Graduado pela Academia de Belas Artes de Poznam e especializado em Artes Gráficas trabalha com Ilustrações satíricas desde 2004 e já foi agraciado com mais de 100 diferentes prêmios.

Em 2005 recebeu o prêmio "Eryk" da Associação Polonesa de cartunistas como artista revelação por haver ganho inúmeros prêmios pelo mundo.

Tantos prêmios justificam-se já que a temática de seu trabalho é universal, abordando a desigualdade, a fome, ativismo ecológico e a falta de liberdade, por exemplo, temas estes que fazem parte do cotidiano de qualquer país, especialmente do Brasil.

Aliás falando em Brasil, a primeira vez que vimos suas obras imaginamos ser um artista brasileiro e não polonês, pois sua temática encaixa-se tão bem à nossa realidade que só um filho da terra, em nossa imaginação, teria condições de traduzir as mazelas nacionais desta forma. Ledo engano imaginar que os problemas do Brasil são únicos e exclusivos nossos e foi o que Pawel Kuczynski mostrou-nos.
folhasocial.com
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Não esqueça sua história e sua ousadia

O cerco das informações não é acidental. Ele tem seus objetivos e refaz, constantemente, os valores do mundo das mercadorias. Toda atenção é pouca. Os anúncios trazem dizeres que ficam colados na memória. Consagram-se como verdades cotidianas. É a conexão direta que não dispensa muito esforço. O humor é refinado. Não é surpresa. O capitalismo tem que mover sua produção e divulgar seus fascínios. Há admiradores persistentes e animados. O perigo é que o envolvimento não é crítico. Nada é feito só para tornar a vida mais leve e viajar no tapete mágico.
Os poderes da dominação se lançam com sedes secretas, mas eficazes. Portanto, comentamos tanto o que está fora de nós que desprezamos emoções que nos conduzem na intimidade. Uma atitude ingênua, às vezes, que adquire uma permanência nas conversas. Tomamos sustos com as aventuras eleitas pela imprensa e naufragamos nos mares internos. Carregar novidades nos faz ganhar destaque nos colóquios sociais. Não é a aparência que promove sucesso?  Não é preciso aprimorar a inteligência basta saber reproduzir e soltar o riso que não lhe pertence. As identidades sempre se multiplicam. Elas têm rostos e máscaras. procuram espelhos, festeja êxitos na acumulação.
O movimento é grande, porém não há justificativas para tanto adormecimento ou quem seduz concentra magias impenetráveis? As histórias circulam, não poderia ser diferente. Elas devem, no entanto, articular-se com o que foi vivido. Quando quebramos o deslocamento das memórias, o risco de perder-se é imenso. Está na história é ousar. Exaltamos sonhos, definimos felicidades, nos confundimos com as coisas que estão na vitrine. Tudo isso apaga contrariedades e descarta o desejo de não se curvar diante de tantas imagens programadas.
Se a aldeia global nos aproxima de culturas diferentes, não dá para vê-las, apenas, como exotismos. Quando nos ligamos na história não sacudimos fora as experiências, mas as socializamos buscando trilhas nunca percorridas. Quem engana não é indestrutível. Há fragilidade. O labirinto da grana possui suas idealizações, sofistica medos, dificulta convivências. Há distâncias entre as situações, porém os toques de semelhança atravessam séculos. Não delire com as informações, nem se sinta um porta-voz dos noticiários.
Observe sua história e compreenda as imagens que atraem e traçam seu estar no mundo.Olhar o outro não é fugir de si. As identidades precisam de contrapontos. As massificações totalitárias arrastam culpas, prometem salvações, firmam-se como mensageiras de divindades. As religiões dialogam com a política e usam seus artifícios. Estamos na era do profissionalismo utilitário. Se a história que está sendo curtida pela maioria merece seus encantamentos, dê uma analisada no seu cotidiano.
Não esqueça que o estudo do passado faz parte dos conhecimento mínimos. Não adiantam livros, teorias, pesquisas, contudo, se  o saber se reduz a discussões acadêmicas brilhantes e passividade das exibições. O mundo do espetáculo diverte e aprisiona. Não custa um pouco de sossego. Qual o meu território, até posso onde esticá-lo? Quem não pergunta desconhece as possibilidades da história e nunca desconfia de que há quedas que oprimem e outras que sacodem a apatia. astuciadeulisses.com.br

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Voo que sumiu na Ásia 'mudou de rota antes de desaparecer'

Informação é da Força Aérea da Malásia; BBC obteve nova foto de iranianos que viajaram com passaportes roubados.


Pouria Nour Mohammad Mehrdad (esq.) e Delavar Seyed Mohammadreza usaram passaportes roubados (Foto: BBC)

A Força Aérea da Malásia informou nesta terça-feira (11) que leituras de seus radares indicam que o avião do vôo MH370, desaparecido desde o último sábado, mudou de rota antes de sumir com 239 pessoas a bordo.
A aeronave da Malaysia Airlines virou para a direção oeste, desviando do caminho previsto entre as cidades de Kuala Lumpur e Pequim. Por isso, as buscas pelos destroços foi ampliada.
Outro desdobramento das investigações foi a identificação de dois homens que viajam com passaportes roubados, que parecem na foto acima obtida pela BBC News.
Segundo autoridades, ambos eram iranianos sem ligações aparentes com grupos terroristas.
Um deles foi identificado pela polícia malasiana como Pouria Nour Mohammad Mehrdad, de 18 anos. Ele provavelmente estava imigrando para a Alemanha. As autoridades estão em contato com sua mãe na Alemanha, que esperava por ele em Frankfurt. 
O segundo homem era Delavar Seyed Mohammadreza, de 29 anos, de acordo com informações divulgadas pela Interpol.
Com informações de g1.globo.com
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Fifa abre nesta quarta novo período de vendas de ingressos para a Copa

 

Nesta fase, que vai até o dia 1ºde abril, comercialização será por ordem de chegada, e torcedores saberão ao fim do pedido se tiveram êxito na compra das entradas

Os torcedores que ainda não conseguiram ingressos para a Copa do Mundo deste ano terão uma nova chance a partir desta quarta-feira, às 8h (de Brasília) quando a Fifa abre novo período de vendas em seu site oficial. Ainda na segunda fase da comercialização das entradas, porém, agora, a venda será por ordem de chegada - diferentemente do período anterior, quando os ingressos eram sorteados. Ao todo, serão 160 mil entradas à venda - os jogos disponíveis ainda não foram divulgados.

Sendo assim, é preciso ter fundos suficientes para débito em conta ou limite disponível no cartão de crédito para que a solicitação seja validada. O torcedor saberá na hora da compra se teve êxito, não precisando aguardar o fim do período de vendas, no dia 1º de abril.
De acordo com a Fifa, o único jogo da Seleção de Luiz Felipe Scolari com entradas esgotadas é a estreia contra a Croácia, dia 12 de junho, na Arena Corinthians, em São Paulo. Esta partida é uma das sete do Mundial que já não tem mais bilhetes à venda. As outras são: a final no Maracanã, no Rio de Janeiro (13 de julho); Inglaterra x Itália (14 de junho) e Estados Unidos x Portugal (22 de junho), ambas em Manaus; as oitavas de final em São Paulo (1º de julho) e Porto Alegre (30 de junho); e a semifinal em Belo Horizonte (8 de julho). No total, 2,3 milhões de ingressos foram vendidos até o momento pela entidade.
Esses sete jogos não terão entradas à venda na fase começa nesta quarta-feira. No entanto, é provável que novas entradas dessas partidas estejam disponíveis a partir de abril. Segundo a Fifa, é normal que alguns torcedores não paguem pelos ingressos solicitados ou patrocinadores devolvam alguns bilhetes. As partidas do Brasil com México (17 de junho, em Fortaleza) e Camarões (23 de junho, em Brasília) ainda terão ingressos disponíveis. 

Após esta fase de compra por ordem de chegadas, os torcedores que pretendem assistir aos jogos do Mundial terão apenas mais uma chance: a venda de última hora, programada pela Fifa para ocorrer a partir de 15 de abril até o fim do torneio. Tal período também será de venda por ordem de chegada e ocorrerá através do site oficial da entidade e nos centros de venda de ingressos espalhados pelas 12 cidades-sede. Até o momento, já foram vendidos 2,3 milhões de entradas para a Copa do Mundo.
Com informações de g1.globo.com
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 10 de março de 2014

Educação precária em Pernambuco, Alagoas e Maranhão é retratada no Fantástico


São escolas sem água potável, sem banheiro e até sem sala de aula. 
O que não falta é a força de vontade de alunos, professores e pais.

Um retrato do abandono do ensino público no Brasil. São escolas sem água potável, sem banheiro e até sem sala de aula.
Durante dois meses, os repórteres Eduardo Faustini e Luiz Cláudio Azevedo percorreram escolas públicas dos estados que tiveram as médias mais baixas no Programa de Avaliação Internacional de Estudantes (Pisa).
“O percurso deles é em torno de 20, 30 quilômetros. Muitos acordam duas, três horas da manhã, para pegar um caminhão, para que esse caminhão leve até a rodovia, para da rodovia vir de um transporte fornecido pela prefeitura do município: o ônibus escolar”, conta um morador de Joaquim Gomes, em Alagoas.
“A rua é assim desse jeito. Os meninos, a gente atravessa eles no braço, porque não quer ver eles molhado. Caderno, eles não dão”, conta uma moradora de Jaboatão dos Guararapes, emPernambuco.
“Essa água não é ideal para ser tomada e, principalmente dar ela para as crianças. Isso aí tem um germe total. Eu trabalho aqui, mas dela eu também não bebo”, revela um homem.
“Tem aluno que até cai da carteira, principalmente os menores, da educação infantil”, diz uma moradora de Codó, no Maranhão.
“Quando temos a necessidade de irmos para o banheiro, nós vamos para o mato. Os alunos e a professora”, afirma uma mulher.
O que a reportagem mostra são escolas em que falta tudo, escolas que nem de longe lembram uma escola. O que não falta é a força de vontade de alunos, professores e pais que sofrem com as péssimas condições de ensino. Sofrem e ficam indignados.
“Ei, quatro anos sem receber farda, aqui, ó”, conta uma mãe. “Sem receber farda, sem ninguém dar atenção para gente”, afirma uma outra mãe. “As crianças da gente são desprezada aqui dentro”, reclama.
O Fantástico mostra a situação da entrada de uma escola municipal, em Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco.
“Quando chove, a água invade, e chegam molhados, tudo sujo. Aí a situação. Aí não tem. Um bebedor bom não tem. Papel higiênico não tem”, afirma a mãe de aluno Maria Betânia dos Santos.
Revoltada, ela diz que as professoras pedem aos pais até material de limpeza: “Elas pedem à gente uma vassoura, pedem detergente. É o que for para botar aqui. Para ajudar aqui. E tem vez que as pobrezinhas passam quase um mês sem receber. Aí como é isso?”.
Isso é a realidade de escolas públicas em Alagoas, em Pernambuco e no Maranhão.
Na mais recente pesquisa brasileira do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), esses estados estão entre os que tiveram as notas médias mais baixas. Os repórteres do Fantástico passaram dois meses registrando as condições de escolas nesses estados.
Fantástico: Que horas você sai de casa?
Williana Soares (aluna): Quatro horas.
Everton Guedes Cavalcante (aluno): A hora que eu saio de casa, o máximo é 4h10, mas me acordo 3h50.
Só tem um jeito para o Everton e para a Williana irem à escola: de caminhão.
“Tem uma base de uns 55 alunos que nós vai (sic) nesse caminhão. Só que tem a dificuldade da estrada”, explica o motorista José Fernandes de Melo.
É uma estrada de terra. Depois dessa viagem, em Joaquim Gomes, em Alagoas, é que eles pegam o ônibus escolar da prefeitura. Mas e quando chove?
“Com dia de sol, nós consegue (sic). Quando choveu, não consegue chegar aqui”, conta o motorista.
O jeito então é ir... “Andando. Fora a ladeira que tem para subir”, conta Williana.
Ou então... “É ficar em casa mesmo, sem poder ir para a escola”, admite Everton.
Já em Lagoa Grande, em Pernambuco, quem não tem caminhão vai de charrete. Seu Francisco diz que a filha, a Rosileide, se queixa quando a escola não pode funcionar.
Em Codó, no Maranhão, o André e o primo dele, o Eduardo, são vaqueiros de manhã. De tarde, caminham 35 minutos até a escola.
Por lá, falta quase tudo. Não falta carinho. “Vocês são guardado no lado esquerdo do meu coração. Então, sejam bem-vindos mais este ano que nós temos aqui para trabalhar, para melhorar, para ver os nossos acertos”, anuncia a professora.
Em Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco, se chegar a uma escola assim não é fácil, entrar também pode ser bem difícil, como foi visto no início da reportagem.
Na frente de outro colégio da mesma cidade, a situação é pior ainda: o esgoto está aberto. E ainda uma terceira escola enfrenta o mesmo problema, no mesmo município.
“Está há seis anos assim. Agora, é o que a gente diz para as mães: nós como funcionários vamos entrar. Nós somos funcionários, precisamos preservar a escola aberta para o aluno”, diz a secretária escolar Maria Vieira de Araújo.
Fantástico: Como que a senhora chegou hoje para dar aula? Qual foi a situação que a senhora encontrou na sala de aula?
Auriele Galvão (professora): A escola toda estava alagada. Não é goteira, é chuva mesmo. Eu afasto todas as cadeiras, boto todo mundo pro canto, e coloca baldes aqui. A água desce todinha pela parede. Inclusive eu já perdi trabalhos que a gente realiza trabalhos com os alunos, coloca nas paredes em exposição, mas aí desce tudo, molha tudo.
Você pode pensar que é uma cidade muito longe dos grandes centros, mas não é: Jaboatão dos Guararapes fica a cerca de seis quilômetros do metro quadrado mais caro de Recife, na praia de Boa Viagem.
Finalmente, a aula começa, inclusive na escola indígena Pajé Miguel Selestino da Silva, em Palmeira dos Índios, em Alagoas. O que falta é a própria sala de aula.
Fantástico: Há quantos anos o senhor dá aula nessa situação aqui?
Jecinaldo Xucuru Cariri (professor): Há mais de dois anos que eu venho ministrando aula debaixo da mangueira. É bastante complicado, até porque de repente vem uma chuva, então tem que todo mundo correr e abandonar a aula.
Em uma galpão, funciona outra sala. É uma situação de improviso, porque a sede original da escola não tem mais condições de uso e está interditada. No galpão, os alunos ficam espremidos. Além do desconforto, tem o perigo.
A escola municipal em Codó, no Maranhão, se chama Divina Providência e espera providências há muito tempo.
Fantástico: Há quanto tempo essa escola está assim? Do jeito que está assim hoje.
Deusdet Oliveira Matos (comerciante): Está com mais de 15 anos.
O Deusdet é um comerciante que construiu a escola há 50 anos e, do jeito que pode, continua tomando conta dela.
Deusdet Oliveira Matos: Quando está gotejando, eu vou, tiro a goteira. Agora, esse ano eu ia fazer essa parede de tijolo, mas ainda não fiz.
Fantástico: O que leva o senhor a cuidar dessa escola?
Deusdet Oliveira Matos: O espírito de humanidade, para poder auxiliar os filhos dos moradores a não se criarem analfabeto.
“A situação, como vocês estão vendo, desde o ano passado que a gente está desse jeito. A falta de cadeira, sentam e não tem o braço da cadeira. Eles estão com dificuldade para escrever. E eu estou utilizando a minha mesa, para que eles fiquem mais à vontade. O que eu posso fazer eu estou fazendo”, diz Juciara de Souza, professora em Petrolina, Pernambuco.
Em uma das cadeiras é possível ver parafuso para fora.
“Eu gostaria que tivesse cadeiras boas e que não fossem quebradas”, afirma uma aluna.
“Já teve caso de criança perder aula, porque não tinha cadeira”, conta a mãe de aluno Edineide Helena da Costa.
“O piso da escola não é adequado para o tipo de carteira, porque as carteiras, como é você pode ver, é um cano. Então, elas afundam no chão. E aí tem aluno que até cai. Aí chora, devido ao chão batido, que aqui não sabe se aqui é uma subida, ou ali é uma descida. É um desnível total. Porque aqui era uma casa de moradia. Era uma pessoa que morava aqui. Aí montou essa escola aqui para eles”, conta Rosa Maria Pereira Cunha, professora em Codó, no Maranhão.
As escolas visitadas pelo repórter Eduardo Faustini ficam em regiões bem quentes. Nas salas, todo mundo se queixa do calor. “É quente. No calor não tem quem suporte”, reclama a aluna Mayara Nunes de Alencar, em Petrolina, Pernambuco.
“Tem um ventilador, mas na outra sala. Um ventilador não é suficiente para os aluno. É muito aluno”, diz a zeladora Josiane Barbosa da Silva, de Lagoa Grande, Pernambuco.
Em outras escolas, um, dois ou um monte de ventiladores, nada resolveria, porque elas não têm energia elétrica.
Rosa Maria Pereira Cunha (professora em Codó, no Maranhão): Quando chove, fica escuro.
Fantástico: Não tem luz.
Rosa Maria Pereira Cunha: Tem não. Não tem luz.
Como beber água nessas condições? E como fazer a merenda?
“Para beber água, a gente pega água com a dona da terra. Pega uma garrafa de água e trago para cá, porque também está faltando filtro”, conta a professora Eliete de Araújo Lobes.
“Eu trabalho aqui, mas dela eu também não bebo, porque a gente vê a situação da água. Isso aí tem um germe total. Até lá em cima tem um pisador de cavalo e um pisador de boi. Tem uns bois que ficam aí atrás que bebem dessa água aí em cima da barragem”, José Dionísio Justino, professor em Joaquim Gomes, em Alagoas.
Celso Selestino (agente de saneamento em Palmeira dos Índios, em Alagoas): Não tem tratamento. Do jeito que ela passa aqui, ela abastece a cidade e não tem tratamento nenhum.
Fantástico: Agora tem algum sistema de filtro para proteger essa água?
Celso Selestino: Não. O filtro que tem aqui só isso aqui, não tem filtro nenhum. O pessoal é que coa a água ali e dá para as criança beber.
“A fossa é dentro da cozinha, e o suspiro é dentro da cozinha. Aonde a merenda já chega pronta e a gente tem que servir a merenda neste setor”, revela um funcionário de Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco.
“Geralmente a merenda só aparece de maio a junho. Geralmente é nesse período que a merenda aparece”, diz uma funcionária de uma escola na cidade de Codó, no Maranhão.
“Custa a chegar. E quando vem, a gente se junta lá com a vizinha aqui, que me ajuda demais, e aí a gente faz a merenda para essas criança. E, quando não, eles comem fruta da estação. Desse jeito”, conta a professora Maria do Amparo dos Anjos.
Professora de Lagoa Grande, em Pernambuco: Às vezes não tem aula porque não tem a merenda.
Fantástico: Difícil, não é?
Professora: É complicado.
Fantástico: Como é que você se sente, assim, cuidando dessas crianças nessa situação?
Professora: Assim, eu me sinto... pequena, né? Que seus alunos não tá crescendo. Você sente como se tivesse diminuindo, não tá aumentando.
E aí, se o aluno tem o que comer e faz sua refeição, é hora de escovar os dentes. Mas em que banheiro?
“A água que a gente tem para botar nas descargas. Ontem, quem fez a limpeza fomos nós, os professores. Ó, aqui não tem a torneira”, denuncia a professora Marilucia Gomes de Sá, professora em Petrolina, Pernambuco.
“O ano passado eles estudaram sem banheiro, não tinha banheiro”, conta Francisco da Silva, pai de um aluno em Lagoa Grande, Pernambuco.
Josiane Barbosa (zeladora em Lagoa Grande, Pernambuco): Ó, tem esse banheiro aqui. Não tem luz, todo esculhambado. Tão fazendo um ali fora, mas começaram e não terminaram ainda.
Fantástico: A descarga funciona?
Josiane Barbosa: Não.
Fantástico: Como é que faz o aluno quando precisa ir ao banheiro?
Funcionária: Os meninos vão para detrás da escola, e as meninas, do outro lado, assim como a professora também. Que nós não temos banheiro.
Fantástico: A senhora usa o mato quando...
Funcionária: Também.
Fim das aulas, hora de voltar para casa. Lama, viagem longa e perigosa, em mais um dia do ano letivo.
Essas escolas passam por inúmeras dificuldades. Para muitos professores, a situação é mais difícil ainda, porque eles têm que dar aulas para várias turmas ao mesmo tempo. É o chamado ensino multisseriado, bastante comum no Brasil.
Fantástico: Enquanto a senhora está dando aula para uma turma, a outra aguarda, é assim que é feito?
Professora: É. Sempre eu começo pela educação infantil, já tá aprendendo a coordenação motora. Eu passo primeiro. Aí vou para o outro que já está lá no quarto, quinto ano.
Algumas das escolas mostradas na reportagem oferecem aos alunos menos do que o mínimo do mínimo. Uma escola com infraestrutura elementar tem que ter água, banheiro, esgoto, energia elétrica e cozinha. Quase metade das escolas brasileiras é assim.
São 87 mil ou 44,5% do total de escolas no país, segundo estudo feito por pesquisadores da Universidade de Brasília e da Federal de Santa Catarina.
“Escolas com estrutura precária em geral são escolas municipais e muitas dessas escolas são rurais. Se nós pegarmos escolas que atendem alunos com um nível socioeconômico equivalente, as que têm melhor estrutura tendem a oferecer melhor resultado”, diz José Joaquim Soares Neto, pesquisador da UnB.
A escola com a infraestrutura adequada tem sala dos professores, biblioteca, laboratório de informática, quadra esportiva e parque infantil. Conta também com acesso à internet e máquina de cópias.
E a escola com infraestrutura avançada tem tudo isso e ainda laboratório de ciências e instalações para estudantes com necessidades especiais.
Das 195 mil escolas brasileiras, pouco mais de mil são avançadas. Isso representa 0.6% do total. “Em geral, essas escolas estão em regiões como Sul e Sudeste”, completa o pesquisador.
Diante disso tudo, o que é que leva todos esses brasileiros, alunos, professores e também os pais, a seguir em frente?
O professor Elias Ferreira da Silva passou por algumas dessas situações que você acabou de ver, chegou à universidade e hoje dá aula na Escola São José, em Alagoas, aquela dos alunos que precisam do caminhão para ir à aula.
“É justamente essa vontade que eles têm de um futuro melhor que fazem ele ter essa força de sair 30 quilômetros, 20 quilômetros, 15 quilômetros, para chegar até a escola”, destaca Elias Ferreira da Silva.
“Ano passado, quando cheguei aqui, estava tudo caído, aí eu me sentei e, sinceramente, eu chorei”, revela uma professora.
“Eu queria que ela fosse grande, que tivesse vários professores, apesar que eu gosto de todos os meus professores, eles me ensinam muito bem”, comenta uma aluna.
“Eu sempre digo isso, que eu acho que a gente que trabalha na Zona Rural, nós somos realmente heroínas”, afirma uma mulher.
“Apesar desses lugares mais longínquos possível, vocês são o futuro dessa nação, construindo a sua própria história, ajudando a erguer mais esse país tão grande”, afirma uma professora. 
A Prefeitura de Codó, no Maranhão, diz em nota que vem melhorando a infraestrutura das escolas rurais. Afirma que, nos últimos cinco anos, foram construídas e equipadas 150 novas salas de aula. E que está prevista a construção de mais 28 escolas nos próximos 2 anos.
Veja o que os outros órgãos públicos têm a dizer:
A prefeitura de Jaboatão dos Guararapes informou na sexta-feira (7) que o trabalho de recuperação está em andamento.
“Já recuperamos 51 escolas e temos um cronograma de execução até o final do ano. As três escolas visitadas, desde a produção das imagens até o presente o momento, já resolvemos mais de 90% do que vocês filmaram”, afirma secretário de Educação de Guararapes, Francisco Amorim.
A Secretaria de Educação de Joaquim Gomes, em Alagoas, informa que tem projetos junto ao Ministério da Educação para obter recursos federais para recuperar escolas rurais e também urbanas. Novas cadeiras já estão sendo compradas e reparos estão sendo feitos nas escolas.
O secretário de Educação de Lagoa Grande, em Pernambuco, diz que o município está trabalhando na recuperação das escolas em regime de urgência.
“Encontramos o município totalmente sucateado. Fizemos um levantamento emergencial onde a gente poderia intervir de imediato”, afirma o secretário de Educação de Lagoa Grande, Daniel Torre.
A Secretaria de Educação de Alagoas afirma que a ordem de serviço para recuperação da Escola Estadual Pajé Miguel Selestino já foi assinada. Serão instalados um laboratório de informática e uma biblioteca.
As cadeiras da escola Joaquim Francisco da Costa, em Petrolina, Pernambuco, foram substituídas cinco dias depois de o Fantástico visitar a escola.
publicado em 10/03/2014.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 9 de março de 2014

Marcos Bonjardim lança novos sucessos musicais



Professor Edgar Bom Jardim - PE

Artesanato de Bom Jardim é destaque em Pernambuco

Oficinas de Bonecas Guim é Cultura.

 Promovida pela Secretaria de Cultura do Bom Jardim, as aulas práticas ministradas pela  Professora Ivanilda Oliveira, resultaram em grande sucesso de aprendizagem e produção. Feitas com muito carinho e mãos talentosas as bonecas de Bom Jardim ganham espaço no cenário regional.  Nosso artesanato também terá espaço em feiras regionais neste ano de 2014.

PERSPECTIVAS: O Governo Municipal através da Secretaria de Cultura, Turismo e Esportes e Secretaria de Assistência Social buscam apoios para o fomento do artesanato local. A ideia é continuar o projeto das oficinas para que mais pessoas possam aprender essa arte e  possam ter uma opção de renda. Breve haverá uma grande feira de artesanato em Bom Jardim.  Nesta semana as bonecas criadas por Ivanilda Oliveira, serão expostas e vendidas no Shopping Tacaruna - Recife-PE.
Nova coleção de bonecas foram criadas e produzidas.
Secretaria de Cultura do Bom Jardim realizou oficina de bonecas
Fotos:Ivanilda Oliveira
Exposição e venda na Feira Cultural do Bom Jardim - PE


Professor Edgar Bom Jardim - PE

Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Bom Jardim realiza eleições neste domingo

Comissão eleitoral estima que 2500 associados votem na eleição.
O domingo 9 de março 2014, para os associados do Sindicato Rural do Bom Jardim será de eleição para diretoria. Os associados votarão em chapa única. Dessa vez as disputas internas foram contornadas e o quadro permanecerá praticamente o mesmo  no comando da instituição com João Lima e Margarida, Zé Rodrigues, Dora e Geraldo. Horário do início da votação: 08:00  Horário final da votação: 16:00.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Calú Maluca finaliza carnaval

Bizarra ( Bom Jardim), finalizou sua programação do carnaval 2014, neste 08 de Março com a realização do Bloco Calú Maluca.O evento contou com o apoio do Governo Municipal, Secretaria de Cultura, Turismo e Esportes, comunidade local, grupos de calus, patrocinadores, vereador Célio Major e equipe
Fotos:Chico Pezão e Bom Jardim Noticia.
Professor Edgar Bom Jardim - PE