sexta-feira, 15 de junho de 2012

Economia verde é possível



É possível aliar economia verde e combate à pobreza, diz relatório da ONU

Divulgação/PNUMA

Segundo o PNUMA, agricultores de Uganda passaram a receber três vezes mais depois que a produção de abacaxi, gengibre e baunilha foi certificada como orgânica
Maria Denise Galvani
Do UOL, no Rio
Atualizado em: 15/06/2012 - 11h07
É possível aliar economia verde e combate à pobreza -- essa é uma das conclusões de um relatório lançado pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente) na quinta-feira (14).  
Com o relatório  "Construindo uma economia verde", em que apresenta práticas econômicas sustentáveis em regiões pobres, o programa tenta vencer a resistência dos países em desenvolvimento ao tema da economia verde.
Um dos argumentos do documento é que atribuir valor de mercado a recursos naturais beneficia os mais pobres. A estratégia elevaria os preços dos produtos agrícolas, dos quais dependem muitos países entre os mais pobres no mundo.
Segundo o Pnuma, três quartos dos produtores de orgânicos do mundo estão em países em desenvolvimento. Para se ter noção da importância do setor, o mercado de produtos agrícolas atingiu um volume de negócios de US$ 60 bilhões em 2011 e triplicou em dez anos.
Kitty van der Heijden, embaixadora de Desenvolvimento Sustentável do Ministério de Relações Exeriores da Holanda, afirma que o setor privado já incorpora o uso sustentável de recursos naturais como prioridade em seu plano de negócios. "Não precisamos proteger o meio ambiente dos negócios, mas sim usar os negócios para o bem do meio ambiente", disse ela.

RIO+20: ALIMENTOS



Foto 1 de 13 - Dinheiro ou preservação? O Equador se compromete a deixar debaixo da terra indefinidamente as reservas de petróleo no parque amazônico Yasuní, se a comunidade internacional arcar com parte dos lucros da oportunidade. A arrecadação já está perto da meta de US$ 3,5 bilhões, mas governos europeus questionam se o mundo precisa mesmo pagar para os países cuidarem de sua biodiversidade Mais Reprodução/YasuníITT

Erradicação da pobreza

"A economia verde gera mais recursos com o valor agregado dos orgânicos ou créditos de carbono, por exemplo, e os países em desenvolvimento precisam de capacidade de financiamento para erradicar a pobreza", disse Peter Hazlewood, diretor de Ecossistema e Desenvolvimento do Pnuma, no lançamento do relatório durante a Rio+20.
A Rio+20, a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, ocorre de 13 a 22 de junho no Rio de Janeiro. A definição do termo "economia verde" é um dos pontos difíceis da negociação entre os representantes de Estado, segundo Nikhil Seth, diretor da divisão de Desenvolvimento Sustentável do departamento de Desenvolvimento Econômico e Social da ONU. "A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável é discutida pela ONU pela primeira vez nesta conferência, mas há difculdades conceituais", disse ele.


Economia verde é possível
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Rio+20:Moçambicano que critica atuação da Vale foi barrado no aeroporto do Brasil



Ativista Jeremias Vunjanhe, que coordena campanha contra a ação da Vale em Moçambique, afirma que ainda espera participar da conferência.

Da BBC
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Barrado no aeroporto em São Paulo ao tentar ingressar no Brasil para participar da Rio+20, o ativista moçambicano Jeremias Vunjanhe dsse à BBC Brasil que não foi informado do motivo do impedimento e que espera solucionar o caso a tempo de participar da conferência.
Vunjanhe integra a ONG Justiça Ambiental, que tem criticado a atuação da mineradora brasileira Vale em Moçambique, e divulgaria suas queixas na Cúpula dos Povos, evento paralelo à conferência da ONU.
'Insisti aos policiais por uma explicação, mas só me disseram que estavam a trabalhar e que tinham competência para tomar a decisão (de impedir a entrada)', afirma o ativista.
Vunjanhe diz que portava toda a documentação necessária para ingressar no país: visto válido por 90 dias, adquirido na embaixada brasileira em Maputo, carta-convite da Cúpula dos Povos e comprovante de hospedagem.
O ativista moçambicano Jeremias Vunjanhe (Foto: Arquivo pessoal/BBC)O ativista moçambicano Jeremias Vunjanhe (Foto: Arquivo pessoal/BBC)
Segundo ele, os problemas se iniciaram quando, às 22h30 do último dia 12, apresentou seu passaporte no guichê da Polícia Federal, logo após desembarcar advindo de Joanesburgo (África do Sul) no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo.
Após escanear seu documento, diz o ativista, a agente chamou um policial, que repetiu o procedimento e pediu que ele esperasse. Após 30 minutos, o policial retornou com dois colegas.
'Disseram que eu seria reenviado a Moçambique porque eu estava impedido de entrar no Brasil. Perguntei por quê, mas não me deram detalhes.'
Razões
Em seguida, Vunjanhe diz ter sido acompanhado pelos três agentes até a sala de embarque, onde à 1h30 entrou no avião da South African Airways que o levaria de volta a Joanesburgo. No caminho até a sala, ele afirma que insistiu para saber das razões por ter sido barrado e diz ter tentado apresentar toda a documentação que portava.
'Disseram que não queriam saber. Ao ver que parte da minha documentação estava em inglês, um policial disse que não entendia a língua e que eu deveria cumprir a decisão.'
Vunjanhe diz ter visitado o Brasil três vezes entre 2010 e 2011, sempre a convite de ONGs brasileiras. 'Em nenhum momento me envolvi em situações problemáticas e sempre respeitei o prazo dos vistos.'
Só três horas após embarcar, Vunjanhe diz ter recebido seu passaporte de volta, das mãos de um funcionário da empresa aérea. O documento, segundo ele, foi estampado com um selo informando que ele consta do Sistema Nacional de Procurados e Impedidos.
Após regressar à capital moçambicana, Maputo, o ativista procurou a embaixada brasileira em busca de explicações. Na manhã desta sexta-feira, recebeu telefonema do embaixador brasileiro interino, que teria se comprometido a apurar o caso.
O ativista diz esperar por uma solução a tempo de regressar ao Brasil para a Rio+20. 'Não só para o cumprimento da agenda, mas também para esclarecer todo o mistério por trás dessa decisão, para apagar qualquer mancha sobre a integridade e a imagem das autoridades brasileiras'
Ele diz ainda temer que o selo estampado em seu passaporte o impeça de viajar a outros países e espera que as autoridades brasileiras o retirem da lista de procurados o quanto antes.
Desalojados pela Vale
Caso consiga regressar ao Brasil, Vunjanhe diz que exporá a atuação da Vale na província moçambicana do Tete, onde a companhia brasileira explora uma das maiores minas de carvão a céu aberto do mundo.
A abertura da mina ocorreu em 2011, após o reassentamento de 1.365 famílias de agricultores. O ativista diz que as famílias foram deslocadas para uma área distante de serviços básicos e mercados, a 40km do território onde viviam, e que a Vale não tem cumprido o prometido durante as negociações para a exploração da mina.
Segundo ele, as casas foram erguidas de maneira grosseira, com apenas 6 centímetros de fundação. 'Três anos após a construção, elas já apresentam fissuras que permitem a inflitração de água, e algumas poderão desabar a qualquer momento.'
Vunjahne diz ainda que as famílias foram deslocadas para terreno muito seco e impróprio para agricultura, atividade da qual a comunidade depende para se sustentar.
Em janeiro, em protesto contra as condições, os moradores fecharam a ferrovia pela qual a Vale escoa o carvão até o porto da Beira, no Oceano Índico.
O governo moçambicano, em resposta, enviou uma força policial especial para desbloquear a linha. Segundo Vunjanhe, a unidade agiu com brutalidade.
Indignação
Após o episódio, a Justiça Ambiental, organização integrada pelo ativista, divulgou imagens da ação policial e depoimentos que comprovariam os abusos cometidos.
'Fomos intimidados e perseguidos durante o trabalho junto a essas famílias', diz Vunjanhe. 'Chegamos a ser levados à esquadra (delegacia) para esclarecimentos, o que constituiu claramente um sinal de ameaça.'
Vunjanhe diz não saber se há relação entre sua atuação contra a Vale e o fato de ter sido barrado ao no Brasil.
'Não temos evidência, mas como o foco da minha apresentação (na Rio+20) seria o caso da Vale, é preocupante o que ocorreu. A falta de explicação nos deixou indignados.'
Procurada pela BBC Brasil, a Polícia Federal não se pronunciou sobre o caso. Um assessor disse à reportagem que a 'instituição não se manifesta sobre a detenção de pessoas físicas'.
A Vale também afirmou que não comentaria o caso.


Rio+20:Moçambicano que critica atuação da Vale foi barrado no aeroporto do Brasil
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O Brasil das garotas de programa



Tabus, preconceitos e desejo de concretizar fantasias explicam a procura por prostitutas

Thinkstock
Realização de fantasias e desobrigação de compromisso motivam homens a procurar prostitutas
Cléo Francisco
Do UOL, em São Paulo
Não seria correto dizer que o sexo é mais presente na vida das pessoas hoje do que foi no passado. O sexo, assim como a morte, sempre foi -e provavelmente será- o grande tema da vida das pessoas. A diferença é que agora é tratado de forma supostamente natural graças a uma abertura da sociedade. Homens e mulheres querem ser "bons de cama" e nada é proibido entre quatro paredes. Toda essa liberdade e sexolatria, entretanto, não parecem ter alterado o negócio da prostituição, que continua indo muito bem. Mas com tanta oferta gratuita, por que os homens ainda procuram os serviços de prostitutas?

Carmen Lucia Paz, de 47 anos, prostituta desde os 17 e formada em Ciências Sociais com e pós-graduação em Direitos Humanos, questiona essa liberação.  "Ainda há dificuldade para se discutir sexualidade em todos os âmbitos da sociedade. Conosco, os homens têm liberdade de conversar sobre o que quiserem, sem medo de críticas. Eles podem liberar a fantasia, que é o nosso ganha-pão", diz ela, que é sócia-fundadora do Núcleo de Estudos da Prostituição, em Porto Alegre (RS) e militante na Rede Brasileira de Prostitutas, grupo que  promove a defesa dos direitos da categoria. 
Elisiane Pasini, antropóloga e doutora em ciências sociais pela Unicamp, que estuda a prostituição de mulheres há 15 anos, também discorda da ideia de total liberdade sexual. "A sociedade ainda controla a sexualidade de todas as formas. Os papéis de homens e mulheres continuam fechados. A sexualidade está numa caixinha e a gente não consegue abrir. Temos muitos preconceitos que impossibilitam as pessoas de viverem sua sexualidade como desejam”, afirma ela. "Acho que a maioria das coisas que acontecem na zona são papai-mamãe em 10, 20 minutos, pelo que percebi. Muitas vezes, o homem não brigou com a mulher, a ama, mas está lá para viver outras experiências", diz Elisiane.
Há afeto
A relação entre cliente e prostituta não é totalmente destituída de sentimentos, ainda que seja breve. Mesmo sendo comercializada, é uma relação afetivo-sexual. "É assim porque envolve alguma dimensão de afeto, que, em psicanálise, diz respeito a qualquer emoção e sentimento. Assim, angústia é afeto, raiva é afeto. São relações que têm dimensão afetiva e realização sexual”, afirma  Almira Rodrigues, doutora em sociologia pela UnB (Universidade de Brasilia), psicanalista e membro da Sociedade de Psicanálise de Brasília.

Para Almira, a busca dos homens por prostitutas passa pela questão psíquica e solidão. "Tem a ver com desejo e fantasia. De alguma maneira, essas pessoas não conseguem ter prazer em casa, satisfação na relação com o cônjuge e vão buscar com outras mulheres. E tem também os homens que são sozinhos, sem oportunidade de acesso ao prazer sexual, a não ser pagando", diz a psicanalista.

A antropóloga Mirian Goldenberg, que acaba de lançar o livro "Tudo o que Você Não Queria Saber Sobre Sexo" (Editora Record) e que estuda a sexualidade na classe média carioca desde 1988, ouviu várias respostas interessantes de homens que buscam prostitutas (chamadas, nesse meio social, de garota de programa). "Eles nunca usam a palavra prostituta. Garota de programa é diferente: é mais bonitinha, inteligente, cobra mais, tem classe social um pouco melhor. Elas sabem fazer sexo e não querem vínculo", diz Mirian.
  • Segundo a historiadora Mary Del Priore, a garota de programa surgiu entre os anos 80 e 90
Sem vínculo, sem cobranças
Estar livre de vínculos e de cobranças é um dos motivos que levam os homens a procurar uma prostituta. Entre as entrevistas que antropóloga Mirian Goldenberg fez para suas pesquisas, ela lembra um rapaz de 27 anos, rico, bem-sucedido e bonito. "Ele disse que a namorada era tudo de bom, mas sempre queria discutir relação. Para ele, saía mais barato a garota de programa, a quem pagou R$ 500 para ter alguns momentos gostosos. Sexo com a namorada custava conversa, ir ao cinema, jantar, compromisso. Ele não queria isso", diz Mirian. Ela também comenta o caso de um homem casado, de 55 anos, que amava a mulher, mas pagava R$ 200 para transar com uma garota de programa. "Ele não gostava mais de fazer sexo com a mulher, não tinha tesão, mas não queria se separar."

Não ter vínculo afetivo é importante para os homens, segundo a antropóloga Elisiane Pasini. "Transam e vão embora, sem precisar voltar nem telefonar no dia seguinte. Isso fecha a história. O dinheiro dá sensação de poder e controle a eles". Segundo ela,  ao procurar uma prostituta, os homens também se livram da pressão de ter de provar que são bons em competir por uma mulher. "Em uma danceteria, se querem alguém,  terão de disputar. Na zona de prostituição eles não precisam, pois vão pagar. Ele sempre vai sair de lá se sentido gostoso. Ele foge da pressão de ter de ser o bom em tudo e não tem de se esforçar", diz Elisiane. 

Ela gosta do que faz

"Comecei a fazer programas aos 17 anos. A gente começa por necessidade e, por opção, continua. Comecei a militar e resolvi ficar. Assumi ser prostituta, enfrentei a família, o estigma, levantei a cabeça e fui para as ruas. A maioria diz que não gosta, morre de vergonha, não tem opção. Tenho quatro clientes fixos e consigo quatro ou cinco programas por dia, que podem render R$ 150 ou R$ 200. Gosto muito de ser prostituta. É uma profissão que me realiza. Para mim, a prostituta não é coitadinha. É uma profissional do sexo, que gosta tanto de sexo como de dinheiro, como qualquer profissional. Não existe prostituta que trabalha nesse meio porque não tem opção. Isso é mentira. Pode ser por um tempo. Depois, com o dinheiro da prostituição ela pode investir em outra profissão. Luto para que a prostituição se legalize. Assim, as mulheres iriam assumir a profissão e as que não gostam sairiam. Ao negar o que são, fortalecem o estigma e alimentam o preconceito. Depois, acabaria com a exploração dos donos de boates, cafetões que não iam aguentar a barra de enfrentar a sociedade e assumir o que são, nem iam garantir os direitos trabalhistas das mulheres"

Carmen Lucia Paz, 47 anos, prostituta, formada em Ciências Sociais com pós-graduação em Direitos Humanos e sócia-fundadora do Núcleo de Estudos da Prostituição, em Porto Alegre (RS)

Breve história da prostituição no Brasil
No Brasil dos séculos 17 e 18, prostituir-se era uma forma de sobrevivência. "No século 18 se tornou um negócio mais organizado, nas chamadas casinhas, que ficavam ao redor das cidades. Havia verdadeiras gerações de avós, mães e filhas que iam se prostituindo para manter parentes idosos e filhos pequenos", conta a historiadora Mary Del Priore, que estuda a sexualidade no Brasil ao longo dos séculos e autora do livro "Histórias Íntimas - Sexualidade e Erotismo na História do Brasil" (Ed. Planeta) e de "A Carne e o Sangue" (Ed. Rocco).
A partir da metade do século 19, surge uma modificação: o fenômeno da exploração de mulheres por homens nos bordéis. "Esse tipo de comércio é desenvolvido sobretudo por europeus que fazem o comércio das polacas. Elas são chamadas de cocotes e promovem a ascensão das loiras no Brasil. A clientela é rica e, para um senador do império ou senhor de engenho, ter uma cocote era sinal de prestígio", conta Mary.
No final do século 19 e início do 20, o empobrecimento da Europa às portas da primeira Grande Guerra provoca uma onda de prostitutas a caminho do Brasil que aumentou com as brasileiras que vão se prostituir por serem mulheres de moral duvidosa para a sociedade. 
A chegada da Aids promoveu uma valorização das relações monogâmicas. No final dos anos 1980 e começo dos 1990, surge a garota de programa, meninas de classe média que veem na prostituição uma forma de ganhar dinheiro sem que a família saiba.

"No passado, elas eram vistas como uma saída, um ralo pelo qual deveria escoar o desejo dos homens, para que não ambicionassem mulheres casadas ou virgens casadoiras. Ela tinha a função de satisfazer esse desejo. Não haveria risco de uma virgem ser ameaçada pelo desejo de um homem. Mas, com 



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quinta-feira, 14 de junho de 2012

Índios querem a Funai



Rio+20:"É hora dos índios presidirem a Funai"

Marcos Terena, líder indígena e idealizador da Kari-Oca, diz que Brasil precisa de uma política verdadeiramente indigenista
Índios de várias etnias se apresentam na aldeia Kari Oca, evento paralelo à Rio+20, na Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá / Marcello Casal Jr/ABrÍndios de várias etnias se apresentam na aldeia Kari Oca, evento paralelo à Rio+20, na Colônia Juliano Moreira, em JacarepaguáMarcello Casal Jr/ABr
O Brasil precisa ter uma política verdadeiramente indigenista, que dê poder aos índios, em cargos de comando no governo, principalmente na Funai (Fundação Nacional do Índio). A opinião é do líder indígena Marcos Terena, idealizador da Kari-Oca, encontro que reúne desde hoje 400 índios, de 14 etnias brasileiras, e 20 representantes de tribos dos Estados Unidos, do Canadá, Japão, México e da Guatemala, durante a Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável).

“Na verdade, não existe política indigenista no Brasil. Nós esperamos que as nossas discussões aqui sirvam de política indigenista para o nosso país. Temos que construir isso para que o índio seja parte do processo. A Funai já teve todo tipo de presidente, militar, antropólogo, indigenista, representantes da igreja, menos índio. Se é para errar, deixa o índio mostrar se tem capacidade de exercer o poder, não só de ser considerado um problema. Exigimos esse reconhecimento.”

Durante a parte da manhã, a Kari-Oca será palco de palestras e debates em torno da Carta Indígena da Kari-Oca 2012 e, à tarde, haverá jogos e atividades culturais. No próximo domingo (17), Terena apresentará, juntamente com outras representações, o documento aos representantes dos líderes mundiais reunidos no Riocentro.

“Nós estamos participando da Rio+20 para servir de testemunhas e fazermos pressão para que os governos comecem a prestar atenção na gente. Não precisamos de uma política social de dependência. Precisamos aprender que nem tudo depende dos governos, mas também da articulação e capacidade da sociedade de construir o futuro.”

Terena denunciou a situação de violência vivida por diversos índios, principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, por conta da expansão agrícola imposta por grandes produtores rurais sobre as terras indígenas. “Alguns povos vivem uma crise muito grande de violação de seus direitos, inclusive com pessoas assassinadas e sem nenhuma prisão ou resultado de proteção legal. A questão indígena não pode ser transformada em uma questão de polícia.”

Além dos atritos que ameaçam índios localizados próximos às regiões urbanas, Terena destacou o perigo iminente que o aumento das fazendas sobre as florestas poderão causar em comunidades até hoje isoladas.

A Kari-Oca está aberta à visitação pública das 9h às 19h, na antiga Colônia Juliano Moreira, na região da Taquara, no bairro de Jacarepaguá. Nesta quinta-feira, foram abertos os Jogos Verdes, com inúmeras competições típicas dos índios, como arco e flecha, cabo de força, corrida com tora e arremesso de lança.

Participam da Kari-Oca índios das etnias Kayapó, Karajá, Assurini, Xavante, Xerente, Guarani Kaiowá, Pataxó, Terena, Javaé, Bororo Boe, Kamayurá, Pareci, Manoki e Guarani.

Índios querem a Funai
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Inscrições para o Enem termina nesta sexta-feira



São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro têm maior número de inscritos.
Expectativa do Inep é fechar inscrições com mais de 6 milhões de alunos.

Com Informações do G1
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As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) terminam às 23h59 da sexta-feira (15). Mais de quatro milhões de candidatos já se inscreveram, segundo balanço divulgado pelo Ministério da Educação no final da tarde de terça-feira (12). As inscrições devem ser feitas pelo site http://sistemasenem2.inep.gov.br. A taxa custa R$ 35.
O exame será realizado nos dias 3 e 4 de novembro e o resultado individual dos candidatos será divulgado em 28 de dezembro. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), os três estados que registram maior procura são, respectivamente, São Paulo (659.441), Minas Gerais (425.033) e Rio de Janeiro (315.292).

Inscrições para o Enem termina nesta sexta-feira
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quarta-feira, 13 de junho de 2012

Fogo sagrado para abrir Rio+20


Cerca de 350 indígenas participaram na cerimônia, em Jacarepaguá.
Brasileiros, canadenses e guatemaltecos estão reunidos na Kari-Oca.

Glauco AraújoDo G1 RJ
Integrantes de diversas nações indígenas, que chegaram hoje à Aldeia Kari-Oca, são vistos durante a cerimônia do acendimento do Fogo Simbólico para a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, realizada na Colônia Juliano  (Foto: Wilton Júnior/Agência Estado)Índios participaram da cerimônia do acendimento
do fogo sagrado, na Colônia Juliano Moreira, em
Jacarepaguá (Foto: Wilton Júnior/Agência Estado)
Cerca de 350 índios brasileiros, canadenses, mexicanos e guatemaltecos participaram da cerimônia de acendimento do fogo sagrado ancestral indígena, na Aldeia Kari-Oca, montada na colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, na zona Leste do Rio. O ato, segundo Marcos Terena, responsável pelo espaço, será repetida diariamente no mesmo local onde os índios montaram a oca na Rio92.
Terena disse que todos os povos unidos na Kari-Oca "são um povo só". Ele afirmou que em 1992, cerca de 750 índios ficaram alojados no local. "Neste ano, esperamos receber cerca de 1,6 mil representantes de vários países e continentes. O fogo para o índio é luz. A fumaça, por mais contraditório que possa parecer, é para limpar o ar, mas dentro da cultura indígena, dos pajés."
A cerimônia do fogo sagrado foi realizada no ponto exato onde os índios montaram a Oca em 1992, mas foram impedidos de montar a habitação no local, neste ano, por conta de um laudo da Fiocruz. "Eles disseram que tem leishmaniose naquele trecho. Nosso pajé foi lá e disse que não tem. Acreditamos no pajé e não no papel da Fiocruz. Vocês estão vendo mosquito ou formiga aqui?", disse Terena, se referindo ao trabalho espiritual feito pelos pajés no local.
Participaram da cerimônia de abertura da Kari-Oca índios das tribos xerente, paresi, manoki, terena, gurani kaiwa, guarani, kayapó, pataxó, pataxó hã hã hãe, bororo e xavante. Além das etnias brasileiras, o acendimento do fogo sagrado também contou com a participação de índios Sioux, do Canadá; dos astecas, do México; e dos maias, da Guatemala.
Índio participa da cerimônia de acendimento do fogo sagrado ancestral indígena (Foto: Glauco Araújo/G1)Índio kayapó participa da cerimônia de acendimento do fogo sagrado ancestral indígena (Foto: Glauco Araújo/G1)
"Cúmplices da destruição da natureza"Mais cedo, antes da cerimônia de acendimento do fogo sagrado, a mexicana Berenice Sanchezs, que integra a Rede Mesoamericana de Mulheres Indígenas sobre Biodiversidade, disse que a "mãe terra" precisa se protegida por todos. "Não podemos vender nosso ar. Querem comercializar créditos de carbono e fazer com que sejamos cúmplices da destruição da natureza."
Terena afirmou que os índios vão redigir um documento em três dias para ser entregue aos membros da Organização das Nações Unidas (ONU). "Será um documento político e com visão de longo prazo."
Ele aproveitou para questionar a demora do governo federal em liberar as verbas oferecidas para a realização a Kari-Oca. Segundo ele, o Ministério do Esporte liberou R$ 1,5 milhão e o Ministério da Cultura, outros R$ 80 mil. "Nenhum desses valores chegou. Assim, mostramos que não é preciso de tanto dinheiro para defender a natureza. E ainda vamos deixar um legaado, pois trouxemos internet para a Fiocruz [instalada na colônia Juliano Moreira] e é coisa de primeira e não sinal de rádio."
Belo Monte
Terena afirmou ainda que a ONU não quer debater os efeitos danosos que a construção da Hidrelétrica de Belo Monte pode provocar ao meio ambiente. "Belo Monte é um caso consumado. Temos de pensar lá na frente. A ONU quer debater energia sustentável. Então vamos falar dos projetos de contrução de seis hidrelétricas que estão previstas na Amazônia."



Fogo sagrado para abrir Rio+20
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Recife tem opção política



PSOL e PCB realizão plenária conjunta de suas Pré Candidaturas a Prefeitura do Recife

Nesta 5ª Feira, 14 de Junho, o PSOL e PCB realizão Plenária de suas Pré Candidaturas a Prefeitura do Recife, Albanise Pires (PSOL) e Roberto Numeriano (PCB) conduzirão o debate em torno de Diretrizes e eixos para um programa de esquerda e popular para a cidade do Recife, será um debate onde os Partidos irão expor seus acúmulos e iniciar uma síntese de suas posições, contaremos também com a presença de organizações politicas, entidades e ativistas políticos que irão contribuir com suas pautas e pontos de vistas para a construção desse debate.

A plenária será realizada as 19:00 Horas na sede do PSOL na Rua Visconde de Goiana, 15 - Próximo ao Mercado da Boa Vista e será a primeira atividade de muitas que conjuntamente PCB e PSOL realizarão para viabilizar politicamente uma unidade nas eleições municipais de outubro.


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Um computador por aluno



Diário Oficial da União publicou ontem (11) o decreto que regulamenta o Prouca (Programa Um Computador por Aluno) e o Reicomp (Regime Especial de Incentivo a Computadores para Uso Educacional), que suspende a incidência de alguns tributos, como o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), o PIS/Pasep e a Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), sobre o computador a ser comprado e suas matérias-primas.O objetivo do Prouca é promover a inclusão digital nas escolas das redes públicas de ensino federal, estadual, distrital, municipal e nas escolas sem fins lucrativos de atendimento a pessoas com deficiência. O decreto substitui a Medida Provisória 563, publicada em abril.No Reicomp terão prioridade as soluções de software livre e de código aberto, sem custos de licenças, conforme as diretrizes das políticas educacionais do Ministério da Educação.A medida é ato conjunto dos ministérios da Educação e da Fazenda, mas poderá ser alterada pelos ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e da Ciência, Tecnologia e Inovação, por meio de portaria, sempre que fatores técnicos ou econômicos o determinem.

Agência Brasil


Um computador por aluno
Professor Edgar Bom Jardim - PE / Com Informações de Célio Borges

terça-feira, 12 de junho de 2012

Viva os namorados !



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